Na semana
passada um americano de origem vietnamita, inexplicavelmente antissemita,
atirou em dois judeus que saiam da sinagoga em Los Angeles. Os dois judeus um de 47 anos e outro
de acima de 70 anos feridos em dois eventos separados estão felizmente se recuperando. Jamie Tran de 28 anos foi preso
e indiciado por crime federal de ódio. Mas estes incidentes poderiam ter sido
evitados se Tran tivesse sido questionado ou preso pelas mensagens antissemitas
que ele enviara a colegas da faculdade antes e depois de ter sido expulso. Uma
delas dizia “estúpido, patético, perdedor, lixo feio, subumano nojento, judeu sem
sentido e sem valor”.
E aí tivemos
na quarta-feira a noite, um jogo do Torneio Estadual de Futebol de Meninos na
Florida. O jogo regional era entre a Escola Comunitária Scheck Hillel, uma
escola judaica e a Escola Média Arcebispo Carroll, uma escola católica. Desde o começo do jogo, tanto os estudantes católicos como seus pais começaram a gritar insultos
antissemitas incluindo, Hitler tinha razão, e passaram para a violência física aonde
vários alunos judeus foram feridos incluindo um com uma concussão cerebral.
Pelo
ocorrido, não acredito que estes alunos tenham aprendido isso na escola, mas
com seus pais, em casa.
Ontem de manhã, a vice-diretora para a África do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Sharon Bar-li, e os demais membros da delegação israelense foram expulsos da sala de conferências da União Africana em Adis Abeba, onde Israel participava como observadora. Bar-li, foi removida apesar de seu status de observadora credenciada com convite, crachás de acesso e tudo. É triste ver como a União Africana foi tomada como refém por países extremistas como a Argélia e a África do Sul, vendidos ao Irã e movidos por um ódio aos judeus e à Israel sem qualquer fundamento.
E neste
ambiente de ódio universal contra judeus e o Estado judeu, em vez de união em
Israel, estamos testemunhando mais uma vez as ações de uma esquerda
descontrolada, tentando desfazer o resultado das últimas eleições. E pior, com
o apoio do governo democrata dos Estados Unidos.
Com relação à
Israel, o governo americano tem sido extremamente hipócrita. Em 2013 os
democratas decidiram fazer a mais profunda mudança das regras do senado,
reduzindo de 3/5 para uma maioria simples a quebra dos debates da oposição à um projeto de lei.
Hoje os Estados Unidos estão condenando Israel por estar tentando aprovar uma reforma
em seu judiciário, para voltar ao que era antes do golpe realizado pelo juiz do
Supremo Aaron Barak em 1992, numa clara intromissão nos assuntos internos de seu aliado.
Vejamos um
pouco da história. Através de uma série de decisões, Barak abocanhou todo o
poder do estado para juízes nomeados por outros juízes podendo anular leis
aprovadas pela Knesset que esta sim foi eleita pelo povo.
Sob o falso
slogan de estarem “protegendo a democracia”, líderes da esquerda Israelense,
incluindo os ex-primeiro ministros Yair Lapid e Ehud Olmert, estão temerária e
irresponsavelmente chamando por uma guerra civil, para a alegria e aplauso do
Irã, do Hamas e da Hezbollah. Lapid neste final de semana disse que seus
apoiadores irão lutar nas ruas, nas cortes, na Knesset e no governo. Se isso
não é incitação à violência, não sei o que é. Uma reação totalmente sem
proporção.
Enquanto o ministro
da Justiça Yariv Levin, e o presidente do Comitê de Justiça Simcha Rothman,
estão tentando avançar os debates sobre a reforma, a oposição através de Yair
Lapid e Benny Gantz - dizem querer o diálogo. Mas quando lhes é oferecido um, eles criam pré-condições inaceitaveis para poderem recusá-lo.
