Sunday, April 24, 2022

O Retorno da Grande Mentira - 24/04/2022

 

Depois do quarto ataque terrorista em 16 dias, Israel decidiu entrar em Jenin e outros vilarejos palestinos e prender membros de células terroristas incluindo seguidores do Estado Islâmico.

Imediatamente, a Autoridade Palestina e o Hamas chamaram as incursões de “provocações” como se Israel tivesse que aguentar ataques terroristas sem responder ou se defender.

Com as tropas israelenses presentes na Judeia e Samaria, os árabes então se voltaram para um alvo que não podia responder: o túmulo do patriarca José em Nablus. Com martelos de demolição e tochas, eles quebraram a pedra que cobria o túmulo, o candelabro que ficava sobre ele, destruíram um tanque de água, o quadro de eletricidade e colocaram fogo no local.

Este é o respeito que estes palestinos têm por locais santos. Mas não só de outras religiões. De sua própria religião. José é considerado um profeta do Islão e o alcorão dedica mais de 100 versos à estória dele. Agora imaginem se fossem judeus que atacassem um local reverenciado por muçulmanos. A condenação seria universal e ensurdecedora.

E quase o foi. Este ano as pascoas judaicas e cristãs coincidiram com o início do mês islâmico de Ramadan. E na esteira dos ataques terroristas e incursões de Israel para evitar mais carnificinas, os árabes resolveram repetir as velhas tropes que sempre conseguem esquentar os ânimos palestinos. A mesquita de Al-Aqsa está em perigo!!!

Wow! De acordo com eles ela está em perigo há mais de cem anos e muito antes da criação do estado de Israel. Este é um libelo de sangue que remonta ao notório líder árabe pró-nazista Haj Amin al-Husseini no período pré-Estado.

Foi este libelo que provocou o massacre de 1929 em Hebron no qual 67 judeus foram mortos incluindo o filho do Rabino Slonim, a mulher dele e seu filho de 4 anos de idade, erradicando a milenar comunidade judaica da cidade. Isso, apesar da comunidade judaica de Hebron estar a quilómetros de distância de Jerusalem e nada ter a ver com a mesquita. Al-Aqsa também foi a desculpa para o Farhud no Iraque em 1941, outro pogrom que custou a vida de 180 judeus, e na Líbia em 1945 aonde 140 judeus foram mortos.

E assim, novamente este ano, a mesquita está em perigo! E isso justifica jovens muçulmanos acumularem pedras e paus dentro de Al-Aqsa, pisando nos tapetes da sua suposta sagrada casa de culto com seus sapatos, fazendo piqueniques e jogando futebol em meio aos escombros. E como a mesquita está acima do Muro das Lamentações, estes vândalos não perderam tempo em atirar pedras nas cabeças dos judeus que rezavam embaixo.

Gostaria de saber se isso é permitido na Caaba em Meca ou na mesquita de Maomé em Medina. Até o primeiro-ministro jordaniano defendeu estes vândalos que transformaram o suposto espaço sagrado num divertido festival de ódio.

Agora, o mais nauseante foram os líderes ocidentais que durante toda a semana, imploraram para Israel garantir o status quo no Monte do Templo e respeitar a santidade de locais sagrados muçulmanos. Mais uma vez, os judeus têm que se deixar atacar sem responder. A mídia então, descreveu as “incursões da polícia israelense como provocativas” e de usar “força excessiva para dispersar fiéis árabes pacíficos”.

A inversão da verdade contida na descrição dos eventos acima e a perversão envolvida para culpar Israel pelos tumultos árabes no Monte do Templo é mais do que irritante.

A verdade nua e crua é que o status quo que existia no Monte do Templo em Jerusalém morreu. Foi violado repetidamente nos últimos anos por palestinos e islâmicos radicais que transformaram o lugar numa base de operações hostis contra Israel, em vez de protegê-lo como zona de oração e paz. Por outro lado, Israel agiu com a maior moderação diante dos ataques árabes. (Demasiada até, na minha opinião.)

