Quando a
festa de Pessach acabou ontem à noite, nas sinagogas em Nova York já se
comentava sobre o lamentável ataque ao Beit Chabad da cidade de Poway na Califórnia.
Ninguém sabia ao certo o que havia sucedido, mas o fato de ter ocorrido
exatamente 6 meses depois de Pittsburg, aonde 11 pessoas morreram, não passou
desapercebido.
Sem querer
diminuir os repulsivos e odiosos ataques terroristas à comunidade cristã do Sri
Lanka na semana passada, no meio do domingo de Pascoa, obra do Estado Islâmico,
desta vez, um homem, e não um adolescente como vários canais de mídia, resolveu
dar vazão ao seu ódio antissemita. Justo antes de sair com sua arma automática
em direção à sinagoga, este energúmeno postou seu manifesto no Facebook
declarando que “os judeus merecem o inferno. Eu vou manda-los para lá”. Ele
também denunciou Donald Trump por apoiar Israel.
Lory Kaye, uma
senhora de 60 anos, que tinha ido à sinagoga para falar Yiskor pela primeira
vez por sua mãe, morreu ao tentar proteger o rabino que havia sido baleado na
mão. Um israelense em visita e uma menina, também israelense, que se mudou para
Poway com a família, fugindo dos mísseis de Sderot, também foram feridos.
Foi a mão
de D-us que evitou um massacre. A arma do atacante travou dando oportunidade à
um policial de folga, a revidar o fogo.
Imediatamente,
a mídia, talvez ainda de ressaca da noite dos jornalistas acusou quem? Donald
Trump é claro! A CNN logo declarou que vimos o aumento do antissemitismo a
partir da eleição de Trump.
Uma mentira
de gigantes proporções! Foi durante os anos de Barack Obama, que os incidentes
antissemitas aumentaram na América. O seu politicamente correto contra qualquer
forma de atribuição de mau comportamento a jihadistas, muçulmanos e negros, foi
fundamental para a normalização do uso de trópes antissemitas.
Os judeus
são apenas 2% da população americana mas sofreram 60% dos crimes de ódio
religioso em 2018. Mesmo assim, temos hoje duas muçulmanas no Congresso
Americano, uma usando o véu, que não têm qualquer vergonha ou receio de vomitar
seu antissemitismo em todos os canais de mídia social. E os democratas se
recusam terminantemente a condená-las com medo de serem rotulados de
islamofobos!
É isto que
está levando à normalização das manifestações antissemitas.
E prova é o
que aconteceu na semana passada com o jornal The New York Times! Na quinta-feira, em sua edição internacional,
o jornal publicou uma caricatura de um presidente Donald Trump cego e usando
uma kipá preta, sendo levado por um cachorro com a cara de Netanyahu com uma
estrela de Davi pendurada na coleira.
Quando
achamos que os comentários da congressista Ilhan Omar sobre a dupla lealdade
dos judeus eram problemáticos, o The New York Times se desdobra para
ultrapassá-la.
O choque
generalizado que a caricatura provocou, levou o New York Times a retira-la da
edição online e a tentar um pedido de desculpas esfarrapado. Será que
finalmente o The New York Times resolveu revelar o que pensa dos judeus? Seus
editores não viram qualquer problema em imprimir uma caricatura do presidente
americano sendo cegamente liderado pelo “cão judeu”?
E pior,
como aqueles que levaram a matéria a ser impressa, chegaram à conclusão que era
ok colocar uma kipá no presidente? Então qual é? Trump é antissemita ou um
judeu enrustido sendo conduzido por Israel?
Em outras
instâncias que ocorreram no passado, dissemos que as imagens “evocavam
lembranças” do antissemitismo da década de 1930. Isso não evocou; isso nos
mostrou exatamente como era.
Os nazistas
também nos descreveram como animais. Eles também afixaram estrelas de Davi em
nós. Os antissemitas nos compararam a cães, porcos e macacos. Depois da Segunda
Guerra, costumava a ser a esquerda que descrevia os judeus como controladores do
mundo, como um polvo ou uma aranha.
Mas agora
vemos que se tornou regular jogar a culpa pelos problemas do mundo nos judeus e
em Israel. Nenhum outro país ou grupo minoritário é submetido a esse ódio implacável
e sistemático pelos principais jornais do mundo e agora na América. Queria ver alguém na mídia se atrever a
colocar o rosto de um líder islâmico em um cachorro, com símbolos islâmicos
pendurados na coleira, liderando o presidente dos EUA.
Claro que
não. Do editor ao porteiro do prédio, alguém iria acabar com isso. O editor da
noite, o editor assistente ou um estagiário iria levantar a bandeira vermelha e
dizer que "Isso não é certo".
Pessoal, esta
caricatura não acabou impressa na edição internacional do The New York Times
por engano. Ela foi escolhida; foi designada para figurar em uma página por
alguém. Foi verificada e re-verificada. Eu trabalhei em jornal e sei que nada é
impresso sem a aprovação de várias pessoas. E se para seus editores isto era
algo inofensivo, porque não a publicaram na edição doméstica do jornal?
O jornal
reconheceu seu erro de modo completamente patético admitindo que a caricatura
"incluía elementos antissemitas". Em seguida, declarou que: "A imagem
era ofensiva e foi um erro de julgamento publicá-la".
NÃO. Não é
apenas UM erro de julgamento. Existem inúmeros. Entre eles, o uso de um
cachorro com uma estrela de David na coleira, para descrever Israel. Alguém
pensaria que depois do Holocausto, qualquer uso da Estrela de Davi
automaticamente levantaria questões em uma publicação. E colocar o rosto do
primeiro-ministro israelense em um cachorro! Vou repetir: Em um cachorro!
Esta
caricatura não é algo levemente antissemita. Ela é profundamente antissemita. E
é por isso que este pedido de desculpa não é suficiente.
Um erro de julgamento é, por exemplo, revelar a foto de um menor relacionado
com um crime. Isto não é uma referência antissemita obscura. É prova que existe
uma cultura de antissemitismo no NYT.
Este deve
ser um momento decisivo. É um momento decisivo porque um dos jornais mais
prestigiados da América fez isso, não um jornaleco de uma cidadezinha qualquer.
E o fato de ter sido publicado na Edição Internacional é ainda pior. É esta
edição que mostra o rosto da América para o mundo. E também dá um sinal de
aprovação silencioso para outros antissemitas. Como podemos exigir que haja
tolerância zero para o antissemitismo quando toleramos uma coisa desta?
As pessoas
devem exigir uma retratação real. Não outro conjunto de declarações em que
todos fingimos que isto não foi bem antissemitismo, ou que Ilhan Omar não
atacou os judeus claramente de "dupla lealdade".
Precisamos
ouvir uma sincera contrição e uma prestação de contas mostrando quem foram os
responsáveis pela aprovação desta publicação. O público deve ser incluído na
discussão, e o The New York Times deve ouvir o quanto isso é prejudicial e
ofensivo.