Sunday, July 29, 2018

A Lei do Estado e Nação do Povo Judeu e a Hipocrisia Palestina - 29/7/2018


Há dez dias, o parlamento de Israel aprovou o que chamou de Lei do Estado e Nação do Povo Judeu.  Quem lê esta lei não consegue por qualquer meio racional, ver qual a ligação entre o seu conteúdo e o debate que a lei desencadeou.

Os defensores da Lei, entre eles o primeiro ministro Benjamin Netanyahu, dizem que ela é necessária para proteger a identidade de Israel, pois fixa em lei o principio da fundação do Estado e de sua existência.

Do outro lado do debate, os membros árabes da Knesset, escandalosamente condenaram a lei dizendo que Israel havia oficialmente adotado o “apartheid”. E aí temos o presidente e sultão da Turquia, Recep Erdogan que declarou que Israel é indubitavelmente o sucessor da Alemanha nazista.  

A liderança judaico-americana e o jornal The New York Times logo avisaram que Israel está à beira de rejeitar a democracia! E assim, gostaria de convidar cada um a ler a lei e descobrirão algo surpreendente: A lei é absolutamente nada. Não declara nada de novo, não muda qualquer coisa, enfim, é muito tralalá sobre nada.

Israel tem sido o Estado judeu nos últimos 70 anos, antes da lei e continuará a sê-lo depois dela. A cláusula que supostamente torna Israel um “apartheid” se refere ao assentamento judaico. Ela apenas diz que o assentamento judaico na Terra de Israel é um “valor nacional”.  Vejam que a linguagem da Liga das Nações de 1920 sobre o Mandato da Palestina, explicitamente instrui o governo inglês a “encorajar ...o assentamento de judeus na terra”.

Não vou entrar no mérito se a Knesset devia ou não debater e aprovar uma lei interna que declara que “a Terra de Israel é a pátria histórica do povo Judeu, aonde o Estado de Israel foi estabelecido”. Isto é um assunto para o legislativo de um país soberano e livre. Mas a reação a ela merece ser discutida para mostrar além de tudo a hipocrisia que Israel enfrenta.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas disse na terça-feira que esta lei “coloca obstáculos no caminho de alcançarmos a paz”. Sério??? Abbas tem a mesma credibilidade para falar do caminho da paz quanto o PCC falar sobre a reabilitação de presos.

Abbas jurou que nunca irá aceitar um só judeu no futuro Estado Palestino. Há alguns meses ele acusou os judeus de poluírem a esplanada do Templo com seus pés imundos. E absurdamente ele já rejeitou qualquer proposta de plano de paz submetida pela administração Trump. Ele está rejeitando algo que não ainda nem sabe o que é!

A OLP condenou severamente a lei dizendo que Israel estava destruindo a solução de dois estados e que esta lei tinha como objetivo implementar a Grande Israel e impor o judaísmo em toda a Palestina. A OLP disse que a lei legalizava o racismo e a discriminação em todos os aspectos e violava a lei internacional, tratados, os direitos humanos e princípios de democracia e igualdade”. Será possível? A Organização Para a Libertação da Palestina, que promove o ódio, que repete diariamente que os judeus são descendentes de porcos e macacos, falando de direitos humanos e igualdade! É o fim da picada!

O mufti de Jerusalem, Sheikh Mohamed Hussein disse que a lei expõe a face racista de Israel e que ela poderia levar a uma guerra religiosa. E aí tivemos o Hamas. Seu porta-voz Sami Abu Zuhri disse que a lei era prova da tentativa de Israel de dominar toda a região árabe e roubar suas riquezas naturais. O Hamas também acusou os Estados Unidos de “encorajarem o racismo de Israel ao apoiarem a ideia de uma pátria para o povo judeu”.

Às vezes me pergunto se eles acham que o mundo leva a sério estas declarações falsas e dementes. Mas temos apenas que lembrar do que aconteceu durante a Inquisição espanhola, os pogroms, o Holocausto e até os ataques de 9 de setembro para nos darmos conta das consequências das fake news.

E não é só sobre as leis que Israel aprova. Se uma pedra cai em Jerusalem seu impacto é ouvido nos quatro cantos do mundo. No começo da semana, uma pedra antiga de uns 200kg do Muro do Templo caiu na área pluralista chamada de Ezrat Israel.

E apesar de arqueólogos treinados não terem tido ainda a oportunidade de avaliar o que fez a pedra cair, Abbas anunciou que era uma tentativa de Israel de destruir a Mesquita de Al-Aqsa e construir o Terceiro Templo no lugar. Apesar da ideia dele ser excelente, sabemos que isto é mentira.

