Wednesday, July 23, 2025

O Antisemitismo de Nossos Dias - 13/07/2025

 

Na madrugada de terça-feira, 24 de junho, o presidente Donald Trump, anunciou de repente, o cessar-fogo com o Irã depois dele ter ordenado a Força Aérea americana destruir três instalações nucleares: Natanz, Isfahan e Fordow com seus B-2 e bombas para destruir bunkers.

O cessar-fogo deveria entrar em vigor oficialmente às 7 da manhã do dia 24. Mas o Irã esperou até as 6:59 para lançar sua última salva de mísseis e drones. Infelizmente um deles atingiu um prédio de apartamentos em Beer Sheva matando 4 israelenses, totalizando 28 mortos nesta guerra de 12 dias com o Irã. No final daquela noite, outra vez, dois drones assassinos lançados minutos antes do cessar-fogo, foram interceptados a caminho de Israel. Drones não são mísseis balísticos e demoram muito tempo para percorrer os 2 mil e trezentos km entre a República Islâmica e Israel.

Eu me pergunto, o que teria acontecido, se os drones tivessem atingido Israel com poder letal após o cessar-fogo ter sido anunciado?

Quando o Irã lançou seus mísseis balísticos e de cruzeiro e drones assassinos contra Israel, ele o fez de modo aleatório, para atingir o máximo de dano e mortes de civis. E de fato, dos 28 mortos, 27 eram civis e apenas, um, um garoto de 18 anos morto no dia 24 de junho, tinha acabado de se alistar e ainda não tinha terminado o curso básico do exército.

No final o resultado foi o seguinte: o regime iraniano explodiu um hospital, um centro de pesquisa do câncer, uma clínica para crianças deficientes e milhares de casas de civis. Israel explodiu as capacidades de mísseis balísticos do Irã, militares de alta patente, cientistas do programa nuclear e, junto com os Estados Unidos, seu precioso programa nuclear.

Pergunto: Que lado você apoia?

Depois do cessar-fogo, tentamos voltar à normalidade, mas a ameaça dos misseis não acabou. Os aliados do Irã, os Houthis do Iêmen, e até mesmo o Hamas em Gaza, continuaram a lançar mísseis e drones e voltamos a correr para os abrigos.

Os misseis dos Houthis são menos sofisticados que os do Irã e, geralmente causam menos danos. Como os do Hamas. Mas desta vez, não podemos normalizar esta situação.  Se 7 de outubro de 2023 nos ensinou alguma coisa, é a não ignorar os sinais de agressão. Desde a época de Shimon Perez, ouvimos que "você faz a paz com inimigos, não com amigos". Mas primeiro, paz se faz com países, não com organizações terroristas que mantêm reféns. Segundo, e mais importante, não se pode fazer a paz com inimigos que ainda juram destruir você. Que oferecem apenas um cessar-fogo temporário, para nós darmos suficiente tempo a eles se rearmarem e nos atacar outra vez. Isto é pura insanidade.

Um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas em Gaza seria uma tolice – até suicida. Seria esquecer a invasão e a megaatrocidade do Hamas patrocinada pelo Irã. E mesmo assim, Israel mandou um grupo de negociadores para Qatar e lidar com as exigências absurdas do Hamas para soltar os 50 reféns vivos e mortos como se o Hamas tivesse sido vitorioso nesta guerra.

Ainda assim, o ritmo acelerado das mudanças no Oriente Médio é palpável. O Hamas está sentindo pela primeira vez a oposição de outros em Gaza.   Nesta última quarta-feira, o “ministro do interior” do Hamas, informou Yasser Abu Shabab, líder de uma milícia armada, que ele deve se entregar em até dez dias por "traição, espionagem e rebelião armada". Em resposta, o grupo de Abu Shabab disse que "todos os membros do Hamas devem ser julgados pelas mesmas acusações – por conexões com o Irã e a Irmandade Muçulmana.

Na Judeia e Samária, vemos o mesmo movimento. O Sheikh mais poderoso de Hevron, Sheikh al-Jabari e outros 21 Sheikhs declararam que querem cooperar com Israel e aderir aos acordos de Abraão, numa cisão completa com a Autoridade Palestina. O Sheikh de 48 anos disse que quer instituir o Emirado de Hevron (sendo ele provavelmente o emir) e que o melhor para os Palestinos é trabalhar com Israel para o bem de suas comunidades.  

