Hoje viajamos para a Australia.
Nos últimos 50 anos a Australia foi quase
sempre favorável a Israel. Mas isso mudou com a eleição do governo trabalhista
em maio último. Este novo governo agora determinou que irá se referir à Judeia,
Samaria e Jerusalem do Leste, assim como a Faixa de Gaza, como “territórios
palestinos ocupados”. Todas as comunidades judaicas destes locais daqui para
frente são consideradas “ilegais”. A ministra do exterior, Penny Wong declarou
que é apenas um retorno às praticas de governos anteriores.
Nem tanto. É verdade que governos e alguns
ministros australianos anteriores se referiram às comunidades judaicas como
ilegais e se referiram casualmente aos “territórios palestinos”. Mas esta é a
primeira vez que um governo australiano faz uma determinação consciente de que
eles devem ser rotulados como “territórios palestinos ocupados”. Nenhum governo
ou ministro australiano anterior determinou ser política do governo chamá-los
por esse nome.
Sob o governo anterior do Partido Liberal,
a Austrália reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e parou de usar o
termo desagradável e historicamente errôneo de “Territórios Palestinos
Ocupados”. Mas o governo do Partido Trabalhista que chegou ao poder no ano
passado reverteu ambas as decisões.
Essa é uma lição importante para Israel
sobre a confiabilidade das promessas internacionais. Há décadas que críticos de
Israel defendem a ideia de troca de território por “garantias de segurança” dos
Estados Unidos e outros que valem o papel aonde foram escritos. Tais
“promessas” viram fumaça um segundo depois que
um novo governo é eleito.
E este anúncio da Australia é apenas o mais
recente de uma série de medidas que este governo tomou para se distanciar de
Israel.
Desde a eleição, a Australia mudou seu voto
em várias moções anti-Israel na ONU. Embora declare que continua a se opor à
levar Israel ao Tribunal Penal Internacional e a se opor à discriminação de
Israel na ONU, a Australia também se recusou a assinar as declarações conjuntas
lideradas pelos EUA sobre esses dois assuntos.
E aí veio a reversão do reconhecimento do
governo australiano anterior de Jerusalém Ocidental como capital de Israel. A
justificativa para esta decisão foi que Jerusalém é uma questão de status final
a ser negociada pelas partes - embora ninguém duvide que o lado oeste da cidade
permanecerá com Israel em qualquer resolução final.
Tampouco este governo parece preocupado com
a ofensa à sua comunidade judaica ao afirmar que os locais mais sagrados do
judaísmo, como o Muro das Lamentações e o Monte do Templo, estão em “território
palestino ocupado” – ou a pura incongruência de descrever a Faixa de Gaza dessa
forma 18 anos depois que Israel se retirou completamente de lá.
Este é resultado da tomada do governo pela
esquerda do Partido Trabalhista Australiano. Duas de suas principais causas
declaradas são o acordo do submarino de propulsão nuclear AUKUS que a Austrália
assinou com os EUA e o Reino Unido, e o
segundo, o conflito israelense-palestino.
Como o governo não tem saida a não ser continuar
a apoiar o acordo AUKUS negociado pelo governo anterior, então está investindo
contra Israel. E agora que o governo tomou esta decisão, reconhecer a
“Palestina” como um estado será o próximo passo óbvio.
A Autoridade Palestina, reagiu rapidamente,
com seu Ministério das Relações Exteriores divulgando uma declaração dando as
boas-vindas a este “desenvolvimento significativo e importante” e pedindo ao
governo australiano que agora “reconheça o Estado de Palestina sem demora ou
hesitação” refletindo assim “a posição do Partido Trabalhista e de seus
membros”.
Israel deve enviar uma mensagem forte,
clara e indubitável para a Australia colocando o dedo aonde irá doer mais.
E para começar, que tal jogarmos na cara
deste governo sua hipocrisia? Sim, porque se você quiser encontrar um
território genuinamente ocupado, não procure mais do que a Austrália. E não é
uma pequena parte do país. É a coisa toda.
Os habitantes indígenas da Austrália,
conhecidos como aborígines, viviam lá há mais de 60.000 anos quando o explorador
inglês, tenente James Cook, chegou repentinamente em 1770 e “reivindicou” o
território para a Grã-Bretanha. Ele não perguntou aos aborígenes o que eles
achavam da ideia de serem ocupados por estrangeiros brancos. Os colonos
europeus racistas consideravam os povos indígenas como inferiores e
consideravam suas aspirações indignas de consideração.
A ocupação britânica da Austrália começou
em 1788 com a criação de nada menos que uma colônia penal. Uma grande prisão
para onde os ingleses mandavam seus piores criminosos. Esses criminosos logo
foram seguidos por colonos britânicos, que tomaram o território expulsando e
assassinando os residentes aborígenes quando eles se colocavam em seu caminho.
Os ocupantes também introduziram várias
novas doenças – varíola, sarampo, tuberculose – que tiraram a vida de muitos
nativos. Em 1900, a população aborígene indígena de 750.000 foi reduzida para
93.000. Um verdadeiro genocídio.
A ocupação e os maus-tratos aos aborígines
continuam até hoje. A Anistia Internacional relata que as atuais políticas do
governo australiano continuam a “negar
os direitos mais básicos dos povos indígenas [e] os forçam a abandonar suas
casas e comunidades”.
As gerações mais jovens de aborígenes
compartilham “o profundo trauma e o ódio de seus pais por perderem suas terras,
cultura e famílias”, observa a Anistia, e “as crianças indígenas da Austrália
têm 24 vezes mais chances de acabarem presas do que seus colegas não
indígenas”. Hoje os aborígenes são apenas 3% da população nacional, mas representam
29% da população prisional adulta do país.
Comparem esta realidade com Israel. Livros
de história e mapas têm, por séculos incontáveis, chamado essas áreas por seus
nomes históricos corretos, Judéia e Samaria. Na verdade, o próprio nome
“Palestina” não tem base histórica; foi inventado não pelas pessoas que vivem
lá, mas pelos conquistadores romanos há 2.000 anos, na tentativa de erradicar a
identidade judaica do país.
Esses territórios nunca fizeram parte de
nenhum estado da Palestina. Seus habitantes nunca falaram uma língua palestina.
Nada em sua história ou cultura era distintamente “palestino”. Chamá-los de
“Territórios Palestinos Ocupados” é um insulto ao registro histórico e negar a
ligação do povo judeu com a terra de Israel é puro antisemitismo.
O
governo do Partido Trabalhista da Austrália deveria ter vergonha. Deveria se
olhar no espelho, compensar e pedir perdão aos aborígenes antes de lançar
acusações falsas, ofensivas, anti-históricas e puramente antisemitas contra
Israel e seus cidadãos, que são os verdadeiros indígenas desta Terra Santa.
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