Bem, se vocês
que me seguem aqui no Facebook não sabem, então vou dar a notícia. Meu comentário que ia ao ar no programa a Hora
Israelita na Rádio Bandeirantes do RS por 22 anos, não vai mais ser transmitido.
Mas não só o meu comentário que a diretoria da rádio decidiu ser muito “radical”,
mas numa ação remanescente dos anos 30 da Alemanha, eles cancelaram o programa
como um todo.
Vejam que a
Hora Israelita completou 77 anos no ar, os 24 últimos na Rádio Bandeirantes.
Mas isso, aparentemente, não teve qualquer efeito nesta diretoria que perdeu
uma grande ocasião de se colocar do lado correto da história. Eles foram atrás
da propaganda esquerdopata, fascista, completamente falida moralmente, que
escolheu apoiar a chacina cometida por um grupo terrorista do que expressar sua
solidariedade com Israel.
Estes “liberais”
que dizem apoiar as mulheres, não se incomodam quando moças e meninas ainda impúberes
são estupradas até arrebentar sua pélvis. Desde que elas sejam judias.
Eles não se
enojam quando bebês são queimados vivos ou decapitados, desde que sejam bebês
judeus. Eles não se arrepiam quando crianças são torturadas, seus olhos
arrancados, na frente dos pais, desde que estas crianças sejam judias. Eles não
se revoltam quando confrontados com o corpo de uma moça grávida com seu ventre
aberto e o feto ainda preso pelo cordão umbilical esfaqueado dezenas de vezes. Afinal
ela era só mais uma judia.
E de acordo
com a Rádio Bandeirantes, eu passei dos limites quando eu disse que os
perpetradores deste massacre se comportaram como animais. Foi insensitivo da
minha parte! Deveria ter dito que eles se comportaram como cavalheiros. Afinal,
esse é o código de conduta esperado de quem sai para matar judeus.
A Hora
Israelita não irá ao ar hoje, mas estamos fazendo de tudo para trazer a
programação de volta, seja por outro canal de rádio, seja por algum veículo da
mídia social.
Agora ao meu
comentário:
O poeta e
filósofo do século XIX, Heinrich Heine é geralmente creditado por dizer que
“onde queimam livros, acabarão por queimar pessoas”. Esta declaração feita por
um alemão judeu daquela época sempre foi para mim, uma profecia do Holocausto. Mas
nunca pensei que estaria viva para ver essa horrível profecia repetida, e a menos
de uma hora e meia de carro da minha casa em Israel.
Em 1933, os
nazistas iniciaram uma queima em massa de livros, muitos deles escritos por
judeus alemães. Cinco anos depois, em novembro de 1938, os nazistas incitaram a
Kristallnacht, uma série de pogroms generalizados que incluiu o incêndio de
sinagogas e rolos de Torá. Apenas três anos depois, os nazistas embarcaram na
Solução Final, que incluiu literalmente a queima dos corpos de milhões de
judeus.
Presumi incorretamente
que um massacre bárbaro de inocentes provocaria simpatia mundial e despertaria a
clareza moral. Algumas situações são tão preto no branco, que não deixam
absolutamente nenhum espaço para manobras morais ou para múltiplas narrativas.
Pensávamos que o massacre brutal do nosso povo fosse uma dessas situações. Pensamos
errado.
Nas últimas
duas semanas, mesmo antes de os corpos serem enterrados e antes mesmo de muitos
deles terem sido identificados, os antissemitas surgiram para nos acusar de
crimes morais e, evidentemente, embora seja chocante imaginar, desculpar e apoiar
o assassinato de judeus. Não demorou muito para que o mais antigo de todos os
ódios aparecesse. Este monstro ainda está vivo em 2023. Ele apenas se veste com
roupas diferentes.
Hoje nossos
inimigos tentam nos destruir através de armas físicas e verbais. Além de
cometerem violência real, eles criam narrativas falsas para nos difamar. Essas
línguas diabólicas e imundas estão atualmente fazendo hora extra, especialmente
nas Universidades do Ocidente, patrocinadas pelo Qatar.
