Sunday, December 22, 2019

O Impeachment de Trump e a Farsa do TPI - 22/12/2019


O maior furo de reportagem desta semana foi o que todo o mundo já esperava. A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos declarou o impeachment do presidente Trump. Mas contrariamente ao que a porta-voz Nancy Pelosi prometera, a declaração não foi nem bipartidária nem com o consenso do povo. Na verdade, o consenso bipartidário foi de não declarar o impeachment. Nenhum deputado republicano votou a favor e dois deputados democratas votaram contra. Um deles, tão afetado pela farsa que mudou de partido. E as pesquisas de opinião mostram que a grande maioria do povo é contra este impeachment.

Os fundadores dos Estados Unidos instituíram o impeachment como uma medida de emergência para remover um presidente quando ele cometesse um alto crime ou traição. O absurdo desta situação é que os democratas não conseguem apontar para qualquer crime que Trump tivesse cometido. Os dois artigos de impeachment que eles votaram são: primeiro – que ele teria cometido abuso de poder e o segundo, que ele teria desacatado a Câmara dos Deputados. É realmente um absurdo. Teria feito mais sentido se tivessem colocado: artigo 1: Trump não deveria ter sido eleito em 2016 e 2: não pode de jeito nenhum ser reeleito em 2020.

Trump foi alguém que quebrou todos os moldes da política americana. Nunca foi um político, cumpriu tudo o que prometeu doesse a quem doesse e criou a melhor economia da história dos Estados Unidos. E o que ele ganhou com isso? Impeachment. É inacreditável.

E o desespero dos democratas é ainda mais agudo porque não há um só candidato democrata que poderá vencer Trump em 2020. No último debate dos democratas que ocorreu esta semana, os dois candidatos que estão na liderança, Joe Biden e Bernie Sanders pareciam aqueles dois velhinhos sarcásticos dos Muppets. Ninguém os levou a sério. O único que pareceu mais racional foi Andrew Yang, um chinês americano de 44 anos com doutorado em física. Mas os eleitores democratas não querem um candidato deste. Eles querem ouvir aquela retórica radical socialista, jorrar o ódio contra aqueles que conseguiram vencer na América e a promessa de tirar deles cada tostão. Mas a maioria dos americanos é frontalmente contra esta ideologia e vão mostrar isto nas urnas em 2020.

Pois é. Com a melhor economia de todos os tempos, as menores taxas de desemprego aqui na América estamos vivendo um verdadeiro circo. Mas a Europa não está atrás.

Nesta semana acabaram as especulações de quatro anos sobre se a promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, iria ou não abrir uma investigação sobre supostos crimes de guerra de Israel como resultado dos assentamentos na Judeia, Samaria e Jerusalem e da guerra em Gaza em 2014.

Fatou Bensuda é uma advogada muçulmana de Gâmbia, que foi nomeada promotora chefe do TPI em 2012. Ela resolveu finalmente abrir esta investigação, ao que parece por causa da declaração de Mike Pompeo, Secretário de Estado Americano, de que o conflito entre Israel e os palestinos não será resolvido por uma solução judicial mas somente por negociações entre as partes. E que os Estados Unidos não veem os assentamentos israelenses como ilegais. E não o são como já expliquei aqui várias vezes.

Bensouda desconsiderou os argumentos de Israel de que o tribunal não tinha jurisdição no caso, já que os territórios palestinos não constituem um estado. Ela simplesmente disse que a investigação serviria aos interesses da justiça.

O dia 20 de dezembro provavelmente será lembrado como o dia em que a Autoridade Palestina, que levou o caso ao TPI cinco anos atrás, obteve sua maior vitória. É também o dia em que a Corte, que já tem sua legitimidade questionada - começará a declinar e cairá em irrelevância como aconteceu com o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O Conselho de Direitos Humanos, se tornou um corpo sem qualquer relevância precisamente porque os palestinos conseguiram sequestrar sua agenda e impor uma campanha única para deslegitimar e demonizar Israel.

O TPI em Haia parece agora seguir a mesma direção, embora Bensouda tivesse tentado apresentar algum senso de equilíbrio, dizendo que também investigaria possíveis crimes de guerra cometidos pelo Hamas e "grupos armados palestinos", isso não chega a ser uma gota no oceano já que a Autoridade Palestina aplaudiu calorosamente a recomendação da promotora.

Até agora Israel, que nunca foi signatária do Tribunal Penal Internacional, se absteve de atacar sua legitimidade já que o tribunal reconheceu em algumas ocasiões, a independência e eficácia do poder judiciário israelense.

Mas durante anos, os palestinos usaram o TPI como um bordão sobre Israel, ameaçando ir ao tribunal para obter concessões do Estado Judeu. Não há dúvida de que a recomendação da promotora do TPI é muito problemática porque se Israel for condenada por crimes de guerra, seus líderes que poderão ser presos se viajarem para fora do país.

Mas por outro lado, não há dúvida de que Israel não vai aceitar isso quietinha. Ela vai lutar e tentar fazer com que o tribunal não continue o processo usando seus maiores aliados.

E o mais importante nessa batalha são os Estados Unidos que já têm uma história com Bensouda.

Em novembro de 2017, a promotora solicitou autorização aos juízes do TPI para investigar crimes de guerra no Afeganistão, supostamente cometidos pelos americanos.
Em março de 2019, Pompeo declarou que os EUA revogariam vistos de funcionários do TPI envolvidos na investigação e, inclusive, revogaram o visto de Bensouda. Um mês depois, os juízes rejeitaram o pedido de investigação de Bensouda dizendo que tal investigação "não serviria aos interesses da justiça".

Na sexta-feira, Pompeo twittou que os EUA “firmemente” se opõem a “essa investigação injustificada que atinge injustamente Israel”. A promotora do TPI decidiu iniciar uma briga que Israel e os EUA mostraram que têm toda intenção de revidar.

Às vezes, uma arma com uma bala é mais eficaz se carregada, mas nunca disparada. Por estar carregada, ela pode ser usada para ameaçar; mas não há volta quando a arma é disparada e erra o alvo. Embora esta investigação não seja boa para Israel, ela provavelmente vai acabar prejudicando o próprio Tribunal que assim como os democratas estão dando um tiro no próprio pé.


Sunday, December 15, 2019

A Crescente Onda de Antissemitismo na América - 15/12/2019


Na cidade de Jersey City, do outro lado do rio Hudson, na frente da ilha de Manhattan, nesta última terça-feira, dois homens armados invadiram e abriram fogo num supermercado casher que fica no meio da comunidade chassidica de Satmar da cidade. Seis pessoas foram mortas incluindo os dois assassinos que se identificavam com os Hebreus Negros – um grupo extremamente antissemita, anti-branco e anti-policia. O evento adicionou a cidade a uma lista crescente daquelas que sofreram agressão e assassinatos anti-judaicos, incluindo Poway e Pittsburgh.

