Quando a
Rússia invadiu a Ucrânia no ano passado, os governos ocidentais, grupos de
direitos humanos, organizações internacionais, a imprensa, todos sem exceção,
condenaram a Rússia invasora, reconhecendo que era preciso dar apoio a um país
que havia sido atacado injustamente sem qualquer provocação.
Desde a
última quarta-feira até a meia noite de ontem, no entanto, Israel for alvo de
mais de 1,234 mísseis enviados da Faixa de Gaza, pelo grupo terrorista Jihad
Islâmico. E o que escutamos da comunidade internacional foi um silencio
ensurdecedor. O melhor que conseguimos foi uma declaração americana de que
Israel tem o direito de se defender. O óbvio ululante.
O que é
inaceitável, além do silêncio é que não estamos falando de um ataque, de uma
operação. Desde que Israel saiu de Gaza em 2005, as missões israelenses na
Faixa se perdem na memória. Primeiras Chuvas. Chuvas de Verão. Nuvens De
Outono. Inverno Quente. Cinto preto. Aurora. Chumbo Fundido. Pilar da Defesa.
Borda Protetora. Guardião das Muralhas. Jardim Fechado. Retorno do Eco e agora
Escudo e Flexa.
Treze guerras
contra a Faixa de Gaza em 18 anos. Fica difícil lembrar cada uma. Algumas
duraram apenas algumas horas, outras, dias e até semanas. E isso são só as
operações nomeadas pelo exército. Na semana anterior, por exemplo, Israel foi
alvo de outros 100 mísseis por causa da morte do terrorista Khader Adnan numa
prisão israelense. Notem que ele morreu porque estava fazendo greve de fome e
recusou cuidados médicos.
Israel não
respondeu imediatamente à barragem, mas esperou a hora e o lugar certos. Nas
primeiras horas da terça-feira, 9 de maio, em uma operação que exibiu excelente
inteligência e habilidades operacionais sem precedentes, Israel nocauteou três
membros seniores do Jihad Islâmico em três locais diferentes em minutos. Não
vou chorar por eles.
Os três eram
Khalil Bahitini, comandante das Brigadas al-Quds no norte da Faixa de Gaza;
Tareq Izz al-Din, que estava coordenando o estabelecimento de locais de
lançamento de mísseis na Judéia e Samaria, e Jihad al-Ghannam. Ghannam será
lembrado, entre outras coisas, por um ataque particularmente hediondo em 2004,
no qual Tali Hatuel, de 34 anos, e suas quatro filhas, com idades entre dois e
11 anos, foram mortas a tiros à queima-roupa, em seu carro, perto de Kissufim
em Gaza. Tali, uma assistente social, estava grávida de 8 meses de seu quinto
filho quando foi assassinada. Não contente de matar a mãe, o terrorista
metralhou sua barriga para se certificar que também matara o bebê. Elas estão
entre as vítimas mais jovens do terrorismo palestino.
Quando Lucy
Dee e suas filhas – Rina e Maia – foram mortas no mês passado, trouxe à mente o
ataque que tirou as vidas de Tali, Hila, Hadar, Roni e Merav Hatuel. Os
terroristas responsáveis pelos assassinatos da família Dee foram mortos em 4 de
maio numa operação espetacular do exército. Há algum consolo em saber que os
assassinos não estão mais vivos.
Os ataques de
Israel desta semana visaram os terroristas em seus apartamentos com todos os
esforços para evitar danos ao restante dos prédios e áreas adjacentes. No
entanto, junto com os três comandantes terroristas, 10 outros palestinos foram
mortos, incluindo um dentista local que também tinha cidadania russa. E isso, é
claro, trouxe a condenação da Rússia.
Israel
lamentou a morte dos inocentes; Israel faz todo esforço para isso não
acontecer. Por outro lado, quando os terroristas disparam mísseis ou atiram ou
atropelam, o objetivo é matar e ferir indiscriminadamente o maior número
possível de israelenses. Cada míssil disparado de Gaza é um crime de guerra.
O termo “dano
colateral” é feio, mas baixas inocentes na guerra – e esta é uma guerra – são
muito difíceis de evitar completamente, como os EUA e seus parceiros da OTAN
bem sabem. A diferença reside naqueles que fazem todos os esforços para
proteger os civis, e os que deliberadamente atacam civis para incutir o terror
em seus corações.