No mundo árabe a população desenvolve suas visões políticas no bazar. Mas será que eles podem mesmo acreditar nisto? Apesar de Abbas ter perdido toda a credibilidade com o mundo ocidental, ele ainda possui uma arma: a incitação. E foi esta incitação esta semana que causou a morte de Yotam Ovadia, de apenas 31 anos, assassinado por um débil mental de um vilarejo árabe que acreditou que ao matar Ovadia estaria de algum modo salvando a mesquita de Al-Aqsa. O débil mental foi morto, mas Ovadia deixou dois filhos pequenos de três anos e um ano que nunca conhecerão seu pai e uma viúva jovem e em desespero.

Embora a pedra tenha sido removida, o porta-voz jordaniano Jumana Ghneimat denunciou sua remoção dizendo ter sido “uma interferência na jurisdição do Departamento Waqf (controlado pelos jordanianos)”.

Osama Qawassmeh, porta-voz do Fatah, da qual Mahmoud Abbas também é presidente, rotulou incidente de "um sinal perigoso sobre as escavações arqueológicas israelenses perto do Monte do Templo, e declarou: “Afirmamos que a Mesquita Al-Aqsa e seus arredores, incluindo o que está abaixo dela, são puramente islâmicos. Os judeus não têm direito a isso”.

Aparentemente, o mero fato de judeus visitarem o Monte do Templo e andar nele é um crime flagrante contra todas as religiões e especialmente o Islã.

Nada sobre as toneladas de terra que os palestinos continuam a retirar de baixo da mesquita para supostamente alargar a sala gigante que construíram nos Estábulos de Salomão. É... a melhor defesa é o ataque...

O alvoroço dos palestinos nada mais é do que outra tentativa de obter mais simpatia para sua causa. Os líderes muitas vezes tentam pintar os israelenses e aqueles que os apoiam como infiéis. Seu clamor para Israel entregar Jerusalém aos palestinos faria a cidade retroagir décadas. É mais uma tentativa de forçar Israel a aceitar uma Autoridade Palestina imbuída de terrorismo como “parceira da paz”.

O ponto final é o seguinte: Israel nunca permitirá que a Autoridade Palestina tenha jurisdição sobre Jerusalem, não permitirá o estabelecimento dos chamados “refugiados” em Israel própria, não permitirá aos palestinos um espaço aéreo, um exército ou que façam tratados com outros países.

Para haver paz, os palestinos precisam parar de fingir que isso vai acontecer. Donald Trump teve razão ao dizer que a paz só pode ser construída em base da verdade. E será só quando os palestinos reconhecerem esta verdade que eles poderão negociar realisticamente e até alcançarem algo como um Estado. Mas para isso eles precisarão de um líder que realmente tenha os interesses do povo como prioridade. E não usá-lo para engordar suas contas no exterior.

Até lá os palestinos continuarão a viver de mentiras, propagando engodos e almejando fantasias delirantes.  

Sunday, July 22, 2018

A Cupula Trump-Putin e a Histeria da Esquerda - 22/07/2018


Parece que a mídia anda com o cabelo em fogo e mais gasolina é jogada assim que o presidente Trump acorda a cada manhã. Se não fosse tão sério seria cômico. Esta semana em particular foi um carnaval de declarações absurdas e ofensivas. A reação da mídia ao encontro de Trump com Putin em Helsinque chegou a ser comparado na MSNBC ao ataque do Japão a Pearl Harbor em 1941 e à Noite dos Cristais quando os nazistas atacaram as residências e negócios dos judeus na Alemanha em 1938(!)

Na coletiva de imprensa em Helsinque um repórter da Associated Press quis enquadrar o presidente Trump e perguntou se ele acreditava mais em Putin que negou ter tentado influenciar as eleições americanas ou nas agências de inteligência que confirmaram seu envolvimento. Com Putin alí do lado e Trump tentando abrir um diálogo com o presidente russo para discutir problemas realmente importantes como reduzir a influência do Irã no Oriente Médio, sua presença na Síria e ameaças a Israel, a anexação da Criméia, a Coreia do Norte, e outras coisas, a última coisa que Trump precisava  era ser obrigado a chamar Putin de mentiroso em público e ao vivo em cadeia internacional.

Trump tentou dizer que ele não via razão para a Rússia tentar influenciar as eleições americanas. A mídia em peso entendeu que ele estava humilhando o FBI e as outras agências de segurança e saiu denunciando a resposta antes mesmo da conferência terminar. A reação dos democratas e do resto da esquerda foi a de um moleque com déficit de atenção e hiperatividade em esteroides. O diretor da CIA de Obama, John Brennan chamou Trump de “traidor”, e o acusou de ter cometido um “alto crime”. Madeleine Albright ex-secretária de estado se disse “preocupada” que Trump tivesse passado segredos para Putin e daí para baixo.

