Sunday, October 27, 2024

Dia Nacional de Luto em Israel e o Ataque ao Irã - 27/10/2024

 

Hoje Israel declarou o dia nacional de luto pelas vítimas do 7 de outubro e de todos os soldados e soldadas que morreram defendendo Israel até agora. Um preço em vidas inimaginavelmente dolorido. Um preço que continua a ser pago. Um dia em que definimos um novo tipo de crime: o kinocídio. O assassinato de famílias inteiras. As famílias alvejadas pelo Hamas. Shiri e Yoram Bibas e seus dois meninos, Kfir de 1 ano e Ariel de 5 que continuam em Gaza. A linda família Kedem Siman-Tov: o pai Yonatan de 36 anos, a mãe Tamar de 35, suas filhas gêmeas Shachar e Arbel de 5 anos e o filho Omer de apenas 2 anos, queimados juntos, no abraço do pai que tentou proteger seus filhos.

Somente hoje começamos o dia com 4 reservistas mortos no sul do Líbano em batalha contra a Hezbollah. Tivemos um ataque terrorista perto de Tel Aviv, em que um motorista de caminhão pesado, se jogou sobre um ônibus num ponto próximo de uma base militar. 35 feridos, 6 em estado grave. Outros dois foram feridos num ataque de drone vindo do Líbano e as sirenes no Norte não param de soar.

Mas tudo não são más notícias. Nesta madrugada, Israel destruiu um armazém de armas e mísseis da Hezbollah. Ontem Israel explodiu um túnel enorme completamente equipado para adentrar as comunidades do Norte. A explosão necessária para destruir o túnel foi tão forte que foi registrada erroneamente como um terremoto.

Mas na madrugada da sexta para sábado, mais de 100 aviões de combate de Israel, incluindo caças e drones não tripulados, viajaram cerca de 1.600 Kms atravessando território inimigo e alvejaram mais de 20 alvos militares sensíveis em várias ondas em todo o Irã e todos retornaram para casa em segurança. Por qualquer medida, esse foi um feito notável.

A primeira onda de ataques alvejou as defesas aéreas do Irã, para assegurar a liberdade de ação agora e no futuro.  A segunda onda alvejou as fabricas de drones e mísseis balísticos do Irã assim como os locais de lançamento de tais armas. Depois de 3 horas de ataques, às 6 da manhã, Israel declarou que todos os objetivos foram alcançados. A vitória é ainda mais doce, contra um país que mata moças por não cobrirem o cabelo como eles querem, e foram duas navegadoras que lideraram os caças para seus alvos.

Muitos dizem que Israel deveria ter usado a legitimidade que tinha para responder e destruir as instalações nucleares do Irã, seus campos de petróleo ou ambos. Isso só teria sido possível se Israel não fosse obrigada a considerar a posição de Biden e dos países do Golfo Persico.

Os Estados Unidos deram assistência militar ajudando a desviar as centenas de mísseis balísticos enviados nos dois ataques do Irã. Um ataque contra os campos de petróleo iria enviar os preços da gasolina para o espaço justo antes das eleições. E os países do Golfo ficaram com medo que um ataque à infraestrutura do petróleo do Irã levaria a um ataque iraniano à sua própria infraestrutura da indústria petrolífera.

Mas o fato é que a Força Aérea de Israel destruiu as baterias de defesa aérea e radares na Síria, Iraque e no próprio Irã para abrir caminho para seus caças. Em outras palavras, o Irã está completamente exposto. Algumas dessas baterias eram supostamente as S-300s de última geração fornecidas pela Rússia.

A Rússia, envolvida na Ucrânia, não será capaz de repô-las rapidamente. E se Israel atacou uma vez — e abriu caminho — ela pode fazê-lo novamente. Uma verdadeira humilhação para a República Islâmica. O Irã com quem Israel tinha ótimas relações diplomáticas até o golpe dos aiatolás em 1979.

E só porque Israel não atingiu as instalações nucleares ou petrolíferas iranianas agora, não significa que não o farão no futuro. O Irã, e todos os outros na região, agora viram as capacidades de Israel — e elas são reais, e restauraram seu poder de dissuasão.

Esta marca a primeira vez que Israel assumiu a responsabilidade por ataques no Irã — levando a luta diretamente ao inimigo — e essa não é uma linha insignificante que foi cruzada.

