Os legisladores da Polônia aprovaram
nesta sexta-feira uma lei que criminaliza usar frases que podem sugerir que o
país teve alguma responsabilidade por crimes contra a humanidade cometidos
pelos nazistas. Daqui por diante, usar termos como “campos de extermínio
poloneses” pode acarretar até três anos de prisão no país.
Esta lei foi aprovada um dia
antes do Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. Um verdadeiro tapa na
cara. Realmente, os poloneses parecem ter embarcado no trem revisionista da
história pilotado por Mahmoud Abbas.
A Polônia não aprovou esta lei
no vácuo. O antissemitismo no mundo está em alta. Nos Estados Unidos, o
suspeito pela morte do estudante judeu Blaze Bernstein, na Califórnia este mês,
é um declarado neonazista.
Na Europa então nem se fala. As
expressões e atos antissemitas nos últimos anos foram horrendos. Judeus foram
mortos na França e Copenhagen, sinagogas e escolas foram atacadas com bombas
incendiárias e invadidas. Há uma razão para a crescente emigração judaica da
Europa: os judeus estão vendo a história se repetir!
Os alemães não construíram
campos de concentração do dia para a noite. Começaram com propaganda do mesmo
tipo que ouvimos hoje: que os judeus dominam a mídia, as finanças, o governo
americano, querem dominar o mundo, são pão-duros e só ajudam uns aos outros,
etc. Só depois de envenenarem a opinião pública, é que passaram a negar-lhes
emprego, concentrá-los em guetos, confiscar suas propriedades, e por fim os
levaram ao extermínio.
Mas aonde os governos locais e
a população se recusaram a colaborar com os nazistas, eles tiveram muito pouco
sucesso em exterminar os judeus. Foi o caso da Dinamarca, mas especialmente da Bulgária.
Em março de 1943, o povo saiu às ruas de todo o país contra as leis raciais que
afetavam os judeus e bloquearam os trilhos dos trens que deveriam leva-los à
morte. Isto convenceu o governo a impedir o assassinato dos 48 mil judeus búlgaros.
E isso apesar da Bulgária ter se aliado a Hitler durante a guerra!
A pergunta é, porque a
Bulgária, que tinha 1/10 da população da Alemanha, conseguiu resistir à
ideologia racista que cativou toda a Europa na primeira metade do século XX?
Pode ser que depois de uma coexistência pacífica e benéfica com os judeus por
mais de mil anos e depois de 500 anos de opressão turca, os búlgaros
simplesmente não compraram o peixe que Hitler estava vendendo.
Mas o povo polonês comprou e
hoje precisa assumir a responsabilidade por seus atos e por sua historia, por
mais feia que ela seja. Não foi por acaso que os nazistas colocaram os campos
de extermínio na Polônia. Tropas alemãs não teriam conseguido construir e
gerenciar os campos transformando-os na eficiente máquina mortífera que
massacrou 6 milhões de judeus, sem a ajuda e apoio da população local. E a
população local, extremamente antissemita, estava mais do que ansiosa para
ajudar.
Os nazistas construíram mais
de 40 mil campos durante a guerra, mas a vasta maioria eram campos de trânsito
e coleta de pessoas. Dos 10 campos de extermínio - aqueles com as câmaras de gás
e fornos crematórios - sete estavam na Polônia: Auschwitz-Birkenau, Belzec,
Chelmno, Majdanek, Sobibor, Treblinka e Varsóvia. Os outros três estavam
localizados na Sérvia, Bielorrússia, e Ucrânia. Só em Auschwitz foram mais de um
milhão e cem mil judeus mortos. Tirar a responsabilidade da Polônia, que matou
90% dos seus 3.2 milhões de judeus é um insulto.
Hoje, a população que mais cresce
na Europa é a muçulmana que abraça muitos princípios da ideologia nazista como princípios
islâmicos. Alguns especialistas dizem que a Suécia, a França e a Bélgica já
estão perdidas e a Alemanha está a caminho de se tornar um grande polo de ataques
antissemitas. E não há muito que fazer se os líderes europeus continuarem a
defender o multiculturalismo, a não integração e assimilação desta população. Tudo
o que a Europa pode fazer, tirando a educação e imposição dos valores
ocidentais, é pura cosmética.
