Não há nada de novo sobre protestos de estudantes universitários, reivindicando
uma coisa ou outra, especialmente nos Estados Unidos.
Há cinquenta e quatro anos, no mês que vem, membros da
Guarda Nacional foram chamados no campus da
Universidade Estadual de Kent, no estado de Ohio, em
resposta aos protestos estudantis contra a Guerra do Vietnã. O presidente
Richard M. Nixon tinha vencido as eleições em
1968, em parte devido à sua promessa de pôr fim ao conflito; no final de abril
de 1970, porém, ele anunciou que iria expandir a guerra invadindo o Camboja.
Nessa altura, mais de 1.5 milhão de jovens já
tinham sido convocados para o serviço militar e quase 50 mil tinham morrido na
guerra. Em Kent, os
protestos explodiram levando ao vandalismo e prontificando o governador James Rhodes a enviar tropas da Guarda
Nacional para restaurar a ordem. Em 4 de maio os manifestantes recusaram a ordem de dispersão, e alguns atiraram pedras nas
tropas. Foi aí que alguns membros da Guarda
Nacional dispararam contra os manifestantes matando quatro. Na época, a
opinião geral sobre a
situação era menos simpática aos manifestantes. Uma pesquisa realizada após o
tiroteio revelou que a maioria dos
entrevistados culpou os alunos. Somente 10% culpou a Guarda Nacional.
O historiador Michael Oren explicou que “após o seu fracasso inicial” nas décadas de 60-70, “estes movimentos entraram no ambiente acadêmico, promovendo ideologias anti-establishment ao longo de décadas. Eles
passaram 50 anos incutindo suas ideias anti-establishment em estudantes e
professores como cavalos de Tróia para o antissemitismo.”
Esta mudança afetou notavelmente disciplinas como os Estudos
Americanos, que se tornaram claramente antiamericanas. Até acadêmicos judeus foram convencidos a aderir ao coro anti-Israel, não reconhecendo as consequências negativas potenciais para si próprios.
É interessante
considerar isso neste momento,
dados os protestos anti-Israel na Universidade Columbia,
em Nova Iorque e em outros 40 campus universitários. Mas a Columbia, uma
das mais prestigiosas universidades, e sediada em Nova Iorque, o estado com
mais judeus nos Estados Unidos, também está ficando conhecida como o maior antro
de incidentes antissemitas.
O problema que vemos hoje, é que os
protestos estudantis estão substancialmente mais violentos e procuram ferir a liberdade
de outros estudantes e professores com base em sua fé, numa posição racista,
fascista, e promotora de guerra absurdamente em nome da paz!!! Em 17 de abril
último, estes estudantes pró-palestinos da Columbia montaram um Acampamento de
Solidariedade de Gaza, exigindo que a universidade boicotasse e desinvestisse
de Israel. Apontando para estudantes judeus, eles gritavam: nunca esqueçam o 7
de outubro! Ele irá acontecer não uma só vez, não 5 vezes, não mil vezes, mas
dez mil vezes. O 7 de outubro será todos os dias para vocês”. Eles também
gritaram: “Não queremos sionistas aqui”. Outros “nós somos Hamas”.
Na
Universidade do Sul da Califórnia, estudantes arrancaram mezuzot dos quartos
dos judeus no campus. Na Universidade de Yale eles roubaram bloquearam,
empurraram e atacaram estudantes judeus durante um protesto. Na Universidade
Loyola, estudantes de direito interromperam uma palestra com um soldado do
exército de Israel. Os manifestantes assediaram os judeus e gritaram: “Dêem o
fora daqui todos vocês, pequenos judeus miseráveis”, e ergueram as mãos
manchadas de vermelho, lembrando os palestinos que levantaram nas janelas, suas
mãos cheias de sangue de dois israelenses que entraram em Ramallah em 2000 por
engano.
