Sunday, October 20, 2019

A Rendição da França ao Terror Islâmico - 20/10/2019


Em três de outubro último, um alto funcionário da Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia de Paris, esfaqueou até a morte quatro colegas antes de ser morto por um recruta. Embora não tenha sido o ataque terrorista mais mortal que a França sofreu nos últimos anos, a ousadia do ataque na sede da polícia no centro de Paris é muito preocupante.

O autor deste ataque, Michel Harpon, era um francês empregado pela polícia que se converteu ao islamismo e ficou radicalizado pelos salafistas que hoje dominam os muçulmanos franceses com sua retórica barbárica. O alvo, altamente sensível e a subsequente conduta catastrófica das autoridades provam o fracasso das instituições francesas.

Como em todos os ataques terroristas ocorridos na França, as autoridades e a mídia tentaram minimizar o que aconteceu. Imediatamente após o ataque, o terrorista foi descrito como um funcionário frustrado, parcialmente surdo-mudo, nada foi dito sobre sua conversão e radicalização até quando não deu mais para esconder.  

Além do ataque ter sido minuciosamente planejado contra o âmago das forças de segurança da França, o fato de um funcionário radicalizado ter conseguido se manter no cargo despercebido por seus colegas, dentro da própria instituição que deveria detectá-lo, enviou ondas de choque por todo o país. Membros da oposição do governo pediram a renúncia do ministro dos Assuntos Internos, Christophe Castaner, que disse que o agressor "nunca havia mostrado sinais de alerta ou dificuldades comportamentais".

Sério?

Então vejamos: ele já evitava qualquer contato e comunicação com mulheres, exceto a esposa dele; era membro ativo de uma mesquita conhecidamente radical e tinha um telefone cheio de contatos islâmicos. Em janeiro de 2015, na frente de outros funcionários da polícia, ele aplaudiu o ataque ao jornal Charlie Hebdo. Em qualquer outro país com um mínimo de bom senso, um erro desses seria suficiente para um ministro do governo se demitir. Mas não na França.

Apesar deste ataque não ter recebido muita cobertura da mídia, foi a primeira vez que o estado francês e suas instituições foram diretamente alvejados. Também pela primeira vez, as vítimas não eram nem jornalistas (como foi o caso dos ataques de Charlie Hebdo em janeiro de 2015), nem judeus (que foram alvejados inúmeras vezes nos últimos anos) ou civis (como os ataques coordenados em Paris em Novembro de 2015, que causaram mais de 131 mortes e 413 feridos).

Este último ataque também demonstra como a França continua despreparada para enfrentar o problema. O assassino não era apenas um funcionariozinho público qualquer: sua autorização de segurança lhe permitia acessar arquivos confidenciais, como dados pessoais de policiais e todos os indivíduos monitorados pelo departamento, incluindo vários suspeitos de terrorismo.

De acordo com a investigação, o terrorista estava em contato muito próximo com um imam que está na lista dos que apresentam riscos de segurança nacional.

É incrível que depois dos ataques ao Charlie Hebdo, ao Bataclan, o massacre de quase uma centena de pedestres por um caminhão em Nice e inúmeros outros ataques, o governo francês continua a falhar em seu dever de proteger seus cidadãos.

Em vez de reconhecer o problema e assumir a responsabilidade, em vez de enfrentar a radicalização islâmica de frente, o presidente francês Emmanuel Macron descreveu estes ataques como um "problema social", que a sociedade e não o governo deve resolver.

Além da esfera política, há também a cultural, o chamado “politicamente correto”, que nega terminantemente a ameaça islâmica. Jornalistas, acadêmicos e políticos, com algumas exceções, têm consistentemente minimizado não apenas o risco de ataques terroristas, mas também a ameaça da crescente radicalização salafista no país.

De acordo com o Instituto Montaigne, 29% dos muçulmanos na França, mesmo os que não defendem o uso da violência abertamente, acreditam que a lei islâmica é mais importante que a lei francesa. Isso significa que quase um terço dos muçulmanos franceses vive de acordo com valores que são fundamentalmente incompatíveis com os padrões franceses ou ocidentais.

O mesmo Instituto descobriu que 65% dos muçulmanos são a favor do uso do véu pelas mulheres. E talvez por isso 74% dos franceses não tem uma boa imagem da religião muçulmana. Mas o problema é ainda maior.

