Não é sempre
que dá satisfação dizer “nós avisamos”. Infelizmente, hoje, temos pelo menos
duas razões para dizê-lo.
Na última quarta-feira,
Mahmoud Abbas, o eterno presidente da Autoridade Palestina, da Organização para
Libertação da Palestina e da Fattah, em conformidade com sua posição em relação
aos judeus e a negação do Holocausto, declarou num discurso na conferência do
Conselho Revolucionário da Fatah, que “Adolf Hitler mandou massacrar os judeus
por causa do seu “papel social” como agiotas, não por causa da sua inimizade
para com os judeus e o judaísmo.
Ele continuou
dizendo que os judeus Ashkenazim provêm da Europa e não do Oriente Médio e,
portanto, não são semitas. Assim, não há que se falar de antissemitismo. E não
há que falar tampouco de seus laços com a terra de Israel como documentada na
Bíblia.
Bem, tudo isso
não é novidade porque estes argumentos se encontram na tese de doutorado de Abbas
apresentada na Universidade Patrice Lumumba de Moscow em 1982, titulada “O Relacionamento
Secreto entre o Nazismo e o Holocausto”. Nesta tese ele chama de “mito” e de
uma “mentira fantástica” que seis milhões foram mortos no Holocausto e que o número
fora exagerado por razões políticas.
A condenação
foi generalizada. Se Israel – e o resto do mundo – precisassem de mais provas
de que Mahmoud Abbas não é e nunca foi um parceiro para a paz ou para uma
solução de dois Estados, este discurso põe fim às dúvidas. Até a prefeita de Paris Anne Hidalgo retirou a
mais alta honraria da capital francesa - a
medalha Grand Vermeil que ela mesma conferiu a Abbas em 2015. Ela resolver
retirar a honraria dizendo que era “intolerável para alguém justificar o extermínio
dos judeus da Europa”. Numa carta a Abbas ela adicionou que “os comentários que
o Sr. fez são contrários aos nossos valores universais e à verdade histórica da
Shoah. Assim, o Sr. não pode mais ser portador desta distinção”.
Sim. Mas isso
deveria ter sido feito há alguns anos ou pelo menos em maio último quando Abbas
acusou Israel de mentir como o propagandista nazista Joseph Goebbels, ou no ano
passado na Alemanha, ao lado do Chanceler Scholz, quando acusou Israel de 50
Holocaustos.
Não dá
satisfação em dizer: nós avisamos. Abbas nunca foi um líder de Estado, mas um
terroristazinho de segunda categoria que carregava a mala de dinheiro de Yasser
Arafat. Levanta-lo a uma posição de chefe de um Estado inexistente não o fez
pensar ou agir diferentemente. Aos 87 anos ele continua o mesmo terroristazinho
de segunda categoria.
E aí temos
Oslo. Na semana que vem comemoramos 30 anos da assinatura dos Acordos do mesmo
nome, que hoje sabemos foram o erro estratégico mais colossal da história de
Israel moderna.
E uma vez que
o legado dessa capitulação catastrófica por parte do Estado Judeu ainda está
muito presente entre nós, vale a pena relembrar, de modo breve, a loucura
daquela tentativa lamentável de apaziguar o terror com território.
Jogando a
lógica ao vento Yitzhak Rabin e Shimon Peres, decidiram inexplicavelmente
resgatar Arafat do ostracismo e esquecimento. Em 1993 Arafat estava jogado na Tunísia
sem qualquer capital ou força política.
E apesar da
sua carreira ignominiosa, ordenando o sequestro de aviões e navios de cruzeiro,
planejando massacres em escolas e se divertindo com o assassinato de diplomatas
americanos, Arafat recebeu subitamente legitimidade como “parceiro” de Israel,
graças a Oslo.
Em troca de
uma promessa de fazer a paz, com a cara mais lisa do mundo, Arafat recebeu Gaza
e Jericó, seguidas de outras cidades na Judeia e Samaria. Foi-lhe permitido
trazer milhares de terroristas da OLP do estrangeiro e até recebeu armas e
munições de Israel.
O resultado: o
previsível: sangue e terrorismo!
Nos cinco
anos após a assinatura dos Acordos de Oslo, 279 homens, mulheres e crianças
israelenses foram assassinados por terroristas palestinos. Mais do que os 254
mortos nos 15 anos anteriores aos Acordos.
Até agora,
1,675 israelenses foram assassinados e outros tantos feridos pelo terror
palestino nas últimas três décadas, algo que os Acordos de Oslo foram assinados
para evitar.
Em vez disso,
estes famigerados Acordos deram origem não a uma, mas a duas entidades
palestinas hostis que agora estão nas fronteiras do Estado judeu: a Autoridade
Palestina, com sede em Ramallah, que incita a violência, educa os jovens para o
assassinato e paga salários nababescos aos terroristas e suas famílias, por suas
ações; e Gaza, controlada pelo Hamas, que regularmente ataca Israel com túneis,
e mísseis disparados contra a população civil de Israel.
De uma só
vez, Oslo encorajou os terroristas palestinos, minou a postura dissuasora do
Estado Judeu e dividiu a Terra e o povo de Israel.
Oslo nos legou
horrores sem precedentes, como atentados a bombas, ataques suicidas, o rapto de
soldados, o incêndio de locais sagrados judaicos só para começar.
Como disse
Michael Freund em seu artigo, a experiência de Oslo foi o equivalente
diplomático do Titanic, um grandioso exercício de arrogância que afundou,
enviando incontáveis inocentes para a morte.
O problema é
que até hoje Israel continua a sofrer com Oslo. Os acordos são irreversíveis.
Israel não pode mais voltar à situação de controle que tinha antes de 1993.
Além disso, o mundo continua com a ilusão de que a única solução é a criação de
um Estado palestino independente. A solução para que? Para destruir Israel???
Israel não
pode colocar a sua segurança nas mãos de outros e, nunca permitir que um Estado
terrorista palestino seja estabelecido na Judeia e Samaria. O conceito de
“terra pela paz” é uma ilusão fundada na fantasia de que a solução para o
conflito é apaziguar o terrorismo, em vez de se opor a ele.
Aqueles que
continuam a pronunciar o mantra de uma “solução de dois Estados” estão
simplesmente ignorando a lição óbvia de Oslo: Israel nunca mais deve ceder
território algum, em nenhuma circunstância, e certamente não em troca de falsas
promessas de paz que valem o papel onde foram escritas.
Esta não é
uma batalha por território ou fronteiras, e nunca foi. É um choque de
civilizações. Uma luta entre o povo judeu, que reclama a sua pátria ancestral,
e árabes muçulmanos que não querem um Estado próprio, mas querem apenas
destruir o Estado judeu.
Nunca existiu
um Estado palestino em toda a história, e ele não existe hoje. E Israel deveria
deixar claro, de uma vez por todas, que nunca haverá. Se os árabes quisessem um
estado, teriam criado um em Gaza, com uma infraestrutura que funciona e uma
economia próspera, como era quando os judeus moravam na Faixa. Ou em Ramallah, onde Abbas entrega milhões de
dólares em assistência a terroristas em vez de em projetos para gerar empregos,
enquanto continua a propagar suas mentiras e negações do Holocausto.
Trinta anos
depois, podemos dizer com confiança que Oslo e tudo o que os Acordos representaram
estão mortos. E em vez de tentar ressuscitá-los, faríamos bem em dar a eles um enterro
adequado.
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