Esta semana
que passou foi uma das mais duras que eu possa lembrar. Mas também foi uma
semana com muito reconhecimento e agradecimento.
Desde o dia 7
de outubro vimos dezenas de missões de países do mundo inteiro virem a Israel
para prestar solidariedade ou simplesmente, para verem com seus próprios olhos
o que sobrou das comunidades do sul depois do massacre cometido pelo Hamas.
Grupos de
chefes de estado, parlamentares, jornalistas e até celebridades como Elon Musk,
Ivanka Trump e seu marido Jerod Kushner, a atriz Debra Messing, todos estes chegaram
e foram. E eu ficava no aguardo para ver se alguém do país no qual nasci, iria
vir para estender a mão. Infelizmente, isso não aconteceu até que junto com
amigos no Brasil, conseguimos juntar um grupo muito especial e então sai com
eles para registrar a devastação das comunidades, o testemunho das famílias dos
raptados e das que perderam filhos na guerra e ver as evidências da incomparável
barbárie à qual a desceu a humanidade no dia 7 de outubro.
Por isso,
antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer o Senador Carlos Viana, as deputadas
federais Carla Zambelli de São Paulo e Cristiane Lopes de Rondônia, que
mostraram uma tremenda coragem em vir a Israel no meio de uma guerra para
prestarem sua solidariedade. Agradeço também o empresário Otavio Fakhuri que além
de vir a Israel, patrocinou a vinda de vários jornalistas. Não tenho palavras
para agradecer a vinda dos jornalistas Cristina Graeml da Gazeta do Povo,
Alexandre Pittoli da Radio Auri Verde de Bauru, Gerson Gomes da TV Flórida de
Miami, a influenciadora Desirée Rugani que mostrou ser uma jornalista com todas
as letras. E em especial queria agradecer a Pastora Jane Silva, presidente da
Comunidade Internacional Brasil-Israel que fez tudo acontecer.
Não vou descrever
aqui o que vimos porque basicamente é o que ouvimos de vários relatos. Mas
posso dizer sem qualquer hesitação que a realidade é muito pior do que o que a
mente pode imaginar num relato ouvido.
E a origem
deste ódio resta sobre o antissemitismo milenar que ainda assola o mundo. Quem pensou,
no dia 8 de maio de 1945, um dia depois da rendição incondicional alemã aos
aliados, que o antissemitismo iria desaparecer como por mágica, estava muito
enganado.
Este antissemitismo,
apesar de ter se tornado politicamente incorreto nas décadas seguintes ao
Holocausto, continuou a infectar a Europa debaixo do pano, por trás das
cortinas. Se Israel pensava que seria aceita na comunidade das nações como uma
igual, lhe aguardava uma grande decepção.
O mundo votou
sim pela partilha do que sobrou do Mandato da Palestina, do qual 78% tinham ido
para criar a Jordânia. A partilha deu aos judeus apenas uma faixa estreita
entre Tel Aviv e Haifa, outra faixa na fronteira síria e parte do deserto do
Negev e teria sido preciso relocar as comunidades judaicas milenares de
Jerusalem, Sfat, Tiberias, Hebron e outras cidades para fazer este plano
funcionar. E mesmo assim, os judeus aceitaram. Os árabes recusaram esta partilha
e atacaram os judeus assim que os ingleses saíram. E nenhum só país. Nem os que
se gabam hoje de terem sido os primeiros a reconhecerem o novo Estado de
Israel, como os Estados Unidos, ofereceram qualquer ajuda. Foi somente a mão de
D-us que impediu que apenas três anos após o Holocausto, ocorresse um outro
extermínio, dos 600 mil judeus que lutaram sozinhos contra 5 exércitos árabes.
E hoje, ser
antissemita não é mais politicamente incorreto. E ele nem esperou que os corpos
das vítimas do 7 de outubro, idosos, deficientes, homens, mulheres, crianças,
bebês e até fetos esfriassem, para sair às ruas e apoiar os que perpetraram esta
barbárie.
E esta transformação,
acreditem, começou na ONU.
Em 2001,
depois de concluírem que não era possível vencer Israel militar, diplomática ou
economicamente, os antissemitas se reuniram em Durban na famigerada conferência
contra o racismo para criar uma nova linguagem para difamar Israel perante o
mundo. Tudo isso, formulado pelo Irã, um dos regimes mais opressivos e
sanguinários da terra. Foi nesta conferência que os termos “genocida” e “apartheid”
foram usados pela primeira vez para rotular Israel.