O aiatolá Ali Khamenei diz estar muito doente e como toda boa ditadura, ele irá nomear seu filho como sucessor. Mas numa ação inexplicável, ele decidiu no final de semana abrir um canal no Twitter – em Hebraico! E como sua primeira ação, ele se seguiu a si próprio e postou Em Nome De D-us o Mais Clemente, o Mais Piedoso! Ele realmente não tem mais o que fazer.

Agora, hoje é realmente um dia triste e solene. Nos canais de rádio e tv aqui todos lembram os que morreram e os que continuam em cativeiro. Uma carta de adeus de um soldado, Ilai Levy, ficou comigo. Ele disse aos seus pais: “saibam que estamos lutando por amor à nossa pátria e não por ódio ao inimigo”.

E isso segue a nossa tradição. É só comparar a nossa Declaração de Independência e a Constituição da OLP.

Na abertura da Declaração de Independência de Israel está escrito: “A Terra de Israel foi o berço do povo judeu. Aqui é que sua identidade espiritual, religiosa e política foi moldada.” “Nós estendemos nossa mão a todos os estados vizinhos e seus povos em uma oferta de paz e boa vizinhança, e apelamos a eles para estabelecer laços de cooperação e ajuda mútua com o povo judeu estabelecido soberanamente em sua própria terra.”

Em contraste, a carta da OLP diz o seguinte: “A libertação da Palestina, de um ponto de vista árabe, é um dever nacional e tenta repelir a agressão sionista e imperialista contra a pátria árabe, e visa a eliminação do sionismo na Palestina.” Ela continua, “A luta armada é a única maneira de libertar a Palestina. Esta é a estratégia geral, não apenas uma fase tática. O povo árabe palestino afirma sua determinação absoluta e firme resolução para continuar sua luta armada e trabalhar por uma revolução popular armada para a libertação de seu país e seu retorno a ele.”

Vemos esta diferença todos os dias em Israel. O compromisso do povo judeu com a paz em contraste com a com violência árabe.

Muito espanto é visto quando ouvimos uma chamada telefônica de um terrorista aos seus pais no 7 de outubro passado, se vangloriando de ter matado 10 judeus com suas próprias mãos e sua mãe então dizendo como estava orgulhosa e como queria estar junto do filho para ajudá-lo. Que tipo de seres humanos são estes? Vejam o contraste dos tantos atos heroicos de jovens judeus que se sacrificaram para salvar outros.

A mídia, em sua maioria, por seu lado, continua a demonizar Israel, focando somente na situação dos árabes em Gaza e na sempre “iminente” crise de fome que assola a Faixa. Alguém viu a mulher do Sinwar? Muito bem alimentada e segurando uma bolsa Hermes de 32 mil dólares?

Isso passa batido na mídia vendida e até para os estudantes universitários que com seu lema “por todos os meios disponíveis” justificam o assassinato, o sequestro e o estupro de inocentes. Sua desculpa dos atos mais hediondos perpetrados contra judeus desde o Holocausto foi ultrajante. Nos quatro milênios de sofrimento judaico, que remontam da escravidão egípcia às intifadas palestinas, os judeus nunca sequer consideraram estuprar, queimar ou decapitar os filhos de seus opressores como os palestinos fizeram durante seus ataques selvagens.

Tal barbárie é tão abominável aos valores judaicos que a mera sugestão vira o estômago de qualquer judeu. Isso nos mostra exatamente o tipo de degeneração que é valorizada por esta geração.

A qualquer momento - de 1948 em diante, os palestinos poderiam ter optado por reconhecer o direito judaico à sua autodeterminação em sua pátria histórica, a Terra de Israel e a viver junto, como o fazem os dois milhões de muçulmanos, drusos, circassianos, chechênios, cristãos e tantas outras denominações. Em vez disso, eles escolheram a violência e o terrorismo para destruir o estado judeu.

Muitas pessoas culpam Israel de colonialista, culpam os assentamentos e as várias políticas militares israelenses pela falta de paz no Oriente Médio. Todas essas são tentativas equivocadas de caluniar o estado judeu. Não há maior obstáculo à paz do que a violência e o terrorismo palestino. O sionismo é um dos maiores movimentos de libertação do mundo e, se os palestinos tivessem acolhido o direito histórico do povo judeu, suas vidas seriam muito melhores do que são hoje.