Mas voltando ao que é importante, amanhã o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viaja outra vez para Washington. Antes de 7 de outubro, parecia que Israel e a Arábia Saudita estavam à beira de um acordo de paz – um acordo que o Hamas conseguiu até agora sabotar. Só que hoje, com a ameaça do Irã amplamente reduzida, a Arábia Saudita se sente mais segura graças a Israel (e aos EUA). Talvez Netanyahu está indo para Washington para saber se Mohamed Bin Salman irá finalmente aderir aos Acordos de Abraão.

Muitas possibilidades se abriram com as ações de Israel pós-7 de outubro: o Líbano soberano foi fortalecido com a queda da Hezbollah, e a Síria tem um novo líder, Ahmed al-Sharaa. Não sabemos ainda o que ele fará com todo o reconhecimento, hoje mesmo a Inglaterra reatou as relações diplomáticas com Damasco, mas Israel deverá ter muita cautela. É só perguntar o que as comunidades drusas, cristãs, curdas e alawitas estão passando com ele.

Mas o mundo continua estranhamente obcecado pelos palestinos. E acordos de paz não são garantia de boas relações. A Jordânia e Israel assinaram um tratado de paz em 1994, mas no domingo passado, a seleção jordaniana se recusou a jogar com Israel na Copa do Mundo de basquete sub-19. Isso garantiu a Israel uma vitória técnica, mas o envenenamento das mentes destes jovens foi é uma vergonha.

Um incidente bizarro ocorreu na semana passada em Tournai, na Bélgica. Cerca de 100 ativistas pró-palestinos mascarados invadiram a fábrica da OIP, uma subsidiária belga da fabricante israelense de armas Elbit Systems. Longe de prejudicar a guerra defensiva de Israel em Gaza, os manifestantes danificaram tanques destinados a ajudar a Ucrânia em sua guerra contra a agressão russa.

A eleição de Zohran Mamdani como candidato democrata à prefeitura de Nova York na semana passada é outro exemplo. Ele apoia abertamente o slogan "Globalizar a Intifada". Quer dizer, levar a todos os países do mundo, homens bomba para se explodirem em restaurantes, cafés, discotecas e ônibus. Que tal?

E aí temos o antisemitismo que não mostra nenhum sinal de enfraquecimento. Neste final de semana em Melbourne, na Australia, 2 incidentes graves ocorreram, um em uma sinagoga que no meio da refeição de shabbat foi atacada com um instrumento incendiário e forçou os congregantes a fugirem pelas portas dos fundos. O outro, um restaurante israelense foi invadido por manifestantes pró-palestinos e destruído.

A ex-refém Noa Argamani, que foi resgatada pelo exército no ano passado, enfrentou uma audiência terrível no Canadá na semana passada quando discursava em prol dos reféns ainda em Gaza. Durante o evento, membros do Grupo de Solidariedade Palestina gritaram para ela, entre outras coisas: "O Hamas está chegando". Imaginem o trauma dela!

E na semana passada também tivemos a vergonha do festival de música de Glastonbury, no sul da Inglaterra. A dupla de punk rap Bob Vylan liderou os gritos de "Morte, morte às Forças de Defesa de Israel" clamando pela destruição do único exército na Terra encarregado de proteger os judeus do genocídio." A BBC que transmitiu o festival, não achou nada de errado com a apresentação. Realmente, a cultura popular britânica é hoje como uma cervejaria de Munique do século XX. Você pode esperar uma mistura eclética de baladas e gritos pré-pogrom."

E aqui está o ponto crucial: o antissemitismo misturado ao apoio ao jihad islâmico está se espalhando pelo mundo, mas há o que fazer. Israel deve ela, e ela sozinha acabar o trabalho no Irã. O envolvimento americano foi o primeiro de uma guerra de Israel. E isso não deve mais acontecer para restaurarmos nosso poder de dissuasão e não termos que lidar com exigências mal colocadas do governo americano. Outra coisa, nem Khamenei nem seu filho e sucessor Mojtaba, poderiam ter sobrevivido à esta guerra. Sem mudança de regime no Irã estaremos na estaca zero em pouco tempo porque eles irão reconstruir seu programa nuclear.  

