Hoje faz 667
dias do ataque de 7 de outubro de 2023. Um ano e 10 meses de cativeiro para os
20 reféns presumidamente vivos e 30 mortos. Hoje também é o dia 9 do mês de Av
no calendário judaico. O dia mais triste do ano quando choramos e jejuamos enlutados
pelas maiores tragédias que ocorreram para o povo judeu nesta data. A
destruição do primeiro e do segundo templos, foi neste dia. O massacre de mais
de um milhão de judeus na Europa durante a primeira cruzada em 1096 começou
neste dia. A expulsão dos judeus da Inglaterra em 1290, da França em 1306 e da Espanha
de 1492 também. O massacre de 300 mil judeus pelos cossacos de Chmelnitski,
homens, mulheres, e crianças ocorreu no dia 9 de Av de 1648 e muitas outras tragédias
relacionadas a este dia. Mais recentemente, o desengajamento, quando o então
governo de Ariel Sharon expulsou 8 mil judeus de suas casas da Faixa de Gaza chegando
até a desenterrar os mortos também neste dia.
E ontem à
noite, outro golpe doloroso. Quando perguntam se há fome em Gaza, respondemos
sim. Há uma fome indescritível em Gaza, mas não dos árabes. Dos nossos reféns.
O grupo terrorista Hamas publicou um vídeo ontem de Evyatar David de 24 anos.
Ele está irreconhecível, se comparado às suas fotos de antes de 7 de outubro.
Um esqueleto vivo. Só pelo sobre ossos. Isso é como a fome se parece, não estes
hipócritas de Gaza que mostram filhos com doenças genéticas graves no colo de
mães e irmãos bem alimentados dizendo que a criança está passando fome.
Mas pior
ainda, em uma parte do vídeo, os terroristas do Hamas forçaram Evyatar a cavar sua
própria cova no túnel e ele com os olhos vidrados dizendo que Israel acharia o
corpo dele lá.
E nós temos que
continuar a sustentar esta cambada de terroristas alimentando aqueles que só
tem um objetivo na vida: nos matar e destruir Israel.
Dizemos que uma mentira pode dar a volta ao mundo
enquanto a verdade ainda está colocando o sapato. Em nenhum lugar isso é mais óbvio
do que na mídia, onde imagens viralizam e permanecem na mente do público por meses. Esta semana, foi
novamente a vez do The
New York Times dar ao mundo uma lição de como fazer um péssimo
jornalismo.
O jornal publicou em sua
primeira página uma
matéria sobre a alegada fome em Gaza. O artigo trouxe uma foto de uma criança
de um ano e meio emaciada,
aninhada nos braços de sua mãe. A legenda afirmava que a criança havia nascido
saudável, mas agora sofria de desnutrição grave. Compartilhada na página principal do jornal, o
artigo alcançou 55
milhões de acesso, se tornando o símbolo do sofrimento de Gaza. Líderes mundiais citaram a imagem,
comentaristas a compartilharam e a implicação era clara. Que o
objetivo de Israel nesta guerra era matar crianças de fome.
Ninguém foi
procurar saber por que o pequeno irmão desta criança que também estava na fotografia,
estava bem alimentado e a mãe não tinha sinais de desnutrição.
Só mais tarde médicos esclareceram que o
menino havia nascido com
paralisia cerebral e distúrbios musculares que o impediam de engolir alimentos normalmente. Há um índice
muito grande em Gaza de crianças que nascem com doenças congênitas. Isso porque
os árabes têm o costume de se casar com membros de primeiro grau de sua própria
família geralmente primos. Depois que foi revelado que a criança já está há
mais de um ano num hospital na Italia tendo ganhado peso e estar bem melhor, o
New York Times resolveu publicar uma nota do editor reconhecendo o erro.
Erros são inevitáveis, mas quando cursei
a faculdade de jornalismo, aprendi que todo esclarecimento deveria ser publicado
no mesmo lugar e com a mesma visibilidade do artigo errado. Quer dizer, se o
artigo foi publicado na primeira página do jornal, a correção deve ser feita
também na primeira página e com a mesma visibilidade.