Sunday, October 13, 2024

O Mundo Decidindo Como Israel deve Vestir o Luto - 13/10/2024

 

Existe uma palavra em Hebraico que é muito usada em inglês para descrever o atrevimento, a ousadia, enfim, a cara de pau. É a palavra Chutzpah. E neste aniversário de um ano da mega-atrocidade do Hamas contra israelenses e não israelenses, judeus e não-judeus, e baixo a centenas de mísseis sendo enviados do Líbano pela Hezbollah, alguns da mídia internacional se sentem no direito de opinar, digamos, criticar, como Israel lamenta seus mortos e marca o evento.

O caso do jornal de esquerda The Guardian, da Inglaterra é um exemplo. Na semana passada, ele deu voz à uma certa eco feminista comunista, seja lá o que isso for, de origem judaica para lhe dar um certo grau de autoridade, publicando seu artigo titulado “Como Israel usou o trauma como uma arma de guerra”. Imaginem só isso!!!!

Isso é mais do que chutzpah – é uma chutzpah obscena.

Convenientemente, o artigo omite os detalhes do ataque bárbaro em que o Hamas, o Jihad Islâmico e outros terroristas invadiram o sul de Israel, assassinando, estuprando, mutilando e decapitando. Claro que ela escolheu omitir as famílias inteiras que foram baleadas, torturadas, pais na frente dos filhos e filhos na frente dos pais, ou queimadas vivas em suas casas – 30 crianças estavam entre os 1.200 civis naquele dia. E tampouco houve a necessidade de discutir as 250 pessoas, israelenses e estrangeiros, que foram sequestradas.

O principal medo do jornal e de outros similares, não foi o que poderia acontecer a Israel. O medo deles é o fato de que, relembrar aquele dia terrível e todo o seu trauma, pode (D-us nos livre) encorajar a islamofobia!

Estranho que só agora, que Israel está envolvida, este argumento é levantado. Quando o ISIS sequestrou 374 meninas cristãs de Chibok, na Nigeria escravizando-as, ninguém criticou as famílias das vítimas de provocarem islamofobia por conseguirem engajar até Michelle Obama para sua causa. Até hoje só 100 delas voltaram. Ou quando o governo de Omar al-Bashir no Sudão fez uma limpeza étnica dos não árabes muçulmanos em Darfur, matando perto de 400 mil civis seja por chacina ou de fome, ninguém argumentou que a condenação de al-Bashir por genocídio pudesse levar à islamofobia. Ou que acusar os sérvios ortodoxos de genocídio contra os muçulmanos da Bósnia, poderia inflamar sentimentos anti-cristãos no mundo inteiro.

Mas quando se trata de Israel... Ela é acusada de usar a memória do massacre de 7 de outubro para justificar o ataque àqueles que o perpetraram e apoiaram a selvageria; aqueles... que ainda estão disparando mísseis indiscriminadamente contra israelenses — judeus e não judeus, civis e militares. Aqueles que continuam a comemorar o 7 de outubro.

Na perversão máxima, estão dizendo a Israel como ela deve lamentar seus mortos. E por favor, está proibido o uso da palavra "Holocausto".

Entre os absurdos escritos neste artigo do The Guardian, está uma citação do palestino Abdaljawad Omar reclamando que a "forma colonial de luto de Israel transforma os palestinos em equivalentes modernos aos amalequitas". É um espanto! Como se só o comportamento deles não fosse o suficiente para eles merecerem esse enquadramento!

O objetivo desta mídia suja é o mesmo: não se alongue sobre os horrores que foram feitos a Israel, porque isso pode fazer as pessoas terem um sentimento negativo sobre os terroristas que os  perpetraram.

Aqui está uma amostra: “Com uma conflagração regional em larga escala parecendo mais possível a cada hora, o foco em como Israel intensifica e manipula o trauma judaico pode parecer irrelevante... No entanto, as histórias particulares que Israel conta sobre a vitimização judaica fornece a justificativa para a violência devastadora e a anexação de terras coloniais agora em exibição tão gritante.

