O Departamento de Estado dos EUA em sua ignorância suprema, continua a
achar que generosos gestos diplomáticos e
financeiros podem induzir o Oriente Médio violento e volátil a abandonar as ideologias fanáticas antiocidentais e adotar valores
ocidentais, como coexistência pacífica, negociação de boa fé, democracia e
direitos humanos. Mas
até agora, a política do Departamento de Estado (bem intencionada ou não) só conseguiu
alimentar a violência,
a criação de grupos terroristas e uma instabilidade imprevisível na região.
Por exemplo: O Departamento de Estado acolheu as manifestações no mundo
árabe que eclodiram em 2010 e ainda se espalha do Golfo
Pérsico ao noroeste da África – a chamada
"Primavera Árabe", ou "a
Revolução da Juventude Facebook". Uma "marcha pela paz e pela democracia". No entanto, como
evidenciado pela realidade este
foi outro terremoto, não uma
Primavera Árabe.
Sobre
o Irã, antes da revolução, o Departamento de Estado abraçou o
fanático aiatolá Khomeini, antiamericano, sugerindo que ele era anticomunista,
cercado de conselheiros moderados, preocupado em trazer liberdade ao Irã - um Gandhi
iraniano. Isso jogando seu aliado, o Xá do Irã embaixo do ônibus. Depois da
revolução de 1979, o Departamento de Estado estendeu a mão para os aiatolás
numa bonança financeira e diplomática, erroneamente achando que podiam transformar
estes lunáticos messiânicos, em negociadores de boa-fé, passíveis de
coexistência pacífica com seus vizinhos sunitas. Que os revolucionários desistiriam
da proliferação regional e global do terrorismo e tráfico de drogas, e abandonariam sua ideologia repressiva, fanática e megalomaníaca de 1.400 anos. O que aconteceu? O Irã só reforçou
sua colaboração com regimes anti-americanos, organizações terroristas e traficantes de drogas na América Latina,
representando uma ameaça letal para todos os regimes árabes pró-EUA deixando na
chuva a maioria dos iranianos, que aspiram
por uma mudança de regime em Teerã.
O Departamento de Estado estava por trás da ofensiva militar da OTAN que derrubou Gaddafi da Líbia em
2011, apesar de
todas as suas medidas de desmantelamento da infraestrutura nuclear
e química da Líbia e de
suas ações contra o terrorismo islâmico. A derrubada de Kadafi transformou a Líbia numa terra de ninguém, um centro
incontrolável de terrorismo islâmico anti-EUA.
Até a eclosão da guerra civil na
Síria, o Departamento de Estado considerava o implacável antiamericano Bashar
Assad um reformador moderno devido à sua formação universitária
em Londres. Mas até agora, o “reformador” já causou mais de meio
milhão de vítimas, 7 milhões de refugiados e
um número semelhante de deslocados internos.
E
chegamos a Israel. Apesar dos Estados Unidos terem sido o primeiro país a
reconhecer Israel em 1948 (meros 11 minutos depois do
anúncio), o Departamento de Estado era completamente oposto ao estabelecimento do Estado
judeu, argumentando que seria
pró-soviético, seria
invadido e destruído
pela coalisão árabe,
sua criação desestabilizaria o Oriente Médio e
ameaçaria o fornecimento de petróleo árabe. Errado novamente.
Todas as propostas de paz
árabe-israelenses do Departamento de Estado foram centradas nos palestinos e,
portanto, foram frustradas pela realidade do Oriente Médio. De 1993 a 2000, o Departamento de Estado estendeu o tapete vermelho a
Arafat como um mensageiro da paz, digno do Prêmio Nobel da Paz e da ajuda
externa dos EUA, ignorando seu histórico terrorista e traiçoeiro, sua visão aniquilacionista, e apesar
dele ter mandado matar o embaixador americano no Sudão, Cleo Noel e seu vice
Curtis Moore em 1973. Enquanto isso, todos os regimes
árabes pró-EUA que
conheciam este canalha, estenderam a Arafat o tratamento
miserável de capacho.
Por
que isso tudo é importante? Porque quem está comandando a política externa
americana hoje não é o presidente senil Joe Biden. É o Departamento de Estado.
E Israel está passando por um momento muito complicado. A esquerda, como
sempre, está organizada com um propósito muito claro: derrubar o governo de
Bibi Netanyahu e para isso, todos os meios justificam o fim.