Quando a
oferta de uma reunião foi feita na noite de segunda-feira, a legislação em debate não poderia avançar de
qualquer forma por mais uma semana. Lapid e Gantz poderiam ter
se encontrado com Levin e Rothman e decidido depois de apenas uma hora se havia
um terreno comum para conversar. Em vez disso, ao dizer um “não” direto, a
oposição mostrou com o que realmente está preocupada: perder o ímpeto obtido
com os protestos massivos em Jerusalém.
Desde 1992 há
um sentimento genuíno de perda de direitos por parte de um número substancial
de israelenses – a direita, sefardim e religiosos – que sentem que as
cortes não protegem seus direitos. O que aconteceu durante o desengajamento da
Faixa de Gaza em 2005 foi um verdadeiro trauma que ainda persiste.
E então eu
pergunto: se a esquerda é tão pró-democracia e defensora de valores democráticos, como podem
defender um sistema tão anti-democrático como este de nomeações judiciais?
A comissão é
composta por nove membros: dois ministros, dois membros da Knesset (um da oposição), dois
membros da Ordem dos Advogados e três juízes titulares do Supremo Tribunal.
Pela lei existente, são necessários sete membros para aprovar uma nomeação, o
que significa que os juízes, que votam em bloco, sempre têm direito de veto.
Alguém
poderia dizer que é democrático que um primeiro-ministro nomeie o próximo? Não. E porque não temos acessos aos debates deste comitê de nomeação? Porque as audiências
deste comitê não são abertas ao público ou pelo menos a jornalistas, para reportarem
o que viram e ouviram? Então pergunto: como um processo que tem abertura zero,
transparência zero e responsabilidade zero é democrático?
Alguns ainda
argumentam que a classe política não está qualificada para selecionar juízes e
que os políticos são antiéticos e não têm experiência jurídica. Quer dizer, os
legisladores são eleitos em Israel para tomarem decisões cruciais como ir para a guerra,
atacar inimigos, mexer nos impostos, cuidar do orçamento e outras coisas mas
não são competentes para nomearem juízes? Que absurdo é este?
Depois, há a
questão da razoabilidade, a justificativa de porque o Supremo de Israel decidiu
impedir o presidente do Shas, Arye Deri, de servir como ministro. Antes de
continuar, eu vou deixar claro que na minha opinião Deri não deveria ter sido
nomeado depois de ter sido duas vezes condenado por corrupção. Mas nas últimas
eleições, 400.000 pessoas votaram nele, ele foi nomeado ministro e aprovado pela
Knesset. Como um Tribunal de 10 pessoas pode decidir que isso não é razoável? Os 10
juízes são mais razoáveis do que todos os 400 mil e toda a Knesset?
Isso é
democrático?
Eu gostaria
que houvesse uma maneira de restaurar as proporções à conversa. Mas isso não
vai acontecer enquanto um lado estiver procurando vitória (como disse Lapid)
para promover seus próprios interesses políticos que é tudo menos Bibi.
E este é o
foco real destes protestos. Quando o novo governo eleito tomou posse, o foco do
“fim da democracia” eram Ben-Gvir e Smotrich do partido da direita do Likud. O foco foi
tão constante que eles se tornaram conhecidos em todo o mundo. Alertas
chegaram das capitais mundiais de que não haveria nenhum contato com esta "dupla
perigosa". Depois que mostraram que as coisas não eram assim, deixaram os dois em paz.
Aí o foco passou para o religioso “homofóbico” Avi Maoz se tornou o crux da histeria da esquerda que
clamou aos quatro ventos o fim dos direitos LGBTQ. A reforma judicial? mal fora mencionada.
Assim que poeira
baixou sobre Avi Maoz o campo derrotado voltou sua atenção para Levin. Isso
injetou energia e claro, dinheiro, no movimento de protesto. Também irritou as
comunidades judaicas internacionais e americanas, para o deleite dos inimigos
de Israel.
O que eu sei é que há apenas uma Israel e um só povo judeu. Os lados precisam se encontrar, conversar, negociar e encontrar um
terreno comum. Não precisamos de uma
guerra civil para chegarmos a um consenso. Precisamos de união e muito amor, ahavat
Israel, para superarmos todos os desafios que temos pela frente. E que não são poucos.
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