Em quase 75 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto,  os judeus americanos gozaram de uma liberdade e oportunidade sem precedentes e se tornaram uma força extremamente proativa em todas as facetas da vida americana. Inexplicavelmente, hoje, em 2019, vemos um aumento assustador de violência antissemita.

O último relatório do FBI mostra que em 2018, 58% dos crimes de ódio foram cometidos contra judeus. Somente 18% contra muçulmanos; 4.5% foram anticatólicos e os outros 20% foram contra mais de 11 grupos. É uma das maiores taxas anuais de incidentes antissemitas em quase 40 anos. Em uma entrevista coletiva após o ataque de Jersey City na quarta-feira, o prefeito da cidade de Nova York, Bill De Blasio, declarou que "há uma crise de antissemitismo no país".

Ontem a sinagoga de Beverly Hills em Los Angeles foi vandalizada. Assentos foram quebrados, talitim rasgados, armários derrubados e livros de oração jogados pelo chão. O prefeito de Beverly Hills John Mirish disse que este não “foi um ataque só contra a comunidade judaica, mas um ataque a todos nós.”

Dois dias depois do massacre em Jersey City, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para combater o antissemitismo instruindo o Departamento de Justiça e o Departamento de Educação a abordar casos de discriminação contra judeus de acordo com a Lei dos Direitos Civis, que estipula que a discriminação com base em “raça, cor ou origem nacional” é proibida.

Também adota a definição de antissemitismo da Aliança International pela Lembrança do Holocausto, que afirma que os esforços para demonizar, deslegitimar ou aplicar padrões duplos a Israel são antissemitas.

Alan Dershowitz, o celebrado jurista e professor de Harvard, aplaudiu efusivamente o presidente durante a cerimonia que foi noticiada em apenas um canal.

Vamos por de lado hoje as reações da esquerda sobre a ordem que foram desde alegações de cerceamento de liberdade de expressão e críticas a Israel a um debate perturbador sobre se os judeus são uma nação, raça ou religião, passando por afirmações absurdas de que sua promulgação marca o início de uma era sinistra destinada a separar o povo judeu do resto do povo americano.

A única coisa necessária para o triunfo do antissemitismo é que aqueles que tem voz, a mídia, os jornalistas, não façam nada, não digam nada - a menos que seja politicamente conveniente. Lamentavelmente, muitos dos principais meios de comunicação aqui estão fazendo exatamente isso.

Vamos ver, por exemplo, o jornal Washington Post que é de Jeff Bezos, dono da Amazon. No dia 1 de dezembro último, o jornal publicou um perfil grandioso e cheio de elogios sobre uma tal Valerie Plame, uma ex-funcionária da CIA que agora está concorrendo a uma cadeira no Congresso no Novo México. O artigo incluiu várias fotos dela com celebridades de Hollywood e no Congresso Americano. Eles omitiram, no entanto, que ela pensa que “são os judeus americanos que estão conduzindo as guerras da América” como declarado num artigo que ela compartilhou de uma publicação “racista e antissemita”. O fundador desta publicação é um negador do Holocausto, repete a alegação que judeus bebem o sangue de não-judeus, afirmou que os judeus controlam a mídia e adoram Satanás. Plame é fã desta publicação tendo compartilhado vários outros artigos do site.

Nada impede que ela seja uma fã deste energúmeno. Mas o Washington Post nem sequer mencionou o fato que o próprio jornal publicou em setembro, antes dela se candidatar pelo partido democrata.

Não há justificativa para a falha flagrante do Post. Lamentavelmente, esta não é a única instância do Post encobrindo o sentimento antisemita da esquerda. Em 26 de novembro de 2019, em um artigo sobre a crítica do rabino inglês Ephraim Mervis a Jeremy Corbyn, o líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, por não abordar a crescente onda de antissemitismo em seu partido, descreveu Corbyn de modo enganoso, chamando este antissemita em série de "forte defensor dos direitos palestinos" e crítico feroz do governo de direita de Israel.

Isso é comprovadamente falso. Está mais que documentado que membros e ativistas do Partido Trabalhista inglês elogiaram terroristas, apoiaram a negação do Holocausto, comparam israelenses a nazistas e afirmam que Israel não deveria existir.

Mas o jornal não está sozinho no encobrimento do antissemitismo da esquerda. Muitos meios de comunicação social dedicaram uma cobertura considerável à decisão de Israel de barrar a entrada das congressistas norte-americanas Ilhan Omar (D-Minnesota) e Rashida Tlaib (D-Michigan). Ambas apóiam o movimento anti-Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que, segundo seu co-fundador Omar Barghouti, busca a destruição do estado judeu. Já em 2016 foram encontrados laços entre o BDS e grupos terroristas.

No entanto, a maioria das principais agências de notícias, incluindo o Post, USA Today e Politico.com, não notou que foi a organização Miftah, que elogiou homens-bomba e acusou judeus de consumir sangue cristão, que patrocinou a viagem planejada de Omar e Tlaib. O USA Today recebeu documentos da ONG “Monitor”, que monitora organizações sem fins lucrativos, revelando a sórdida história de Miftah - mas se recusou a incluir essas informações na atualização do artigo.

O fato de dois membros do Congresso serem patrocinados por uma organização que propaga libelos de sangue deveria ser digno de ser mencionado na mídia. Mas quando se trata de antissemitismo, o que "se qualifica" como digno de notícia está sendo cuidadosamente definido por um quarto estado que não está disposto frear um vírus que na memória da humanidade, matou milhões.

A história lembrará por muito tempo o que eles estão encobrindo. E não vai perdoar. A questão do antissemitismo é real demais para se tornar mais outra questão partidária entre direita e esquerda. A morte de vítimas inocentes em Jersey City, Poway e Pittsburgh significa que é hora de iniciar uma discussão franca e séria.



Sunday, December 8, 2019

A Farsa do Impeachment de Trump - 08/12/19


Tinha uma estória que era contada na faculdade de direito sobre um julgamento no sul dos Estados Unidos. No caso, depois do promotor ter apresentado a acusação, o juiz mandou o júri dar o veredito. Quando o advogado de defesa reclamou dizendo que ainda não havia apresentado o seu lado do caso, o juiz disse não era preciso por que só iria confundir o júri.

Pois é. Parece piada, mas foi exatamente isto que ocorreu esta semana no Congresso americano neste interminável circo que se tornou a investigação de impeachment.

Desta vez os democratas convidaram quatro testemunhas - professores de direito constitucional - para declararem que uma ligação telefônica era o suficiente para remover um presidente devidamente eleito.  E se ferraram.

