A Operação Amanhecer, a guerra de
55 horas de Israel contra o Jihad Islâmico em Gaza
que terminou na noite de domingo passado, não apenas
despertou a ira dos habituais antissemitas do mundo, mas também
fez com que o cansado mantra de “dois estados” fosse reiterado
por funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado em todas as
oportunidades, exceto enquanto imploravam ao Irã
para retornar ao acordo nuclear.
Mas ao
contrário de operações anteriores contra organizações
terroristas em Gaza, a Operação Amanhecer foi uma vitória militar
decisiva para o exército de Israel e para
o país em termos de diplomacia. Israel foi capaz de realizar com
sucesso ações contra a organização terrorista, braço do
Irã na Faixa de Gaza, e investigar incidentes rapidamente e fornecer
respostas para a mídia em tempo real – o mais óbvio dos
incidentes foi o ataque em Jabaliya, no
qual civis palestinos, incluindo crianças, foram mortos.
No entanto, esse esforço para
fornecer informações precisas também expôs ao mundo que algumas fontes da
mídia, como a Al Jazeera, não estão preocupadas com os fatos.
Estão preocupadas apenas em mostrar Israel como
a agressora e os palestinos como vítimas. Onde
as alegações palestinas são tomadas como fato, mesmo quando vindas de
organizações terroristas, e as
reivindicações israelenses – com provas e evidências – são
tomadas com ceticismo.
Imediatamente após as explosões
perto do campo de refugiados de Jabaliya (sim, porque
mesmo dentro de Gaza, os palestinos mantêm seus irmãos e irmãs em campos de
refugiados) fontes palestinas e mídias sociais alegaram que o
exército de Israel havia bombardeado civis,
compartilhando fotos perturbadoras de crianças feridas e ensanguentadas nos
canais de mídia social. A notícia foi imediatamente captada por várias fontes
na mídia internacional.
Israel, no
entanto, não operava nessa área há horas, e não
poderia ter sido responsável por esse ataque. O governo
israelense e o exército rapidamente emitiram um comunicado e
até forneceram imagens de vídeos aéreos da
barragem de mísseis do Jihad
Islâmico que alvejaram civis
israelenses. Os vídeos mostram claramente mísseis dando meia volta
e caindo na própria faixa de Gaza.
Além disso, no momento do
lançamento deste míssil que acabou matando as crianças em
Jabaliya, o jornalista palestino Anas Al Sheriff cobria os
eventos em seu canal no Telegram,
declarando explicitamente em árabe o que havia acontecido.
Depois que a verdade foi
revelada, várias fontes da mídia atualizaram suas informações.
A maioria delas, no entanto, não cobriu a história ou o fato de que
centenas de mísseis falharam matando cerca de 16 civis
palestinos no fim de semana (aliás, mais vítimas civis do que as
causadas por Israel em todos os seus
ataques aéreos contra alvos do Jihad Islâmico).
O jornal The New
York Times, por exemplo, não noticiou inicialmente a
história e, embora a CNN e a BBC tenham mencionado o ataque em
Jabaliya em meio a outros artigos sobre a
operação, ambos relataram isso como uma alegação de
Israel que poderia ser contestada. O artigo da BBC afirmou que
Israel acusou os militantes do Jihad de terem
causado algumas dessas mortes, mas
que ela, BBC, não
havia conseguido verificar essa afirmação de forma
independente.
Curiosamente, nenhum aviso desse
tipo é mencionado quando se trata de
relatos e de número de mortos fornecidos por
grupos terroristas de Gaza. As alegações
palestinas são tomadas como fato, enquanto as alegações israelenses,
apesar de provas, são publicadas de maneira cética.
Na Al Jazeera árabe e inglês, o
mau jornalismo foi ainda mais pronunciado com a rede culpando Israel pela morte
de crianças em Jabaliya, sem sequer mencionar o fato de a
explosão tinha sido resultado de um míssil
defeituoso do Jihad Islâmico. A Al Jazeera em
árabe mostrou a imagem de crianças em sacos de cadáveres e alegou que foi
um massacre israelense em Jabaliya. Em inglês, eles alegaram que Israel matou
cinco palestinos, incluindo três crianças. Até agora a Al
Jazeera não publicou uma correção ou pediu desculpas.
Isso, vou repetir, é mau jornalismo e o acobertamento dos crimes de um grupo
terrorista.
Além da má cobertura da mídia
sobre este incidente, vários funcionários da ONU, membros
do partido árabe de Israel e do
Congresso Nacional Africano saíram contra Israel acusando o
exército de massacre. Naturalmente, nenhum desses mesmos
indivíduos falou sobre as centenas de mísseis
que caíram sobre os palestinos como resultado dos erros de disparo do Jihad
Islâmico.
Seja a mídia internacional ou
líderes da ONU ou de outras organizações, é
impossível falar sobre alegados “erros”
cometidos por Israel sem mencionar os crimes de guerra de organizações
terroristas como o Jihad Islâmico e o Hamas. Por
parte da imprensa, este é um fracasso imperdoável porque deturpa completamente o
relato histórico tirando do Jihad Islâmico toda a
responsabilidade pelas baixas civis palestinas e negando os crimes
de guerra não apenas contra israelenses, mas contra seu próprio
povo.
