Toda a
senilidade do presidente
dos EUA, Joe Biden, não explica por que ele esperou Netanyahu
resolver congelar os trabalhos da controversa comissão de reforma judiciaria para
emitir a
repreensão mais dura de todos os tempos ao governo de Israel, alertando que “o
país não pode continuar
neste caminho” – pois ele considera a reforma judicial “antidemocrática”. “Espero que Netanyahu se afaste disso”,
disse Biden, declarando que não tem planos de convida-lo para a Casa Branca “no curto prazo”.
Só para
deixar claro, se todas as reformas forem aprovadas, Israel terá o mesmo sistema
que a Australia, a Nova Zelândia e a Inglaterra. Nenhuma democracia está sendo destruída
e a continuação dos protestos, mesmo com o compromisso da coalisão, mostra que
o objetivo não é a reforma judiciaria, que tem sido defendida no passado por
muitos da oposição, mas um golpe de estado da esquerda para depor o governo
eleito em novembro.
Infelizmente, vamos ainda ouvir os porta-vozes da Casa Branca
e do Departamento de Estado aumentando a pressão sobre Netanyahu, pontificando
ainda mais sobre a necessidade de “proteger a democracia” e “evitar o
autoritarismo”.
Esses porta-vozes irão repetir que “acreditam que o respeito pelos direitos
humanos, é extremamente importante para uma governança responsável”, o que implica
que Israel não compartilha dessa crença porque recentemente baniu seis ONGs
palestinas apoiadas por terroristas e porque a reforma judicial prejudicaria os
autoarrogados poderes da
Suprema Corte de Israel.
Isso será
dito junto com a condenação dos assentamentos, que, segundo eles, “são completamente inconsistentes com
os esforços para diminuir as tensões e garantir a calma, e que prejudica as
perspectivas de uma solução de dois Estados ...” ou algo do
gênero.
E ao primeiro sinal de ação do exército ou
da polícia israelense contra
manifestantes palestinos em Jerusalém ou na Judeia e
Samaria – violência que,
é bastante previsível neste mês de Ramadã, - o governo Biden atacará
Israel outra vez.
Sua
administração então pedirá a “todas as partes” para interromper a violência,
mas deixará claro que Washington vê as operações de segurança de Israel como inflamatórias
e “desproporcionais”.
E aí levantarão
novamente a possibilidade de reabrirem o consulado americano no centro de
Jerusalém, para servir somente os palestinos. Isso seria, de fato, uma
embaixada para a Autoridade Palestina no meio da capital de Israel. (Este
consulado foi fechado pela administração Trump quando reconheceu a plena
soberania de Israel em Jerusalém e transferiu a Embaixada dos EUA de Tel Aviv
para a capital).
Mas por que o
governo Biden está perseguindo Israel? Por que resmungar sobre um assunto
completamente interno de Israel, como a reforma judicial, ou sobre Jerusalém,
palestinos e assentamentos quando até mesmo os funcionários menos pró-Israel do
governo americano sabem que a Autoridade Palestina não merece absolutamente
nenhum prêmio de Washington e que não há um processo de paz em andamento?
Que vantagem
ganha Washington na luta muito mais importante no Oriente Médio – a grande competição
estratégica que os EUA enfrentam contra o expansionismo chinês e o
engrandecimento russo – ao derrotar seu parceiro de segurança, Israel?
Será que é
porque Biden realmente teme pela pureza da democracia em Israel? Longe disso! A atual escalada nas tensões entre os EUA e Israel prova a capitulação
americana ao Irã.
Todo o time
de conselheiros de Biden sobre o Oriente Médio veio direto da administração
Obama. E eles têm Israel na garganta. Eles odeiam Netanyahu por ele ter passado
por cima da Casa Branca quando se fez convidar pelo Congresso. E detestam Ron
Dermer, que na época era o embaixador de Israel em Washington por ter
articulado a visita.
Este time tem
a filosofia de que deve haver um equilíbrio de poder no mundo. E se os Estados
Unidos aprenderam a viver com a União Soviética nuclear, Israel terá que aprender
a viver com o Irã nuclear.
Só que a
União Soviética e a Rússia de hoje, a Índia, o Paquistão, e as outras nações
nucleares, têm o sentimento de autopreservação. Não o Irã. Os próprios mulás
enviaram seus filhos menores com chaves de plástico para o céu penduradas em
seus pescoços para o front de batalha com o Iraque para se explodirem e limparem
o terreno de minas. Que tipo de gente é esta?
Não há dúvida
de que o Irã irá lançar a bomba, contra Israel ou qualquer outro aliado
americano, mesmo sofrendo as consequências porque para estes lunáticos, eles
estarão trazendo o 12º Mahdi (seu messias) e o fim dos tempos.
Assim, com
sua crítica, Biden está sinalizando para Netanyahu: cale a boca sobre a bomba
nuclear do Irã e não ouse atacar o Irã, ou então os EUA tornarão sua vida
miserável em muitas outras frentes.
Em outras
palavras, Biden está surrando Israel sobre a escolha de juízes, a reforma
judicial, Jerusalém e o uso de força nos territórios, principalmente para
forçar Netanyahu à submissão em relação ao Irã.
Não nos
enganemos! Biden não vai agir contra o Irã – apesar dos ataques iranianos às
tropas americanas no Iraque e outros alvos no Golfo e apesar de sua exportação de
drones militares para a Rússia para uso na Ucrânia. Apesar do enriquecimento de
urânio a níveis próprios para uma arma nuclear, apesar do acúmulo de urânio
para produzir armas nucleares e apesar da promessa de Biden de que nunca
permitirá que o Irã adquira uma arma nuclear.
E como
sabemos que Biden já capitulou? Uma declaração do chefe do Estado-Maior dos
EUA, general Mark A. Milley, deixou isso claro quando disse em uma audiência no
Congresso na semana passada que os EUA “permanecem comprometidos, como uma
questão de política, de que o Irã não tenha uma arma nuclear em campo”. Observe
o novo termo “em campo”. Isso sugere que o governo Biden agora está preparado
para tolerar armas nucleares nas mãos do Irã, desde que a arma não seja “colocada
em campo”, em outras palavras, lançada contra outro país.
Esta é uma
mudança dramática na política do governo – de uma estratégia de proibição de
armas nucleares para uma posição muito mais branda de impedir o lançamento de
armas nucleares, mas não sua produção. Quase ninguém notou esse espantoso
rebaixamento na política americana em uma das maiores questões de segurança
global!
Ficou claro
que Biden não usará a força para impedir que o Irã quebre seus compromissos de
não proliferação e produza uma ou mais armas nucleares. Ele só quer o problema
do Irã nuclear fora de sua agenda e fora do caminho – em outras palavras, ele quer
chutar o abacaxi para a frente.
O governo
Biden certamente não permitirá que israelenses ou outros críticos atrapalhem.
Não quer que Israel ataque o Irã. O melhor caminho para garantir a conformidade
israelense com a política americana em relação ao Irã, na prática, é ameaçar o
distanciamento dos EUA de Israel em questões de “princípio democrático” ou em
questões relacionadas aos palestinos.
O que é
particularmente triste aqui é que existem maneiras de deter a marcha inexorável
do Irã em direção a uma bomba nuclear e em direção à hegemonia regional sem
necessariamente chegar à guerra. E isso inclui uma ameaça militar crível dos
Estados Unidos contra o regime dos aiatolás.
Infelizmente,
o presidente Biden prefere fazer concessões ao Irã e repreender Israel; poupar
os aiatolás e repreender Netanyahu.
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