Vamos parar um pouco e concordar com alguns fatos incontroversos. Até a década de 60, os palestinos eram os judeus que moravam em Israel. Golda Meir dizia com orgulho que ela era palestina e isso estava em seu documento de identidade. Foi Yasser Arafat, um terrorista nascido no Egito, que quando fundou a OLP em 1964, 3 anos antes de qualquer “ocupação” inventou o povo palestino. Até então todos eram apenas “árabes”. Segundo fato incontroverso: desde a época dos romanos, há dois mil anos, os judeus sempre mantiveram comunidades em todo Israel, inclusive na Judeia e Samaria. Os Bizantinos cristãos, os Cruzados, os invasores árabes e os invasores turcos, escritores como Benjamin Metudela, rabinos como Ramban, Rambam e tantos outros, todos registraram a presença judaica ininterrupta em Israel, até hoje.

E aí temos. O primeiro crime do qual Israel é culpada: é de ser colonialista. Como podemos ser colonialistas na terra de onde viemos? Desde quando a ocupação ilegal de um país como a Jordânia, durante meros 19 anos, pode apagar a presença judaica de 2 mil anos ininterruptos? Israel é o maior e melhor, provavelmente o único exemplo de descolonização bem-sucedida da História.

Mas a mídia se concentra, como sempre, na narrativa Palestina influenciando as universidades, a opinião pública e os organismos internacionais como a ONU e a Corte Internacional de Justiça. Estes organismos não se cansam de acusar Israel não só de colonialista, mas de genocídio e de apartheid. Na opinião de vocês, quem é o genocida? Aquele no qual a população árabe se multiplicou 10 vezes desde a criação do estado, ou aqueles que têm em sua própria constituição, o único objetivo de destruir o estado Judeu, e todos os seus habitantes judeus, como é com o Hamas e a Hezbollah?

E quem é o Estado apartheid? Aquele que promove suas minorias a todos os cargos inclusive de Chefes de Hospitais, presidentes de empresas, generais do exército e até a juiz do Supremo que colocou um presidente e um primeiro-ministro judeus de Israel na cadeia? Ou aqueles que não aceitam que qualquer judeu resida em qualquer parte do território que reclamam como seu, do Rio ao Mar?

E crimes de guerra, então? Outro crime do qual Israel é acusada. Que outro país está em guerra não contra um exército reconhecido, mas contra dois grupos terroristas apoiados por estados terroristas como o Irã, a Síria, o Iêmen? Quem comete crimes de guerra? Israel que avisa por telefonemas, panfletos e rádio para a população civil sair dos objetivos militares, ou grupos terroristas que lançam mísseis indiscriminadamente contra a população civil e usam seus civis como escudo humano?

Ou os que, como foi encontrado esta semana por Israel, escondem em todas as casas de civis, no sul do Líbano, milhares de mísseis, armas, munições, coletes e capacetes, além de túneis sofisticados que adentravam o território israelense, tornando todas as casas em alvos militares? Mas não. Não podemos criticá-los porque isso poderá gerar islamofobia!

E entre toda a piedade professada pelos palestinos e libaneses na guerra que seus líderes lançaram contra Israel, não há um que poupe um pensamento para os mais de 60.000 israelenses ainda desabrigados após um ano. Ou para as jovens famílias mortas e mutiladas, para os mais de 100 reféns que continuam em condições subumanas em Gaza. E para milhares de israelenses emocional e fisicamente feridos.

Sim, querem que apaguemos tudo isso para justificar o injustificável. Não gostaram do filme Prestando Testemunho do exército israelense, que compilou os momentos mais gráficos e horríveis capturados pelos próprios terroristas naquele dia... Ou que permitimos a Sheryl Sandberg ex-COO da Meta produzir o “Gritos Antes do Silencio”, sobre a violência sexual brutal perpetrada pelo Hamas; ou o documentário #Nova, que criou um relato 'minuto a minuto' das atrocidades. E outros.

Não! Deveríamos ter ficados quietos e apagar o que estes selvagens fizeram.

Tudo isso explica muito sobre o que está acontecendo nas ruas e nos campuses universitários do mundo.

Brendan O’Neill, editor-chefe do site Spiked!, acabou de publicar o livro Depois do Pogrom: 7 de Outubro, Israel, e a Crise da Civilização. Ele escreveu: “Parece que a histeria [pró-Hamas] no pós-outubro foi o fruto podre da virada do Ocidente contra a civilização. Do nosso abandono progressivo da razão. Da nossa troca dos ideais do Iluminismo, do pensamento racional e deliberação democrática pelo beco sem saída da política de identidade.”

