Sunday, January 5, 2025

A Morte de Carter e a Memória Judaica - 05/01/2025

 

Entre muitos outros atributos do povo judeu um que se destaca, é o de ter uma memória muito longa. Faça como o antigo rei persa Ciro que nos ajudou, e nos lembraremos de você para sempre com carinho. Aja contra nós como o rei Antíoco IV fez, e nós o amaldiçoaremos a cada festa de Hanukah. Este nosso talento ficou mais saliente esta semana após a morte, aos 100 anos, do ex-presidente americano Jimmy Carter.

De repente o resto do mundo o aclama como um estadista, apesar da sua fracassada presidência de um só mandato e a pior presidência americana de todos os tempos até que Joe Biden conseguiu arrematar o título. Depois de deixar a Casa Branca, e animado pelo acordo de paz entre Israel e o Egito, ele se tornou um pacificador incansável, um ganhador do Prêmio Nobel da Paz e um modelo de virtudes agora inexistentes.

Sim, muitos judeus e israelenses têm uma reação ambivalente em relação a Carter. Mas o homem cujo legado poderia ter sido estimado pelas futuras gerações judaicas, como ter ruas em Jerusalém em seu nome e comunidades criadas em sua homenagem, será, na melhor das hipóteses, esquecido, se não insultado. Essa é a tragédia de Jimmy Carter, um líder que poderia ter entrado para a história judaica como um segundo Truman, será lembrado, se for o caso, como outro Obama.

A tragédia é agravada pelo fato de que o estado judeu tem uma dívida histórica com Carter. Ele foi inteligente em dois pontos: deixou israelenses e egípcios negociarem diretamente fornecendo um local neutro nos Estados Unidos e insistir em incluir os soviéticos no processo de paz imediatamente após o Egito ter conseguido expulsá-los. Isso convenceu o presidente Anwar Sadat de agir rápida e independentemente dos Estados Unidos. O resultado veio em novembro de 1977, com a visita sem precedentes de Sadat a Israel. Embora o tratado de paz com o Egito nunca tenha chegado a ser uma paz calorosa, ele resistiu a muitas pressões e trocas de governo e aliviou Israel pelo menos em uma frente nos últimos 45 anos.

Infelizmente para ele, essa foi sua única conquista. O autoproclamado campeão dos direitos humanos, Carter se sentia confortável com ditadores do Oriente Médio como Hafez al-Assad e criticava sem parar os líderes democraticamente eleitos de Israel, começando com Menachem Begin.

Assim que os Acordos de Camp David foram assinados, em 1979, Carter embarcou em uma campanha de difamação de mais de quarenta anos contra Israel. Ele insistia que Israel estava violando a Resolução 242 da ONU ao não se retirar para as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias e ao não criar um estado palestino. O fato de que a resolução especificamente não falaa do retorno às fronteiras indefensáveis ​​de 1967 e não faz menção aos palestinos, muito menos à criação de um estado, era completamente rejeitado por ele.

De uma mera interpretação errada da 242, Carter caiu em uma obsessão negra para com Israel, fazendo do Estado judeu a fonte de toda a instabilidade do Oriente Médio e um violador líder mundial dos direitos humanos. Seu livro de 2004, Palestina: Paz, Não Apartheid, baseado em meias-verdades e mentiras deslavadas, efetivamente legitimou a deslegitimação de Israel. Qualquer um que ler este lixo, vai imediatamente notar o antissemitismo declarado de Carter. Ele critica os israelenses seculares por abandonarem a lei judaica e condena os judeus religiosos nacionais por cumpri-la. Sejam de direita ou de esquerda, os judeus não podem fazer nada certo para Jimmy Carter. O antigo fazendeiro de amendoim da Geórgia que disse que passou a vida se arrependendo de seu racismo anterior contra os negros, convenientemente esqueceu que a KKK também assassinou judeus.

Mas Carter não estava satisfeito em apenas difamar Israel. Suas últimas décadas foram dedicadas a passar o pano no Hamas e apresentá-lo como uma organização oposta ao terror e dedicada à paz. Essa foi a mensagem que ele transmitiu nas páginas de opinião do New York Times e em aparições públicas em todo o mundo. Enquanto evitava reuniões com líderes israelenses, ele abraçou Khaled Mashal, Ismail Haniyeh e outros chefes terroristas dizendo repetidamente que eles estavam prontos a aceitar a solução de dois estados baseados nas fronteiras de 67 (até parece). Ele apoiou o Relatório Goldstone que condenou Israel por cometer crimes de guerra durante o conflito de 2008-2009 com Gaza e acusou Israel de sistematicamente deixar a população civil de Gaza passar fome. As tentativas dos terroristas de perfurar a fronteira de Israel foram, no relato de Carter, "túneis defensivos (imaginem só) sendo cavados pelo Hamas dentro do muro que cerca Gaza".

Arrogante e orgulhoso, Carter nunca foi popular entre seus sucessores, democratas e republicanos, que geralmente o evitavam.