Três dos professores foram convidados pelos democratas. Os republicanos só puderam convidar um - Jonathan Turley – que declarou não ter votado em Trump. Feldman de Harvard já havia publicado vários artigos dizendo que Trump deveria ser removido pelo simples fato de usar o Twitter.  Gerhard, da Universidade da Carolina do Norte contribuiu quatro vezes para a campanha de Obama e de Hillary. A instável professora Pamela Karlan de Stanford vomitou tanto ódio pelo presidente que chegou a ser repreendida pelos congressistas. Em sua alucinação, Trump teria usado o nós real para falar dele próprio, em sua conversa com o presidente da Ucrânia o que não fez qualquer sentido no contexto da conversa. Isto depois dela ter sido filmada alguns dias antes dizendo que atravessava a rua para não andar na mesma calçada dos hotéis Trump.

Como era de esperar, os três professores democratas chegaram à conclusão que um telefonema é o suficiente para impeachment. Isto faz qualquer um reconsiderar gastar milhares de dólares para enviar o filho a uma destas universidades.

Trump então anunciou que iria perguntar à Suprema Corte se ele poderia ser removido por causa de um telefonema. A reação dos democratas foi de dizer que ao recorrer ao Judiciário Trump estaria obstruindo a Justiça. Já viram algo assim?

Mesmo não sendo um fan de Trump, a testemunha republicana teve que dizer que os outros três estavam delirando. Que há um terceiro poder, o Judiciário precisamente para dirimir controvérsias entre o Executivo e o Legislativo. Mas isto não é importante. O que é importante para os democratas que não fizeram absolutamente nada no Congresso desde a eleição de Trump, é expressar o profundo ódio que estes alucinados têm pelo presidente mesmo antes dele ser eleito.

Turley ainda virou a mesa sobre os democratas dizendo que ao tentar remover um presidente por ele ter recorrido à Suprema Corte, o Legislativo, ou o Congresso americano estaria cometendo abuso de poder.

Nesta mesma semana e talvez como consequência deste fiasco, Nancy Pelosi, a porta-voz do Congresso, perdeu a paciência com a mídia, dizendo que Trump era um covarde por não banir o uso de armas e dar a cidadania a crianças ilegais.

Joe Biden enfrentou um eleitor de 83 anos que perguntou sobre a situação do seu filho Hunter e a empresa de óleo e gás da Ucrânia. Biden imediatamente chamou o sujeito de “maldito mentiroso” e o desafiou a uma competição de flexões e a um “teste de QI”.
Desde o seu testemunho, o professor Jonathan Turley foi inundado com mensagens ameaçadoras e pedidos para que a Universidade George Washington o demita.

O caos está tanto que dois ataques, um na base naval de Pearl Harbor por um marinheiro com distúrbios mentais e outro à base naval aérea de Pensacola por um estudante da força aérea Saudita, que matou três marinheiros americanos quase passaram despercebidos pela mídia.

É como se a batalha de impeachment estivesse poluindo uma atmosfera política já tóxica, à medida que avançamos em direção ao resultado inevitável de não dar em nada, que todos já esperam.

O pior é que líderes mundiais também demonstram sua falta de respeito para com Trump. Nesta semana líderes que compareceram à cúpula da Otan foram flagrados rindo enquanto aparentemente discutiam Donald Trump.

A conversa divertida e exasperada, capturada quando os participantes pareciam não perceber a câmera, incluía Johnson, Macron o presidente francês, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, Justin Trudeau do Canadá e a princesa Anne.

Mas com o Canadá passando por uma crise econômica, tendo perdido mais de 71 mil empregos só no mês de novembro, e Macron enfrentando a greve nacional mais séria que atingiu a França em anos com sindicatos avisando que as paralisações durariam até a próxima semana, fizeram Trump rir por último.

Trump adicionou outros 266 mil empregos em novembro reduzindo o desemprego para o menor nível dos últimos 50 anos a menos de 3.5%. Vendas aumentaram em 16%, fazendo a economia americana a maior e mais forte do globo. E o que os democratas querem amanhã? Impeachment.

O circo também está solto no Brasil depois desta semana de depoimentos da CPMI das Fake News. Tudo voltado para atacar o presidente Bolsonaro por aqueles que achavam ter tomado as rédeas do poder e de repente foram despidos com sua saída do partido.

E em Israel é a mesma coisa. A discussão sobre o indiciamento de Bibi continua a gerar em torno de uma suposta troca de favores que não ocorreu com o dono do jornal Yedioth Aharonoth na qual Bibi promoveria uma legislação que beneficiaria o jornal em troca de opiniões mais favoráveis. E o mesmo com o presidente da Bezeq, que em troca de ajudar seu presidente em vários negócios do grupo ele teria conseguido uma cobertura mais favorável no site da Walla que ninguém lê. É totalmente absurdo, mas aí estamos.

Três líderes de direita que continuam a ser viciosamente atacados por uma esquerda enlouquecida com a perda das rédeas que o povo foi mais inteligente de retomar. É isso que a esquerda deve aprender: que o povo não é burro e sabe o que é melhor para si. O povo quer ganhar sua vida com dignidade e não receber as esmolas do governo. O povo quer que seus impostos sejam aplicados em prol do bem estar de todos e não mal usados por políticos. O povo sempre irá com a prosperidade antes da ideologia. E enquanto a esquerda achar que sabe mais que nós, ela não durará no poder.


 

Sunday, December 1, 2019

A Fabricação da Ilegalidade dos Assentamentos Judaicos na Judeia e Samária - 12-01-19


O mundo continua acusando o Secretário de Estado Mike Pompeo de infringir a lei internacional ao manter sua declaração que os assentamentos judaicos na Judeia e Samaria não seriam ilegais. Várias opiniões na mídia esta semana disseram que Pompeo teria infringido a lei internacional, violado radicalmente a política dos EUA e minado a busca pela paz. Esses críticos estão errados de todos os lados.

O que Mike Pompeo fez foi apenas ressuscitar uma opinião de longa data e amplamente aceita sobre a legalidade dos assentamentos de Israel na Cisjordânia da época de Ronald Reagan.

Pompeo levantou quatro pontos principais. Primeiro, os assentamentos não são "inerentemente ilegais". Segundo, o destino da Cisjordânia deve ser determinado por meio de negociações. Terceiro, o direito internacional "não compele um resultado específico" a favor de Israel ou dos palestinos. E quarto, a questão é de natureza política, não legal, e atacar a legalidade dos assentamentos até agora, "não avançou a causa da paz".

Por 35 anos, as administrações americanas se abstiveram de repetir as críticas do presidente Carter que via os assentamentos israelenses como ilegais. Mas o presidente Obama quebrou essa política ao assumir a posição de Carter nas Nações Unidas. O presidente Reagan que veio depois de Carter havia rejeitado esta opinião. E "este governo", disse Pompeo, "concorda com o presidente Reagan".

