Ontem acordamos
por volta das 6:30 da manhã e tudo estava normal. Tomamos café e meu marido
saiu para a sinagoga para comemorar o Shabbat e o Simchat Torah, que é
comemorado hoje na diáspora.
Uns 5 minutos
depois que ele saiu, escutei uma sirene, mas como o som parecia longínquo achei
que era só um exercício. Assim, tranquilamente me vesti junto com a minha filha
para também ir à sinagoga e participar das akafot de Simchat Torah.
Antes de
sairmos ouve outra sirene, desta vez alta e nítida. Minha filha e eu nos
olhamos e corremos para o abrigo contra bombas sem entender o que estava
acontecendo. Aí escutamos vários booms.
Quando a
coisa acalmou, saímos correndo em direção à sinagoga. O rabino já havia dado
instruções para o Gabai buscar o telefone e ver o que estava acontecendo. E aí,
entre uma Akafah e outra, quando a sirene tocava, corríamos para o abrigo da
sinagoga.
Depois da
reza, ainda nos sentamos para o almoço da comunidade e apesar de saber que o
Hamas estava enviando milhares de mísseis, cantamos e aproveitamos a companhia
dos amigos.
Somente
depois do final do Shabbat e do Chag é que ficamos sabendo da magnitude da
tragédia.
As fotos e os
vídeos de milhares de israelenses, civis inocentes e soldados sendo atacados,
assassinados à queima roupa, torturados, sequestrados e levados para Gaza são
sem precedente. Eles entraram com dezenas de jipes, que Israel permitiu algumas
semanas antes, com centenas de terroristas. Depois de derrubarem a cerca, eles
facilmente entraram em Sderot e na maioria dos Kibbutzim que ficam próximos da
fronteira.
Passando
pelas ruas das comunidades, eles atiravam em quem passasse na rua, sem se
importar se fosse mulher, criança, velho ou deficiente. A maioria dos mortos ficaram
jogados nas ruas por horas. Aí eles entraram nas casas. Dezenas de crianças e
mulheres mortas em suas camas. E quando se escondiam nos abrigos, os
terroristas jogaram granadas para matá-las.
Justamente na
festa de Simchat Torah, Israel sofreu seu 11 de Setembro, ou seu Pearl Harbour.
E este é mais
um dia que ficará na infâmia da História. Até agora confirmaram mais de 600
mortos e mais de 2000 feridos. O que não conseguiram confirmar até agora é o
número dos que foram sequestrados. Há fotos e vídeos de bebês nos braços das
mães, meninas e garotos sentados no chão chorando enquanto um árabe grita com
eles na língua que eles não entendem.
Há duas
crianças de 3 e 5 anos de idade, que viram, escondidas dentro de um armário, os
pais serem assassinados. Um rapaz que estava no festival, com as mãos amarradas
e a pé vendo sua esposa sendo levada de moto por outros terroristas. Mas estes
são só mínimos exemplos. Estão dizendo que há mais que 200 sequestrados.
E a pergunta
de todos é onde estava o governo? E Bibi sabe disto. Esta foi uma falha de
inteligência, de preparo, monumental. Em seu discurso à nação ontem, Bibi disse
categoricamente “O que aconteceu hoje nunca foi visto em Israel – e eu vou me
certificar que isso nunca mais acontecerá outra vez. E o governo inteiro apoia
esta decisão”.
Bibi avisou o
Hamas que a campanha de retaliação do exército de Israel iria “paralisá-los ao
ponto da destruição e nós nos vingaremos com toda a força por este dia negro
que eles trouxeram ao Estado de Israel e aos seus cidadãos”.
“Todos os
lugares onde o Hamas está organizado, nestas cidades do mal, todos os lugares
onde o Hamas se esconde, onde opera – vamos transformá-los em ruínas”, disse
Netanyahu.
Ele convocou
as famílias inocentes de Gaza a saírem da Faixa se quisessem manter suas vidas
e avisou o Hamas que o grupo é “responsável” pela segurança dos reféns.
“o Hamas irá
prestar contas a Israel por qualquer um que danificar um fio de cabelo de um
refém”, acrescentou.
Netanyahu
advertiu os israelenses: “Esta guerra levará tempo. Ela será difícil. Dias
desafiadores ainda estão por vir. Mas posso garantir uma coisa: com a ajuda de
Deus, com a ajuda das forças conjuntas de todos nós, com a ajuda da nossa fé na
eternidade de Israel – venceremos”.
Esperamos que
seja isso mesmo. Israel precisa parar de querer ter o exército mais moral do
mundo, quando lida com pessoas completamente imorais. Ele tem que se tornar o
exército mais letal do mundo. É insano que Israel deixe passar dezenas de
containers por dia supostamente de “ajuda humanitária” para o Hamas, lhe
forneça água e eletricidade e ainda deixa o Qatar levar milhões de dólares
todos os meses para estes terroristas. É inconcebível. E o mundo agora precisa
se acostumar que as regras do jogo vão mudar. Espero que mudem como Bibi
prometeu.
Nesta região
quando se mostra um pouquinho de fraqueza é como sangue na água para os
tubarões. Eles cheiram há quilômetros. E é por isso que o Irã está coordenando
estes ataques e temos que rezar para que a Hezbollah não entre nesta guerra e
force Israel a lutar em duas frentes: no norte e no sul.
O mundo,
neste primeiro momento está dando apoio a Israel mas isso até os palestinos
começarem a reciclar imagens de crianças palestinas feridas.
Agora, vocês
sabem que eu muito poucas vezes falo da política brasileira. Saí do Brasil há
40 anos e não me sinto no direito de criticar.
Mas a
declaração do Lula sobre o que passou ontem em Israel foi mais que
decepcionante. Ele se disse “chocado” com os ataques terroristas realizados
contra civis em Israel que causaram numerosas vítimas. Sim, não foi o Hamas com
quem ele tanto se identifica. Mas foram “ataques” perpetrados por entes de
outro planeta que causaram as vítimas. Em nenhum momento ele menciona o Hamas.
E ele termina
conclamando a comunidade internacional para que retomem imediatamente as
negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência
(não de Israel) mas de um Estado Palestino economicamente viável.
Desculpem aos
eleitores deste presidente que nos ouvem, mas uma posição como esta é de uma
falência moral extraordinária.
A extensão
total desta catástrofe em Israel é ainda desconhecida, mas uma coisa é certa:
os acontecimentos de ontem, 7 de Outubro de 2023 – um dos dias mais sombrios da
história de Israel – mudarão tudo.
Este é o 11
de Setembro de Israel. E nada será como antes.
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