No sábado à
noite da semana passada, recebemos a terrível notícia do assassinato de seis reféns
no cativeiro do Hamas apenas 48 horas antes. Durante a semana, o Hamas publicou
os últimos vídeos feitos pelos reféns, como parte de sua guerra psicológica
contra Israel.
Ficou claro, depois do terceiro vídeo que as palavras que eles diziam não eram as deles. Todos conclamaram os israelenses a continuarem os protestos e a desestabilizarem o governo, culpando Netanyahu por seu cativeiro. Esses vídeos foram feitos obviamente como propaganda do Hamas.
E assim, esta
semana foi a de assistir a funerais e a fazer visitas de condolências. Como
alguém que passou a maioria de sua vida adulta nos Estados Unidos, não tinha
como eu não me identificar com os pais de Hersh Goldberg-Polin. Sua mãe Rachel
viajou o mundo falando com Joe Biden, o Papa, na ONU, na Convenção Democrata, pedindo
a todos para interceder junto ao Hamas para libertar seu filho e
os outros reféns.
Mas frente ao
microfone, diante da multidão que lotou o cemitério em Jerusalém, a voz de
Rachel jorrou a dor de uma mãe que suportou o insuportável. Ela descreveu o
tormento, a esperança e, finalmente, a realidade esmagadora da morte de seu
filho. Hersh, com apenas 23 anos, que tinha ido ao festival com amigos para
comemorar seu aniversário, foi assassinado pelo Hamas em um túnel em Gaza, após
quase um ano de cativeiro.
As palavras
desta mãe ficaram gravadas nos corações de todos os presentes: “Finalmente,
finalmente, finalmente.... você está livre”. “Por 332 dias, eu me preocupei cada milissegundo de cada dia”, ela disse, sua voz quebrada pelas lágrimas. “Eu
estava aterrorizada, assustada, preocupada e alarmada. Minha garganta esteve fechada
e fez minha alma pulsar como se estivesse com queimaduras de terceiro grau.”
E aí tivemos
as reações dos líderes mundiais. Nos EUA, o presidente Biden, disse ter ficado
“devastado e indignado”, e a vice-presidente Kamala Harris condenou fortemente
“a brutalidade contínua do Hamas”. O primeiro-ministro britânico Keir Starmer
ficou "completamente chocado com a matança horrível e sem
sentido" e declarou que "um acordo de cessar-fogo deve ser feito por
todos os lados imediatamente para acabar com o sofrimento". No entanto, poucos
dias depois, a Grã-Bretanha embargou a venda de armas para Israel. Ao
que parece, Israel tem o direito de se defender - mas nunca atirar em seus inimigos.
A relatora especial da ONU Francesca Albanese mais uma vez jorrou seu veneno de cobra pró-Hamas, declarando no X: "Libertem os reféns, tanto israelenses quanto palestinos". É? Que reféns palestinos?
A mídia de
esquerda também emitiu suas pérolas. A CNN colocou a manchete declarando que Hersh
havia "morrido", como se levar tiros na cabeça em um túnel do terror,
mais de 10 meses após ser sequestrado, pudesse ser considerada uma morte por
causas naturais.
O discurso nos círculos políticos e da mídia, nesta altura do campeonato, em
qualquer outro caso, deveria ser de colocar a pressão e as condenações sobre o
Hamas. Mas o que estamos testemunhando é exatamente o contrário. Há hoje mais
pressão do que nunca sobre Israel para fazer concessões. O Hamas, por seu lado,
se recusa até mesmo a apresentar uma lista dos 101 reféns restantes — os mortos
e os que ainda estão vivos.
E o Hamas
continua a agir e a controlar a Faixa de Gaza com uma impunidade inabalável. O
Hamas não tem qualquer receio ou medo de possíveis consequências internacionais
pelo assassinato de 1.200 pessoas, o estupro, a mutilação, o saque e a
incineração de pessoas e propriedades em 7 de outubro. As ações da comunidade
internacional falam mais alto e elas exigem o envio de cada vez mais ajuda
humanitária ao regime terrorista e para que Israel facilite essa ajuda. Isso fortalece
o Hamas. Aliás, a ajuda inclui containers e containers de cigarros, como se
isso fosse “ajuda humanitária”.