Infelizmente, é assim que muitos israelenses se lembrarão de Jimmy Carter — uma pessoa para quem a verdade, especialmente sobre Israel, era facilmente desconsiderada. Uma pessoa que não expressou a menor gratidão pela tecnologia médica israelense que tratou com sucesso seu melanoma ou pelo primeiro-ministro israelense que lhe assegurou, incorretamente, "que você inscreveu seu nome para sempre na história do... povo de Israel". Não. Jimmy Carter não foi um Ciro nem um Truman, no final, ele foi outro Nebuchanetzar que era antes de tudo amigo de Haman.

E agora que entramos em 2025, o que podemos esperar desta guerra que Israel está travando em 7 frentes? E por que Israel continua lutando? Já venceu o Hamas, destruiu a Hezbollah, causou a queda do regime sírio. Por quê? Como se as guerras de autodefesa de Israel tivessem um prazo para expirar. Essa abordagem ingênua ignora a crueldade dos nossos inimigos. Eles não pararam. Estão continuando a guerra que começaram.

A verdadeira questão é "Como Israel pode parar agora, com tantos maníacos homicidas ainda tentando destruir o Estado judeu?"

Por uma, nesta última quinta feira fomos acordados com sirenes às 4:38 de manhã incluindo saindo dos celulares, que nos fizeram pular da cama e correr para o quarto seguro por causa de um míssil do Iêmen. E apesar de Israel ter bombardeado seriamente o Iêmen, eles não cessaram sua agressão. A barragem de mísseis continua e ela fornece a clareza moral e a motivação que os israelenses precisam nesta guerra de várias frentes que passamos anos tentando evitar. Lembrei do que os soldados dizem: “Que não há ateu nas trincheiras”. Sim, mas às 4:30 da manhã garanto que não há também pacifistas nos abrigos.

A implacável estratégia de panela de pressão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está funcionando. Israel erroneamente encerrou as outras guerras prematuramente. Ela não pode mais repetir esses erros. Qualquer um ansioso para que a guerra acabe deve pressionar o Hamas e seus patrocinadores do Catar a libertar todos os reféns, insistir que os terroristas do Hamas saiam de Gaza e exigir que os Houthis e os iranianos parem de disparar seus mísseis.

Nunca subestime o slogan Houthi: "Allah uAkbar: Deus é o maior, Morte à América, Morte a Israel, Maldição aos judeus, Vitória ao islamismo." Eles falam sério — assim como os aiatolás iranianos.

A visão israelense pré-7 de outubro que tolerou o acúmulo de armas nas fronteiras, a cavação de tuneis, treinamento militar de crianças e adolescentes juntamente com ameaças genocidas pelo Hamas, achando que enquanto os milhões do Qatar estivessem entrando, não era do interesse do Hamas atacar Israel, estava errada.

Tendo sido criados para odiar os judeus, os terroristas do Hamas e milhares de outros moradores de Gaza tentaram nos exterminar. Eles estupraram e assassinaram desenfreadamente, decapitaram e sequestraram bebês e torturaram idosos, tudo porque eram judeus — e até não judeus, incluindo muçulmanos, que ousaram viver pacificamente com os judeus.

Ao se juntarem para matar, aplaudidos pelos facilitadores da intifada em todo o mundo, a Hezbollah, os iranianos, seus proxis e os Houthis provaram que muitos no mundo muçulmano querem a aniquilação de todos os judeus "do rio ao mar" e, muitas vezes, também no exterior. O que os terroristas não contavam foi com a nossa mobilização.

As estatísticas inestimáveis ​​no site do INSS Swords of Iron Real Time Tracker mostram que, desde 7 de outubro, os israelenses correram para o abrigo 31.3 vezes, enquanto mais de 27 mil mísseis atingiram o estado judeu. No entanto, Israel é a agressora.

Os palestinos lançaram 6.349 ataques terroristas desde 7 de outubro. No entanto, Israel é a opressora. A mídia ignora os ataques em andamento contra Israel, também os vindos de Gaza, enquanto os bibifóbicos culpam Israel por se defender, e o mundo aguarda que Israel faça o trabalho sujo de acabar com os Houthis.

Sim, o mais apropriado seria uma coalizão internacional ser formada para esmagar o Irã e os Houthis que afetaram as rotas marítimas internacionais. Mas agora é Israel quem deve responder.

Israel não tem fronteira nem com o Irã, nem com o Iêmen. No entanto, o mundo só conta os mísseis que eles lançaram ignorando quantos milhares poderiam ter sido mortos se apenas uma de suas cargas de 200, 300 ou 400 kg tivesse detonado em algum bairro.

Não, o Irã e os Houthis não estão lutando para a criação de um estado palestino. Eles querem que a gente suma. Esse é o problema. Eles não querem judeus em lugar nenhum do Oriente Médio ou até do mundo.

A única resposta, então como agora, é que temos em 2025, que vencer claramente. Fazer com que nossos inimigos se rendam e nos temam, e depois da nossa vitória, se e quando eles estiverem finalmente prontos, deixarmos de fazer guerras para fazer paz.

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