Estas
calúnias mentirosas são agora usadas regularmente em campus universitários, em
parlamentos, veículos de mídia e nas ruas de todo o mundo. Mas poucos sabem que
são palavreados retirados do manual dos aiatolás. A visão geral hoje é que Israel
é uma espécie de implante colonial europeu no coração do mundo árabe.
Em primeiro
lugar, e mais importante, o povo judeu é o povo indígena à esta terra, a Terra
de Israel, onde a nossa língua, civilização e cultura foram formadas, e é o
oposto direto da mentira colonialista. Houve uma presença judaica ininterrupta
nesta terra desde tempos imemoriais.
Ao contrário,
o nosso retorno foi sem dúvida a maior vitória contra o colonialismo da
história da humanidade. Desde que a soberania judaica foi quebrada pela última
vez há dois mil anos, todos os invasores que vieram de longe, sejam romanos,
rashidun, omíadas, abássidas, fatimidas, seljúcidas, cruzados, mamelucos,
otomanos ou britânicos, conquistaram, ocuparam e colonizaram a terra e o povo
que moravam aqui.
O povo judeu
foi o último e único povo a conferir a este território um estatuto de estado independente
e soberano há dois mil anos e de novo em 1948. Todos os outros apenas adicionaram
este território aos seus impérios ou colônias.
Sim, muitos
judeus vieram de outros lugares, porque os seus antepassados foram escravizados
por estes colonizadores e levados à força para longe, para a diáspora. No
entanto, o Povo Judeu, independentemente de onde residisse, nunca se esqueceu
da sua pátria nacional, rezando e ansiando por ela todos os dias, 3 vezes por
dia!
Ainda, os
judeus sempre viveram no Oriente Médio, incluindo na Terra de Israel, durante os
últimos dois mil anos, muito antes da conquista islâmica e da ocupação árabe da
região a partir do século VII. Estes judeus, dos quais sou uma descendente
orgulhosa, nunca viveram na Europa.
Meus
antepassados viveram aqui em Jerusalem, e no que hoje conhecemos como Síria e Líbano,
séculos antes do nascimento de Maomé. Como podemos então ser “colonizadores”?
Os judeus que
viveram sob o Islão foram forçados a se submeterem ao dhimismo, um estatuto de
segunda ou terceira classe num sistema de medo e terror patrocinados pelo
Estado, pagando impostos de um povo subjugado e sendo forçado a viver em
guetos. O tipo de pogrom que Israel sofreu em 7 de outubro era perpetuado
regularmente contra os judeus que viviam no Médio Oriente e no Norte de África
ao longo dos séculos.
Em 1948, assim
que ocorreu a partilha da ONU, quase que da noite para o dia um milhão de
judeus foram forçados a abandonar suas casas no mundo árabe e islâmico. Muitos,
como meus pais, chegaram ao Brasil como refugiados, sem conhecer a língua, sem
dinheiro, sem conhecidos. Outros conseguiram chegar em Israel que os acolheu,
lhes deu cidadania, liberdade e finalmente a igualdade a que tinham direito.
Ninguém na ONU teve a ideia de formar uma organização especial para os judeus
refugiados como o fizeram imediatamente com os palestinos, criando a UNRWA.
Os líderes judeus
não intimidaram a comunidade internacional para que gastasse dezenas de
milhares de milhões de dólares para os utilizar como arma política até hoje.
Não recorreram à violência, ao terrorismo ou a “qualquer meio necessário” para
obter compensação para as comunidades de onde foram arrancados, para os bens
que foram deixados e roubados e para o derramamento de sangue e a humilhação
que sofreram.
Os antissemitas,
anti-Israel nos campus universitários gostariam que ninguém soubesse sobre os
judeus que viveram na Terra de Israel e no resto do Oriente Médio, porque isso
destrói seus falsos paradigmas e mentiras. Destrói a própria pedra fundamental
deles, de que Israel é uma inserção europeia colonialista.
Especialmente
depois da recente pesquisa que mostrou que dois terços dos jovens americanos entre
os 18 e os 24 anos acreditam que os judeus são opressores e devem ser tratados
como opressores, precisamos mostrar repetidamente os fatos históricos de quem é
o nativo, e quem é o invasor.
O sionismo
não é apenas um dos movimentos de libertação dos mais justos, de um povo
indígena, mas também o mais bem sucedido da história. Um povo que retornou à
sua terra ancestral, restaurou suas tradições e sua língua ancestral, que há séculos
era considerada morta.
E é este
movimento que deveria ser festejado por todos. Não o movimento terrorista
assassino que não trouxe nada de positivo nem para o mundo, nem para seu
próprio povo que se titula “povo palestino”.
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