Há dez dias, o parlamento de Israel
aprovou o que chamou de Lei do Estado e Nação do Povo Judeu. Quem lê esta lei não consegue por qualquer
meio racional, ver qual a ligação entre o seu conteúdo e o debate que a lei
desencadeou.
Os defensores da Lei, entre eles o
primeiro ministro Benjamin Netanyahu, dizem que ela é necessária para proteger
a identidade de Israel, pois fixa em lei o principio da fundação do Estado e de
sua existência.
Do outro lado do debate, os membros árabes
da Knesset, escandalosamente condenaram a lei dizendo que Israel havia
oficialmente adotado o “apartheid”. E aí temos o presidente e sultão da Turquia,
Recep Erdogan que declarou que Israel é indubitavelmente o sucessor da Alemanha
nazista.
A liderança judaico-americana e o jornal The
New York Times logo avisaram que Israel está à beira de rejeitar a
democracia! E assim, gostaria de convidar cada um a ler a lei e descobrirão algo
surpreendente: A lei é absolutamente nada. Não declara nada de novo, não muda
qualquer coisa, enfim, é muito tralalá sobre nada.
Israel tem sido o Estado judeu nos últimos
70 anos, antes da lei e continuará a sê-lo depois dela. A cláusula que supostamente
torna Israel um “apartheid” se refere ao assentamento judaico. Ela apenas diz
que o assentamento judaico na Terra de Israel é um “valor nacional”. Vejam que a linguagem da Liga das Nações de
1920 sobre o Mandato da Palestina, explicitamente instrui o governo inglês a “encorajar
...o assentamento de judeus na terra”.
Não vou entrar no mérito se a Knesset
devia ou não debater e aprovar uma lei interna que declara que “a Terra de
Israel é a pátria histórica do povo Judeu, aonde o Estado de Israel foi
estabelecido”. Isto é um assunto para o legislativo de um país soberano e livre.
Mas a reação a ela merece ser discutida para mostrar além de tudo a hipocrisia
que Israel enfrenta.
O presidente da Autoridade Palestina,
Mahmoud Abbas disse na terça-feira que esta lei “coloca obstáculos no caminho
de alcançarmos a paz”. Sério??? Abbas tem a mesma credibilidade para falar do
caminho da paz quanto o PCC falar sobre a reabilitação de presos.
Abbas jurou que nunca irá aceitar um só
judeu no futuro Estado Palestino. Há alguns meses ele acusou os judeus de poluírem
a esplanada do Templo com seus pés imundos. E absurdamente ele já rejeitou
qualquer proposta de plano de paz submetida pela administração Trump. Ele está
rejeitando algo que não ainda nem sabe o que é!
A OLP condenou severamente a lei dizendo
que Israel estava destruindo a solução de dois estados e que esta lei tinha
como objetivo implementar a Grande Israel e impor o judaísmo em toda a
Palestina. A OLP disse que a lei legalizava o racismo e a discriminação em
todos os aspectos e violava a lei internacional, tratados, os direitos humanos
e princípios de democracia e igualdade”. Será possível? A Organização Para a
Libertação da Palestina, que promove o ódio, que repete diariamente que os
judeus são descendentes de porcos e macacos, falando de direitos humanos e
igualdade! É o fim da picada!
O mufti de Jerusalem, Sheikh Mohamed
Hussein disse que a lei expõe a face racista de Israel e que ela poderia levar
a uma guerra religiosa. E aí tivemos o Hamas. Seu porta-voz Sami Abu Zuhri disse
que a lei era prova da tentativa de Israel de dominar toda a região árabe e
roubar suas riquezas naturais. O Hamas também acusou os Estados Unidos de “encorajarem
o racismo de Israel ao apoiarem a ideia de uma pátria para o povo judeu”.
Às vezes me pergunto se eles acham que o
mundo leva a sério estas declarações falsas e dementes. Mas temos apenas que
lembrar do que aconteceu durante a Inquisição espanhola, os pogroms, o
Holocausto e até os ataques de 9 de setembro para nos darmos conta das consequências
das fake news.
E não é só sobre as leis que Israel
aprova. Se uma pedra cai em Jerusalem seu impacto é ouvido nos quatro cantos do
mundo. No começo da semana, uma pedra antiga de uns 200kg do Muro do Templo caiu
na área pluralista chamada de Ezrat Israel.
E apesar de arqueólogos treinados não terem
tido ainda a oportunidade de avaliar o que fez a pedra cair, Abbas anunciou que
era uma tentativa de Israel de destruir a Mesquita de Al-Aqsa e construir o
Terceiro Templo no lugar. Apesar da ideia dele ser excelente, sabemos que isto
é mentira.
No mundo árabe a população desenvolve suas
visões políticas no bazar. Mas será que eles podem mesmo acreditar nisto?
Apesar de Abbas ter perdido toda a credibilidade com o mundo ocidental, ele
ainda possui uma arma: a incitação. E foi esta incitação esta semana que causou
a morte de Yotam Ovadia, de apenas 31 anos, assassinado por um débil mental de
um vilarejo árabe que acreditou que ao matar Ovadia estaria de algum modo
salvando a mesquita de Al-Aqsa. O débil mental foi morto, mas Ovadia deixou
dois filhos pequenos de três anos e um ano que nunca conhecerão seu pai e uma viúva
jovem e em desespero.
Embora a
pedra tenha sido removida, o porta-voz jordaniano Jumana Ghneimat denunciou sua
remoção dizendo ter sido “uma interferência na jurisdição do Departamento Waqf
(controlado pelos jordanianos)”.
Osama
Qawassmeh, porta-voz do Fatah, da qual Mahmoud Abbas também é presidente, rotulou
incidente de "um sinal perigoso sobre as escavações arqueológicas
israelenses perto do Monte do Templo, e declarou: “Afirmamos que a Mesquita
Al-Aqsa e seus arredores, incluindo o que está abaixo dela, são puramente
islâmicos. Os judeus não têm direito a isso”.
Aparentemente,
o mero fato de judeus visitarem o Monte do Templo e andar nele é um crime
flagrante contra todas as religiões e especialmente o Islã.
Nada sobre
as toneladas de terra que os palestinos continuam a retirar de baixo da
mesquita para supostamente alargar a sala gigante que construíram nos Estábulos
de Salomão. É... a melhor defesa é o ataque...
O alvoroço
dos palestinos nada mais é do que outra tentativa de obter mais simpatia para
sua causa. Os líderes muitas vezes tentam pintar os israelenses e aqueles que
os apoiam como infiéis. Seu clamor para Israel entregar Jerusalém aos
palestinos faria a cidade retroagir décadas. É mais uma tentativa de forçar
Israel a aceitar uma Autoridade Palestina imbuída de terrorismo como “parceira da
paz”.
O ponto
final é o seguinte: Israel nunca permitirá que a Autoridade Palestina tenha
jurisdição sobre Jerusalem, não permitirá o estabelecimento dos chamados “refugiados”
em Israel própria, não permitirá aos palestinos um espaço aéreo, um exército ou
que façam tratados com outros países.
Para haver
paz, os palestinos precisam parar de fingir que isso vai acontecer. Donald
Trump teve razão ao dizer que a paz só pode ser construída em base da verdade.
E será só quando os palestinos reconhecerem esta verdade que eles poderão
negociar realisticamente e até alcançarem algo como um Estado. Mas para isso
eles precisarão de um líder que realmente tenha os interesses do povo como
prioridade. E não usá-lo para engordar suas contas no exterior.
Até lá os
palestinos continuarão a viver de mentiras, propagando engodos e almejando fantasias
delirantes.