Aqui estão alguns antecedentes.

O Presidente Carter teve um relacionamento péssimo com o primeiro-ministro israelense Menachem Begin. Carter o pressionou a fazer concessões aos palestinos. Isso incluía a condenação de assentamentos israelenses como ilegais, apoiada por uma carta de cinco páginas datada de 21 de abril de 1978 e assinada pelo consultor jurídico do Departamento de Estado Herbert Hansell.

Essa carta foi um trabalho ruim, lidando apenas com a autoridade que Israel adquiriu sobre o território como vencedor da guerra de 1967. Ignorou inteiramente os direitos dos judeus sob o mandato da Palestina de 1922, que pedia "o assentamento dos judeus na terra” e que os judeus já viviam naquela época em Hebron, Gush Etzion e incontáveis ishuvims na Judeia e Samaria – sem falar de Jerusalem. Como esses direitos poderiam ter sido extintos pelo ataque ilegal da Jordânia a Israel em 1948 ou pela suposta anexação da Cisjordânia em abril 1950, que os Estados Unidos nunca reconheceram?

Desde a antiguidade até 1949, os judeus viveram legalmente na Judeia e Samaria. Hansell não explicou quando este direito tinha terminado apesar de admitir que a Jordânia não havia sido soberana legítima da Cisjordânia entre 1949 e 1967.

Vendo que Carter invocou a lei simplesmente como um golpe para atacar Israel, Reagan se levantou em defesa do Estado Judeu, declarando que discordava de Carter.

Lembrando a declaração de Reagan de fevereiro de 1981 de que os assentamentos não são ilegais, a questão se torna "apenas uma questão política, não uma questão legal". O governo dos EUA "não reconheceu a soberania de nenhum país sobre a Cisjordânia desde que a Grã-Bretanha controlava a área sob o mandato da Palestina. ”A questão da soberania“ está aberta e não será fechada até que as partes efetivas do conflito formalmente concordem com um acordo de paz”.

Enquanto isso,“ não há lei que impeça os judeus de se estabelecerem na Cisjordânia "E ninguém deve ser excluído de morar lá" simplesmente por causa de sua nacionalidade ou religião ".

Não foi radical para Pompeo reviver a política de Reagan. O que foi radical - e o que impediu o progresso diplomático - foi o retorno do governo Obama às críticas legalistas de Carter a Israel.

Carter sustentava a opinião convencional de que a essência do conflito árabe-israelense é os assentamentos. Funcionários da administração Trump veem isso de maneira diferente. A opinião deles é evidentemente de que o conflito reflete as esperanças dos inimigos de Israel de que eles possam enfraquecer o Estado judeu, separá-lo de seu aliado EUA e, finalmente, destruí-lo. O que alimenta o conflito é a noção de que Israel é uma presença vulnerável e alienígena que carece de raízes, legitimidade e confiança moral.

Durante anos, a propaganda anti-Israel concentrou-se tão intensamente em atacar os assentamentos como ilegais, porque essa linha de argumento era mais profunda do que uma crítica à política: questionava a legitimidade da presença de qualquer judeu em sua terra ancestral e finalmente questionava a legitimidade de Israel de existir.

Como os principais inimigos de Israel sabem, afirmar que os judeus não têm o direito de viver na Judeia e Samaria - uma parte crítica da antiga pátria judaica - questiona o direito dos judeus de terem criado Israel. Nos dois casos, o direito está relacionado ao mandato da Palestina, que vinculava a legitimidade sionista à "conexão histórica do povo judeu com a Terra Santa". O primeiro-primeiro ministro de Israel, David Ben-Gurion, invocou o mandato da Palestina na Declaração de Independência de Israel.

Essa questão de direitos é diferente de discutirmos se é ou não sensato para Israel construir ou expandir assentamentos na Judeia e Samaria. E essa é uma questão diferente de se Israel deve ou como dividir a região em um elusivo acordo de paz ou se os líderes palestinos estão realmente dispostos a fazer concessões para terminar o conflito.

Pompeo traçou a linha com prudência. Ele repudiou a política destrutiva de Carter-Obama, rejeitando a alegação de ilegalidade. Ele reforçou a legitimidade de Israel. E manteve em aberto a questão de como as partes deveriam dividir a Cisjordânia em um acordo de paz, exceto para dizer que deveriam fazê-lo através de acordo mútuo.

Ao transferir a embaixada dos EUA em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, ao reconhecer a soberania de Israel sobre as colinas de Golã e declarando legais os assentamentos da Cisjordânia, os funcionários do governo Trump estão fortalecendo os laços dos EUA com Israel. Eles estão sistematicamente contradizendo aqueles que argumentam que Israel pode ser isolado e destruído. Mesmo eu não acreditando que seja possível, esta ainda é a  melhor esperança para uma paz negociada.




Sunday, November 24, 2019

A Tatica da Esquerda Para Depor Politicos Eleitos - 24/11/2019


Estamos enfrentando um grande problema que está minando as duas democracias mais importantes do mundo: os Estados Unidos e Israel. Os Estados Unidos por ser a maior potência do globo e Israel por ser a única democracia no barril de pólvora que é o Oriente Médio.

Nos dois países, os líderes estão sendo violentamente atacados por uma esquerda tão enlouquecida que literalmente poderá colocar o futuro do modelo democrático em perigo na tentativa de depor - por meios escusos -políticos devidamente eleitos pelo povo.

Nos Estados Unidos tivemos outra semana de interrogatórios no Congresso na patética inquirição de impeachment de Donald Trump. Isto nada tem a ver com o circo que foi a investigação do suposto conluio do presidente com os russos para vencer a eleição. Não, depois de 40 milhões de dólares e mais de 2 anos de investigação, nada foi encontrado entre Trump e os russos.

Esta é outra. É sobre uma alegação anônima de alguém que teria ouvido um comentário de outro alguém que estava na sala enquanto Trump falava com o recém-eleito presidente da Ucrânia. Naquela conversa (a transcrição da qual foi publicada pela Casa Branca) Trump teria pedido para o novo governo investigar o envolvimento do filho de Biden.

Agora, notem que Hunter Biden havia ganhado uma boquinha para fazer parte da diretoria de uma empresa de energia ucraniana super-corrupta enquanto seu pai era vice-presidente dos Estados Unidos. Mesmo sem falar ucraniano, não ter qualquer experiência em energia, Hunter foi pago mais de $83 mil dólares por mês – isto dá hoje R$350 mil reais por mês – para não fazer nada durante quase 3 anos.

Mas pelo fato de Biden ser um democrata, ninguém no governo ou na mídia quer uma investigação. Mas um simples telefonema de congratulações de Trump ao novo presidente da Ucrânia precipitou este furor.

