Na semana
passada o primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett se encontrou com o
diretor da CIA William Burns. Como esperado, Bennett saiu da reunião todo
sorrisos dizendo que eles haviam discutido o fortalecimento da cooperação de
segurança e inteligência entre os dois países, o Irã, e a expansão da
cooperação regional.
Pois é. Mas
Bennett deve desconfiar de Burns depois da visita dele a Israel e também à
Autoridade Palestina. Sim, porque Burns também se encontrou com o chefe da
inteligência palestina Majed Faraj que, como representante do seu mendigo chefe
Mahmoud Abbas, exigiu uma assistência americana imediata (em milhões de dólares,
é claro), sem a qual o “Hamas tomará o poder na Cisjordânia”.
Então
vejamos. Temendo perder as eleições para o Hamas, a Autoridade Palestina as cancelou,
acusando Israel de proibir os árabes do leste de Jerusalém de votarem. É claro.
Os árabes de Jerusalém são residentes de Israel, e não há por que eles
participarem em eleições que são irrelevantes para eles. Isto é só um complô de
Abbas para minar a soberania de Israel sobre a cidade unida.
A decisão de
Abbas de cancelar as eleições trouxe protestos e tumultos que Abbas resolveu
abafar, outra vez, fabricando um confronto com Israel dizendo que os judeus
estavam tomando a mesquita de Al-Aqsa e despejando seis famílias árabes que tomaram
propriedades de judeus, judeus que finalmente conseguiram a reintegração de
posse nos tribunais.
O dia de
Jerusalém, o dia em que a cidade foi reunificada depois da Guerra dos Seis Dias,
também foi usado para incitar a violência, desta vez em todo o país. Abbas quis
mostrar que ele é tão machão quanto o Hamas quando se trata de aniquilar
Israel. Árabes de todo o país passaram dias agredindo seus vizinhos judeus,
bombardeando apartamentos, carros e sinagogas com coquetéis Molotovs enquanto o
Hamas, para não ficar atrás, intensificou o lançamento de balões incendiários e
mísseis contra Israel. Quando o Hamas lançou uma barragem de mísseis contra Jerusalém,
Israel começou a operação Guardiões das Muralhas.
Apesar dos
comandos centrais do Hamas e Jihad Islâmico em Gaza terem sido deixados em
ruínas, o Hamas declarou vitória sobre os “sionistas”. Abbas por seu lado
continuava reinando em Ramallah sem qualquer oposição.
Mas isto não
foi o que Burns discutiu com Abbas. Nem o fato da Autoridade Palestina
continuar a gastar o equivalente da totalidade da ajuda americana recompensando
terroristas e suas famílias por assassinatos de judeus. Não. Abbas é mestre dos
eufemismos e Burns não quer nada mais do que comprar suas mentiras.
Afinal, quem é William Burns? Antes de ser Diretor da
CIA, ele foi presidente de uma fundação de esquerda estabelecida e mantida por
George Soros e um diplomata de carreira. Ele foi escolhido precisamente porque
não é o tipo de conduzir ações de espionagem mas prefere apaziguar
diplomaticamente os inimigos dos Estados Unidos em vez de saber o que estão
fazendo.
E se fosse um
bom diplomata, menos mal. Mas em uma matéria que ele publicou em 2019, Burns
mostrou uma imensa ignorância sobre o Oriente Médio e pior, uma total falta de
visão sobre o plano que levaria aos Acordos de Abraão um ano depois, dizendo que
Trump estava “enterrando o único plano viável para trazer a paz entre
israelenses e palestinos com pressupostos falhos e ilusões”.
De acordo com
Burns em 2019, tudo o que Trump fez, de mudar a embaixada para Jerusalém, de reduzir
a ajuda americana aos palestinos enquanto o pagamento aos terroristas continuasse;
de reconhecer a soberania de Israel sobre as Colinas do Golã, tudo isso contribuiu
para enterrar a paz. Ele ainda disse que “os estados árabes podem cochichar privadamente,
mas não há qualquer possibilidade que eles poderiam dar apoio a qualquer plano
de paz que não inclua um caminho crível para um estado palestino”. Realmente um
gênio da diplomacia internacional.
