Sunday, August 15, 2021

Israel Precisa Ter Cuidado com William Burns - 15/8/2021

 

Na semana passada o primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett se encontrou com o diretor da CIA William Burns. Como esperado, Bennett saiu da reunião todo sorrisos dizendo que eles haviam discutido o fortalecimento da cooperação de segurança e inteligência entre os dois países, o Irã, e a expansão da cooperação regional.

Pois é. Mas Bennett deve desconfiar de Burns depois da visita dele a Israel e também à Autoridade Palestina. Sim, porque Burns também se encontrou com o chefe da inteligência palestina Majed Faraj que, como representante do seu mendigo chefe Mahmoud Abbas, exigiu uma assistência americana imediata (em milhões de dólares, é claro), sem a qual o “Hamas tomará o poder na Cisjordânia”.

Então vejamos. Temendo perder as eleições para o Hamas, a Autoridade Palestina as cancelou, acusando Israel de proibir os árabes do leste de Jerusalém de votarem. É claro. Os árabes de Jerusalém são residentes de Israel, e não há por que eles participarem em eleições que são irrelevantes para eles. Isto é só um complô de Abbas para minar a soberania de Israel sobre a cidade unida.

A decisão de Abbas de cancelar as eleições trouxe protestos e tumultos que Abbas resolveu abafar, outra vez, fabricando um confronto com Israel dizendo que os judeus estavam tomando a mesquita de Al-Aqsa e despejando seis famílias árabes que tomaram propriedades de judeus, judeus que finalmente conseguiram a reintegração de posse nos tribunais.

O dia de Jerusalém, o dia em que a cidade foi reunificada depois da Guerra dos Seis Dias, também foi usado para incitar a violência, desta vez em todo o país. Abbas quis mostrar que ele é tão machão quanto o Hamas quando se trata de aniquilar Israel. Árabes de todo o país passaram dias agredindo seus vizinhos judeus, bombardeando apartamentos, carros e sinagogas com coquetéis Molotovs enquanto o Hamas, para não ficar atrás, intensificou o lançamento de balões incendiários e mísseis contra Israel. Quando o Hamas lançou uma barragem de mísseis contra Jerusalém, Israel começou a operação Guardiões das Muralhas.

Apesar dos comandos centrais do Hamas e Jihad Islâmico em Gaza terem sido deixados em ruínas, o Hamas declarou vitória sobre os “sionistas”. Abbas por seu lado continuava reinando em Ramallah sem qualquer oposição.

Mas isto não foi o que Burns discutiu com Abbas. Nem o fato da Autoridade Palestina continuar a gastar o equivalente da totalidade da ajuda americana recompensando terroristas e suas famílias por assassinatos de judeus. Não. Abbas é mestre dos eufemismos e Burns não quer nada mais do que comprar suas mentiras.  

Afinal, quem é William Burns? Antes de ser Diretor da CIA, ele foi presidente de uma fundação de esquerda estabelecida e mantida por George Soros e um diplomata de carreira. Ele foi escolhido precisamente porque não é o tipo de conduzir ações de espionagem mas prefere apaziguar diplomaticamente os inimigos dos Estados Unidos em vez de saber o que estão fazendo.

E se fosse um bom diplomata, menos mal. Mas em uma matéria que ele publicou em 2019, Burns mostrou uma imensa ignorância sobre o Oriente Médio e pior, uma total falta de visão sobre o plano que levaria aos Acordos de Abraão um ano depois, dizendo que Trump estava “enterrando o único plano viável para trazer a paz entre israelenses e palestinos com pressupostos falhos e ilusões”.

De acordo com Burns em 2019, tudo o que Trump fez, de mudar a embaixada para Jerusalém, de reduzir a ajuda americana aos palestinos enquanto o pagamento aos terroristas continuasse; de reconhecer a soberania de Israel sobre as Colinas do Golã, tudo isso contribuiu para enterrar a paz. Ele ainda disse que “os estados árabes podem cochichar privadamente, mas não há qualquer possibilidade que eles poderiam dar apoio a qualquer plano de paz que não inclua um caminho crível para um estado palestino”. Realmente um gênio da diplomacia internacional.