E aí infelizmente, teremos testemunhado até agora, apenas a primeira guerra entre Israel e o Irã.


Sunday, July 20, 2025

Israel na Defesa de Outros - 20/07/2025

 

Ataques contra civis drusos, perpetrados por beduínos e membros das forças governamentais do novo governo sírio, se multiplicaram na última semana, alvejando a minoria drusa na cidade de Sweida no sul da Síria. A magnitude dos ataques, as imagens dos massacres, a selvageria contra civis inocentes nos trouxeram de volta ao pesadelo do 7 de outubro.

Corpos foram empilhados no chão de quartos dentro do Hospital Nacional de Sweida, porque o necrotério estava lotado. Outros corpos estavam enfileirados em corredores encharcados de sangue. A cidade, cercada, está isolada e inacessível. A equipe médica, teve que operar sem eletricidade, sem água e com apenas os suprimentos médicos restantes até o hospital ser destruído e médicos mortos.

Um líder druso, Sr. Anan Kheir, me disse hoje que há pelo menos 1500 mortos, que a contagem está difícil pois há muitos corpos nas ruas. Entre eles pelo menos 21 mulheres e 45 crianças foram identificadas. As vítimas foram mortas por fogo de artilharia, tiros de snipers e execuções sumárias. Idosos foram baleados na cabeça em suas camas. Imagens horrendas do massacre foram publicadas pela Sky News, ao vivo de Sweida.

Sim, também houve casos de estupros de adolescentes e meninas. E cenas saídas da Alemanha nazista, com os jihadistas cortando os bigodes e barbas dos líderes religiosos drusos para humilha-los.

E o mundo? em completo silêncio. Novamente. E ficou assim até que Israel se envolveu para proteger os drusos. E para quê? Para condenar Israel por ferir a soberania da Síria e até alegando que Israel estava interessada em fomentar a violência para seu próprio benefício como disse o presidente da Turquia. Sim, este hipócrita do Erdogan, que fala que outros querem ocupar território quando ele próprio se apoderou do norte da Síria e isso sem falar de Chipre.

E por que Israel se envolveu? Porque os judeus e os drusos de Israel têm um pacto de sangue. Os drusos servem o exército chegando a ser generais. São membros da Knesset, diretores de hospitais, enfim, nossos irmãos. No dia 7 de outubro eles provaram ser até mais que isso. Eles largaram tudo e desceram ao sul do país para lutar contra o Hamas, muitos deles dando suas vidas. Eles são uma minoria, mas são muito corajosos e muito dignos. E os drusos da Síria são suas famílias. Literalmente. Famílias que foram divididas durante a Guerra dos Seis Dias. No Brasil há uma comunidade representada pelo Lar Druzo Brasileiro em São Paulo e Belo Horizonte mas eles estão principalmente no Líbano, na Síria, em Israel e alguns na Jordânia.

A comunidade drusa não é apenas uma aliada histórica de Israel, mas ela está na linha de frente entre a ordem e o caos. Defender esta comunidade não é só uma necessidade estratégica, mas um imperativo moral. Deixá-la à mercê dos jihadistas de al-Jolani ou al-Sharaa, como ele decidiu ser chamado depois que vestiu o terno, seria convidar estes radicais islâmicos apoiados pela Turquia a se instalarem nas portas de Israel.

As consequências da guerra com o Irã remodelaram a forma como Israel é percebida e como deve agir daqui para a frente. Enquanto o Ocidente continua atolado na questão palestina, o mundo árabe está ajustando sua postura para lidar com Israel como a nova superpotência da região. E uma superpotência não se mede apenas por sua capacidade de dissuasão, mas pela ordem que ela cria à sua volta. Isso significa agir quando minorias, especialmente irmãos de longa data como os drusos, enfrentam o extermínio.

