Difícil pegar um só tema para
terminar o ano. Tantas coisas importantes aconteceram em 2017! E apesar das
piores predições da História que o mundo iria acabar com Trump, ou com o
Brexit, aí estamos!
Trump foi empossado e a
economia e o mercado americanos estão em alta, o desemprego em baixa e os
cortes em impostos prometem mais prosperidade para 2018.
No âmbito internacional, a
posição americana na ONU com Nikki Haley deu uma guinada de 180 graus com
relação a Israel, o Estado Islâmico foi finalmente chutado de seu território -
apesar de continuar a existir como ideologia - a Coreia do Norte e a Rússia
decidiram peitar a América, e o Irã ampliou sua influência no Oriente Médio com
a guerra civil na Síria e no Iêmen. Trump reconheceu Jerusalem como Capital de
Israel e mandou uma mensagem aos palestinos que não mais contribuirá com os
salários milionários dos terroristas pagos anualmente por Abbas. A Guatemala
seguiu o exemplo americano e anunciou a mudança de sua embaixada para Jerusalem
criando um novo clima para as negociações de paz entre Israel e os palestinos
que terão que se adaptar.
Trump terá que criar novas
estratégias para lidar com tudo isso e 2018 promete ser um ano muito conturbado
em política externa.
Mas sem dúvida o Irã será o
assunto principal. E nestes três últimos dias de 2017, o país dos aiatolás está
nas noticias. E não são boas. Milhares de iranianos estão saindo nas ruas para
protestarem contra as políticas do regime e seu orçamento para o ano que vem.
Os mulás cortaram milhões em assistência social no país, mas aumentaram doações
para grupos estrangeiros, como os Houthis, os Sírios e a Hezbollah além de
aumentarem o preço da gasolina. Imaginem, um dos maiores produtores de petroleo
do mundo!
Após a assinatura do
controverso acordo nuclear com Obama, o povo iraniano esperava uma melhora na
economia com o fim das sanções. Mas como com todo regime totalitário, os
benefícios não fluíram do topo para o povo. Os 150 bilhões de dólares em cash
enviados por avião aos iranianos por Obama foram destinados ao patrocínio de
grupos terroristas no exterior e para consolidar a hegemonia iraniana no
Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen e fomentarem revoltas nos países do
Golfo e Arábia Saudita.
E estes recentes protestos no
Irã coincidem com mais um escândalo do governo Obama, descoberto pela revista
americana Politico que revelou uma sórdida campanha do ex-presidente para
enterrar uma investigação sobre a Hezbollah que envolvia um enviado sênior no
Irã, um banco libanês que alegadamente lavou bilhões de dólares de dinheiro de
drogas e armas e um membro de uma célula nos Estados Unidos da força
paramilitar do Irã, o Al-Quds. De acordo
com os documentos do Advogado Geral dos Estados Unidos em Nova Iorque, a
Hezbollah teria lavado nada menos que $483 milhões de dólares usando o esquema.
A investigação chamada de Projeto Cassandra, lançado em 2008 pela DEA, foi despedaçada
e isso foi ordenado de cima, de acordo com David Asher, um analista financeiro
que ajudou a gerenciar o caso.
A revista Politico disse que a
investigação incluiu hotéis de luxo na América Latina, estacionamentos na
África, bancos e campos de batalha no Oriente Médio, mas o maior impacto foi,
(prestem atenção), as cargas de cocaína de várias toneladas destinadas aos
Estados Unidos, e centenas de milhões de dólares de sua venda transferidos para
a Hezbollah, uma organização já designada pelo governo americano como terrorista.
Isto não chamaria atenção se
os Estados Unidos não estivessem vivendo uma verdadeira epidemia de mortes por
opióides, incluindo a cocaína. Só em 2016 foram mais de 64 mil mortes por
overdose.
Em 2009, Obama começou sua
presidência prometendo melhorar as relações com o Irã como parte de seu tour
apologético ao mundo muçulmano. Para ele a política da administração Bush de
pressionar o Irã para encerrar seu programa nuclear ilícito não estava
funcionando e que ele convenceria Teerã a reduzir as tensões.
O homem que se tornaria o
principal assessor de contra-terrorismo de Obama e depois o diretor da CIA,
John Brennan foi mais além, recomendando em 2013 que os Estados Unidos
promovessem uma assimilação maior da Hezbollah no sistema político libanês.
Quando os investigadores
pediram aprovação do Departamento de Justiça e do Departamento do Tesouro para
processarem os envolvidos, ninguém respondeu.
Ninguém sequer pensou em dar
uma segunda olhada no testemunho de Katherine Bauer, ex-funcionária sênior do
Departamento do Tesouro, perante o Congresso em fevereiro deste ano que afirmou
que a “administração Obama reduziu o escopo destas investigações com medo de
colocar o Irã em má posição e colocar em risco o acordo nuclear”.
David Asher disse que Obama
estava fazendo de tudo para não insultar o Irã antes, durante e após o acordo
nuclear e a implosão do Projeto Cassandra objetivou cortar completamente as
investigações envolvendo o Irã e a Hezbollah.
“Quanto mais próximos
estávamos da assinatura do acordo, mais as investigações foram afetadas”. Por
último os investigadores foram drenados até o último, transferidos para outros
postos ou simplesmente demitidos, até a morte final do Projeto.
De acordo com ex-membros da
força-tarefa e outros funcionários americanos, como resultado desta política, o
governo americano perdeu valiosa inteligência não só do tráfico de drogas e
outras atividades criminosas em todo o mundo, mas também sobre as conspirações
ilícitas da Hezbollah com altos funcionários dos governos iraniano, sírio,
venezuelano e russo – que chegaram até os presidentes Nicolas Maduro, Assad e
Putin,.
Desde a publicação do artigo
do Politico, representantes republicanos no Congresso têm exigido uma revisão
destas alegações. Os membros da administração Obama saíram em sua defesa
dizendo que tudo isso é pura “propaganda” promovida pelos críticos do acordo
nuclear. A administração Trump já indicou que irá investigar o assunto.
Se pelo menos uma fração
destas alegações for real, teremos aí um presidente com sangue de americanos em
suas mãos. Que maquiavelicamente usou o principio de “os meios justificam os
fins”, sem se importar com a proliferação de armas e drogas que diariamente dizimam
americanos para ter seu “marco” em política externa.
Hoje o presidente Trump enviou
uma mensagem ao povo iraniano apoiando seus protestos. Em contraste, em 2009,
Barack Obama ficou do lado dos aiatolás contra o povo que saiu para protestar o
resultado roubado da eleição no país. Tudo isso porque ele queria um acordo com
o Irã. O sangue do povo iraniano, os ativistas mortos, torturados, desaparecidos
e executados, também está em suas mãos.
Hoje à noite, como em todos os
anos, teremos uma festa em Times Square. Só que o frio este ano está
absolutamente insuportável. Estamos esperando entre -18 e -20 graus à noite.
Assim, recomendo aos ouvintes que estão na Big Apple e querem participar da
queda da bola, para colocarem muitas camadas de roupa, cobrindo cada pedacinho
de pele, levarem garrafas térmicas com chá ou algo quente e muita paciência
para varar os pontos de segurança. Um ótimo 2018 a todos com muita saúde, paz,
sucesso e é claro, muitas boas noticias para discutirmos no ano que vem!!!