Embora a França seja o país europeu mais alvejado pelos islâmicos (com 263 mortos desde 2012), os políticos estão paralisados ​​pelo medo de serem acusados ​​de islamofobia. Só depois de saírem do governo é que se manifestam, como o ex-presidente François Hollande que disse recentemente que “há de fato um problema com o islamismo”; que “o véu islâmico é uma forma de escravização”, e que a França “não pode continuar a receber os migrantes sem controle”. Hollande nunca teria dito isso quando era presidente.

O mesmo aconteceu com o ex-ministro do interior, Gerard Collomb. Depois de ter renunciado ao cargo ele deu um alerta ao risco de uma verdadeira guerra civil com os muçulmanos na França. Notem que essas declarações não são de ativistas de direita. François Hollande e Gerard Collomb são figuras importantes do Partido Socialista, aquele que é a favor da globalização, do multiculturalismo, sabem?

Em outras palavras, as autoridades francesas se recusam a agir contra uma situação da qual estão perfeitamente conscientes, mas temem mencionar por causa do politicamente correto.

Enquanto isso, os policiais franceses estão cada vez mais desmotivados e desmoralizados. Desde o início do ano, mais de 50 policiais cometeram suicídio. Eles enfrentam condições de trabalho cada vez mais difíceis, em particular nos subúrbios das grandes cidades como Paris, Marselha, e Lyon - subúrbios que estão cada vez mais escapando ao controle das autoridades francesas.

A França foi alvo do jihad muçulmano desde o século 8, quando ainda era chamada Gália. Na época foi preciso de um rei, Charles, conhecido como Martel por suas ações decisivas contra os sarracenos, para defender a cristandade destes bárbaros, assassinos, estupradores e traficantes de escravos europeus, enxotando-os de volta à Espanha que haviam dominado. Igualzinho o Estado Islamico.

Hoje não temos um Charles Martel. Ataque após ataque, o ritual é o mesmo: há flores, há tributos e montes de palavras de conforto e promessas para as vítimas. Os líderes políticos afirmam sua determinação em agir para proteger o povo. Mas depois de alguns dias, o ciclo de notícias termina e as coisas voltam ao mesmo, as vítimas são esquecidas, os slogans são esquecidos - até o próximo ataque terrorista ou a rendição incondicional da França ao Islão.



Sunday, October 13, 2019

O Antissemitismo na Alemanha e o Abandono dos Curdos - 13/10/2019


Hoje vou falar sobre dois assuntos que podem parecer distintos, mas são dois lados da mesma moeda. E é a indiferença do mundo dito “civilizado” para o que é justo, decente e moral.

No dia de Yom Kippur, na semana passada, um alemão, pesadamente armado, tentou invadir uma sinagoga na cidade de Halle na Alemanha para cometer um massacre. Ele não conseguiu entrar e então decidiu matar dois estranhos na rua.  Este energumeno não tem 15 ou 16 anos, mas 28. E ele é o produto da sociedade alemã de hoje.

E o que é esta sociedade? É uma liderada por Angela Merkel, a “mãe” dos milhões de refugiados/imigrantes muçulmanos. A que nunca foi mãe de verdade e portanto não dá a mínima para o futuro de seu país. O que importa, seguindo a cartilha da esquerda, não é o que é certo e justo para seus cidadãos, mas o que “parece” politicamente correto para o mundo globalizado.

Talvez para não irritar os antissemitas, Merkel não saiu para condenar o ataque. Mandou seu porta-voz Stephan Balliet que declarou “devemos nos opor a qualquer forma de antissemitismo”. Realmente inovador. Como disse o coronel Richard Kemp: “como sempre, Merkel tem somente palavras, quando ações são necessárias”.

Toda a vez que dá entrevistas, Merkel faz repete o nauseante comentário sobre a necessidade de seu país de proteger instituições judaicas. Ela disse à CNN em maio que infelizmente a Alemanha “sempre teve um certo número de antissemitas”, e que ainda “não há uma única sinagoga, uma só creche ou escola para crianças judias que não sejam guardadas por policiais alemães. ” Quando perguntada, Merkel se recusou a dizer o que significa "certo número de antissemitas".

Mas um estudo do Bundestag de 2017 mostrou que 40% da população alemã mantém uma visão antissemita moderna, ou seja, uma intensa aversão ao Estado judeu. Este alto nível de sentimento antissemita se traduz na indiferença para atos violentos contra judeus.  