Por exemplo, há seis meses o
Parlamento Europeu resolveu adotar uma definição de antissemitismo que havia
sido descartada em 2013 pela Agencia dos Direitos Fundamentais da União Europeia
cedendo a pressões da população muçulmana e do movimento BDS de Boicote,
Desinvestimento e Sanções contra Israel. Aquela definição incluía o anti-sionismo,
isto é, a crítica partidária e injusta de Israel como expressão de
antissemitismo. A força da definição estava no fato de reconhecer o foco do antissemitismo
moderno: O Estado de Israel. Além de incluir a demonização do Estado judeu e padrões
duplos, ela também caracterizava a deslegitimação de Israel, isto é, negar o
direito de auto-determinação do povo judeu, como antissemita.
O fato de Agência ter removido
o antissionismo da definição de antissemitismo teve um efeito prático imediato:
todos os atos perpetrados contra judeus na Europa supostamente em protesto
contra as politicas de Israel, foram removidos das estatísticas dos ataques
antissemitas.
A decisão do Parlamento
Europeu de retornar à antiga definição foi muito aplaudida por judeus, fez todo
o mundo se sentir bem consigo mesmo, mas na prática não resolveu nada.
Nós sabemos o que resolve:
mudar a atitude complacente das autoridades quando se trata de ataques a
judeus. É debater o problema nas escolas e com as autoridades policiais. O
exemplo deve vir de cima e as autoridades políticas devem impor o tom e
encorajar todos a combaterem o antissemitismo. A sociedade civil e os empresários,
educadores e jornalistas, líderes religiosos e estudantes, promotores e
juristas, advogados e polícia, pais e filhos, todos devem se unir nesta
batalha.
Mas hoje gostaria de discutir um
outro assunto aqui. Nesta última quinta-feira
o poder executivo do Brasil autorizou a União a doar recursos ao Estado da
Palestina – que ainda não é um estado – para a restauração da Basílica da
Natividade em Belém. O montante que o Brasil resolveu doar foi de quase R$800
mil reais. Uma atitude altruísta não? Bem, o jornalista Roberto Grobman que
está em Israel, foi a Belém neste final de semana e ficou surpreso ao saber que
a restauração da Igreja já terminou há tempo e foi totalmente paga por
organizações cristãs italianas. Quer dizer, isso foi uma desculpa esfarrapada
do Sr. Rodrigo Maia, que assinou a Medida Provisória, para enviar dinheiro à
Autoridade Palestina.
Num momento em que Donald
Trump está chamando os palestinos a assumirem a responsabilidade e voltarem à
mesa de negociações, outros países como o Brasil estão minando esta iniciativa.
Não adianta doar milhares de reais aos palestinos se seu propósito não é fazer
a paz mas destruir Israel. Os palestinos receberam mais de 25 vezes o que toda
a Europa recebeu em ajuda depois da Segunda Guerra e o que eles fizeram com
todo este dinheiro? Aperfeiçoaram sua máquina de guerra, sua propaganda
antissemita e um sistema corrupto só equivalente ao do Brasil!
O contribuinte brasileiro que
trabalha tão duro e paga somas absurdas de impostos tem o direito de saber
aonde este dinheiro vai. R$800 mil reais é café pequeno? Perguntem para os
hospitais do SUS o que eles poderiam fazer com este dinheiro. Quantas macas e remédios
poderiam comprar. Perguntem também às escolas do interior que nem lousa têm, quantos
cadernos, livros e canetas poderiam comprar com R$800 mil reais.
E será que este dinheiro foi
mesmo para a Autoridade Palestina?
O que é mais frustrante é que
nenhuma investigação, nenhuma Lava-Jato parece ter mudado a cabeça dos nossos
dirigentes. Não tem jeito. Eles não aprendem...