Entre a ex-embaixadora americana na Ucrânia testemunhar que ficou intimidada pelos twits de Trump (?) até o democrata Adam Schiff perguntar a uma testemunha se ela "sentia" que o teor do telefonema tinha sido inapropriado e se ela "sentia" que os outros "sentiam" o mesmo... Depois desta linha absurda de questionamento sobre sentimentos, sem qualquer prova que o presidente tivesse ameaçado não dar ajuda militar à Ucrânia se não abrisse uma investigação contra Biden, Adam Schiff fechou a inquirição sem nada nas mãos para levar o impeachment adiante.

Mas os democratas ainda vão tentar levar isto ao voto somente para usar este fato nas publicidades das próximas eleições.

Em Israel a situação não é melhor. Depois de meses de especulação, o Advogado Geral, Avichai Mandelblit resolveu indiciar Bibi Netanyahu em uma série de alegações absurdas que mais parecem ter sido tecidas para agradar a Suprema Corte de Israel - que é de esquerda, e para a qual Mandelblit quer ser eventualmente nomeado, depois de uma carreira em que fez tudo para agradar seus superiores para ser promovido.

O caso 1000 alega que Netanyahu e sua esposa Sara receberam garrafas de champanhe e charutos de um produtor de Hollywood e de um bilionário australiano. Em troca, Bibi teria aceitado fazer um discurso na casa do produtor e de convidá-lo para ir com ele ao Congresso Americano.

O caso 2000 é ainda mais sem pernas. Arnon Mozes, o dono do jornal Yedioth Aharonot ligou para Bibi e ofereceu dar uma cobertura jornalística mais a seu favor se Bibi passasse uma lei proibindo a distribuição gratuita de jornais, para prejudicar seu competidor Israel Hayom que é gratuito. Bibi não concordou e não fez nada para passar esta legislação. Mesmo assim, Mandelblit acusa Bibi de fraude e de quebra de confiança. Pois é. Não se pode nem mais ouvir nada ao telefone.

O caso 4 mil, o mais sério dos três, alega que Bibi beneficiou a Bezeq, a maior empresa de telecomunicação de Israel, com regulamentos mais cômodos para a empresa, em troca de uma cobertura mais favorável no seu site de quinta categoria Walla. O absurdo é que tanto Netanyahu quanto o presidente da Bezeq foram acusados de suborno, isto é, não se sabe quem subornou quem. Não dá para acreditar.

A esquerda americana ainda não se conforma  com o resultado das últimas eleições e o desfazimento de suas conquistas de tornar a América num antro socialista. E fazem de tudo para derrubar este presidente que conseguiu reposicionar os Estados Unidos como a grande potência mundial, algo de que a esquerda se envergonha. 

Eles mentem, dizendo ao publico que desta vez o caso é explosivo e ele vai sofrer o impeachment. Mas no interrogatório das chamadas testemunhas “explosivas” quando inquiridos sobre qualquer pressão, suborno ou quid pro quo, nenhuma delas disse ter conhecimento de nada. Como as outras, esta farsa chegou ao fim, e os democratas ficaram sem nada, nenhum testemunho, nenhuma prova e se colocaram numa posição delicada.

Se votarem pelo impeachment, no ano que vem haverá a apreciação do Senado. Lá os republicanos são maioria e chamarão todos estes democratas incluindo Adam Schiff, Joe Biden e seu filho para testemunharem. E Trump quer isto. Ao escancarar a farsa, Trump irá ganhar as próximas eleições e enterrará os democratas que até agora não conseguiram um candidato à presidência que preste. As pesquisas de opinião já mostram isso.

Em Israel, a esquerda também está enlouquecida. Netanyahu conseguiu um reconhecimento e apoio desta administração americana nunca antes visto. A mudança da Embaixada, o reconhecimento da anexação do Golan, e agora a declaração que os assentamentos não são ilegais, tudo isto é o pesadelo da esquerda israelense que ainda sonha com dois estados e paz duradoura com os palestinos. O que irá acontecer é que Netanyahu irá continuar a governar e a tocar os processos apesar de toda a pressão para ele resignar. Se ele pensar em fazer isto, será a primeira vez que órgãos policiais conseguem remover um primeiro ministro eleito pelo povo com apenas alegações. Isto não pode se tornar um método de remover um político eleito quando não se gosta dele. E com o tempo, estes casos também serão encerrados.  

É assim que a esquerda age. Ela joga o jogo das palavras. Primeiro acusa seu adversário de um crime falso. Depois diz que o crime não está provado, ainda, mas o será. Ela faz isso para fazer o adversário parecer culpado frente ao publico e minar suas chances de reeleição. Mas quando o picareta é de esquerda, nunca há evidências ou provas de má conduta. (Vide o Lula)

Pessoal, a esquerda acredita que a democracia é como um trem. Pula-se fora quando se chegou ao destino. E é por isso que devemos ficar alertas e duvidar dos veículos de mídia de esquerda que estão aí somente para influenciar nossas decisões. Mas nós os eleitores vamos continuar a mostrar a eles que não somos burros.

Sunday, November 17, 2019

A Eliminação de Baha Abu al-Ata Como Parte do Jogo com o Irã - 17/11/2019


Havia tempo que Israel não mostrava tudo o que tinha. Mas esta semana foi diferente. Em face de um ataque iminente do Jihad Islâmico, Israel eliminou a cabeça do grupo e o planejador deste e de outros ataques ao Estado judeu e aos seus cidadãos. A bomba que voou pela janela do apartamento que Baha Abu al-Ata mantinha secretamente na cidade de Gaza fez muito mais do que apenas matar um dos principais terroristas do Jihad Islâmico. Revelou uma nova e estranha relação entre Israel e o Hamas e deu um duro golpe ao Irã.

Do ponto de vista militar, o exercito de Israel fez um trabalho impressionante durante os dois dias de conflito. O assassinato preciso de Abu al-Ata, que não causou mais nenhuma outra morte além da dele e de sua esposa foi um grande feito militar. E o mais importante, Israel deixou claro que mantém sua capacidade de pegar qualquer terrorista em qualquer lugar e a qualquer tempo.

E Israel não se ateve somente a Abu al-Ata. Em dois dias eliminou mais de 20 comandantes do Jihad Islâmico, alguns se movendo em motocicletas e outros em campos, prontos para lançar mísseis.

O que contribuiu para o sucesso desta operação foi o fluxo constante de inteligência de alta qualidade. Hoje, Israel precisa de apenas frações de segundo para atingir o alvo identificado evitando casualidades desnecessárias.

