Hoje de manhã em Israel, para quem conseguiu dormir, acordou com a escalada substancial
da guerra contra a Hezbollah no Norte do país. Durante toda a madrugada ouvimos
os aviões de combate passando em direção ao sul do Líbano. Para os que moram no
Norte, no entanto, a noite foi passada num bunker. Era o esperado. Mais de 300
mísseis foram lançados pela Hezbollah sobre Israel a mando do Irã neste final de
semana. E hoje, um veículo aéreo não tripulado foi lançado do Iraque contra o
Estado judeu.
Com as
negociações sobre os reféns completamente rejeitadas pelo Hamas, a Hezbollah,
com a desculpa de estar dando suporte ao Hamas, decidiu colocar mais pressão
sobre Israel, e aumentar os lançamentos indiscriminados de mísseis contra as cidades
israelenses. São quase 100 mil israelenses evacuados de suas casas desde o dia
8 de outubro do ano passado. A situação se tornou insustentável.
E aí
aconteceu. Desde a quarta-feira, as manchetes no mundo inteiro não falavam de
outra coisa a não ser sobre a inacreditável e devastadora operação contra membros da Hezbollah em todo o Líbano. Primeiro
os bípers explodiram. No dia seguinte foram os walkie talkies. Alguns dos aparelhos
alegadamente também explodiram no Iraque e na Síria. Tirando o insano trabalho de inteligência,
planejamento e implementação deste plano ousado, o resultado foi sem sombra de
dúvida, o maior tapa na cara que a Hezbollah levou em anos.
Israel, o suspeito
usual, não reivindicou a autoria do feito. Mas seja lá quem foi que fez isso,
conseguiu de uma (ou duas) tacadas, imobilizar 5 mil membros do alto escalão da
Hezbollah, que, ou morreram ou estão muito feridos, ao mesmo tempo em que poupou
ao máximo a exposição de civis libaneses não afiliados à Hezbollah.
Sim, sempre
há um dano colateral, mas a morte das duas crianças que estavam brincando com os
bípers na hora da explosão não poderia ter sido prevista e apesar de terem sido
trágicas e infelizes, não se comparam com o míssil que a Hezbollah enviou propositalmente
contra uma comunidade no norte de Israel que matou 12 crianças drusas que
estavam jogando futebol num sábado à tarde.
Ao mesmo
tempo, a Assembleia Geral da ONU, em sua capacidade da mais inútil organização
da história e da face da terra, estava votando mais uma vez, uma resolução
contra Israel. Desta vez a Assembleia aprovou, com o voto do Brasil, uma
resolução não vinculativa exigindo que Israel acabe em 12 meses, com sua
"presença ilegal no Território Palestino Ocupado". Ela também exige
que Israel retire o exército, interrompa a construção de novas residências para
judeus e evacue todos os que chama de “colonos” da região, além de demolir o muro
de separação construído para impedir a entrada de terroristas em Israel.
Se esta fosse
uma resolução do partido nazista, com seu puro racismo, antissemitismo
aflorado, buscando a limpeza de judeus de um território, ninguém se
surpreenderia. Mas não. 124 países votaram a favor, 14 incluindo Israel e os
Estados Unidos votaram contra e 43 países se abstiveram. Mas a coisa não parou
aí. A resolução também pede aos estados-membros que não transfiram armas para
Israel e imponham sanções aos colonos envolvidos na violência contra
palestinos. Ela também pede a responsabilização de Israel por supostas
violações do direito internacional humanitário, incluindo o pagamento de
reparações. Uma verdadeira vergonha. Nada sobre a chacina de 7 de outubro. Nada
sobre os 101 reféns que ainda estão nas mãos do Hamas quantos, não sabemos, sobrevivendo
em condições horrendas e inumanas por quase um ano.
