Esta foi uma
semana cheia de eventos importantes e que, direta ou indiretamente, impactam nossas
vidas. Mas apesar de terem acontecido em pontos diversos do mundo, todos eles tiveram
um ponto em comum. E este é o apaziguamento a todo o custo. O problema é que os
bullies nunca param quando têm a vítima entre as mãos.
A invasão da Ucrânia
pela Rússia, com a morte de milhares de inocentes, um desrespeito total pela
vida e direitos humanos além da economia mundial, causando a alta do trigo, do
petróleo e do transporte internacional, apesar de condenada pelo mundo, na
semana passada deu uma virada. O presidente francês François Macron declarou
que “não podemos humilhar a Rússia, porque quando o combate terminar poderemos
construir um caminho através de canais diplomáticos”. Claro, Macron, que está
sofrendo uma crise de energia e falta de alimentos básicos, já está cheio. Mas
isto quer dizer o quê para a Ucrânia? Ela tem que desistir de sua independência
e dar as costas ao Ocidente e aos valores ocidentais para que Macron fique
contente? É esse tipo de coisa que dá ímpeto a Putin de continuar seu bullying do
Ocidente.
Zelensky, por
seu lado, deve só sonhar com todas as armas nucleares que a Ucrânia entregou
para a Rússia contra um pedaço de papel no qual os Estados Unidos e a Inglaterra
“garantiram” a segurança do seu país. Promessa que valeu o papel em que foi
escrita. Que mensagem é essa não só para a Rússia, mas para a China e o Irã?
E por falar no
Irã, novamente esta semana, o chefe da autoridade de energia atômica, Mohammad
Eslami, declarou que “o Irã tem a capacidade técnica de produzir a bomba nuclear,
mas que não tem intenção de fazê-lo”. Não vamos abrir o champagne ainda! É mais
uma admissão do Irã que está enriquecendo urânio acima dos níveis necessários
para energia elétrica ou para propósitos médicos como alega. E o que acontece?
O Ocidente reabre as negociações para ressuscitar o acordo nuclear de 2015 que irá
somente, e somente, livrar o Irã das sanções econômicas, enchendo os bolsos dos
mulás para continuarem seu patrocínio do terrorismo mundial. Não sei se isso
foi apaziguamento ou direto uma capitulação.
Hoje, as
notícias estão inundadas sobre a vinda próxima a Nova York do presidente
iraniano Ibrahim Raisi, conhecido como o “açougueiro de Teerã” (sem querer
ofender os açougueiros) – ele próprio um criminoso de guerra acusado de cometer
crimes contra a humanidade. Mas como chefe de estado, ele tem imunidade.
E aí temos a
China. Nesta semana a porta-voz do Congresso, Nancy Pelosi, teve a audácia de
visitar Taiwan, apesar (vejam só) apesar de ameaças da China. E ainda bem que
ela foi! As palavras da China foram: “aqueles que brincam com fogo não terão um
final feliz e aqueles que ofendem a China serão punidos”. Claramente os
chineses veem o governo Biden como fraco e patético para usar esta linguagem. Isso
não teria acontecido com Trump. E o avião de Pelosi tinha mal decolado quando a
China começou exercícios militares, violando abertamente o espaço aéreo e as águas
territoriais de Taiwan. A mesma Taiwan que também tem uma promessa em papel dos
Estados Unidos de defender sua independência.
O Diretor do FBI,
Christopher Wray disse recentemente que “a maior ameaça de longo-prazo para a
propriedade intelectual e de informação e para a vitalidade econômica dos
Estados Unidos é a espionagem econômica e de contrainteligência da China”. E
daí? Nada.
E aí chegamos
a Israel.
Nesta semana,
o enviado americano Amos Hochstein chegou em Beirute para ajudar a resolver a
longa disputa de fronteiras marítimas entre Israel e o Líbano. Esta disputa
está impedindo o Líbano de começar a prospectar o depósito de gás natural na
sua costa. Israel já construiu a plataforma de Karish em suas águas
territoriais e espera começar a prospecção em setembro. Mas em vez de tentar
resolver o problema, a Hezbollah, braço do Irã, decidiu ameaçar atacar a
plataforma de Israel. Nasrallah declarou que “se a extração de petróleo e gás
de Karish começar em setembro antes que o Líbano obtenha seu direito, estaremos
caminhando para um problema e faremos qualquer coisa para alcançar nosso
objetivo”. Israel frustrou recentemente pelo menos três infiltrações de drones
do Hezbollah, duas delas indo para Karish.
