Uma manchete
do New York Times de setembro de 2008 lia: 'Uma ruína da Cisjordânia, renascida como um farol de paz”. Na ocasião, o
artigo celebrava um entre tantos programas piloto – apoiados por Israel e pela comunidade
internacional – para criar um modelo de governança palestina bem-sucedida.
Aonde? em Jenin.
O plano previa reforçar as forças de segurança da Autoridade
Palestina, e
Israel implementaria medidas econômicas e civis para melhorar as condições de
vida dos moradores de Jenin. Era um teste do que poderia
acontecer com todas as cidades palestinas. O artigo mencionava o general americano James L. Jones, que
mais tarde foi conselheiro
de segurança nacional de Obama, dizendo: “Vejo isso como uma espécie de um
ensaio para a criação
de um Estado
palestino, uma
oportunidade onde os
dois lados podem provar coisas um ao outro.”
Vários projetos de construção foram aprovados, uma zona industrial foi
estabelecida e as infraestruturas de saneamento e eletricidade foram
melhoradas. Israel fez a sua
parte, permitindo o livre fluxo de mercadorias, retirando suas tropas e permitindo que árabes-israelenses entrassem em
Jenin – que fica na área A geralmente proibida para israelenses – com o
objetivo de impulsionar a economia local.
Depois da
operação militar de Israel esta semana, Jenin se tornou tudo menos um farol de
paz. Como sempre, de onde Israel se retirou, de onde Israel investiu em
infraestrutura para os árabes, ela só colheu terrorismo e radicalização.
E como tudo
isso começou? Tudo começou com a decisão da AP de retirar suas forças de
segurança de Jenin, tanto na cidade como no campo de refugiados, ilustrando a
fraqueza da Autoridade Palestina, sua ineficácia e o crescente poder das forças
terroristas na Judeia e Samaria. E assim que Abbas morrer, veremos o Hamas e o
Jihad Islâmico brigarem para assumir o controle. E em primeiro lugar da lista está
Jenin.
Outra razão para
a deterioração da situação em Jenin é o Irã. A Judeia e Samaria são um exemplo
perfeito do papel desestabilizador que o Irã desempenha na região. Enquanto o
mundo tende a concentrar sua atenção no programa nuclear do Irã e em seu contínuo
enriquecimento de urânio, a ameaça de Teerã é muito maior e ocorre em lugares
como Jenin.
O Irã está
frustrado por seu fracasso em se vingar e acertar as contas com Israel sobre
suas operações dentro do Irã, bem como os frequentes ataques contra sua
infraestrutura na Síria. O que Teerã pode fazer é enviar dinheiro, para criar o
que eles chamam de “infraestrutura de resistência”, é contrabandear armas do
Líbano, Jordânia ou Egito e dar apoio educacional e ideológico para os terroristas
em Jenin a essas facções palestinas.
Embora isso
não esteja nem perto do nível de ameaça que uma bomba nuclear um dia
representaria para Israel, os ataques terroristas minam a segurança nacional, a
qualidade de vida dos israelenses em todo o país e têm o potencial de
prejudicar a economia. Com os palestinos de Jenin responsáveis por 50 ataques
nos últimos meses, esse esforço estava claramente dando frutos.
E de onde vem
todo o dinheiro do Irã? Bem, os mulás estão recebendo dezenas de bilhões de
dólares em alívio de sanções do governo Biden. Em nome do Irã, a Hezbollah e a
Força Quds estão investindo pesadamente na produção e distribuição de drogas em
todo o Oriente Médio e na Europa, e em esquemas de criptomoedas para lavagem de
dinheiro.
É precisamente
esta “infraestrutura de resistência” que o exército de Israel alvejou esta
semana. Foi um esforço para erradicar o câncer terrorista nos estágios iniciais
para evitar a “libanização” de Jenin; antes que as células terroristas
palestinas na Samaria se transformem em uma ameaça que os ataques cirúrgicos
não podem mais superar.
Israel não
pode ficar sentado assistindo a Judeia e Samaria (no centro de Israel,
adjacente às três principais cidades, Jerusalém, Tel Aviv e Haifa) se tornarem
outra base de operações militares iranianas contra Israel, como Gaza já o é no
sul e o Líbano no norte.