Mesmo levando 450 mísseis, lançados contra a sua população civil, Israel conseguiu eliminar praticamente toda a liderança do grupo terrorista, sem sofrer nenhuma morte militar ou civil. Em qualquer guerra, parte da vitória está em demonstrar resiliência e coragem. E isso os israelenses mostraram. A fraqueza não é perdoada no Oriente Médio.

Mas por que fazer esta operação agora? No final de outubro, o chefe do estado maior de Israel, tenente-general Aviv Kochavi, disse que a situação no norte e no sul era tensa e frágil, e havia uma grande possibilidade que ambos os fronts degringolassem em confronto. Israel estava enfrentando um conjunto complexo de ameaças entre os vários aliados iranianos e estava aumentando seu ritmo de preparativos.

Já em 30 de maio último, o Jihad Islâmico declarou em uma entrevista na mídia da Hezbollah, que poderia disparar 1.000 foguetes por dia. Israel tentou dissuadir Al-Ata, de atividades hostis. Não conseguiu. Israel então o viu como uma "bomba-relógio".

Agora sabemos que um desses preparativos do exército de Israel envolveu Baha Abu al-Ata, que estava profundamente envolvido na escalada de ataques do Jihad Islâmico contra Israel.

E aí temos o Hamas que de fato governa a Faixa de Gaza e a mudança política de Israel para com o grupo nesta semana que foi impossível de ignorar.  Nos últimos 10 anos, Israel praticamente responsabilizou o Hamas por tudo o que aconteceu em Gaza.

Qualquer míssil disparado seja pelo Hamas ou pelo Jihad Islâmico sempre obteve a mesma resposta - um ataque israelense contra o Hamas. Tiros disparados na fronteira recebiam o mesmo - um ataque contra uma posição do Hamas. Desta vez, porém, Israel não apenas não atacou o Hamas, mas executou cuidadosamente todos os seus ataques contra o Jihad Islâmico de maneira que garantisse que ninguém do Hamas fosse prejudicado e nenhuma estrutura do Hamas fosse danificada.

O raciocínio foi duplo: por um lado, Israel avaliou corretamente que, se não matasse alguém do Hamas ou danificasse sua infraestrutura, o governante da Faixa de Gaza preferiria ficar de fora desta rodada. Isso porque o líder do Hamas desde 2017, Yahya Al-Sinwar, entendeu que se não atender às necessidades básicas do povo de Gaza, provocará uma revolução. Assim, ele está mais focado na reconstrução da economia da Faixa do que no combate a Israel.

Isso não significa que Sinwar tenha moderado de alguma forma. Ele ainda acredita que Israel é um inimigo que precisa ser destruído. Mas, pela primeira vez, seus interesses se alinharam com os de Israel. O Jihad Islâmico e particularmente a Al-Ata estavam interrompendo estes esforços de Sinwar para alcançar um cessar-fogo de longo prazo com Israel, o que traria ao Hamas e ao povo de Gaza um descanso econômico na forma de permissões de trabalho, zonas industriais, uma nova usina elétrica e malas mensais de dinheiro do Catar. A capacidade de Israel de conduzir uma operação contra o Jihad Islâmico e isolá-lo, mantendo o Hamas fora dos combates foi uma conquista extraordinária.

O Jihad Islâmico possui milhares de foguetes com alcance de até 80 km e é o agente do Irã em Gaza. Esta não é uma relação de conveniência, como o Hamas tem com o Irã. É um relacionamento direto. O Irã poderia a qualquer momento ordenar uma ofensiva dupla contra Israel, no norte pela Hezbollah e no sul com o Jihad Islâmico. A eliminação de Abu al-Ata junto com outras duas dezenas de membros, as rodadas de ataques aéreos, a destruição da infraestrutura de terrorismo, de ativos navais, túneis, de seu quartel-general e plataformas lança-mísseis enviou uma mensagem não só à liderança e aos operadores do Jihad Islâmico mas diretamente ao Irã.

A operação contra o Jihad Islâmico foi assim uma maneira de reduzir as chances de uma guerra de duas frentes, se e quando houver outra rodada de tensões com o Irã no norte.

Israel ainda está tentando combater a presença iraniana e de seus mísseis em outros países vizinhos. Além de atacar posições da guarda revolucionária iraniana na Síria e no Líbano, Israel tem feito incursões contra armazéns de mísseis balísticos do Irã no Iraque.  

É preciso entender que a luta que Israel trava contra o Jihad Islâmico está diretamente relacionada às crescentes tensões em todo o Oriente Médio. Não funciona no vácuo.

O maior problema é que o Jihad Islâmico, apesar de ser uma das forças menores apoiadas pelo Irã contra Israel, está muito próximo de centros populacionais de Israel. E possui apenas 5% do número de foguetes que o Hezbollah possui.

Quando comparado à presença da Guarda Revolucionaria Iraniana na Síria e às bases da milícia xiita iraquiana, e até à tecnologia que o Irã transferiu para os houthis no Iêmen, o Jihad Islâmico é menos importante.

Mas quebrar sua capacidade de ameaçar Israel no caso de uma guerra em duas frentes é importante; os 450 mísseis que disparou por 48 horas nos dias 12 e 13 de novembro são 450 mísseis a menos que não mais poderão ser usados.

O Irã usou o Jihad Islâmico no passado para incomodar e ameaçar Israel e aquecer conflitos em momentos da escolha de Teerã. Ao atacar Abu al-Ata, Israel virou a mesa nesta “bomba-relógio” iraniana.

Mas no contexto maior o que preocupa é a ameaça iraniana no Iraque, na Síria e no Líbano que cercam a fronteira norte de Israel. Remover o peão do Jihad Islâmico do tabuleiro foi um movimento muito inteligente mas também importante neste jogo que prevê um conflito muito maior.



Sunday, November 10, 2019

As Sanções Econômicas e as Ameaças do Irã - 10/11/2019


Há uma velha piada judaica em que um jovem caminha até seu avô e pergunta como ele está. O avô responde: "Em uma palavra, bom."

"E em duas palavras?", Pressiona o neto. "Nada bom", responde o avô.

Isso seria facilmente aplicado ao Irã nesta semana em sua guerra contra Israel e os Estados Unidos.

No domingo passado milhares de iranianos se reuniu na frente do prédio que fora a embaixada dos Estados Unidos em Teerã gritando: "Morte à América, Morte a Israel". Esta é a maneira que eles tiveram para comemorar o 40º aniversário da tomada da embaixada e de seus funcionarios como reféns por 444 dias.

A manifestação do domingo foi a primeira de várias ações hostis do Irã. Na segunda e na terça-feira, autoridades do país anunciaram que não iriam mais respeitar as limitações estabelecidas no acordo nuclear de 2015 e que iriam expandir o enriquecimento de urânio na usina de Natanz dobrando o numero de centrifugas em uso.

