Hoje o mundo
supostamente comemora o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. Digo
supostamente porque o mundo de fato está se distanciando e cada vez mais do
Holocauto, minimizando o genocídio ou simplesmente negando os fatos históricos.
E com os últimos sobreviventes dos campos de concentração, e outras testemunhas
morrendo, logo a memória do Holocausto será relegada a algo sem relevância para
nossos dias.
É irrelevante
o fato dos alemães terem sido super meticulosos a registrarem cada transporte,
cada morte. Também parece irrelevante o fato de nenhum dos acusados em Nuremberg
ter levantado a defesa que nenhum genocídio ocorrera. Se alguém é acusado de um
crime que não existiu ou não cometeu, esta seria sua primeira defesa, ou não?
Uma pesquisa
feita na Inglaterra pelo grupo Opinião Importa para a Fundação do Dia de
Lembrança do Holocausto mostra que a situação está pior do que se pensava.
Quase dois terços dos pesquisados disseram que não sabem quantos judeus
morreram ou deram um numero grosseiramente baixo. Um entre 10 não acreditam que
o Holocausto ocorreu e um em 12 acreditam que o numero de mortos foi exagerado.
Realmente triste.
Isto é fruto
de uma campanha sistemática levada à cabo por grupos de esquerda focados em
deslegitimar o Estado de Israel com o total apoio do governo do Irã. O que a
mídia e o público em geral deixam de ver é a que ponto os tentáculos do Irã
alcançam os pontos mais longínquos de Teerã.
A crise na
Venezuela, por exemplo. Ninguém pensaria que o Irã estaria envolvido. Mas o
ministro mais próximo de Maduro, vindo do governo Chavez é Tareck El Aissami,
sobrinho do chefe do partido de Saddam Hussein no Iraque que com apenas 34
anos, foi nomeado Ministro do Interior e Justiça, depois Governador de Aragua,
vice-presidente da Venezuela até o ano passado e agora Ministro das Industrias
e Produção Nacional, encarregado do petróleo da Venezuela. Este individuo, que
se encontra na lista do Tesouro Americano é um conhecido corrupto, lavador de
dinheiro e traficante. Enquanto governador de Aragua, ele trouxe a Aviação
Qods, uma divisão da força aérea do Irã para operar da província. E de acordo
com o Instituto Washington para a America Latina, El Aissami preside sobre uma
força policial que se tornou uma das mais violentas e abusivas do país.
Com alguém
tão poderoso plantado na Venezuela, não é de admirar que o Irã tenha saído em
defesa do governo Maduro. Um governo que acabou de destruir o país mais rico da
América Latina.
Na última
semana, o presidente da Assembléia Legislativa da Venezuela, Juan Guaido,
declarou-se presidente interino da Venezuela. Imediatamente, o governo
americano, brasileiro, argentino e outros tantos o reconheceram como legitimo
presidente da Venezuela. Como isso pode ser possível? Por que há momentos em
que um governo, apesar de ter sido eleito pelo voto dos seus cidadãos, perde a
legitimidade por não ter correspondido às expectativas do povo. Quando 10% da
população de um país foge, e 90% dos que ficam estão em estado de extrema
pobreza, sem bens e serviços básicos como água potável e hospitais e pior,
quando o Fundo Monetario Internacional prediz uma inflação de 1 milhão por
cento até o final do ano, isto é uma crise humanitária. É o total desgoverno.
E o
Secretário de Estado Americano, Mike Pompeo tem toda a razão. Ele falou na ONU
neste final de semana, pedindo às nações do mundo para apoiarem a
tentativa do povo da Venezuela de se
livrar deste governo mafioso e ilegítimo. O exercito continua a apoiar Maduro
apesar da eleição deste Chavista miserável, incompetente e mafioso ter sido
denunciada pela Organização dos Estados Americanos como fraude.