É aqui que a credibilidade do New York
Times vai para o buraco.
O jornal resolveu colocar a correção num feed de relações públicas do
jornal, que tem apenas 90 mil seguidores, muito longe dos 55 milhões da sua conta
principal.
Por que isso importa? Porque os conflitos hoje são travados tão ou
mais ferozmente no campo
da opinião pública do que no de batalha. Imagens e artigos moldam debates políticos e influenciam negociações
diplomáticas. A publicação da foto da criança aparentemente morrendo de
fome gerou
consequências imediatas. E a retratação não adiantou a nada. O dano estava feito.
Meia dúzia de
líderes de países ocidentais correram para anunciar o reconhecimento do estado
palestino, sem negociação com Israel e com nossos reféns ainda no cativeiro.
Entre eles, a França, a Inglaterra, Portugal, Canadá e Austrália.
E qual foi a consequência
da declaração destes líderes iluminados? O Hamas simplesmente abandonou a mesa
de negociação dizendo que não devolveria os reféns até que o Estado Palestino
fosse criado com sua capital Jerusalem. E aí temos. Sem rodeos. Os palestinos
querem tudo. Querem desmantelar Israel por completo. Do rio ao mar é exatamente
o que eles querem. Não um estado ao lado de Israel, mas um em vez de Israel.
E é assim que
o terrorismo é recompensado. Depois dos trogloditas do Hamas terem massacrado,
estuprado, queimado, ferido e sequestrado israelenses em seu “passeio” pelo sul
de Israel, a comunidade internacional está respondendo concedendo-lhes um
Estado próprio.
O
primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o reconhecimento será
anunciado em setembro, a menos que Israel tome "medidas substanciais para
pôr fim à terrível situação em Gaza", e que Israel também deve cumprir
outras condições, incluindo concordar com um cessar-fogo, comprometer-se com
uma paz sustentável de longo prazo que leve à solução de dois Estados e
permitir que as Nações Unidas reiniciem o fornecimento de ajuda (diga-se o
Hamas), ou o Reino Unido tomaria essa medida na Assembleia Geral da ONU em
setembro.
Esta é a
estratégia: quando não conseguem convencer um grupo terrorista de absolutamente
nada, eles pressionam Israel. E agora, com essa a nova demanda do Hamas?
Nós já tentamos
dezenas de vezes dar a estes terroristas um Estado. Tentamos em 1937, em 1948,
em 1967, em 1993 com os acordos de Oslo criando a Autoridade Palestina, em 2001
com Barak, em 2005 com a retirada de Gaza e 2008 com Ehud Olmert. Todas as
propostas foram rejeitadas. Novamente, eles não querem um estado ao lado de
Israel mas um estado em vez de Israel.
Em 2005
Sharon tentou nos convencer que os palestinos criariam a Cingapura do Oriente
Médio. Eles poderiam facilmente ter criado a Dubai do Mediterraneo, mas
preferiram investir em sua máquina de guerra.
Estamos mais
conscientes do que nunca de que o que acontece agora afetará o que vem a
seguir. O número de terroristas que o Hamas quer que sejam libertados em troca de
reféns após quase dois anos de cativeiro só dará mais ímpeto à sua motivação
para realizar outros sequestros.
Sair de Gaza,
prometer um cessar-fogo unilateral, e a volta de terroristas para a região a
apenas algumas centenas de metros das comunidades judaicas praticamente
garantirá novas invasões. E esqueçam da ideia de que iremos remover à força 700
mil judeus de suas casas na Judeia e Samaria em troca de promessas
internacionais de paz sem qualquer sentido.
O Hamas não
está nos deixando alternativa a não ser continuarmos a atacar e eliminar seus
terroristas, mesmo às custas das vidas dos reféns. E para deixar claro: Não
estamos fazendo isso para dar uma lição ao Hamas. Mas porque finalmente
aprendemos a nossa.
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