Interessante que a reação da mídia não chegou nem perto quando Obama foi pego por um microfone aberto dizendo ao pé do ouvido do primeiro ministro russo Medvedev para avisar Putin que ele teria “mais flexibilidade depois de sua reeleição”. Ou quando Obama zombou de Mitt Romney no debate de 2012 dizendo para ele sair dos anos 80, pois a guerra fria já tinha acabado.

Trump se encontrou com Putin como parte de suas obrigações como líder dos Estados Unidos, coisa que todos os presidentes americanos fizeram desde a Segunda Guerra Mundial.

A segurança nacional dos EUA e, de fato, a segurança internacional dependem dos líderes das duas maiores potências do mundo manterem sua cooperação. A capacidade dos líderes americanos e russos de trabalharem juntos tem um papel fundamental na prevenção de outra guerra mundial. Teria sido negligente se Trump tivesse recusado este encontro com Putin.   

Duas questões críticas, a presença do Irã na Síria e o arsenal nuclear da Coréia do Norte, foram objeto de discussão entre Trump e Putin. Suas observações sobre os dois assuntos mostraram a importância desta reunião para a segurança nacional dos EUA e para a estabilidade global a curto e longo prazo.

Antes de se encontrarem em Helsinque, a perspectiva de guerra entre Israel e o Irã e a Hezbollah na Síria era quase certa. Na segunda-feira, as forças do regime sírio - dominadas pelo Irã através da Guarda Revolucionária, unidades da Hezbollah e forças da milícia xiita controladas pelo Irã - começaram sua ofensiva para assumir o controle da região de Quneitra, no lado sírio da fronteira com Israel.

Se o Irã conseguir consolidar suas forças, ou as forças da Hezbollah na Síria especialmente ao longo da fronteira com Israel, Israel terá que ir à guerra para expulsar o Irã pela força. Israel simplesmente não pode aceitar uma situação que envolva uma presença iraniana permanente na Síria, especialmente considerando que o Irã controla o Líbano através da Hezbollah.

Em seus comentários, Putin e Trump disseram que estão comprometidos com a segurança de Israel. Putin disse que concorda que o acordo de retirada das forças de 1974 entre Israel e a Síria deve ser respeitado. O acordo impede que as forças militares sírias sejam enviadas para a fronteira com Israel e limita sua implantação na área adjacente a ele. Trump afirmou abertamente que os EUA apoiam os esforços de Israel para impedir que o Irã fortaleça suas forças na Síria.

Essas observações foram importantes por duas razões: Uma é que os líderes das duas maiores potências da terra enviaram uma mensagem conjunta alta e clara para o Irã e para a Hezbollah.

O Irã vai entender dos Estados Unidos que ela está pronta a enviar tropas e lutar ao lado de Israel assim como o fez com seus aliados na Síria para derrotar o Estado Islâmico. Putin, por seu lado, deixou claro que apesar dele apoiar o regime de Assad para proteger primariamente suas bases no país, ele não lutaria ao lado do Irã numa guerra com Israel e pior, com os Estados Unidos.

Embora essas declarações possam não convencer o Irã e a Hezbollah a retirarem suas forças da Síria imediatamente, elas jogaram um balde de água fria nos planos imediatos dos aiatolás de arrastarem Israel para uma guerra.

Se este tivesse sido o único resultado da cúpula, sua importância seria incontestável. Mas há um segunda razão. A reunião Trump-Putin locou em questão a viabilidade a longo prazo da parceria russo-iraniana.

Alguns dias antes da cúpula em Helsinque, o principal conselheiro de assuntos internacionais do líder supremo do Irã, Ali Akbar Velayati desembarcou em Moscou para uma reunião com Putin. Num comunicado ele disse que o Irã tinha interesse "apenas num relacionamento estratégico e de longo prazo com a Rússia". A mensagem de Putin é que hoje ele está vendendo o Irã em troca de um relacionamento melhor com os Estados Unidos e Israel (e conseguir o levantamento das sanções impostas a ele pela anexação da Criméia).

A própria noção de que um presidente americano possa cometer traição ao buscar uma relação de cooperação com o líder da Rússia é um absurdo. Declarações que acusam Trump de traição e chamam os militares para derrubá-lo são aterrorizantes. Elas demonstram que os adversários de Trump estão tão obcecados em deslegitimar sua presidência, com encontrar um meio qualquer para justificar um impeachment que estão dispostos a arriscar uma guerra mundial para alcançar seus objetivos.

