Suásticas em lápides nos
cemitérios judaicos e fotos de sobreviventes do Holocausto pregadas nelas. Um
judeu é baleado com uma carabina de ar na porta de uma sinagoga em Paris. Um
judeu intelectual de 69 anos, membro da Academia Francesa de Letras é chamado
de “judeu sujo” nas calçadas de Paris. Uma árvore plantada em memória de um
judeu assassinado em um ataque antissemita brutal é cortada pela raiz horas
antes de um serviço de lembrança a ele.
Estes são apenas alguns dos
ataques viciosos, tenebrosos e antissemitas que ocorreram na França nos últimos
dias, gerando uma preocupação real com o crescente sentimento anti-judaico no
país da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A pergunta é: o que está
provocando essa onda de ataques?
A recente onda de turbulência
social na França e a atmosfera febril gerada pelo chamado movimento “jalecos
amarelos” foram identificados como fenômenos que provocaram estes sentimentos antissemitas.
Este movimento dos jalecos
amarelos começou como um protesto contra o aumento do imposto sobre o
combustível, mas rapidamente se transformou em um movimento de protesto contra
a condição socioeconômica da classe trabalhadora e média, com uma retórica populista
altamente anti-"elite".
Ao mesmo tempo, o sentimento
antijudaico e anti-sionista, vivo e desavergonhado na significativa população
muçulmana da França, tem sido um motor de ataques antissemitas no país nas
últimas duas décadas.
Yonathan Arfi, vice-presidente
do grupo de comunidades judaicas francesas do CRIF, diz que elementos
significativos dentro do movimento "jalecos amarelos" identificaram
judeus franceses como parte da “elite" que está reprimindo e oprimindo os
trabalhadores franceses comuns.
Mesmo que judeus franceses
estejam em grande parte nas mesmas circunstâncias econômicas que muitos na
classe média e média-baixa, eles estão associados à elite e portanto são culpados
pelas injustiças infligidas a outros cidadãos franceses. O sentimento
anticapitalista do movimento deu lugar aos estereótipos e preconceitos
antijudaicos.
Mas será que é só isso? Antes
disso a França não era antissemita? Esta ideia de que a Europa largou seu
antissemitismo para trás no dia 7 de maio de 1945 com a rendição incondicional
da Alemanha, é uma falácia, uma mentira.
É o mesmo antissemitismo da
década de 30 e da década de 70 quando eu ouvia piadinhas escondidas sobre
judeus e fornos crematórios na escola. Mas hoje não é preciso mais esconder,
não é?
A Polônia insiste em
reescrever a história, passando leis asininas sobre a não colaboração dos
poloneses com os nazistas. Seu governo deveria sim, revisitar os pogroms que
ocorreram depois de 1945 como, por exemplo, o de Kielce de 1946 aonde 42 judeus
foram brutal e furiosamente massacrados. De acordo com Yad Vashem 2 mil judeus que
tentaram voltar para suas comunidades em busca de parentes foram assassinados
depois da Guerra pelos poloneses.
A França não ficou para trás. Em
1941 haviam exibições intituladas “Este Judeu e a França”, junto com as leis
raciais e o uso da estrela de Davi nas roupas. Um das mais brutais batidas,
visando mulheres e crianças judias, ocorreu em Julho de 1942 no Vel’ d’Hiv
quando 13 mil foram judeus presos pelas autoridades francesas. Dos 75 mil
judeus franceses deportados para campos de concentração na Polônia, somente
2,500 sobreviveram.
Isto foi o ápice, a culminação
da expressão antissemita que putrefava e continua a putrefar a sociedade
francesa, justo abaixo de sua hipócrita indignação em defesa do politicamente correto.
Como outrora, manifestantes do
jaleco amarelo se agarraram ao fato de que o presidente francês Emmanuel Macron
trabalhou no Banco Rothschild e o está acusando de fazer parte de uma
conspiração judaica global. Como não?
Macron tem sido descrito por
manifestantes como a "prostituta dos judeus", uma
"marionete" dos judeus e "presidente dos ricos", entre outros
“elogios”.
Alguns observadores dizem que
o movimento do "jaleco amarelo" é composto por membros das mais
diversas posições políticas - incluindo tanto a extrema esquerda, que tem um
foco anticapitalista, quanto a extrema direita que quer "recuperar" o
controle do governo. Mas entre os extremos e o meio, o fator comum que vemos
neste movimento é o antissemitismo!
Ariel Kandel, diretor da
organização Qualita para imigrantes franceses em Israel, acertou em cheio
quando disse que o antissemitismo expresso pelo movimento “jaleco amarelo” é o
caso de crenças antissemitas clássicas se manifestando mais uma vez na
sociedade moderna.
“Tudo volta aos judeus: 'Eles
têm dinheiro, têm poder, são sionistas' e, apesar de não terem nada a ver com
os problemas na França, quando há problemas, os judeus são culpados”, disse
Kandel. "É triste ver o retorno de atitudes medievais em que os judeus são
reflexivamente culpados pelos problemas de um país".
Kandel ainda disse que a
recente onda de ataques é parte de uma bola de neve na qual um ataque
antissemita causa outras pessoas a deixarem suas inibições de lado sobre a ilegitimidade
do antissemitismo. E isso leva a outros incidentes e ataques cada vez mais
sérios.
E os muçulmanos da França,
como vimos recentemente, não têm qualquer inibição em expressar seu
antissemitismo. E aí os outros seguem. Incidentes antissemitas que até 20 anos
atrás eram contados nas dezenas por ano, hoje contam nas centenas.
Independentemente da razão
precisa destes ataques antissemitas, a França está claramente no meio de uma
onda de ataques preocupante à sua comunidade judaica e seu lugar na república.
Sim, na noite de terça-feira
passada, políticos de todo o espectro político manifestaram-se contra o
fenômeno e os comícios mostraram que uma grande parte da população ainda se
opõe ao antissemitismo.
Mas o antissemitismo, em
várias formas e disfarces, também se tornou mais legítimo aos olhos de muitos
que finalmente se sentem livres de seus estigmas, a ponto de repetir insultos e
difamações antigas contra seus concidadãos.
Como disse o presidente da
Agência Judaica, Isaac Herzog, na terça-feira, o vírus do antissemitismo voltou
mais uma vez ao coração da Europa. E este talvez seja o começo do alerta para
esta comunidade procurar sua Liberdade, Igualdade e Fraternidade em outro
lugar.
Este é meu comentário, mas não
posso deixar passar o que está se passando na Venezuela. Duas pessoas deram
suas vidas neste final de semana tentando fazer passar a ajuda americana para
dentro do país. Enquanto isso, Maduro dançava nas ruas de Caracas, aproveitando
a adulação dos seus apoiadores. Esta é a lição da semana sobre o socialismo
meus amigos: Que ele não sobrevive sem tirania. Nem na União Soviética, nem na
China, nem em Cuba e nem na Venezuela. Maduro é um tirano porque quer o poder
acima de tudo. Ele proibiu a entrega da ajuda humanitária americana, de comida,
de remédios, porque não se importa de modo algum com a sorte de seu povo que
está morrendo de fome e penúria devido a anos de mal gerenciamento e corrupção.
Esta é a hora da verdade do socialismo minha gente. E quem continuar a apoiar
este regime criminoso, sejam seus capangas, ou os militares, deve ser
igualmente julgado por crime contra a humanidade.