E é aqui que
a hipocrisia e os duplos padrões são particularmente evidentes. A União Europeia
e as Nações Unidas, foram incapazes de distinguir entre os atos de autodefesa
de Israel – combatendo o terror e os mísseis – e as ações de uma organização
terrorista designada mundialmente. O objetivo juramentado do Jihad Islâmico é a
destruição de Israel, um objetivo que compartilha com o Irã, seu principal
patrocinador.
Mas na
terça-feira, o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente
Médio, Tor Wennesland, emitiu um comunicado dizendo: “Estou profundamente
alarmado com os acontecimentos em Gaza depois que Israel lançou uma operação
militar esta manhã visando membros do movimento palestino do Jihad Islâmico.
Condeno as mortes de civis nos ataques aéreos israelenses. Isso é
inaceitável."
E quanto aos
mais de 100 mísseis disparados em 24 horas na semana passada, ou os milhares de
mísseis lançados contra Israel desde quarta-feira de Gaza? Alguém ouviu alguma
condenação deste Tor Wennesland? Eu não ouvi. Pode-se ter a impressão de que a
ONU, guardiã internacional da paz mundial considera o lançamento de mísseis
contra Israel compreensível e aceitável. Aliás, amanhã, dia 15 de maio, a ONU
realizará alguns eventos especiais para marcar o 75º aniversário da “Nakba” – a
palavra árabe para “catástrofe”: A “catástrofe da criação do Estado de Israel.
Como é que a ONU pode designar como catástrofe o próprio país que ela ajudou a
criar?
A hipocrisia
não parou aí. A Jordânia também condenou Israel. Mas ninguém condenou a
Jordânia por executar, sim, executar, uma família inteira, incluindo 6 crianças
porque o patriarca estava contrabandeando drogas iranianas na Síria.
A Rússia, por
seu lado, além de condenar Israel, patrocinou um pedido para uma sessão
especial do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza. Se alguém está
procurando uma piada de mau gosto, considere que a Rússia, a causadora das
maiores atrocidades na Ucrânia, no mês passado presidiu o Conselho de Segurança
da ONU!
Mahmoud
Abbas, presidente da Autoridade Palestina, bateu com força contra a
administração Biden, por não ter impedido Israel de cometer “crimes” contra os
palestinos de Gaza.
Não é de admirar que o presidente iraniano Ebrahim Raisi,
o açougueiro de Teerã,
tenha um grande sorriso quando viaja pelo mundo, enquanto continua a financiar o terrorismo.
Em Israel,
estes mísseis mostraram o
melhor lado dos israelenses, apesar das semanas de turbulência sobre o plano de
reforma judicial do governo. Até o líder da oposição, Yair Lapid, ofereceu apoio a
Bibi Netanyahu.
Não houve recusas de reservistas, estranhos ofereceram suas casas aos residentes do Sul em busca de
refúgio. Noivos foram ajudados para que seus casamentos pudessem acontecer em locais mais
seguros. E bebês recém-nascidos foram transferidos dos berçários para bunkers à
prova de mísseis.
Mas nenhum país deveria ter que agir como
se isso fosse normal. É impossível explicar ao mundo exterior o que os
moradores do sul de Israel passam. Muitos poucos se dão conta que em
Sderot, por exemplo, usar o cinto de segurança no carro é às vezes proibido e
por razões de segurança! Quando
você tem apenas sete segundos para procurar abrigo de um míssil que se aproxima, não há tempo para
desafivelar e sair, muito menos para ajudar os passageiros a sair do banco de
trás.
Não podemos deixar o mundo esquecer quem é o agressor e quem é a vítima
aqui. O
Holocausto começou com palavras antissemitas num ocidente e mundo islâmico -
racistas e antijudaicos. Hoje estas palavras e cultura continuam na ONU e em
organizações internacionais. O Holocausto terminou, mas o legado dos que o
perpetraram vive entre aqueles que querem exterminar Israel - incluindo aqueles
que negam seu direito à autodefesa e lamentam a “catástrofe” da sua criação. Quem
ainda acredita no “Nunca Mais” ficará desapontado.
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