Quando consideramos a histeria dos críticos de Trump por um lado, e as extraordinárias realizações alcançadas por ele em Helsinque do outro, precisamos agradecer que Trump estava disposto, como ele disse, a "assumir um risco político em busca da paz", em vez de "arriscar a paz em busca de ganhos políticos". Nesta semana os Estados Unidos e o mundo se beneficiaram enormemente de sua coragem.

   

Tuesday, July 17, 2018

O Hamas Envia o Sul de Israel Para os Abrigos - 15/07/2018


As comunidades do sul de Israel passaram este final de semana correndo para os abrigos contra bombas, acalmando as crianças e avaliando o estrago causado por mais de 190 mísseis e dúzias de tiros de morteiros vindos da Faixa de Gaza. Quando nos é dito que cada sirene dá apenas 15 segundos para alguém sair da cama, pegar os filhos e alcançar o abrigo, imaginem o que estes moradores têm passado nestes anos. É um milagre que desta vez houve somente 3 feridos.

Depois de uma semana inteira batalhando centenas de pipas em fogo, de balões com explosivos e até camisinhas cheias de gás hélio carregando coquetéis molotov que já queimaram 30 milhões de metros quadrados de reservas naturais, plantações e pomares, na sexta-feira, o exército de Israel se deparou com granadas na fronteira aonde um soldado foi ferido. Israel então decidiu dar um basta e atingiu os campos de treinamento, armazéns e bases do Hamas aonde dois palestinos morreram. Além disso, Netanyahu mandou fechar a travessia Keren Shalom, por onde passam por dia mais de 250 caminhões com toneladas de alimentos, remédios, todo o tipo de material, inclusive cimento que os palestinos usam para seus construir seus tuneis de terror e gás hélio para hospitais, deixando somente a ajuda humanitária absolutamente necessária.

Imediatamente o Hamas acusou Israel de ser “criminosa de guerra”. Pessoal, não dá para acreditar o que está se passando. E assim que seu estoque de misseis parece ter se reduzido substancialmente, o Hamas e o Jihad Islâmico declararam um “cessar-fogo”. Isto quer dizer, eles atacam e logo em seguida impedem Israel de responder.

E a mídia internacional, senhoras e senhores, é descarada em sua escandalosa cobertura destes eventos. As manchetes foram de “Dois palestinos mortos em combate com Israel” a “Israel dá o golpe mais duro no Hamas deste a guerra de 2014 em Gaza”. E é claro, os artigos são recheados de informações sobre a suposta catastrófica situação da população e da sempre “iminente” crise humanitária.

Desde que Israel saiu de Gaza em 2005, seus ardentes inimigos afirmam que a Faixa continua sob “ocupação” e sempre a beira de uma crise humanitária. Interessante que durante os sete anos da guerra civil na Síria nunca se falou de crise humanitária como fome em massa e a propagação de epidemias relacionadas com a fome. Similarmente durante os dois anos de guerra contra o Estado Islâmico, nunca houve uma crise humanitária entre os 5 milhões de pessoas que os terroristas controlavam.

Vamos colocar as fake news de lado. O fator mais importante por trás das verdadeiras crises humanitárias - o espectro da fome em massa e das doenças contagiosas - é, antes de mais nada, o colapso da lei e da ordem, e a violência entre as milícias e as gangues. Esta foi a história de Darfur, na Somália, na República Centro-Africana e hoje no Iêmen aonde 8 milhões de pessoas estão morrendo de fome e mais de um milhão contraíram a cólera. Em tal situação, os primeiros a sair são as agências de socorro, as equipes médicas locais, os funcionários do governo e a polícia deixando os necessitados indefesos.

Este cenário não poderia estar mais longe da realidade de Gaza. O Hamas, a principal fonte destas fake news, governa Gaza com mão de ferro. Poucas democracias desenvolvidas no mundo podem se gabar das baixas taxas de homicídio que prevalecem em Gaza. Ausente é qualquer notícia sobre o fechamento de um hospital, uma escola, universidade ou uma repartição em Gaza.

Também, não há qualquer notícia sobre a saída de agências de assistência ou de seus empregados, ou do fechamento de organizações de direitos humanos. E a Organização Mundial da Saúde, que monitora rigorosamente o mundo para prevenir o surto de doenças contagiosas, não anda de olho em Gaza.