Eliminar a documentação traumatizante é destruir as evidências, apagá-las da memória futura. Isso pode beneficiar os palestinos e o estado patrocinador do terrorismo, o Irã, que ainda busca capacidade nuclear militar. Não ajudará a sobrevivência de Israel, que já está sendo arrastada por tribunais internacionais.

A selvageria vista em 7 de outubro nunca poderá ser perdoada ou esquecida. E ninguém tem o direito de dizer a Israel como lembrar, lamentar marcar ou comemorar esta data. Não queremos preservar o trauma. Longe disso. Queremos sim evitar e nos proteger de atrocidades futuras.

Sunday, September 29, 2024

Nasrallah Eliminado - 29/9/2024

 

Israel está comemorando, não efusivamente, porque ainda temos 101 reféns em Gaza, mas respirando mais aliviada. Às 6:20 tarde desta última sexta-feira, a força aérea de Israel lançou umas 100 bombas na sede subterrânea da Hezbollah, no coração de Dáhia, o bairro xiita de Beirute, matando o chefe do grupo terrorista nos últimos 32 anos junto com toda sua cúpula. A ironia da história é que o bombardeamento se deu no momento preciso em que Netanyahu discursava na ONU, sendo a sua voz, a última que Hassan Nasrallah ouviu antes de descer ainda mais para o inferno.

Finalmente o arqui-inimigo de Israel foi vencido. Um homem que matou tantos morreu justo no dia 25 de Elul, no dia em que acreditamos que D-us começou a criação do mundo e que Ele disse “é bom”.

A morte de Nasrallah nas mãos de Israel, marca o fim de uma era perigosa, mas mais importante que isso, ela simboliza o papel crítico de Israel na luta contra a opressão e a liberdade.

É sabido que antes de ser libanês e usar seu fake patriotismo para formar um dos maiores e melhor exército do Oriente Médio, Nasrallah era um xiita devoto, um radical islâmico, completa e publicamente submetido aos aiatolás do Irã, que não suportava as liberdades do ocidente, dos direitos das mulheres, de outras religiões, dos LGBT, que era contra a democracia e que tinha como objetivo maior impor o xiismo iraniano no mundo.

E de fato. A Hezbollah foi criada em 1982 pelo Irã, no vale do Bekkah para operar como um exército por procuração, um proxy do Irã. O primeiro do anel de fogo que os aiatolás planejaram para destruir Israel. Depois vieram o Jihad Islâmico, o Hamas, os Houthis e as milicias xiitas do Iraque. Mas a Hezbollah sempre foi a menina dos olhos dos aiatolás. O primeiro ataque do grupo terrorista ocorreu alguns meses depois de sua formação, contra a embaixada americana em Beirute, matando 49 e ferindo 34. Logo em seguida, a Hezbollah enviou dois carros bomba que explodiram nas bases americana e francesa em Beirute, matando 240 americanos e 58 franceses que fazim parte da força de paz na guerra civil do Líbano. Uma guerra civil provocada por Yasser Arafat e os palestinos.

Em 1984, a Hezbollah explodiu um restaurante próximo à base aérea americana na Espanha, matando 18, atacou outra vez a embaixada americana em Beirute, matando 11, sequestrou um avião da Kuwait Airlines matando 4. Em 1985 sequestrou um avião da TWA para forçar Israel a soltar 700 terroristas. Em 1988 assassinou 3 diplomatas sauditas e outro em 1989 em Bangkok. Os ataques terroristas continuaram no início dos anos 90 e em 1992, a Hezbollah explodiu a embaixada israelense em Buenos Aires, matando 29 civis e ferindo mais de 240. Outra vez em 1994, a Hezbollah orquestrou um ataque suicida à Associação Judaica Amia em Buenos Aires matando 85 e ferindo 300.

Depois disso, o Irã começou a armar a Hezbollah com mísseis de curto, médio e longo alcance e o grupo passou a atacar Israel militarmente, lançando mísseis, morteiros e sequestrando soldados além de continuar suas atividades terroristas no exterior, em países como Tailandia, Azerbaijão, Índia, Turquia e Bulgária.