Com a queda de Bashar al-Assad, o auto titulado presidente da Síria, Ahmad al-Sharaa (um ex-membro do grupo jihadista Hay'at Tahrir al-Sham ligado à Al-Qaeda), não está conseguindo segurar a frágil colcha de retalhos que compõe o país e que está se desfazendo rapidamente. Primeiro seus jihadistas atacaram os alawitas matando várias centenas e causando o êxodo de milhares para o Líbano. Depois, e ainda continua, a perseguição aos cristãos. Agora temos o massacre dos drusos. Depois quem virá? Os curdos que a Turquia quer exterminar? Ou os armênios, circassianos, turcomanos, ou os assírios?

Os ataques aéreos israelenses contra as forças e tanques sírios na semana passada, criaram uma ruptura histórica. Pela primeira vez, Israel decidiu não apenas se defender, mas também defender outros. Não se trata de um mero jogo político. mas um sentimento de continuidade moral de sua própria saga de perseguição e sobrevivência.

Deixar Sweida à sua própria sorte, seria uma traição dos valores sobre os quais o Estado de Israel foi construído desde a independência: segurança, solidariedade e uma defesa inabalável da dignidade humana. Israel não esperou que mediadores acalmem a situação ou que as forças de paz da ONU protejam os drusos ou protejam a fronteira, nem se absteve de atacar os jihadistas de Sharaa porque a Europa está novamente investindo na Síria.

O mesmo vale para a Judeia e Samaria. Ninguém se ilude que a "autoridade" palestina possa ou venha a neutralizar terroristas. Ninguém tem a mínima confiança que a AP possa se tornar um sistema de governo democrático, transparente ou eficiente. Trinta anos e depois de bilhões de dólares e euros, o retorno do investimento na independência palestina é uma vergonha. Não há lá nem democracia, nem Estado de Direito, ou transparência, investimento na economia ou na educação para a paz. Só há nepotismo e corrupção, programas de "pagar para matar" (ou seja, salários para os terroristas que fazem ataques contra Israel), propaganda violenta e ataques diplomáticos em todos os fóruns internacionais possíveis. Nenhum hospital novo foi construído na Judeia ou Samaria. Esses fundos devem ter acabado em contas em algum paraíso fiscal. E mesmo com a UNRWA, desde 1949, nenhum refugiado foi reassentado.

Mesmo assim, a França e a Arábia Saudita querem ressuscitar a ilusão de um Estado palestino. E para quê? A França, respondendo à seus eleitores muçulmanos, quer impedir que Israel se torne “forte” demais, "agressivo" demais em suas ações militares, "dominante" demais na região. Ou bem-sucedido na prevenção da criação estabanada de um Estado palestino. "Sem discussão", disse Macron pomposamente esta semana sobre "a necessidade de reconhecer urgentemente" o Estado palestino. Isso "precisa" acontecer, apesar dos protestos e, se necessário, dos cadáveres de israelenses.

Em Gaza a situação é igual. Israel tem que acabar com a ameaça do Hamas e proteger o sul do país. Isso quer dizer que além de alguma negociação para a libertação de reféns, não há como fazer um acordo com esse grupo terrorista e ele precisa ser erradicado.

Em relação ao Irã, Israel deve impedir a República Islâmica de reconstruir seu programa nuclear e de mísseis balísticos e de recriar sua rede de proxies por aí afora.

Em suma, Israel tem que seguir em frente e manter sua vantagem. Agora é a hora de remodelar o Oriente Médio para melhor.

Aos cidadãos da velha guarda da diplomacia tradicional, hipócrita e apaziguadora, cuja antipatia por Israel fede até os céus, digamos: se acostumem com um novo Oriente Médio, com uma Israel forte.

O que estamos testemunhando pode ser o primeiro capítulo de uma Pax Israelense, uma ordem regional não imposta pela conquista, mas assegurada pela força de princípios. Que comece em Sweida, não apenas porque é possível, mas porque é o correto a fazer.

 

Sunday, June 15, 2025

O Leão que se Levantou 15/06/2025

 

Nesta última quinta-feira à noite, Israel lançou a Operação Leão Que Se Levanta atingindo diversos alvos militares e nucleares no Irã (sei que a mídia colocou o nome de Leão Ascendente mas no Hebraico a palavra é que se levanta como está em Números 23:24).