O Rabino
Jonathan Sacks comparou o antissemitismo a um vírus que não consegue sobreviver
de forma independente, mas precisa de um hospedeiro. O antissemitismo então distorceu
a narrativa cultural do ocidente civilizado, para justificar o veneno odioso
que vomita. A manchete muda a cada geração, mas o ódio não muda.
Na Idade
Média sofremos com o antissemitismo cristão medieval e os libelos de sangue
para incitar o povo contra os judeus. No século XIX, quando a narrativa religiosa
já não funcionava, o antissemitismo passou a adotar a teoria de que os judeus
eram uma raça inferior. No século XX o antissemitismo se firmou com a teoria
racial.
Os horrores
da Segunda Guerra Mundial forçaram os antissemitas a voltar à lousa para
fabricar uma nova narrativa para apoiar seu ódio. Declararam então que os
judeus são colonialistas estrangeiros que invadiram as populações árabes
indígenas e estabeleceram ilegalmente um Estado. Na verdade, sempre houve uma
comunidade judaica presente na Terra Santa e depois do Holocausto regressamos à
nossa casa com total apoio internacional. Mas o ódio permaneceu o mesmo. Em
cada geração.
Agora que voltamos
para casa, esperamos poder dar continuidade à nossa missão histórica. Nosso
objetivo é criar um estado ético, que tem compaixão, comunidade, patriotismo,
legado histórico e espiritualidade. Queremos servir de exemplo moral a todos os
que estejam dispostos a ser inspirados.
Mas os
antissemitas continuam a projetar sobre nós os seus piores crimes. Os apoiadores
da bestialidade do Hamas estão ocupados a jogar sobre nós a sua própria
decadência moral. Eles nos associam a políticas injustas, como o apartheid, e a
monstros terríveis, como os nazistas.
Testemunhar
universidades e instituições de ensino superior em todos os Estados Unidos
servindo como focos de antissemitismo tem sido especialmente triste. Ao não se
oporem explicitamente a estes protestos que exigem o fim de Israel aos cânticos
de Do Rio ao Mar, a Palestina será Livre, as universidades estão legitimando o
genocídio de 8 milhões de judeus. Estas reuniões criminosas de ódio e violência
ocorrem em instituições que antes eram chamadas de “prestigiosas” como Harvard,
Yale, Stanford e outras. Hoje temos mesmo que repensar quem e o que
consideramos prestigioso.
Infelizmente,
os intelectuais de hoje são incapazes de preservar a clareza moral básica que
mesmo as pessoas comuns e sem instrução reconhecem instintivamente.
Essa
tolerância ao ódio nos campus universitários é erroneamente apresentada como
uma defesa da liberdade de expressão e de pensamento. A democracia oferece a
todos os cidadãos igualdade nas urnas e direitos legais iguais. Não oferece
equivalência moral a toda e qualquer posição moral, especialmente àquelas que
ameaçam a vida de outras pessoas.
Mas a
democracia intoxicou a modernidade com liberdade – liberdade em relação à
família, liberdade em relação ao gênero, liberdade em relação à valores e agora
liberdade da moralidade. A democracia está aos poucos assassinando a claridade moral.
Este desastre
cultural traz um alerta. Não podemos reverenciar o intelecto por si só. Veja primeiro
se o intelecto galvanizou a clareza moral e o comportamento. Sem isso, o
intelecto não vale nada.
Franz Kafka
colocou isso da melhor maneira: “O destino dos judeus é absorver as
potencialidades da humanidade, purificá-las e dar-lhes um desenvolvimento mais
elevado... [mas] o mundo se opõe [aos judeus] com o grito de antissemitismo....
Eles surram os judeus e assassinam a humanidade.”
Bom dia!
ReplyDeleteSenhora dra.Deborah Srour, aceite, por gentileza, minha irrestrita solidariedade.
Saiba que a senhora realiza importante trabalho.
Muito obrigado!