E por uma boa razão. A OMS sabe que centenas de médicos em hospitais israelenses mantêm contato direto com seus colegas em Gaza e que Israel supre todas as necessidades de remédios e equipamento. Não é de admirar, então, que a expectativa de vida em Gaza, aos 73 anos, seja quatro anos maior do que a média mundial. Além disso, todas as escolas e postos de saúde são pagos e gerenciados pela ONU. Gaza deve ser a inveja de países como o Sudão e o Iêmen.

O mesmo site do Hamas na Internet, Resala.net, que alerta o mundo para uma crise humanitária iminente, apresenta vídeos sobre sua crescente indústria de veículos usados em Gaza. Outro site mostra jovens surfando na praia de Gaza. E foi por isso que o enviado especial do presidente americano, Jason Greenblatt perguntou por que o Hamas não gasta os 100 milhões de dólares que recebe do Irã para resolver sua suposta crise humanitária?

A resposta é óbvia. O Hamas quer todo o dinheiro da ajuda internacional e dos impostos que cobra pelos caminhões que entram na Faixa para pagar sua milícia, o contrabando de armas e materiais para aumentar seus estoques de mísseis e a construção de túneis.

Então o problema não é só Israel ter que lidar com todos os tipos de ataques diários do Hamas e seus soldados. É lidar com a mídia internacional que não tem limites para expressar sua parcialidade e ódio ao Estado judeu. Quando ela põe ênfase na reação de Israel sem contar verdadeiramente o que ocorreu para provocar esta reação, a mídia está prontificando o leitor a se posicionar contra Israel.

Todos lembram do que aconteceu no dia da inauguração da embaixada americana. A manchete dos jornais de todo o mundo apontava o dedo acusador a Israel por ter supostamente matado uma bebê de 8 meses com gás lacrimogênio.

Pareceu irrelevante na ocasião para a mídia perguntar o que fazia um bebê no meio de uma manifestação violenta para quebrar a grade de separação com Israel. Mas pior ainda foi a falta de retratação da mídia quando veio à tona o fato do Hamas ter pago 8 mil shekels para a mãe levar para a grade o corpo da menina que já estava morta por um defeito genético.

E isso sem falar dos 60 mortos que o Hamas confessou serem seus “soldados” e não civis inocentes como haviam publicado. Um povo que vive na mentira e vive da mentira.

A reação de Israel deveria ser óbvia. Nenhum país iria permitir uma chuva de 190 mísseis em seu território sem uma resposta à altura. Mas Israel se sente amarrada pela mídia e pelos políticos, e isto só encoraja a violência no outro lado.

Israel precisa ser proativa com a mídia. Denunciar o que o outro lado está fazendo antes de ser obrigada a justificar suas reações. Além disso, acho que chegou a hora de nos voltarmos para a população de Gaza para acusar seus líderes. Seu nojento comércio de corpos, a escavação inútil de túneis e o lançamento de mísseis que apenas convidam as represálias israelenses contra a população enquanto que os comandantes do Hamas e suas famílias se escondem dentro dos túneis como ratos para fugirem do perigo. 

Que o povo de Gaza, que votou pelo Hamas, acorde e saia para as ruas e não para a cerca de separação com Israel.


Sunday, July 8, 2018

Os Compromissos de Valores Que Israel Não Pode Fazer - 8/7/2018


Na abertura de seu épico documentário “Shoah” de 1985, o diretor francês Claude Lanzmann reconta a historia de Simon Srebnik que aos 13 anos de idade, sobreviveu a um tiro na cabeça, na última “limpeza“ de judeus que os alemães tentaram fazer apenas dois dias antes da chegada do exército vermelho no campo de extermínio de Chelmno na Polônia.

Srebnik foi um dos dois únicos sobreviventes de Chelmno, aonde mais de 300 mil judeus foram exterminados. Chelmno era um dos seis campos de extermínio na Polônia, junto com Treblinka, Sobibor, Auschwitz-Birkenau, Belzec e Majdanek.  

Lanzmann fez Simon Srebnik retornar ao vilarejo de Chelmo, 40 anos depois não só para filmar suas reações, mas ouvir a sua narrativa, a dos moradores locais e a dos perpetradores do maior genocídio da história.

Quando os locais viram Srebnik se lembraram dele, por causa de sua voz porque os nazistas o forçavam a cantar para eles, e disseram que estavam felizes em vê-lo. Eles contaram que ele parecia um cadáver naquela época, e que "não podiam não saber" o que estava acontecendo ao lado. "Os judeus gemiam de fome", disse um morador. E, no entanto, embora soubessem que os judeus estavam passando fome e sendo mortos diariamente em caminhões de gás, os moradores de Chelmo disseram que a razão pela qual os nazistas queriam matá-los é "porque eles eram os mais ricos". Que suas malas - mantidas na igreja local - estavam "cheias de ouro", e que "eles também tinham ouro em suas roupas" e "objetos de valor".  