Essa falta de honestidade
prejudica a credibilidade das organizações de notícias, bem como da ONU, e
embora Israel tenha sido bem-sucedida em fornecer as
informações reais por trás das acusações difamatórias, Israel e seus aliados
também devem trabalhar para mostrar o preconceito
explícito e desinformação da mídia, como no caso da
Al Jazeera sobre o incidente de Jabaliya.
Mas não é só
a mídia. Organizações como Anistia Internacional também mostraram sua face
hipócrita neste conflito, mas de um modo indireto.
Na
quinta-feira, a Anistia Internacional publicou um controverso relatório alegando
que os militares ucranianos colocaram civis em perigo com suas táticas,
claramente promovendo a propaganda russa. Mas foi a miniguerra de Israel contra
o Jihad Islâmico que ameaça a credibilidade global do grupo de direitos
humanos.
Incrivelmente,
o que a Anistia Internacional descreveu acusando a Ucrânia, foram as mesmas
táticas usadas pelo Jihad Islâmico contra Israel! Se a ONG não condenar o grupo
terrorista por essas ações, mostrará ao mundo não apenas seu viés político, mas
também uma demonstração impressionante de hipocrisia.
De acordo com
a Anistia Internacional, “as forças ucranianas colocaram civis em perigo ao
estabelecer bases e operar sistemas militares em áreas residenciais povoadas,
incluindo escolas e hospitais, para repelir a invasão russa que começou em
fevereiro”. As forças armadas são obrigadas a proteger os civis dos efeitos das
operações militares e dar a esses indivíduos avisos eficazes de seus ataques,
declarou a Anistia.
Ao longo do
fim de semana, vídeos do Jihad Islâmico mostraram mísseis disparados contra
Israel de dentro de densas áreas residenciais em Gaza, inclusive o que falhou
em Jabaliya. “O direito internacional humanitário exige que todas as partes em
conflito evitem localizar, na medida do possível, objetivos militares dentro ou
perto de áreas densamente povoadas”, alertou a Anistia à Ucrânia.
A ONG também
chamou de falha da Ucrânia em não evacuar civis quando estabeleceu posições em
áreas civis. Até agora, não parece que o Jihad Islâmico tenha alertado os civis
para evacuar as zonas que está usando para combate. Em vez disso, os vídeos que
circulam mostram crianças aplaudindo os lançamentos de misseis e jornalistas
observando seu lançamento.
A Anistia
acusou a Ucrânia de não só colocar armamentos em áreas civis, mas de usar
hospitais e escolas como bases militares. Os terroristas de Gaza usaram essas
instalações ao longo de suas campanhas contra Israel. No final de julho, o
exército israelense publicou a localização de várias instalações do Hamas que
incluíam um armazém de armas próximo ao Hospital Shifa e um túnel sob uma
escola da UNRWA. Houve condenação da Anistia? Não.
Os ataques de
Israel nesta operação foram extremamente precisos. As baixas de Gaza por Israel
são majoritariamente de combatentes. No entanto, o Jihad Islâmico vem
realizando ataques não menos indiscriminados que a Rússia. Até a noite de
domingo, mais de mil mísseis foram lançados em Israel, cerca de 30% deles
caíram dentro da Faixa de Gaza. Os mísseis não são guiados, mas são
direcionados a alvos civis israelenses.
Com este
relatório a Anistia deu um chute no próprio pé. O presidente da Ucrânia,
Volodymyr Zelensky denunciou o relatório, acusando a ONG de “tentar transferir
a responsabilidade do agressor para a vítima”. E ele tem razão.
Até hoje, a
Anistia Internacional não comentou sobre as ações do Jihad Islâmico na Faixa de
Gaza ou sobre a Operação Amanhecer em geral. Como a al-Jazeera, a Anistia
acabou de mostrar que está armada com hipocrisia, não com direitos humanos e
está também encobrindo os crimes do grupo terrorista.
E aí temos
dois ataques terroristas deste final de semana. Na sexta-feira, um americano
filho de libaneses xiitas de 24 anos de New Jersey, tentou assassinar o
escritor Salman Rushdie, que há 33 anos foi alvo de um decreto de morte pelo
aiatolá Khomeini, por ter escrito um romance, titulado Versos Satânicos, que
gira em torno da Sura 53 do Alcorão. A Hezbollah, braço do Irã no Líbano,
confirmou o relacionamento com o terrorista. E ontem à noite, um seguidor do
Jihad Islâmico atirou num ônibus perto da cidade velha de Jerusalem, que levava
pessoas que tinham ido orar no Muro das Lamentações ferindo várias pessoas.
Todos os grupos terroristas comemoraram e incentivaram mais ataques. São os
tentáculos do Irã levantando sua cabeça feia em todo o mundo.
A ideia de
que existe a menor chance de alcançar a paz, muito menos uma "solução de
dois Estados", com uma sociedade que promove o assassinato e acolhe o
martírio é risível. E pior, com uma sociedade corrupta e desunida. Com um
governo na Judeia e Samaria, outro em Gaza com o Hamas, e dentro de Gaza grupos
terroristas que fazem o que querem. Com quem exatamente o mundo recomenda que
Israel assine um papel criando o “Estado Palestino”? É por isso que cada vez
menos israelenses consideram essa uma opção para solucionar o conflito.
Enquanto
isso, a preparação e a destreza militar permanecerão imperativas para Israel.
Como dizemos, o que não tem remédio, remediado está.