O Wakf, custodiante da mesquita, e provocadores do movimento islâmico atacaram visitantes judeus no Monte, judeus no Muro das Lamentações abaixo do monte e judeus a caminho do Muro das Lamentações. Atacaram também turistas dos Emirados Árabes e de Bahrein que foram rezar na Mesquita de Al-Aqsa -porque seus países fizeram a paz com Israel. Eles restringiram grandemente os direitos de visita ao Monte sagrado para todos os não-muçulmanos; e sequestraram os púlpitos da mesquita para pregar o ódio e a violência contra Israel.

O Wakf também conduziu projetos de construção vastos e ilegais no monte e abaixo dele, destruindo deliberadamente séculos de tesouros arqueológicos judaicos.

Por seu lado, para combater sua irrelevância e a irrelevância do conflito entre Israel e os palestinos hoje substituído pela guerra na Ucrânia, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, uma figura supostamente moderada, continuou a agitar as águas e fomentar a violência contra Israel, repetindo a mentira da “Al Aqsa estar em perigo”.

Em setembro de 2015, ele bravejou sobre os pés judeus “imundos” que estavam “profanando”, “poluindo” os locais sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém. “Cada gota de sangue que foi derramada em Jerusalém é sangue puro, desde que seja por causa de Alá. Cada mártir estará no céu e cada pessoa ferida será recompensada pela vontade de Allah.” É, mas até hoje não vimos ninguém da família dele ou do resto da liderança palestina serem voluntários para bucha de canhão.

Recentemente, islâmicos radicais aumentaram sua retórica sobre judeus “invadindo” Al-Aqsa e “massacrando” muçulmanos em oração.

Mesmo estadistas bem-intencionados, como o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly, foram vítimas da grande mentira, reagindo com o blábláblá de sempre, sobre a necessidade de “todos os lados desescalarem e respeitarem a santidade e status quo” de locais sagrados em Jerusalém.

Todos os lados devem desescalar? Status quo? Santidade dos locais sagrados? Do que diabos eles estão falando? Há apenas um lado, o lado árabe, que propositalmente intensificou a violência em Jerusalém e tem profanado desafiadoramente o Har HaBayit (o Monte do Templo) nos últimos 20 anos. Foram os palestinos que transformaram Al Aqsa e sua praça em uma base armada de operações, para a propagação destas mentiras sobre Israel. Ninguém se pergunta se Israel quisesse mesmo destruir ou tomar a mesquita, já não o teria feito??

O novo status quo é a violência islâmica no Monte do Templo. É este o status quo que o mundo quer que Israel preserve?

INFELIZMENTE, a responsabilidade pela deterioração da situação dentro e ao redor do Monte do Templo também deve ser atribuída à liderança israelense. Os governos de Israel parecem ter se calado diante das calúnias no centro da narrativa palestino-islâmica sobre o monte e a presença judaica em Sião preferindo apenas colocar panos quentes em vez de colocar um ponto final nestas ondas de violência. Israel optou por manter uma situação em que os muçulmanos exercem direitos religiosos e nacionais exclusivos no Monte e manipulam o local como base de ataque, enquanto os judeus têm apenas direitos de visita limitados (e cada vez mais impossíveis)

Isso não é mais aceitável! Israel não pode corrigir a situação contendo as coisas e assegurando a seus aliados que está agindo com responsabilidade e moderação.

Israel deve conter a violência palestina solidificando seus direitos no Monte do Templo e com o apoio da administração americana. Somente isso trará a paz como ficou provado com os Acordos de Abraão. Os Emirados e Bahrein somente se sentiram seguros para fazerem a paz com Israel quando os Estados Unidos reconheceram a legitimidade de Israel. Reconheceram Jerusalem como capital de Israel, a anexação das Colinas do Golan, impuseram sanções adicionais contra o Irã, e incluíram a Guarda Revolucionária iraniana como grupo terrorista.