Só para
informação, os Emirados e o Bahrain estão fechando negócios com Israel a cada
semana. E o Marrocos abriu a embaixada israelense em Rabat esta semana.
A recusa da
esquerda de reconhecer o mal da Autoridade Palestina é tão antigo quanto a suposta
“solução” que ela encontrou: a solução de dois estados. Uma solução que os
palestinos nunca aceitaram. E quando Burns ouve Abbas repetir o mantra, ele não
tem como não considerar Abbas um “moderado”.
E isso também
vale para o Irã. Burns é um dos que estão fazendo de tudo para retornar os
Estados Unidos ao famigerado Acordo Nuclear de 2015, sem o qual, ele diz o Irã
irá obter armas nucleares e capacidade de transportá-las por mísseis balísticos
sem “transparência”. É o problema é a “transparência”. Nem dá para acreditar
que o chefe da maior agência de inteligência do mundo precisa de um acordo com
um país como o Irã para saber o que se passa com o seu programa nuclear. Talvez
ele precise fazer um estágio no Mossad de Israel para aprender alguma coisa.
E isso nos
leva ao Afeganistão, e à enormíssima derrota dos Estados Unidos que está acontecendo
neste exato momento. Hoje pela manhã o Talibã entrou em Kabul e está esperando o
governo resignar e transferir o poder a eles. O Talibã avisou que se o governo
fizer isto, eles não atacarão a capital, mas a rapidez e a brutalidade com a
qual eles tomaram as capitais de todas as outras províncias, não deixam muito
espaço para negociar com eles.
As dramáticas
medidas que conhecemos principalmente contra as mulheres, já estão sendo
implementadas. Meninas pequenas estão sendo tomadas para serem dadas em
casamento a membros do Talibã. Mulheres que trabalham foram mandadas para casa
e escolas de meninas foram fechadas. 250 mil mulheres com crianças fugiram para
as fronteiras. É um retrocesso total e um tapa na cara dos americanos que
pagaram mais de 1 trilhão de dólares e deram as vidas de 2.500 americanos e outros
20 mil feridos, tentando libertar este país destes esquizofrênicos.
Em 7 de julho
último, portanto há pouco mais de um mês, Joe Biden anunciou a data de 31 de
agosto para a retirada final das tropas americanas do Afeganistão dizendo que
outras prioridades como o aquecimento global deveriam ter precedência no orçamento
americano. É claro que uma retirada ao estilo do Vietnã, com americanos sendo
hasteados em helicópteros do teto da embaixada, mostra uma imagem vencedora ao
Talibã.
Foi ridícula
a mensagem do porta-voz do Pentágono que disse que o governo Biden estava
chocado que o Talibã tinha tomado o país tão rapidamente. Que eles não viram
isso no horizonte. Ele e seu chefe Biden ganharam o prêmio de ingênuos,
ignorantes e incompetentes do ano.
Burns junto
com Biden e os europeus, pertencem à categoria dos que preferem ficção aos
fatos. Eles querem acreditar naquilo que faz bem ao seu ego, que se conforma à
sua ideologia.
Por isso podemos
entender como Burns também se surpreendeu com a derrota no Afeganistão e porque
não acreditou que acordos de paz de países árabes com Israel eram possíveis.
Mas ele não pode ser desculpado por não ver atrás dos olhos mentirosos de Abbas
que alega querer dois estados somente para se manter relevante e é claro –
muito rico.
Burns é um
que mantém terroristas, ditadores e tiranos de terno e gravata no poder por
décadas. Esperemos que o governo de Israel saiba com quem está lidando e que o
fortalecimento da “cooperação” entre Israel e o governo Biden pode significar o
aumento de pressão sobre o estado judeu para fazer concessões unilaterais
perigosas.
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