Ontem
marcamos 20 meses desde que o Hamas iniciou a guerra que nós, em Israel,
estamos vivenciando – uma guerra que parece não ter fim. Nossos reféns
permanecem em cativeiro nas condições mais terríveis possíveis, comparadas aos
campos de concentração nazistas – uma realidade comprovada por aqueles que
foram libertados.
Israel
continua a sofrer o doloroso custo desta guerra, que só nesta semana levou a
vida de 8 soldados. 8 familias que não serão as mesmas para sempre. Muitos
reservistas já estão servindo há mais de um ano, perdendo seus meios de
subsistência. Há milhares de israelenses ainda deslocados de suas casas além do
dano à economia do país.
E pela
primeira vez na história da humanidade, um país atacado sem provocação, num dia
santo, que teve mais de 1200 de seus civis mortos, mutilados, queimados e
outros 250 raptados, agora tem que alimentar seu inimigo. Um inimigo que não
usa uniforme, que ataca de centros civis - hospitais, mesquitas, escolas e
residências para forçar a condenação da vítima.
Mas pior
ainda, toda a ajuda humanitária entregue até agora foi direto para as mãos do
grupo terrorista Hamas, que a vendeu aos moradores de Gaza a preços
exorbitantes para financiar seus tuneis, misseis e recrutas para continuar a
atacar Israel.
E por causa
da pressão do mundo, Israel teve que novamente enviar ajuda humanitária a seus
inimigos, mas dessa vez a coisa foi diferente. Israel decidiu alimentar os
moradores e fazer o Hamas passar fome.
Israel fez a
coordenação com a
Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização sem fins lucrativos
registrada na Suíça até então desconhecida, patrocinada por grupos privados americanos e facilitada por
Israel. A GHF começou a distribuir alimentos e outra
ajuda diretamente
ao povo.
Dois centros de distribuição foram montados e em dois dias, eles conseguiram
entregar cerca de 15
mil caixas de alimentos
– cada uma contendo itens básicos capazes de sustentar de cinco a seis pessoas por 3,5 dias.
Sim, o que
aconteceu no início foi
caótico. Houve atrasos,
rumores, ameaças e até violência. Mas também houve algo novo: pela primeira
vez, os moradores de
Gaza ignoraram as ordens do Hamas e aceitaram ajuda de um grupo não afiliado a ele.
Para muitos em Israel, isto era muito esperado. Mas para os hipócritas e críticos do novo sistema na
comunidade internacional, a uma mudança é inaceitável. E
quem dera uma ajuda similar pudesse ser enviada aos famintos no Sudão onde as
pessoas não têm condição de ficar de pé para recebê-la? E porque será?
Mas a questão aqui não se resume aos alimentos básicos. A
verdadeira questão aqui é o controle. E o Hamas sabe disso, e é por isso que a
reação do grupo terrorista foi furiosa.
O Hamas ameaçou a população para não pegar a ajuda, circulou notícias falsas de que a
distribuição havia sido interrompida ou suspensa e chegou até a montar barreiras para dificultar o acesso
aos pontos de distribuição. Mas todo este esforço foi em vão.
Os moradores de Gaza foram
pegar os alimentos,
alguns pisoteando as
barricadas do Hamas para alcançar os americanos e protegidos
ao longo do perímetro por soldados israelenses. Um vídeo capturou um pai de Gaza
agradecendo a "todos que nos ajudaram – muçulmanos, infiéis,
americanos", enquanto seus filhos ao redor carregavam os pacotes de
comida nos ombros. A mensagem foi inequívoca: o monopólio do Hamas sobre a distribuição
da ajuda estava chegando
ao fim e, com ele, o controle sobre os civis de Gaza.
Um oficial
sênior do exército de Israel disse que eles se prepararam para cenários muito
piores, após as cenas iniciais de distúrbios. “A barreira do medo foi quebrada.
O Hamas está em seu ponto mais baixo em termos de controle.” Mas este controle
ainda não chegou ao fim precisamente porque o Hamas sequestrou a ajuda
humanitária até agora.
“O Hamas ficou
com uma boa parte para si e vendeu o restante para a população civil a preços
exorbitantes”. “E, assim, financiaram novos recrutas. Eles precisam reabastecer
sua máquina de guerra, sua máquina terrorista, seu exército terrorista. Então,
eles usaram a ajuda humanitária para continuar a guerra. E Israel disse: isso
tem que parar.”
Dessa
perspectiva, o novo sistema rompeu o vínculo entre a ajuda e o Hamas, minando seu
controle e mostrando aos moradores de Gaza que existem alternativas.
Mas nem todos
veem isso como uma solução. Os críticos como a ONU e outras organizações
argumentaram que colocar a distribuição de ajuda sob o controle de fato de
Israel vai contra décadas de normas humanitárias que proíbem a entrega da ajuda
por uma das partes em conflito.
O
Secretário-Geral da ONU, António Guterres, condenou a medida, afirmando que ela
viola os princípios humanitários. Países doadores – incluindo Canadá,
Austrália, Inglaterra e a maior parte da Europa – alegaram a ajuda foi politizada,
não para ajudar civis, mas para promover os objetivos de guerra israelenses.
Que incrível!
É de passar mal. Quer dizer, quando o Hamas, um grupo terrorista sequestra a
ajuda e extorque o povo durante décadas, isso tudo bem. Quando Israel coloca a
casa em ordem e entrega de fato os alimentos diretamente às famílias – por meio
de centros seguros, monitorados e protegidos militarmente – isso de repente se
tornou inaceitável? Israel está promovendo seus objetivos de guerra? Sério?
Traduzindo: o objetivo da hipócrita comunidade internacional não é o de
alimentar o povo de Gaza, mas o de contribuir com o esforço de guerra do Hamas.
Finalmente a máscara caiu.
Durante décadas,
o mundo ignorou o fato de o Hamas fazer da assistência humanitária uma
ferramenta de repressão. Enquanto a UNRWA e outras ONGs que estavam envolvidas
com o Hamas, entregavam a ajuda, o Hamas a tomava – taxando, revendendo,
desviando e usando os lucros para recrutar combatentes, cavar túneis e
financiar sua máquina de guerra. Esse modus operandi continuou durante toda a
guerra, e não houve alvoroço algum no mundo sobre como isso era uma
"armamentização da assistência".
Agora o Hamas
está mais fraco do que nunca. Militarmente, Israel continua a desmantelar suas
capacidades. Politicamente, a perda de controle sobre a distribuição da ajuda
atinge o cerne do que restou da sua autoridade. Cada família que recebe comida
sem a bênção do Hamas é um pequeno ato de rebelião. E cada dia que o novo
modelo continua é mais uma rachadura no muro de controle do Hamas.
O novo método
de distribuição – apoiado, financiado e protegido por Israel e pelos EUA – foi
projetado para quebrar esse ciclo.
Se for
bem-sucedido, este novo método fará mais do que apenas alimentar as pessoas.
Ele minará a autoridade do Hamas. Empoderará os moradores de Gaza a buscar
liderança em outro lugar. E ajudará a responder à pergunta com a qual Israel
vem lutando há mais de 600 dias: como derrotar não apenas o exército do Hamas,
mas também seu domínio sobre a sociedade?
E só então
poderemos pensar como será o “dia seguinte” em Gaza.
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