Só para informação, os Emirados e o Bahrain estão fechando negócios com Israel a cada semana. E o Marrocos abriu a embaixada israelense em Rabat esta semana.

A recusa da esquerda de reconhecer o mal da Autoridade Palestina é tão antigo quanto a suposta “solução” que ela encontrou: a solução de dois estados. Uma solução que os palestinos nunca aceitaram. E quando Burns ouve Abbas repetir o mantra, ele não tem como não considerar Abbas um “moderado”.

E isso também vale para o Irã. Burns é um dos que estão fazendo de tudo para retornar os Estados Unidos ao famigerado Acordo Nuclear de 2015, sem o qual, ele diz o Irã irá obter armas nucleares e capacidade de transportá-las por mísseis balísticos sem “transparência”. É o problema é a “transparência”. Nem dá para acreditar que o chefe da maior agência de inteligência do mundo precisa de um acordo com um país como o Irã para saber o que se passa com o seu programa nuclear. Talvez ele precise fazer um estágio no Mossad de Israel para aprender alguma coisa.

E isso nos leva ao Afeganistão, e à enormíssima derrota dos Estados Unidos que está acontecendo neste exato momento. Hoje pela manhã o Talibã entrou em Kabul e está esperando o governo resignar e transferir o poder a eles. O Talibã avisou que se o governo fizer isto, eles não atacarão a capital, mas a rapidez e a brutalidade com a qual eles tomaram as capitais de todas as outras províncias, não deixam muito espaço para negociar com eles.

As dramáticas medidas que conhecemos principalmente contra as mulheres, já estão sendo implementadas. Meninas pequenas estão sendo tomadas para serem dadas em casamento a membros do Talibã. Mulheres que trabalham foram mandadas para casa e escolas de meninas foram fechadas. 250 mil mulheres com crianças fugiram para as fronteiras. É um retrocesso total e um tapa na cara dos americanos que pagaram mais de 1 trilhão de dólares e deram as vidas de 2.500 americanos e outros 20 mil feridos, tentando libertar este país destes esquizofrênicos.

Em 7 de julho último, portanto há pouco mais de um mês, Joe Biden anunciou a data de 31 de agosto para a retirada final das tropas americanas do Afeganistão dizendo que outras prioridades como o aquecimento global deveriam ter precedência no orçamento americano. É claro que uma retirada ao estilo do Vietnã, com americanos sendo hasteados em helicópteros do teto da embaixada, mostra uma imagem vencedora ao Talibã.

Foi ridícula a mensagem do porta-voz do Pentágono que disse que o governo Biden estava chocado que o Talibã tinha tomado o país tão rapidamente. Que eles não viram isso no horizonte. Ele e seu chefe Biden ganharam o prêmio de ingênuos, ignorantes e incompetentes do ano.

Burns junto com Biden e os europeus, pertencem à categoria dos que preferem ficção aos fatos. Eles querem acreditar naquilo que faz bem ao seu ego, que se conforma à sua ideologia.

Por isso podemos entender como Burns também se surpreendeu com a derrota no Afeganistão e porque não acreditou que acordos de paz de países árabes com Israel eram possíveis. Mas ele não pode ser desculpado por não ver atrás dos olhos mentirosos de Abbas que alega querer dois estados somente para se manter relevante e é claro – muito rico.

Burns é um que mantém terroristas, ditadores e tiranos de terno e gravata no poder por décadas. Esperemos que o governo de Israel saiba com quem está lidando e que o fortalecimento da “cooperação” entre Israel e o governo Biden pode significar o aumento de pressão sobre o estado judeu para fazer concessões unilaterais perigosas.



No comments:

Post a Comment