Os líderes do
Hamas continuam confortavelmente hospedados no Qatar, que ao mesmo tempo
finge ser um intermediário honesto nas negociações de um cessar-fogo e a libertação
de reféns. O Egito, outro negociador que diz falar em nome do Hamas, está tão
ou mais interessado que o grupo terrorista em tirar a presença israelense do
Corredor Filadélfia. Este corredor é de fato, a fronteira entre o Egito e Gaza
onde um labirinto de centenas de túneis sofisticados foi encontrado por Israel,
os quais por décadas permitiu que o Hamas contrabandeasse armas, dinheiro e
possivelmente prisioneiros enquanto enriquecia os egípcios.
Muitos
israelenses esta semana lamentaram os reféns assassinados, outros não
conseguiram sair do choque. Eles
acreditavam que um acordo estava próximo, talvez a apenas alguns dias de
distância. Eles se esqueceram que este é um acordo com o diabo. O Hamas
poderia tê-los libertado há muito tempo, em novembro, quando negociações e
pressão militar levou à libertação principalmente de mulheres, crianças e casos
humanitários em troca de terroristas palestinos. Hersh teve seu braço explodido
e precisava de cuidados médicos e Carmel Gat, de 39 anos e Eden Ierushalmi de
23 anos eram mulheres civis. Mas então o Hamas quebrou sua palavra. Que surpresa!
Acho que não
há pessoa no mundo que não se pergunta o que aconteceu com Shiri Bibas e seus
dois meninos ruivinhos, Kfir, que fez um ano em cativeiro, e Ariel, que fez
cinco. E o pai deles? E os velhos, os enfermos, as mulheres jovens e os soldados
e soldadas? Existe algum caso que não seja humanitário depois de 338 dias em
cativeiro? Que garantia temos que o Hamas não irá libertar alguns dos reféns, vivos
e mortos e manter outros como moeda de troca futura?
Quando Biden
disse, em resposta à pergunta de um repórter, se o primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu estaria fazendo o suficiente para fechar um acordo, e Biden disse que
não, isso é exatamente o tipo de declaração que fortalece o Hamas. Os israelenses estão com
raiva. Mas direcionar esta raiva para Netanyahu é errado. É o Hamas, mandado pelo Irã quem está mantendo
os reféns, e é o Hamas — não Netanyahu — que tem o poder de libertá-los.
E a situação de Israel continua complicada porque ela não tem somente o Hamas e os reféns para lidar. Fomos alvos de mísseis diários vindos da Hezbollah no Líbano. Em um dia eles enviaram mais de 100 mísseis. Também tivemos o assassinato dos 3 policiais no domingo passado e quatro tentativas de ataques com carros-bomba dentro de Israel. E hoje de manhã, na fronteira entre Israel e a Jordania, na ponte de Alenby, três israelenses foram mortos por um motorista de caminhão Jordaniano. E na capital Aman estão neste minuto, distribuindo doces para comemorar os assassinatos, mesmo que o terrorista tenha sido também morto.
Depois de quase um ano, as faixas em
Israel proclamando “Yachad nenatze’ach” – juntos venceremos – estão ficando desbotadas
e rasgadas. Exatamente o que os inimigos de
Israel querem ver. As mortes dos reféns não estão na consciência dos membros do Hamas. Eles
não têm consciência. Eles têm um objetivo – escrito em seu estatuto – o de
destruir Israel. Eles ficam felizes ao ver a destruição resultante dos ataques
terroristas e da instabilidade que eles causam em Israel.
O Hamas matou os reféns, mas não pode forçar Israel a cometer suicídio. E se o mundo não estender uma mão amiga a Israel em sua luta contra os terroristas e o Irã, corre o risco de também ser arrastado para aqueles túneis profundos e escuros do terror.
Esta é uma luta de todos.
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