As
universidades estão caindo nas mãos de simpatizantes do terrorismo e estabelecendo
um precedente terrível ao mostrar aos estudantes que a violência, o assédio e o
antissemitismo podem existir no campus sem consequências. O que está acontecendo
nas ruas da América, nas universidades de elite e nas empresas de tecnologia e
mídia social está atingindo um ponto de ebulição, e nós, do povo judeu, já sabemos
como isto acaba para nós.
Não é preciso
dizer que o atual clima nos campuses se tornou intolerável, inaceitável e
extremamente perigoso, impactando os judeus. A última
vez que isso ocorreu foi na Alemanha, na década de 30. À época, o país mais
moderno, mais científico e iluminado da Europa. Na Alemanha nazista a política
vinha do governo. Aqui, a culpa está claramente com os administradores das universidades
por não terem assumido desde o começo, uma posição mais firme.
Não é
possível que eles não tenham visto que estes protestos não foram expressões espontâneas,
mas foram altamente coordenados e financiados. Apenas um ou dois dias depois do
massacre, passeatas gigantes nas maiores capitais surgiram como do nada,
defendendo as indefensáveis ações do Hamas.
E sua origem
é bem conhecida. Incapazes de derrotar Israel militarmente, os árabes recorreram
ao poder do dinheiro, financiando acadêmicos para desafiar Israel. Governos
árabes e empresas de petróleo reconheceram que ao doarem milhões para
universidades americanas e outras instituições para promover “estudos do Oriente
Médio” para universitários e estudantes de escolas secundárias com o viés anti-Israel,
seria só uma questão de tempo para que a semente antissemita crescesse e se
manifestasse como está ocorrendo agora.
Essas
contribuições influenciaram imediatamente o currículo, perpetuando as percepções
negativas dos judeus entre jovens estudantes.
O que
precisamos agora, é de uma mão mais firme dos administradores que podem usar o
poder da graduação e expulsão se os estudantes não voltarem às aulas. Mas acho difícil
isso vir da presidente da Columbia, a egípcia Nemat Shafik. Deve também haver
uma investigação do FBI porque além do financiamento estrangeiro, vemos
claramente a presença de estranhos, de não-estudantes nos campuses, gritando
slogans e incitando à violência.
Enquanto falo
aqui hoje, estudantes, professores e funcionários judeus não podem entrar na
Columbia. A liberdade de expressão tem limites, especialmente quando ela incita
à violência e apoia o terrorismo, que, aliás, é ilegal na América.
Mais do que
nunca nos provam que não podemos contar com ninguém além de nós mesmos, e é por
isso que 95% da comunidade judaica é sionista. Nova York é a cidade com o maior
número de judeus fora de Israel. Quando as universidades, o governo e as
autoridades policiais não conseguem protegê-los, é hora de considerar um plano
B.
Lamentavelmente,
o que o mundo não consegue ver é que isso tudo é parte de um plano maior, um
plano que parece nunca querer morrer, para destruir o ocidente e seus valores
judaico-cristãos. Estes manifestantes acham muito progressista defender grupos
que promovem uma ideologia que os deixaria eles próprios, horrorizados.
Sempre coço a
cabeça ao ver representantes do LGBTQ+ cantando para libertar a Palestina, onde
eles são jogados de prédios e assassinados. Eles são os ingênuos que podem ser usados
e descartados. Eles não leem a história, não sabem de que Rio ou de que Mar estão
falando e nunca aprenderam que o que começa com os judeus, nunca termina com os
judeus.
Embora hoje
tenhamos a sorte de ter Israel as atrocidades cometidas pelo Hamas em 7 de outubro,
estão mostrando que todo o ocidente está em perigo. E então lembro das palavras
do Pastor Martin Niemoller que num poema escrito em 1946 ele disse “"Primeiro
eles vieram atrás dos socialistas, e eu não falei nada – porque não era
socialista. Depois eles vieram atrás dos sindicalistas, e eu não falei nada –
porque não era sindicalista. Depois eles vieram atrás dos judeus, e eu não
falei nada – porque eu não era judeu. Então eles vieram atrás de mim – e não
sobrou ninguém para falar por mim”.
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