Neste ponto da entrevista, o antissemitismo subiu a um nível desagradável - do judeu ganancioso e amante de ouro - para outro: os assassinos de Cristo. "Os judeus condenaram o inocente Cristo à morte", parecia um detalhe pertinente para um morador, que alegou que o rabino de Chelmo chegou a confessar sua culpa pela morte de Jesus.

Em outras palavras, eles estavam contentes de ver Srebnik vivo - mas se tivesse sido assassinado, o teria merecido.

Mais da metade dos seis milhões de judeus assassinados no Holocausto eram poloneses. Não foi por acaso que os campos de extermínio foram construídos na Polônia. Os nazistas contavam com a colaboração e o antissemitismo da população local.

Onde os governos e as populações se recusaram a colaborar, os nazistas tiveram muito pouco sucesso em exterminar os judeus. Como já disse aqui anteriormente, foi o caso da Dinamarca, mas especialmente da Bulgária. Em março de 1943, os búlgaros saíram às ruas de todo o país contra as leis raciais que afetavam os judeus e bloquearam os trilhos dos trens que os levariam à morte. Isto convenceu o governo a impedir o assassinato dos 48 mil judeus búlgaros. E isso apesar da Bulgária ter se aliado a Hitler durante a guerra!

Durante o Holocausto, em Jedwabne, os poloneses trancaram centenas de judeus em um celeiro e o atearam em fogo. Há muitas histórias de judeus que voltaram para suas casas depois da guerra e foram assassinados ou ameaçados por poloneses. Um exemplo famoso foi o Pogrom de Kielce de 1946 aonde 42 judeus foram assassinados acusados de um libelo de sangue. Em 1968, após a Guerra dos Seis Dias, o governo polonês “expurgou” os judeus das forças armadas e de seus empregos, chamando-os de quinta coluna. Mais de 20.000 judeus emigraram da Polônia nos anos subsequentes.

É compreensível que a Polônia não goste da expressão "Campos de extermínio Poloneses". Ninguém quer ser culpado de genocídio, mesmo que seja um termo geograficamente correto, não político. Mas isto está bem longe da tentativa de um país de não só negar seu papel neste capítulo negro da humanidade, mas apaga-lo de vez. Esta foi a motivação desta lei que pune pessoas por denunciarem a cumplicidade da Polônia e dos poloneses com os nazistas.

Na semana passada parecia que a crise havia passado. A notícia circulou que o governo polonês havia revisado a lei descriminalizando a conduta de acusar a Polônia e os poloneses. O primeiro ministro polonês, Mateusz Morawiecki publicou uma declaração conjunta com o premier israelense Benjamin Netanyahu aparentemente resolvendo o impasse entre os dois países. Mas a crise voltou com toda a força na quinta-feira quando a Polônia resolveu publicar o conteúdo da declaração em Hebraico nos jornais de Israel e na língua de cada país da Europa. A Polônia nem se importou que a declaração impunha a publicação da declaração somente em Inglês que fora o texto acordado.

E o texto em hebraico, alemão, francês e polonês adota completamente a versão distorcida da história que a Polônia quer vender. O tapa na cara da Polônia foi tão escandaloso que o Yad Vashem, o Museu do Holocausto e repositório de toda a memória do genocídio judeu, categoricamente rejeitou a declaração, dizendo que ela continha graves erros e decepções.

Primeiro, a declaração compara a tragédia dos judeus do contexto histórico e da realidade da Polônia ocupada dizendo que “algumas pessoas, de todas as origens, religião e visões do mundo, revelaram seu lado negro durante aquela época”. Além da insinuação escandalosa que judeus também “revelaram seu lado negro naquela época”, os que revelaram este lado negro não eram sem identidade. Eles eram poloneses católicos que colaboraram com as forças de ocupação nazista, que eles supostamente odiavam, a perseguir os judeus poloneses.

Segundo, a declaração equipara o antissemitismo com anti-Polonianismo condenando o primeiro e rejeitando o segundo. Isto é um verdadeiro escândalo. Quem está sendo atacado na rua por ser polonês em 2018? Enquanto isso, o antissemitismo na palavra e na ação violenta está em ascensão.