Na terça-feira, o presidente Hassan Rouhani anunciou que o Irã estaria retomando o enriquecimento de urânio na usina de Fordo.

E aí as criticas contra o presidente Trump não demoraram a chegar.

Os grandes veículos de mídia, naturalmente anti-Trump, declararam que a estratégia de "pressão máxima" através de sanções econômicas contra o Irã, que deveria reduzir a agressão iraniana e impedir seu programa nuclear, falhou. Os Estados Unidos não conseguiram destruir a economia do Irã. 

Segundo, que a retirada das tropas americanas da Síria, era sinal de concessão de território para o Irã e para a Russia e isso encorajou os mulás a retomar o enriquecimento de urânio. Terceiro, o fato do Irã ter se envolvido abertamente para conter os protestos no Iraque e no Líbano usando as milicias xiitas e a Hezbollah é sinal que o Irã consolidou seu poder e não tem medo de usar força mesmo em países estrangeiros.

Mas a coisa não é bem assim.

O fato da economia iraniana não ter entrado em colapso não significa que está bem. De fato, a coisa está muito ruim internamente especialmente com a infraestrutura. Em várias cidades importantes não há nem mesmo água potável para beber. Até os gastos militares, que sempre aumentaram de ano para ano, caíram em 2018 em quase 30%.

Assim apesar do regime estar ainda no poder, as sanções tiveram um impacto significativo e é possível que causem a queda dos mulás.

Segundo, é muito provável que os anúncios do Irã sobre o aumento do enriquecimento de urânio possam ser na verdade uma revelação do os iranianos vêm fazendo escondido desde sempre. O famigerado acordo dava o direito ao Irã de impedir a entrada de  inspetores em instalações militares e eles podiam rotular qualquer instalação de "militar".

O reator nuclear de Natanz, por exemplo, que diz ser monitorado 24 horas por dia através de câmeras de vídeo em circuito fechado não vai diretamente para a Agência Nuclear. As imagens passam pelo crivo do regime iraniano que depois manda para a Agência. Não dá para certificar se o que a Agência Nuclear recebe é verdadeiro.

Talvez o Irã tenha resolvido se antecipar e anunciou suas próprias violações do acordo nuclear em Natanz e Fordo, alarmando o mundo a se dobrar às suas exigências.

Em sua declaração na segunda-feira, Rouhani deixou claro que a medida é uma tentativa de extorquir os europeus a dar dinheiro ao Irã. Ele disse que quando os europeus cumprirem seus ‘compromissos’ eles interromperão o enriquecimento do urânio.

A retirada dos EUA da fronteira da Síria com a Turquia levou o Irã e a Rússia a assumirem o controle sobre a fronteira. Mas também colocou o Irã em confronto aberto com a Turquia. Por uma década, o Irã e a Turquia vêm trabalhando juntos para impedir as sanções dos EUA e minar as operações americanas na Síria e no Iraque. Agora os dois estão se enfrentando na fronteira da Síria com a Turquia, e a cooperação está em dúvida.

Na terça-feira, imagens de uma manifestação na Síria chegaram na mídia mundial. Nelas os manifestantes gritavam “Síria Lívre. Fora Irã”. Eles expressaram os sentimentos de milhões de manifestantes libaneses e iraquianos que estavam nas ruas de seus respectivos países pedindo a derrubada de seus governos, controlados pelo Irã.

E isso nos leva ao terceiro argumento. Longe de demonstrar que o Irã está totalmente em controle do Iraque e do Líbano, o fato de suas tropas terem que se envolver para acabar com os protestos é um sinal de fraqueza.

Segundo relatos da mídia, o chefe da guarda revolucionaria iraniana, Qassem Soleimani viajou ao Iraque duas vezes no mês passado para supervisionar a repressão dos protestos pelas milícias xiitas controladas pelo Irã que até agora mataram 250 manifestantes e feriram milhares. O interessante, é que os protestos não estão acontecendo em áreas sunitas - mas no sul, nas próprias áreas xiitas.

Enquanto os manifestantes em Teerã gritavam "Morte à América" ​​e "Morte a Israel", milhares de manifestantes iraquianos em Karbala, a Meca do xiismo, atiravam bombas de fogo no consulado iraniano na cidade. No sul do Iraque, manifestantes xiitas jogaram sapatos nas fotos do supremo líder iraniano Ali Khamenei e pedem que o Irã saia do país. Os próprios clérigos xiitas participaram dos protestos contra o Irã. Em outras palavras, os iranianos estão perdendo seu próprio quintal.

No Líbano, os manifestantes estão reagindo ao fracasso econômico de seu país, um fracasso que se deve principalmente à corrupção e incompetência do governo controlado pela Hezbollah que com a falta de dinheiro vinda do Irã está colocando a mão nos cofres publicos libaneses para pagar suas contas.  No Iraque a estória é igual.

Os libaneses e iraquianos que protestam contra seus governos e o regime iraniano que os controla, representam um desenvolvimento profundamente negativo para o Irã e seus 40 anos de guerra contra Israel e os EUA. Juntamente com a Síria, o Líbano e o Iraque desempenham papéis importantes na estratégia do Irã para combater Israel. Mas quanto mais instáveis estes países ficam, menos o Irã poderá fazer uso deles em uma ofensiva futura contra Israel.

Hoje Israel está concentrando sua atenção nas operações nucleares do Irã e a impedir que estabeleça uma base da Guarda Revolucionária em sua fronteira com a Síria. Mas ações para diminuir o poder regional do Irã e desestabilizar o controle do regime em casa são muito importantes para diminuir a capacidade do Irã de atacar Israel.

Até o momento, a estratégia de pressão máxima do governo Trump não conseguiu derrubar o regime. É verdade. E é improvável que, sozinhas, as sanções econômicas americanas sejam suficientes para faze-lo.

No entanto, como as manifestações em massa contra o Irã e seus representantes no Líbano e no Iraque deixam claro, a estratégia americana pode e está minando o poder e a estabilidade doméstica e regional iraniana.

Israel tem que garantir que esse processo seja expandido e explorado ao máximo para diminuir as perspectivas de um ataque iraniano direto ao estado judeu que é o objetivo destes aiatolás lunáticos e apocalípticos.



Sunday, November 3, 2019

A Morte do Cão Estuprador do Estado Islâmico - 3/11/2019


No sábado passado o líder e auto intitulado califa do barbárico Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi foi morto pelas forças americanas. Ele foi encurralado em um túnel tentando escapar, levando consigo três crianças que usou como escudo humano até o fim. Ao se ver sem saida, ele detonou um cinto de explosivos, matando não só a ele mesmo, mas também as crianças num último salvo da cruedade que representou seu califado. Há justiça neste mundo e aquele que tentou acordar o dormente império islamico que nos ultimos 1400 anos só trouxe morte e sofrimento ao mundo, morreu como um cachorro covarde.