O problema é que mesmo sendo um alvo constante destes grupos e do Irã, os Estados Unidos se recusam a ver o mundo como ele é, mas querem o mundo como eles querem que seja.

Desde 1948, todos os governos democratas americanos procuraram um empate entre Israel e o mundo árabe e isso nunca ficou tão claro como nesta administração Biden. No final do governo Trump em 2020, ele havia garantido quatro acordos de normalização no Oriente Médio — conhecidos como Acordos Abraão.

Hoje estamos no final do governo Biden e a região está pegando fogo, à beira de uma guerra regional que pode descambar para uma guerra mundial.

Não é coincidência.

Desde o começo de sua administração, Biden tem enviado mensagens truncadas para líderes errados, jogando gasolina numa região instável, como por exemplo, suspender as negociações de outros Acordos Abraão especialmente com a Arábia Saudita. E isso só para não dar a Trump o gostinho de ter seu nome ligado a este sucesso.

Desde que tomou posse, Biden decidiu tratar a Arábia Saudita como um pária, publicamente culpando o príncipe herdeiro pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, sem ter provas.

Ao final, ele teve que se curvar ao príncipe por causa da subida do preço do petróleo, causada pela guerra na Ucrânia

Biden também criticamente removeu algumas sanções contra o Irã, como suborno para Teerã voltar ao acordo nuclear de Obama, liberando bilhões de dólares para os aiatolás continuarem seu patrocínio dos seus grupos terroristas como a Hezbollah.

O grande momento que significou o sinal verde ao Irã foram os 9 meses de desprezo americano ao Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e da impressão de ter havido uma cisão entre Washington e Jerusalem que este desprezo criou.

A retirada caótica e catastrófica das tropas americanas do Afeganistão, que levou os aliados americanos a questionar se Washington os estaria abandonando foi outro sinal ao Irã.

Mas Biden foi mais além. Ele também removeu os Houthis da lista de organizações terroristas, renovou os pagamentos à Autoridade Palestina, apesar de eles serem contra a lei americana, renovou os pagamentos para a UNRWA, e retornou os Estados Unidos ao antissemita Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Embora não possamos considerar qualquer dessas ações como a responsável pela atual situação no Oriente Médio, todas juntas o são e todas têm sua origem nas políticas do governo Biden. E incrivelmente, Biden continua hoje a empurrar estas políticas perniciosas.

Numa entrevista ontem sobre a situação no Líbano, ele declarou que está trabalhando num cessar-fogo. Um cessar-fogo agora só daria para a Hezbollah e ao Hamas tempo para se reorganizar e para o Irã rearmá-los. Agora eles estão sem liderança, a Hezbollah sem seu sistema de comunicação e o Irã não pode nem mesmo aterrissar seus aviões em Beirute. Este não é o momento de Israel jogar um salva-vidas para a Hezbollah ou para o Hamas. Este é o momento que Israel tem para destruir completamente esses grupos e aleijar a capacidade de ataque do Irã por seus proxis.

E é por isso que Israel continua a explodir tuneis em Rafiah e a atacar a Hezbollah em Beirute e no sul do Líbano.  

Com tanto sangue americano nas mãos, Biden não teve outra alternativa a não ser elogiar Israel no sábado. “Hassan Nasrallah e o grupo terrorista que ele liderou, o Hezbollah, foram responsáveis ​​por matar centenas de americanos ao longo de um reinado de terror de quatro décadas”, disse ele. “Sua morte em um ataque aéreo israelense é uma medida de justiça para suas muitas vítimas, incluindo milhares de americanos, israelenses e civis libaneses”.

A morte de Nasrallah é mais do que uma vitória para Israel: é um triunfo para cada nação que valoriza a democracia sobre a ditadura e a liberdade sobre a tirania.

A resposta fria do Ocidente a essa vitória em defesa de seus próprios valores, a inexplicável explosão do antissemitismo, mostra uma desconexão preocupante da Europa e dos Estados Unidos.

As ações de Israel servem como um lembrete de que a defesa da democracia não é uma questão regional.

A eliminação de Nasrallah é uma vitória para todo o mundo livre, e é hora de o Ocidente reconhecer o papel de Israel não apenas como um aliado local, mas como um defensor crítico da ordem democrática mundial.