A mídia internacional parecia estar confusa e a pergunta de todos era porque Israel teria atacado agora, em meio às negociações entre o Irã e os Estados Unidos. Sim, parece que eles perderam a última resposta do Irã que rejeitou categoricamente a posição americana recusando qualquer restrição ao seu suposto “direito” de enriquecer urânio. Além disso, a Agência Internacional de Energia Atômica noticiou esta semana que Teerã estaria violando flagrantemente suas obrigações em relação ao enriquecimento e caminhando rapidamente para uma bomba juntamente com a crescente ameaça dos aiatolás ao Estado judeu levaram Israel a decidir tomar a situação em suas próprias mãos.

Ao longo do conflito, Teerã forneceu suprimentos e treinamento a grupos terroristas e milicias da região para atacar Israel, incluindo os Houthis no Iêmen, a Hezbollah na Síria e no Líbano, as milicias xiitas do Iraque e o Hamas em Gaza.

A República Islâmica não entrou nesta negociação com a América para resolver qualquer conflito. Está negociando para sobrevivê-lo. No começo deste mês, quando o Supremo Líder Ali Khamenei publicamente rejeitou a proposta de reduzir o enriquecimento de urânio, ele fez isso para mostrar força, desmoralizar seus adversários e reforçar a coesão interna ao mesmo tempo que adiava qualquer resposta para os negociadores, uma tática repetidamente usada pelo Irã  para garantir a sobrevivência do regime.

A diplomacia com o Irã não é um processo linear. Eles não levam o tempo em consideração mesmo após Trump ter imposto o prazo de 60 dias para entrarem num acordo. Cada dia que permitimos ao regime de Teerã manobrar através de atrasos e adiamentos, ele fortalece seus sistemas para sobreviver a qualquer colapso, resistir inspeções e projetar perigo. Enquanto negociadores vem e vão, o regime iraniano sobrevive. Seus diplomatas não negociam, eles gerenciam o confronto

O programa nuclear não é o centro da questão. Depois de todos estes anos e com dezenas de usinas nucleares, o Irã não produziu um kilovate sequer de energia elétrica. Está mais do que claro para quê o regime quer enriquecer urânio.

E pior, apesar de todas as ameaças de morte à America, morte a Israel, vamos varrer Israel do mapa, etc., nenhum país ou organização, ou a ONU, jamais condenou o Irã. Assim, Israel, sozinha, decidiu destruir o programa nuclear do Irã, alvejando com precisão não só as usinas, mas as fábricas de mísseis balísticos e drones, e toda a cúpula militar e da Guarda Revolucionária iraniana, objetivos claramente militares. Como é de sua conduta, Israel enviou mensagens em farsi para o povo iraniano ficar longe de bases militares, depósitos de armas, etc., para não se ferirem.

A resposta do Irã era esperada. Desde a última quinta-feira estamos sob ataque, passando a maioria do tempo nos abrigos ou muito próximos a eles. A cada onda de mísseis enviados do Irã, nos protegemos porque diferentemente de Israel, o Irã almeja matar nossos civis.

Mas dessa vez, estamos todos unidos, rezando para que ao final haja uma queda deste regime pernicioso, fanático e violento. A questão agora é se os sofridos cidadãos do Irã estão prontos para aproveitar uma oportunidade paralela para sua própria liberdade.

Por 46 longos anos – desde que o aiatolá Khomeini sequestrou uma revolução popular e erigiu a República Islâmica – o povo iraniano tem vivido sob um regime que se alimenta do medo.

Mas nas últimas 48 horas, esse medo passou do povo para os homens desta ditadura em Teerã e depois para as equipes de mísseis que descobriram o que acontece quando Israel decide agir.

Mais de 100 aviões de combate de Israel atingiram os locais subterrâneos de enriquecimento de urânio em Natanz, bases aéreas em Tabriz e Hamdan e centros de comando na própria Teerã. Simultaneamente, agentes do Mossad sabotaram bases de defesa aérea e depósitos de mísseis nas profundezas da República Islâmica. O chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e uma série de cientistas nucleares foram eliminados.