Semana
após semana milhares de israelenses saem às ruas sem saber por que, repetindo
como papagaios “democratia”, num movimento que é qualquer coisa menos
democrático. Seus líderes simplesmente não suportam a ideia de um governo de
direita, ainda mais um que ganhou esmagadoramente e tem toda a legitimidade
para promover as reformas prometidas.
Isso
lembra o que líderes do partido trabalhista perdedor disseram da vitória de
Begin em 1977: que era preciso trocar o povo. É esta esquerda que é antidemocrática.
É ela quem rejeita o resultado das eleições livres e democráticas e tenta impedir
que o novo governo cumpra a prometida reforma judiciária.
Infelizmente,
isso também nos faz voltar a uma história mais antiga.
Como
hoje, há mais de dois mil anos, houve gritos numa guerra entre dois inimigos
brutais. Gritos de soldados e de feridos dos dois lados. Gritos na mesma língua,
pertencentes à mesma nação. Judeus lutando contra judeus.
No
ano de 66 antes da era cristã, dois irmãos, filhos da rainha Shlomzion,
Aristobulus e Hyrcanos brigaram pelo trono com tanto ódio, que um deles pediu à
Roma para ajudá-lo contra seu irmão. Sem medir as consequências deste pedido,
Aristobulus estava pronto a tudo para vencer seu inimigo. Os romanos, que não
precisavam de um segundo convite, entraram em Israel, e ironicamente, prenderam
Aristobulus e colocaram seu irmão, que achavam ser mais fraco, no trono. Assim começou a história da destruição do
Segundo Templo. Ao final, por causa do ódio gratuito entre irmãos, o povo judeu
perdeu tudo, o Templo, seus tesouros, a terra, a liberdade e foram exilados por
dois mil anos.
Desde
o episódio dos espiões na Bíblia, passando pela guerra entre a tribo de Efraim
e os Gileaditas, o massacre da tribo de Benjamin pelas outras tribos de Israel,
a guerra entre o reino de Israel com a ajuda do rei da Síria, contra o reino de
Judá, até nossos dias, todas as guerras entre judeus ocorreram nesta época de
Tish’a Be Av. Até a retirada de Gaza de 2005 caiu neste dia e foi só depois de
Ariel Sharon se dar conta que ele mudou a data da expulsão dos 8 mil judeus de
suas casas, para o dia seguinte. O nono dia do mês de Av, que será em 4 dias, é
um dia de jejum, para lembrarmos de todos estes eventos, dos quais já deveríamos
ter aprendido a lição.
Hoje,
por causa de uma reforma do judiciário, que realmente não afeta o cidadão
regular de Israel, a esquerda está disposta a provocar esta guerra civil. Ehud
Barak, o ex-primeiro-ministro declara que o chamarão para liderar o país quando
o rio Yarkon estiver cheio de sangue. Outro, Ehud Olmert, clama pela recusa dos
soldados ao serviço militar. O presidente do maior sindicato, a Histadrut,
declara que amanhã haverá greve. A esquerda organizada está provocando dias de
interrupção, o fechamento do comércio e outras medidas que irão causar bilhões
de shekels em prejuízo ao país. Isso tudo bem. O que não está bem para ela é o
governo alocar alguns milhões de shekels para dar aos religiosos. E os inimigos
de Israel estão sentados assistindo a tudo isso comendo pipoca. Esperando
Israel se acabar por si própria.
E
hoje também, como há dois mil anos, há pessoas como Ehud Olmert, que estão
pedindo para os Estados Unidos intervirem. Não é por nada que os maiores
cartazes dos protestos estão em inglês. Biden é o campeão em intervir nos
assuntos internos de Israel e ele também não vai precisar de um segundo
convite. Só que, como disse, a bola estará nas mãos do Departamento de Estado
americano que não acertou uma em política externa, mas é fielmente hostil a
Israel. Tal interferência ira exigir mais “concessões” de Israel aos palestinos
e daí por diante.
Sim,
há milhares que estão protestando. Mas todos eles não são uma gota frente aos
milhões que votaram por este governo e esta reforma. Se a esquerda ama mesmo
Israel e quer um país democrático (não digo nem judeu), ela precisa crescer e
aceitar os desígnios da democracia, como o resultado de uma eleição baseado nos
planos propostos.
Qualquer
coisa fora disto deixa claro que o que está ditando este movimento é nada mais
do que a procura do poder em detrimento da vontade do povo.
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