O problema é que Merkel não está preocupada em erradicar o antissemitismo violento. Ela fica na defensiva e na retórica. Dois outros exemplos de violência antissemita na última semana na Alemanha mostram o perigo que judeus e israelenses correm no país.
Um sírio tentou entrar no centro comunitário e na sinagoga judaica de Berlim, no distrito de Mitte, armado com uma faca, gritando "Allahu akhbar" e "F *** Israel". O sírio foi preso, mas com medo de ofender os imigrantes, as autoridades imediatamente o libertaram. Isto levou a publicação Bild a criticar o prefeito de Berlim, Michael Müller, por sua incrível incompetência no combate ao crescente antissemitismo na capital alemã.

No sul da Baviera, um árabe jogou uma pedra na cabeça de uma israelense depois de ouvi-la falando em hebraico. A mulher sofreu um ferimento e o suspeito fugiu.

E aí temos a decisão do governo alemão de ignorar a discriminação da Kuwait Airways em não aceitar passageiros que tenham passaporte israelense, mesmo em rotas que não incluam países árabes.  E sua recusa a banir a organização terrorista antissemita Hezbollah que opera abertamente na Alemanha, com mais de mil membros espalhando seu veneno antissemita. E ainda, quando o governo Merkel se recusou a banir a organização terrorista Frente Popular para a Libertação da Palestina ou classificar o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, general Hossein Salami, como antissemita depois que ele prometeu "varrer Israel do mapa". Merkel insiste em designar a declaração de Salami como mera "retórica anti-Israel".

As declarações de Merkel de apoio aos judeus, à Israel ficam de um lado da cerca, enquanto suas miseráveis ações ficam do outro.
Hoje, 74 anos depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha é novamente um país terrivelmente inseguro para judeus e a insegurança só vai piorar pelo fracasso de Merkel em combater o antissemitismo com ações em vez de só com palavras.

E aí temos os curdos. É muito importante falarmos sobre a triste história deste povo. São mais de 40 milhões, concentrados em uma única região, sua região ancestral, que os burocratas ingleses e franceses depois de Primeira Guerra, dividiram entre quatro países que eles criaram traçando linhas no mapa, desconsiderando quem morava lá.  Eles são um povo, com uma língua distinta, uma cultura distinta que imaginem, a Turquia baniu de 1983 a 1991, na tentativa fútil de faze-los esquecer sua história e erradicar sua vontade de independência. Diferentemente de todos os países árabes da região, que nunca tiveram história por serem tribos nômades, o povo curdo está mencionado já nos tabletes sumérios de cinco mil anos atrás.

Mas política é suja e não tem D-us. Os curdos reivindicaram um estado e um lhes foi concedido no tratado de Sèvres, uma das tentativas de dividir a carcaça do Império Otomano. Mas os ingleses e franceses não cumpriram a palavra. No tratado final de Sykes-Picot, da mesma forma que mentiram sobre o que fazer com a Palestina, os ingleses e franceses dividiram os curdos entre o Irã, a Turquia, a Síria e o Iraque.   Eles são a maior minoria do mundo sem um estado.

Mas são um povo orgulhoso e batalhador. Os peshmergas ficaram famosos lutando ao lado dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, especialmente as mulheres curdas. E eles se identificam muito com Israel, olhando o pequeno estado cercado por inimigos como eles, que contra todas as probabilidades se mantém livre, democrático e independente.

O que a Turquia está fazendo é mais um massacre contra os curdos, um de muitos perpetrados desde 1930, ou no mínimo cometendo o crime de troca de população. Com a desculpa de erradicar grupos terroristas curdos do outro lado da fronteira, Erdogan invadiu a Síria para tomar 32 km do território sírio e formar uma zona tampão supostamente para proteger a Turquia. Isto é uma imbecilidade. O que Erdogan vai fazer é expulsar os curdos dos vilarejos locais – e já mais de 200 mil fugiram – e lá colocar os refugiados sírios que foram para a Turquia fugindo da guerra civil. Só que estes sírios não são curdos, não são daquela região. Cortando a continuidade de território curdo Erdogan quer isolar os curdos da Turquia e lhes negar qualquer refúgio do outro lado da fronteira estando livre para massacra-los.