Não menos impressionante foi a velocidade com que todo o aparato político de Israel se uniu. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou os líderes da oposição Yair Lapid e Benny Gantz antes da decolagem dos primeiros jatos. Ambos deram declarações de apoio inequívoco. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o líder trabalhista, Merav Michaeli, que raramente aparecem juntos, na sexta-feira, os dois, lado a lado elogiaram o profissionalismo do exército e da aeronáutica, rezando por seu sucesso.

A Knesset, que está sempre debatendo, se levantou em uníssono para aplaudir os pilotos. Quando o Comando da Frente Interna ordenou que os cidadãos se abrigassem, eles se uniram – esquerda, direita, seculares, religiosos, árabes, drusos e judeus.

Essa unidade é um trunfo estratégico. As maiores vitórias de Israel – 1948, 1967, Entebbe, o ataque a Osirak em 1981 – nasceram de momentos em que o povo disse aos seus soldados: "Vão e nós os apoiaremos". Mais uma vez, vemos o poder de uma sociedade que discute ferozmente uns com os outros na quinta-feira e luta ombro a ombro na sexta-feira.

Voltemo-nos agora para Teerã, Shiraz, Mashhad e Tabriz. O regime investiu a riqueza do povo iraniano em milícias, de Gaza até Sanaa, em fábricas de mísseis balísticos e planos terroristas, de Buenos Aires a Burgas. Prometeu glória e entregou isolamento, inflação, rios contaminados e a maior taxa de execução per capita do mundo. Em 2022, vocês gritaram "Zan, Zendegi, Azadi" – "Mulher, Vida, Liberdade" – e a Guarda Revolucionária respondeu com balas. Agora, a guarda descobriu que eles também sangram.

Povo do Irã, saibam que Israel é sua amiga. Antes dos aiatolás tínhamos um relacionamento muito estreito. E como Israel que se levantou, aproveitem este momento e levantem-se.

Na noite de sexta-feira milhões de israelenses passaram em abrigos trocando mensagens de WhatsApp com amigos dentro do Irã, oferecendo orações e solidariedade. Israel não está em guerra com o povo iraniano; está em guerra com uma cambada fanática que assassina sírios, iemenitas, israelenses, mas principalmente iranianos – todos os dias. Chegou a hora de retomarem sua dignidade.

O caminho será difícil – tiranias raramente se rendem da noite para o dia – mas Israel expôs as fraquezas do regime. Suas defesas aéreas falharam; seus mísseis tiveram pouco sucesso; seus mitos foram destruídos. Os líderes que sobraram estão enviando suas famílias para fora do país. Até o Líder Supremo, Aiatolá Ali Khamenei, se sentiu compelido a prometer vingança "no momento que escolhermos" – uma formulação que quase sempre significa fraqueza.

A Operação Leoa que se Levanta não acabou; Netanyahu prometeu continuar "até que a ameaça iraniana seja removida". Ele continuou dizendo: “A esperança que estendemos agora é ao povo iraniano: não tenham medo. Os 46 anos que vocês sofreram já são longos o suficiente. O eixo do mal que ligava o Hamas, o Hezbollah e a Força Quds está muito mais fraco hoje do que na quinta-feira. Ajudem-se e vocês encontrarão parceiros em toda a região, de Riad a Rabat e – sim – Jerusalém.

O herdeiro do trono iraniano Reza Pahlavi, o filho do último Xá do Irã, declarou no X que está pronto para conduzir o país durante o período de transição para a democracia. Ele que há 46 anos vive nos Estados Unidos, sabe o que é ter um país livre com uma economia próspera e em paz.

Talvez seja coincidência para quem acredita nelas, mas a bandeira do Irã antes dos aiatolás, tinha um leão no centro. Como a Leoa que se levanta, o povo do Irã tem que se levantar como o leão e restaurá-lo a seu lugar de honra.

Quanto a Israel, posso dizer que demos um basta a darmos desculpas por nossa força. Vamos parar de dar o microfone àqueles que são contra nós e querem nossa capitulação através de concessões absurdas. O próximo capítulo da nossa história não será escrito por profetas da destruição. Será escrito pelos milhões de israelenses orgulhosos que acreditam no nosso país, que amam nosso país e sabem que seus melhores dias ainda estão por vir.

Somos fortes, somos orgulhosos, somos unidos, e estamos aquí para ficar.

“Am Yisrael Chai” – a Nação de Israel Vive