Hoje o Irã
está em 3 fronteiras com Israel. Em Gaza com o Hamas e o Jihad Islâmico; no
Líbano e Síria, com 180 mil mísseis guiados da Hezbollah. E na Judeia e
Samaria, dando suporte a grupos terroristas. E até agora, infelizmente, as potências
ocidentais foram ineficazes para impedir os avanços iranianos em Gaza, no Líbano,
Síria, Judeia, Samaria, Iraque e Iêmen.
Lembram que em
1993 a Autoridade Palestina foi estabelecida pelos Acordos de Oslo para trazer
a paz para palestinos e israelenses? ou pelo menos uma segurança básica na Judeia,
Samaria e em Gaza? Que decepção essa “autoridade” corrupta, fraca e hostil se
tornou.
Desde janeiro
deste ano, 24 pessoas foram mortas em Israel por terroristas. Segundo o
porta-voz do exército, mais de 50 ataques a tiros foram realizados na área de
Jenin e, desde setembro de 2022, 19 terroristas fugiram para o campo de
refugiados de Jenin após realizarem ataques. Em alguns dos ataques foram mortos
mais de um membro da mesma família – como é o caso dos irmãos Hallel e Yagel
Yaniv, cujos assassinos foram presos em Jenin.
Na
terça-feira, o segundo e último dia da operação, um terrorista atacou civis em Tel
Aviv. O terrorista dirigiu uma caminhonete contra uma multidão que esperava em
um ponto de ônibus antes de tentar esfaquear pessoas que estavam num café na
calçada. Ele foi morto a tiros por um transeunte armado, mas nove pessoas
ficaram feridas, uma delas uma mulher grávida que perdeu o bebê. Os números
oficiais não registram, mas a perda desta vida também foi uma fatalidade.
Que país no
mundo aguentaria isto sem reagir?
O único poder
real que existe hoje entre o terrorismo palestino e o hegemonismo iraniano é
Israel. Infelizmente, nenhuma compreensão dessa realidade pode ser encontrada
nas reportagens da mídia ou nas reações das capitais ocidentais à operação de
Israel em Jenin nesta semana.
Repórteres e
diplomatas agitados pronunciam declarações insensíveis sobre a necessidade de
“todos os lados” reduzirem as tensões, buscando uma equivalência moral onde não
há alguma, e depois reclamarem sobre a terrível perda de vidas ou a difícil
situação humanitária em Jenin – como se tudo isso estivesse ocorrendo num completo
vácuo.
Para ilustrar
esse ponto, nada melhor que a entrevista da BBC (a televisão nacional
britânica) com o ex-primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett. A jornalista
Anjana Gadgil perguntou se o exército de Israel tinha como objetivo matar
crianças. Sim, porque para ela, terroristas armados que ainda não completaram
18 anos, são apenas “crianças”. De acordo com o próprio Ministério da Saúde
palestino, 12 palestinos foram mortos nesta operação em Jenin. Cada um deles
estava armado e era afiliado a um grupo terrorista. Sete do Jihad Islâmico, 3
da Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, um do Hamas e um da Fatah.
Bennett sem
perder a calma, explicou que eram de fato terroristas procurados. Aí a
jornalista respondeu: “São terroristas, mas são crianças. E as forças de Israel
ficam felizes em matar crianças”. A BBC depois se desculpou, mas o dano estava
feito.
Contam que Mark
Twain teria dito que: “Uma mentira pode viajar meio mundo enquanto a verdade ainda
está vestindo seu sapato”. Hoje nos encontramos em uma era em que a verdade nem
pegou seus sapatos antes que a mentira tenha feito seu estrago. Seja uma
jornalista que acusa Israel de assassinar crianças ou um membro do Congresso
americano que inventa um falso massacre israelense, há alguns que não vão parar
por nada – não importa o quão ultrajante, e não importa a evidência esmagadora
em contrário – para demonizar e difamar o estado judeu.
O único remédio
resta conosco. Devemos
sempre levantar nossa voz contra eles, descobrindo a verdade e trazendo-a à luz. E
assim o faremos.
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