A lei internacional proíbe um estado de expulsar uma população e substituí-la por outra, mas alguém ouviu alguma condenação da Europa? Aqueles que adoram dar lições de moral a Israel? Do alto de sua arrogância a Europa continua calada com medo de Erdogan cumprir a ameaça de enviar os milhões de refugiados sírios em sua direção.

O que espantou foi a inexplicável e repentina decisão de Donald Trump de retirar as tropas americanas e abandonar seus aliados curdos à sua própria sorte. Sua explicação de que estava cansado de assinar cartas de condolências para famílias de soldados mortos não justifica a retirada de apenas 50 soldados americanos com tal fanfarra.

Desde o envolvimento dos Estados Unidos, somente quatro soldados americanos morreram na Síria. Mas mesmo assim, na hora da verdade, na hora do teste, nem mesmo os Estados Unidos conseguiram defender a bandeira da justiça, moralidade e humanidade que tanto empunham. Trump não viu qualquer problema em sacrificar milhares de curdos aliados. Mas foi problema para ele retaliar contra o Irã depois do abate do drone porque uns 150 iranianos poderiam morrer.

É uma hipocrisia, uma verdadeira vergonha. Israel também se identifica com os curdos e ofereceu ajuda humanitária. Vamos torcer para que debaixo dos panos, atrás das cortinas, Israel consiga fazer mais por eles.





Sunday, October 6, 2019

Trump Netanyahu e a Guerra com o Irã - 06/10/2019


Tanto os Estados Unidos como Israel estão passando por momentos políticos conturbados. O circo dos democratas aqui continua e a demência de seus atos procurando o impeachment de Trump está completamente passando dos limites. Adam Schiff é o líder do comitê de inteligência que está promovendo esta farsa. Em uma entrevista ele simplesmente mentiu sobre a conversa do presidente com o recém-eleito presidente da Ucrânia e foi vergonhosamente desmascarado quando Trump mandou soltar a transcrição da conversa.

O que ficou claro com esta palhaçada é que os democratas estão possessos porque Trump, que nunca foi político, partiu para a ofensiva usando as mesmas táticas que os democratas sempre usaram.  Eles estão também muito preocupados com o resultado da investigação sobre o filho de Biden, que além de um contrato de $50 mil dólares por mês de uma empresa de energia da Ucrânia em 2014, conseguiu outro de 1.5 Bilhões de dólares e ainda outro de milhões para um fundo de investimentos, ambos da China, sem ter qualquer experiência nestes campos. Para piorar a situação, Hunter Biden que estava na reserva da marinha em 2014, não passou um exame de drogas, atendeu algumas vezes programas de reabilitação para viciados e um cachimbo de crack foi encontrado no carro que estava dirigindo.

Os democratas estão tentando remover Trump desta vez de uma forma completamente estabanada e urgente porque têm que conseguir o impeachment antes do fim da investigação sobre o filho de Biden.

Mas tudo isto está se virando contra eles. Trump subiu dois pontos nas pesquisas de opinião nesta semana e arrecadou 125 milhões de dólares para sua reeleição neste último trimestre. Biden que está em primeiro entre os democratas para enfrentar Trump nas urnas, só conseguiu 15 milhões.

Em Israel, o impasse das eleições e a impossibilidade dos dois maiores partidos (Likud e Branco e Azul) de formarem um governo, podem levar a uma terceira eleição. No meio tempo, Bibi Netanyahu também sofre com indiciamentos idióticos de corrupção promovidos pela esquerda que vão de acusações de aceitar charutos e garrafas de champanhe a tentar obter uma cobertura mais favorável da imprensa. Todas as alegações realmente absurdas e muito difíceis de provar. Mas a esquerda não está interessada em provar qualquer coisa. Para ela basta fazer Bibi sair do cargo para se defender das acusações que o objetivo foi alcançado.

Enquanto isso, tanto os Estados Unidos quanto Israel estão enfrentando ameaças reais. A Coreia do Norte recomeçou seus testes de mísseis balísticos, e o Irã continua a ameaçar a estabilidade no Oriente Médio.

E o Irã foi o tema do discurso de Bibi ao convir a tomada de posse da 22ª Knesset. Bibi disse que Israel está “enfrentando um enorme desafio à segurança, que só se intensifica de semana para semana. Aumentou profundamente nos últimos dois meses e, em particular, nas últimas semanas”.