É verdade que a Polônia foi ocupada pelos nazistas. Ao contrário de outros países, ela não tinha o seu próprio governo colaborador nazista – excluída a polícia. E também é fato que o governo polonês no exílio puniu os colaboradores nazistas. Os nazistas também mataram milhões de poloneses não judeus. Também sabemos que haviam kapos judeus, ou “perpetradores judeus”, como Morawiecki os chama. E houveram vários casos de poloneses que esconderam, protegeram e salvaram judeus da morte. Todas essas declarações são verdadeiras. Mas nenhuma delas aborda o problema real do por que a Polônia, depois de 73 anos do fim da guerra, se sente compelida a punir qualquer um que diga que o Estado ou cidadãos poloneses participaram do Holocausto.

E isso nos leva à segunda questão: porque Netanyahu, filho de um historiador renomado, concordou com esta palhaçada? Será que o beneficio de manter uma boa relação diplomática e comercial com a Polônia, justifica o preço? Israel não está exatamente “isolada”. Nos últimos dois meses três países mudaram suas embaixadas para Jerusalem, o príncipe William da Inglaterra visitou o país, a Indonésia, o maior país muçulmano do mundo decidiu permitir a visita de turistas israelenses, o primeiro ministro húngaro, e o presidente filipino estão de viagem marcada.

Em geral, um país pequeno como Israel, isolado em sua região e enfrentando ameaças de todos os lados, não pode ser muito exigente quando se trata de construir laços com outros países. Mas um limite deve ser traçado. Para o único estado judeu, o antissemitismo e o Holocausto devem ser este limite.

Israel não pode comprometer a verdade. Ela tem um imperativo moral de não deixar o mundo ignorar o flagelo do antissemitismo, passado ou presente.

Parece digno Lanzmann tenha morrido nesta semana aos 92 anos. E como ele escreveu em sua autobiografia: "Eu não fiz o documentário 'Shoah' em resposta aos revisionistas e negadores do Holocausto: não se discute com essas pessoas."




Sunday, July 1, 2018

O Futuro Improvável do Partido Democrata e dos Aiatolás do Irã - 01/07/2018


Numa chocante virada nesta semana, o deputado federal democrata de longa data por Nova Iorque Joe Crowley perdeu a eleição primaria para uma organizadora comunitária de 28 anos de idade novata na política. Foi chocante porque Crowley deveria suceder a líder do Partido Democrata no Congresso Nancy Pelosi. Apesar de Crowley ter arrecadado uns $3 milhões de dólares para sua campanha ele caiu para uma candidata que usou apenas um vídeo, seu cartão de membro dos Socialistas Democratas da América e uma agenda totalmente de esquerda.  

Alexandria Ocasio-Cortez não quer só assistência médica gratuita para todos nos Estados Unidos (ela deve ter se inspirado no sucesso do SUS no Brasil) e educação universitária gratuita (seguindo a experiência positiva da Venezuela), mas prega uma garantia federal de empregos (quer dizer qualquer um que quiser terá direito a um emprego no governo), um endurecimento com as empresas listadas na Bolsa de Valores (aquelas que geram empregos e pagam os impostos que ela quer usar para pagar os salários dos milhões de funcionários públicos e assistência médica), e ela também quer desmantelar a Agencia de Fiscalização Alfandegária e de Imigração. Ela quer fronteiras abertas para qualquer um entrar nos Estados Unidos incluindo traficantes de drogas, traficantes de mulheres e porque não, traficantes de crianças e terroristas.

Ela não quer nem saber o que criminosos e gangues que matam, distribuem drogas, estupram e trafegam fazem nos Estados Unidos. O que a ofende são as imagens de ilegais sendo deportados, alguns, pela 15ª vez e depois de terem servido sentenças em prisões americanas por todo tipo de crime violento. É este o futuro do partido democrata americano?

E sem surpresa, a señorita Cortez também é pró-palestina. Ela declarou em sua campanha que a colonização da Palestina era similar a de Porto Rico e sobre a “Marcha de Retorno de Gaza” ela disse que havia sido um massacre injustificado perpetrado por Israel. Quanta sabedoria! Ela foi enormemente elogiada pelo site Crônicas Palestinas. As outras notícias publicadas pelo site são as oliveiras palestinas atacadas pelos “colonos judeus” e uma reportagem sobre o campo refugiado de Jenin. Imaginem um campo de refugiados palestino mantido na própria Palestina. Jenin e seus subúrbios são governados exclusivamente pela Autoridade Palestina que estes palestinos em Jenin elegeram. Porque ainda são considerados refugiados?  É como se tivéssemos um campo de refugiados para gaúchos em Porto Alegre.