Pressão está
sendo feita sobre Israel para que ela aceite, por exemplo, abrir mão de parte
da área rica em recursos naturais – mesmo que a organização terrorista que
domina o Líbano e é a causa da miséria no país, não mostre qualquer sinal de
abandonar seu objetivo de destruir o Estado Judeu ou renunciar seu apoio ao
jihad global. Há uma razão pela qual a Hezbollah é considerada uma organização
terrorista pelos EUA, Reino Unido, Liga Árabe e outros, e ceder às suas ameaças
é uma receita certa para mais chantagens e ameaças.
E desde sexta-feira,
Israel se encontra em guerra no sul, desta vez contra o Jihad Islâmico
Palestino.
Tudo começou
com a prisão do terrorista sênior do grupo Bassam al-Saadi e seu genro em Jenin
depois de Israel ter descoberto um plano do grupo para alvejar civis na Judeia
e Samaria. Então, o Jihad Islamico de Gaza, ameaçou lançar mísseis contra
Israel se al-Saadi não fosse solto. O aconteceu a seguir foi uma vitória para
os terroristas – aqueles cuja razão de ser é espalhar o medo. Preocupados com a
retaliação o primeiro-ministro Yair Lapid, o ministro da Defesa Benny Gantz e
altos funcionários da segurança decidiram fechar estradas e a linha de trem no
Negev perto da fronteira com a Faixa. Milhares de moradores do Sul de Israel ficaram
presos em casa devido à ameaça de ataques. Tudo isso sem que o Jihad Islâmico
tenha atirado uma única bala, um míssil ou um projétil antitanque.
Como a
situação não poderia durar mais, Israel decidiu neutralizar o comandante do
Jihad Islâmico que estava fazendo as ameaças assim como destruir depósitos de
armas do grupo. Numa ação espetacular e cirúrgica, Israel eliminou Tayseer
al-Jabary, o comandante do norte de Gaza. O Jihad então lançou centenas de mísseis
contra Israel. Até sábado à tarde, mais de 350 mísseis foram lançados, 227
atravessaram para dentro de Israel, dos quais 162 foram interceptados pelo Domo
de Ferro, 29 caíram no mar outros em espaços abertos, mas 94 caíram na própria Faixa
de Gaza. E foi um destes mísseis que matou vários adultos e 3 crianças no
bairro de Jabalyiah. Alguém ouviu alguma condenação da mídia por estas mortes?
Mas se tivesse sido Israel, não iriamos ouvir o fim delas.
O Hamas,
inteligentemente, ficou fora da briga. Ele também tem um problema com o Jihad Islâmico
que instalou um governo dentro de seu governo. O Hamas tem tentado finalmente reconstruir
Gaza, conseguiu que Israel permitisse a milhares de seus residentes trabalharem
em Israel e outros alívios que os egípcios se negam a dar. Mas o Jihad Islâmico,
com sua liderança sentada confortavelmente na Síria e no Irã, prometeu continuar
os ataques. Claramente, o Jihad Islâmico
não é só perigoso para israelenses, mas também para os palestinos.
Como sempre,
no entanto, o mundo e a mídia estão condenando Israel.
E assim, os
bullies globais continuam rindo de nós. Tanto a ação quanto a inação vêm com um
preço que precisa ser cuidadosamente considerado, mas o ponto principal é: se
você deixar terroristas e ditadores escaparem impunes, usarem somente de
apaziguamento para fazê-los mudar de comportamento, eles não terão motivos para
parar. O mundo livre não pode se dar a este luxo.
Hoje nos
encontramos em uma situação insustentável. Não importa se for Putin, Xi Jinpin
ou os aiatolás do Irã. Todos eles representam uma ameaça grande demais para ficarmos
complacentes. A sobrevivência de nossas democracias exige que nos mantenhamos
firmes nos mesmos princípios que as fizeram florescer – o Estado de Direito, a
liberdade de expressão, os direitos humanos e, acima de tudo, o reconhecimento
de que a vida é sagrada.
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