Baghdadi acima de tudo era um estuprador. Como a maioria dos jihadistas, sua principal motivação era assassinato, genocídio e saques vestidos do ódio religioso a tudo que não fosse sua versão do islamismo. Ele passava seus dias estuprando mulheres que o grupo havia sequestrado enquanto seus homens morriam na linha de frente.

Ele usou as mídias sociais e a tecnologia para aliciar jovens muçulmanos e convertidos de todo o mundo a se juntarem ao seu califado, revestindo de santidade os piores instintos humanos. E se eles morressem no processo? O prêmio seria ainda maior pois teriam um paraíso carnal com rios de vinho, mel, leite e a companhia das eternas virgens que estariam lá para satisfaze-los sexualmente.  

Infelizmente o mundo desenvolvido de hoje esqueceu a história e acha que esta ideologia e ações aberrantes de Baghdadi e seus seguidores são algo fora do comum. Não são. O que Baghdadi fez foi simplesmente ressucitar as promessas que todos os líderes muçulmanos anteriores fizeram durante suas invasões ao ocidente, desde a batalha de Yarmuk em 636 até a completa queda de Constantinopla, o coração do mundo cristão, em 1453.

Hoje, o ocidente não só aceita mas defende que Constantinopla, renomeada Istambul, Alexandria, Damasco, Jerusalem sejam consideradas terras islamicas quando até alguns séculos atrás eram as jóias da cristandade. A Europa em especial não só desistiu de repelir os invasores mas lhes abriu suas portas e em nome de um politicamente correto demente, ainda condena quem os opõe.

Imediatamente após a morte de Baghdadi, a liderança do ISIS declarou que seu líder poderia estar morto mas a ideologia do jihad nunca acabaria até a submissão total do mundo ao islamismo que é precisamente o que o Al-Corão prega e o que a grande maioria dos seguidores desta religião acredita, mesmo os que dizem serem contra a violencia.

Há outras versões do islamismo que tentaram reinterpretar o al-Corão como o sufismo, por exemplo. Mas perguntem a qualquer sunnita ou xiita o que acham deles e dirão que são apóstatas dignos de morte. E de fato é o que os sunitas também dizem dos xiitas e vice-versa.

Em seu odio doentio, Baghdadi reavivou o zelo jihadista. O jornal The New York Times disse que quando ele foi preso no Iraque em 2004 ele começou a incitar ataques contra prisioneiros xiitas usando bastões de metal. Enquanto a Al Qaeda promovia uma guerra contra o Ocidente sob a bandeira do "Islã", Baghdadi considerava todos os não-sunitas como sub-humanos. Todos tinham que ser mortos: cristãos, xiitas, yazidis e os curdos.

Para ele, violações de direitos humanos nada mais eram que seu direito e recompensa religiosa. Baghdadi adotou a brutalidade como parte da propaganda da organização, produzindo vídeos mostrando escravidão sexual e execuções.

Ele próprio dirigiu atividades terroristas e massacres. Ele esteve diretamente envolvido com o genocidio dos Yazidis no Iraque, no estabelecimento de mais extensa rede de escravidão sexual, com leilões de meninas e meninos a partir de 3 anos de idade, estupro organizado, chibatadas e execuções sumárias usando da pior crueldade como a queima do soldado jordaniano vivo numa jaula, o afogamento de outro, apedrejamentos,  e as decapitações que todos nós assistimos como se tivessemos voltado para a Idade das Trevas.

No final de 2014, o exercito de Baghdadi contava com mais de 50 mil recrutas do mundo inteiro inclusive mais de 5 mil europeus jihadistas que se juntaram ao grupo com as promessas de estupro e assassinatos da população local como recompensa.

Isso incluiu a americana Kayla Mueller. Kayla era uma ativista de 26 anos que acabou indo para a Síria aonde foi sequestrada em agosto de 2013. Durante 18 meses ela foi  usada como escrava sexual e forçada a casar com Baghdadi. Enquanto ela continuava neste horrendo cativeiro e outros jornalistas ocidentais eram decapitados, o mundo continuava morosamente discutindo o que fazer com o Estado Islamico e os ataques terroristas que continuavam acontecendo em todo o mundo por simpatizantes.

A justiça tardia não é justa e nem serve de consolo para as vítimas. Mas no final foi feita. Os xiitas no Iraque se levantaram contra o ISIS. O genocidio dos Yazidis provocou as ações dos Estados Unidos. Uma coalisão de 70 países se formou e os curdos se organizaram para salvar os Yazidis e se unirem aos aliados.

Baghdadi, no entanto, continuou a perpetrar seus crimes, ordenando a destruição de sitios arqueológicos milenares no Iraque e na Síria alem do bombardeio de monastérios e igrejas.

Devagar o Estado Islamico começou a perder território no Iraque e na Síria. Na Síria a vitoria foi obtida quase que exclusivamente pelos curdos com ajuda de inteligencia aérea dos Estados Unidos. No final de 2017, a capital do Estado Islamico, Raqqa, foi tomada pelos aliados.

No final Baghdadi fugiu. Seus homens morreram mas ele fugiu. Enquanto o califado agonizava mais de 50 mil mulheres e crianças de membros do Estado Islâmico eram levados para acampamentos de refugiados na Síria incluindo Karina Ailyn Raiol Barbosa, de 23 anos e outras 6 brasileiras com várias crianças nascidas de jihadistas que foram para a Síria em busca de matar e estuprar.

Baghdadi não se rendeu. Ele contrabandeou suas esposas para a Turquia e se escondeu.

A única tragédia de sua morte foi que ele não foi pego por suas vítimas. Não foi flagelado pelos xiitas ou torturado pelos Yazidis. Ele teve uma morte decente nas mãos dos Americanos que inclusive encomendaram seu corpo com um iman muçulmano. Não foi uma morte que ele e seus seguidores deram para suas vítimas massacradas e jogadas em valas comuns.

Baghdadi preferiu soltar sua furia contra inocentes e depois sair deixando cidades inteiras queimando atrás de si, exatamente como fizeram seus antecessores. Novamente o Islão revestiu as piores tendencias humanas com um carater sagrado, causando devastação por onde passou. 

Em 2015 Baghdadi mandou para os pais fotos de Kayla morta, usando o véu.  No sábado, as forças especiais americanas trouxeram o julgamento final para Baghdadi e nomearam sua operação Kayla Mueller.

O inferno na terra que Baghdadi criou levará anos para curar. A sua ideologia, no entanto continua viva e precisamos agir rapida e decisivamente para erradica-la entre nós.

Mesmo que o sucessor de Baghdadi, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, seja outro psicopata, esta semana foi boa para os povos livres. Pelo menos esta ameaça já não existe mais.