E na sexta-feira,
a ONU veio à carga outra vez. A pedido da Argélia, o Ministro das Relações
exteriores do Líbano Abdallah Bou Habib, acusou Israel no Conselho de Segurança
de orquestrar o que ele chamou de ataque terrorista e que “Israel, através de
sua agressão terrorista, tinha violado os princípios básicos do direito
internacional humanitário”.
O Alto Comissário
Para Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que “o direito internacional
humanitário proíbe o uso de dispositivos letais na forma de objetos portáteis
aparentemente inofensivos", durante a mesma sessão.
Agora, não
sei de qual faculdade este pessoal comprou seus diplomas. Para ser considerado
um ataque terrorista, é preciso que ele tenha 3 componentes: primeiro: que seja
de propósito, deliberado. Segundo que seja contra civis e por último, que tenha
um objetivo político.
Ora, mesmo se
fosse Israel, o alvo destes dispositivos foi comprovadamente contra os combatentes
da Hezbollah, que mesmo se estivessem vestidos como civis, não eram civis. E
Israel não teve um objetivo político. Ela quer que a Hezbollah cesse os ataques
ao Norte para que seus cidadãos possam voltar para casa.
Agora, todas os
ataques da Hezbollah são ataques terroristas. Ela lança centenas de mísseis por
dia de propósito, indiscriminadamente sobre a população civil de Israel e tem
como objetivo destruir o Estado de Israel. Então me poupem estas declarações
bombásticas que não merecem qualquer simpatia vindas de alguém que alberga, que
encobre, que protege uma organização terrorista em seu território.
Danny Danon,
o embaixador de Israel na ONU, disse aos repórteres na sexta-feira que Israel
não tinha "intenção de entrar em guerra com a Hezbollah no Líbano, mas não
podemos continuar do jeito que está". Falando no Conselho de Segurança,
ele disse que Israel faria "o que fosse preciso" para restaurar a
segurança nas áreas do norte.
E Israel fez.
Na mesma sexta-feira, num ataque aéreo, Israel matou dois comandantes militares
da Hezbollah e outros 10 altos comandantes, que estavam planejando nada menos
que uma repetição do 7 de outubro no norte de Israel na operação que chamaram
de “Conquistando a Galiléia”.
A Hezbollah, confirmou
a morte de Ibrahim Aqil, o comandante das forças de elite do grupo Radwan. Também
confirmou que Ahmed Wahbi, também do Radwan. Notem que Ibrahim Aqil estava
sendo procurado pelos EUA com uma recompensa de 7 milhões de dólares porque foi
ele quem planejou e levou à cabo o ataque terrorista contra a embaixada
americana em Beirute em 1983.
O ataque de
sexta-feira foi outro grande golpe para o Hezbollah e o primeiro ataque aéreo a
atingir Beirute desde julho, quando Fuad Shukri, braço direito do líder Hassan
Nasrallah, foi morto.
O porta-voz
das Forças de Defesa de Israel Daniel Hagari disse que Aqil, e outros
comandantes das forças Radwan "estavam reunidos no subsolo sob um prédio
residencial no coração do bairro de Dahiyah, em Beirute se escondendo entre civis
libaneses, usando-os como escudos humanos".
No sábado, a
Hezbollah disse que o segundo comandante a ser morto, Wahbi, "participou
de muitas operações" desde os anos 1980 incluindo o de "assumir a
responsabilidade" pela força de elite Radwan até o início de 2024.
Com tudo isso
acontecendo, e nossa atenção desviada, é imprescindível não esquecermos os reféns. Os pequenos Kfir de um ano e
Ariel de 4 anos. Naama de 19 anos e outras meninas, idosos, homens e mulheres.
Com o aniversário de um ano da guerra se aproximando, esta situação de
incerteza, de dor constante para as famílias, está passando de inaceitável
para insuportável.
Neste mês de Elul, vamos torcer
e pedir aos céus para uma vitória completa contra a Hezbollah que leve a uma
capitulação do Hamas e a volta dos reféns aos seus entes queridos e os 100 mil
evacuados às suas casas.
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