O discurso ocorreu no mesmo dia em que o Irã fez o chefe dos Serviços de Inteligência Geral da Guarda Revolucionária, Hossein Taeb, anunciar detalhes de uma suposta "conspiração árabe-israelense" para assassinar, o comandante da força Quds, Qasem Soleimani.

Israel não reagiu a isso. Embora os iranianos tenham dado muito detalhes sobre esta suposta tentativa, não dá para confiar no que dizem. O que está claro, é que há muita tensão na liderança política de Israel. As observações de Netanyahu na Knesset ecoam outros avisos do passado. E há muitas indicações de que Israel está se preparando para a possibilidade de que as ações que está tomando contra o Irã e seus capachos, possa se transformar em uma guerra total em todas as frentes, cobrindo grande parte do Oriente Médio. É por isso que Netanyahu, mas também o presidente israelense Reuven Rivlin, têm sugerido a necessidade de aumentar o orçamento de defesa em bilhões de shekels, e que isso deve ser feito o mais rápido possível.

Muitos na mídia israelense dizem que Netanyahu está gritando “é o lobo” para angariar apoio dos partidos políticos e conseguir formar o governo. Mas é muito possível que as ameaças sejam bem reais. Os órgãos de defesa de Israel parecem verdadeiramente preocupados com uma rápida deterioração com o Irã.  

Se Israel realmente tentou eliminar Soleimani isto pode ser a desculpa para levar a uma guerra total. Se o complô alegado pelos iranianos for mentira, mesmo assim, falta menos de um fio de cabelo para separar os dois da guerra.  Ao que parece, o Irã decidiu responder forçosamente aos muitos ataques aéreos contra alvos iranianos na Síria e no Iraque atribuídos a Israel. E a amostra disso foi o ataque coordenado contra a infraestrutura petrolífera da Arábia Saudita. Com eles, os iranianos provaram ser capazes de penetrar as defesas aéreas com misseis e drones armados e causar muito dano.

Como disse um oficial sênior de Israel, “a capacidade mostrada por este incidente causa muita preocupação e exige uma resposta. É preciso impedir que os iranianos possam causar danos à infraestrutura de Israel.  

Mas pior que isto é o colapso da política americana em relação ao Irã. Desde a demissão do conselheiro de segurança nacional John Bolton, até o pedido de uma reunião ou até um telefonema com o presidente iraniano Hassan Rouhani, e a renúncia do subsecretário do Tesouro dos EUA, Sigal Mandelker, responsável pelas sanções contra o Irã tudo isto leva a crer nas previsões preocupantes das forças de segurança de Israel.

Uma das perguntas mais prementes é o que Israel irá fazer se o Irã decidir acelerar seu programa nuclear abertamente. Os Europeus, como sempre não farão nada e Trump parece ter perdido interesse em continuar com a forte pressão sobre os aiatolás se concentrando em sua campanha de reeleição do ano que vem. Se isso acontecer, Israel estará totalmente isolada na frente iraniana. E isso explica o aumento urgente do orçamento de defesa que os líderes de Israel estão tentando alcançar.

Para piorar esta tempestade perfeita, é importante adicionar a autoconfiança do Irã, que está crescendo exponencialmente. O Irã atingiu a infraestrutura nacional de petróleo da Arábia Saudita, danificou os navios-tanque de várias nacionalidades, abateu um drone americano caríssimo e continuou sua guerra no Iêmen sem pagar nenhum preço na arena internacional. E o Irã tem um saldo de ataques muito grande para acertar com Israel.

Será que os iranianos estão preparando uma surpresa para Israel em outubro deste ano? Em uma entrevista em 29 de setembro, o Brigadeiro general Dror Shalom, chefe da divisão de pesquisa da Inteligência Militar de Israel (Aman), sugeriu essa possibilidade. Shalom observou que um ataque iraniano poderia ser lançado a partir do território iraquiano, onde os iranianos têm infraestrutura de mísseis capazes de atingir Israel.

Os tambores da guerra estão batendo no Oriente Médio com uma rara intensidade. Ao mesmo tempo, está ficando cada vez mais claro que a confiança que Netanyahu teve em Trump pode ter sido exagerada.

O fato, ao que parece, é que Israel terá, mais uma vez, que se defender sozinha.