Mas o bairro ao norte da cidade de Jenin continua a ser chamado de campo de refugiados porque é assim que a Agencia para Refugiados Palestinos consegue dinheiro dos países ingênuos que continuam a financiar este injusto elefante branco.

A UNRWA diz dar assistência a uns cinco milhões de palestinos refugiados e seus descendentes. Ela tem mais de 30 mil empregados e um orçamento de 1.3 bilhões de dólares anuais. Não só é a primeira vez que descendentes até a quarta ou quinta geração até hoje são considerados refugiados, mas não há como verificar os números da UNRWA. A outra agencia da ONU responsável pelos outros 70 milhões de refugiados espalhados em 128 países do mundo, tem um orçamento de 7.7 bilhões e apenas 11 mil empregados.

A corrupção na UNRWA é endêmica e muito cômoda para a Autoridade Palestina. É ela que fornece toda a saúde e educação para os palestinos permitindo a Abbas e ao Hamas se concentrarem em perpetrarem a guerra contra Israel.

E por falar de Israel, ela foi severamente castigada esta semana por ter declarado que não irá aceitar refugiados sírios em seu território. Até agora, Israel tem dado ajuda humanitária e médica para milhares de sírios ao custo de dezenas de milhões de dólares. A situação chegou a tal ponto que o hospital Ziv de Safed ameaçou pedir falência se o governo não cobrisse seus custos. São rebeldes e civis que chegam à fronteira feridos e outros que precisam de cuidados como mulheres grávidas e crianças. Só nesta semana o exercito de Israel entregou 300 tendas, 50 toneladas de remédios, roupas e alimentos e admitiu dezenas de doentes inclusive crianças pequenas em vários hospitais no país. Mas a imprensa cala sobre isto. E não fala nada sobre a Jordânia que também declarou que não irá aceitar refugiados sírios.

E porque Israel está esperando uma onda de refugiados da Síria agora? Por que o exercito de Assad retomou o controle de várias áreas no sul da Síria aonde o Irã quer estabelecer bases militares ao custo de milhões de dólares. E foi por isso que pela primeira vez desde que os protestos começaram no Irã que ouvimos em vez de Morte a Israel, Morte aos Palestinos! Sim senhores, ouviram bem: Morte aos Palestinos, pois é em nome de sua causa que os aiatolás estão roubando o dinheiro do povo iraniano.

O povo do Irã está cheio do seu governo. E não adianta o comandante da Guarda Revolucionária declarar que “hoje a incitação terminou” como o fez em Janeiro. O povo está de volta às ruas reclamando da inflação galopante, falta de produtos nas prateleiras e desemprego. A causa: a política interna construída sobre as exportações de petróleo dos aiatolás que roubaram os iranianos de seu futuro. Se fossem inteligentes, teriam usado a renda do petróleo para diversificar a economia, incentivar a indústria e serviços criando empregos, dignidade, mobilidade e esperança para o povo. Mas esta liberdade econômica teria causado o desejo de liberdade de expressão, liberdade de criticar a classe religiosa e de se abrir culturalmente além de gerar anseios políticos.

Ao manter o povo acorrentado economicamente, os aiatolás paralisaram o povo politicamente e como qualquer ditadura que se sente investida por Deus - ou neste caso por Alá - eles decidiram usar os recursos do povo iraniano para exportar sua revolução perversa.

O Irã, ou como era conhecida a Pérsia, está tentando expandir seu império há 1.400 anos. Naquela época sua marcha começou gloriosa e terminou em catástrofe. Ela conseguiu vencer os bizantinos invadindo o que é a Síria, a Turquia e o Egito. Isto causou o rancor nos exércitos árabes que empurraram os exércitos persas de volta para a Pérsia, aí a invadiu e finalmente substituiu seus líderes e sua religião. Hoje a arrogância dos iranianos os está levando a provocar até a Rússia que já está instalada na Síria e Israel ao enviar drones e estabelecer bases perto do Golan expondo a população síria a ataques.

E é por isso que neste final de semana dezenas de milhares de ativistas iranianos, europeus e americanos se encontraram em Paris para exigir uma mudança de regime no Irã. Mas isto não irá acontecer pacificamente. A Guarda Revolucionária é um estado dentro de um estado com muito poder e os aiatolás tem verdadeiro medo de que o povo fará com eles o que eles fizeram com os seguidores do Xá. A boa noticia é que poderemos ter uma resolução do problema nuclear iraniano, de suas ameaças à instabilidade do mundo, de sua busca por hegemonia, não de fora, mas de dentro do Irã. O povo não precisa procurar um líder para repor o regime. Só precisa ter coragem de se livrar desta cambada e terá todo o apoio do mundo civilizado.