Aliás, vamos
ver quem defendeu o Maduro ontem no Conselho de Segurança. Primeiro foi a
Russia, declarando que Trump estaria ameaçando um governo estrangeiro e isso
era um abuso grosseiro e uma violação de todas as normas de direito
internacional, um verdadeiro golpe de estado. Depois foi a vez da China
condenar o reconhecimento de Guaido e pedir para respeitar a soberania da
Venezuela. Tanto a Russia como a China bloquearam a resolução para a ONU
reconhecer Guaido como presidente interino revelando seu medo de perder os
bilhões de maus investimentos que os dois países fizeram na Venezuela. Este
dinheiro nunca mais será recuperado. Os dois que ainda continuam apostando no
socialismo como forma de governo apesar deles mesmos terem adotado posturas
capitalistas para melhorarem a economia.
Pois é gente.
Como dizia Margareth Thatcher, o que importa para os socialistas não é o povo
mas o Estado. As decisões que afetam as vidas das pessoas são negadas à elas,
em vez de serem tomadas por elas. Em que propriedade e poupanças são roubadas
das pessoas. Em que o Estado é o senhor do individuo em vez de servir a ela. E
Maduro se considera o Estado.
Só que o
socialismo dura até o dinheiro acabar. E na Venezuela já acabou há tempos.
Outro país
afetado tanto pelo Irã como pela Russia é a Siria e vemos em que estado se
encontra. Outro peão do Irã é o Sheikh Hassan Nasrallah, líder da Hezbollah,
que efetivamente manda no Líbano. E para tirar qualquer suspeita de seu
precário estado de saúde, Nasrallah deu uma entrevista à televisão libanesa de
supostamente 3 horas. Como se alguém aguentasse escuta-lo por 3 horas.
Mas nesta
entrevista, ele confirmou a existência dos túneis para Israel e ainda se gabou
dizendo que Israel não havia encontrado todos. E que Israel deveria estar feliz
da Hezbollah ter mísseis de precisão que podem alcançar todo o território do
Estado Judeu, se não ele seria obrigado a usar mísseis sem precisão que cairiam
em qualquer lugar. E finalmente que está em seus planos ocupar a Galiléia numa
próxima guerra.
E isso me
traz ao recente impasse com o Hamas na Faixa de Gaza. Milhares de manifestantes
foram protestar novamente na cerca com Israel. Protestar o quê, fica mais
difícil pois o grupo rejeitou a ajuda de mais 15 milhões de dólares do governo
de Qatar porque não queria dar pontos a Netanyahu nas próximas eleições. É a
primeira vez que temos o absurdo de Israel e Qatar pedirem para o Hamas para
aceitar a ajuda às famílias necessitadas e outra ajuda humanitária. Mas qual
seria a verdadeira razão do Hamas recusar o dinheiro? Seria talvez um acordo
com o Irã para o Hamas continuar a bombardear o sul de Israel e provoca-la a
uma guerra?
O Irã quer de
qualquer jeito se vingar de Israel pelas incursões na Síria. Incursões que
Israel não mais cala mas faz propaganda. E porque? No passado, quando se
tratava de agressões ou de armazenamento de armas e munições pelos sírios,
Israel se calava para dar para a Siria a oportunidade de não reagir.
Hoje Israel
deixa bem claro que não está contra o povo sírio, nem contra a Síria, mas está
agindo especificamente contra o Irã. Esta mensagem deixa Teerã em maus lençóis
pois eles se tornam a causa de mortes de sírios em seu país.
Com Israel
ocupado com o Hamas no sul, o Irã instruiria Nasrallah a atacar o norte de
Israel estressando as forças armadas de Israel em mais uma tentativa de
destruir o estado judeu.
Aonde está o
Irã está a guerra, o terrorismo, ditaduras, e como consequência, sofrimento
para o povo. Da Venezuela, à Triplice Fronteira, do Iraque, Síria, Líbano e
Gaza, o próximo governo que tem que cair é este dos aiatolás. O povo iraniano
sem dúvida merece coisa melhor.