O problema é que a virada de 180 graus do governo Biden está corroendo esta confiança. E o Monte do Templo, sendo um microcosmo desta erosão, reflete o que acontece quando a fraqueza impera.

Sunday, April 10, 2022

A Russia e a Falencia da ONU - 10/04/2022

 

Em um de seus discursos quando jovem, Winston Churchill disse que a responsabilidade nasce no período entre o que é notícia e o que se torna história. Hoje vivemos este período. Com cada imagem de civis mortos, seus corpos jogados nas ruas de Bucha, de Motyzhyn, e de dezenas de outros vilarejos devastados pelas forças russas na Ucrânia, a cada entrevista de alguma mulher ao lado das covas de seus familiares, o nível de frustração aumenta ao redor do mundo.

Mas esta é uma frustração que poderia ter sido evitada, junto com todo o sofrimento e perda de vidas humanas. O mundo calou durante meses enquanto a Rússia juntava tropas na fronteira com a Ucrânia, mentindo, sim mentindo dizendo que estávamos todos paranoicos. Que nenhuma invasão estava nos planos.

Nesta semana, a presidente da comissão europeia Ursula von der Leyen disse, visivelmente chocada depois de visitar Bucha, que não havia palavras para descrever os horrores que ela havia visto. Um pouco tarde demais.

Como, no século XXI, o presidente russo, Vladimir Putin, pode se safar de atacar descaradamente um país vizinho, sem provocação, sem qualquer motivo, além de satisfazer seu tremendo ego, alvejando não-combatentes e matando milhares de pessoas inocentes enquanto afirma repetidamente que suas tropas não estão cometendo atrocidades?

A Sky News esta semana entrevistou o porta voz de Putin Dmitry Peskov. Foi algo nauseante ouvir este vendido ao Kremlin dizer que os mortos foram vítimas dos próprios ucranianos e que a retirada das tropas do norte de Kyiv tinha sido um ato de “boa vontade” para com as negociações. Isso depois de terem massacrado toda a população de Bucha e enquanto bombardeavam impiedosamente a cidade porto de Mariupol. Foi meia hora de tentativas de Peskov de vender um catálogo de mentiras que chegou até a irritar o entrevistador Mark Austin e todos que o assistiam.

Na semana passada, os Estados Unidos e outros membros da OTAN, além de prometerem armas para os ucranianos e a imposição de duras sanções econômicas, resolveram isolar a Rússia das organizações internacionais.

Na quinta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou pela suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, órgão encarregado da “promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo”. A votação foi de 93 a favor, 24 contra e 58 abstenções. Entre os países que se abstiveram, o Brasil. E por quê?

Os argumentos que o Brasil deve permanecer “neutro” nesta guerra horrenda mostra a completa falta de um norte moral. Países que têm muito mais a perder com uma condenação da Rússia, como por exemplo a Alemanha, não hesitaram em votar para chutar Putin do Conselho. O Brasil se absteve por quê? Por causa de fertilizantes? O que pesa na balança para nós agora não são vidas, mas estrume? É isso??

O problema é que suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos é um ato puramente simbólico. Não vai salvar uma única vida.

O fracasso da ONU nunca foi mais visível do que nesta guerra. A Rússia, perpetradora de atrocidades contínuas que chocam nossa consciência, detém a ferramenta mais poderosa da diplomacia internacional: o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Nenhuma ação importante pode ser aprovada contra o agressor porque a Rússia pode simplesmente esmagá-la.

A pergunta que ninguém está fazendo é: com que direito? Um dos fundadores da ONU com um assento permanente no Conselho de Segurança com poder de veto, foi a União Soviética. A União Soviética não existe mais desde 1991. A Rússia não é a União Soviética e teria que ter havido alguma resolução na ONU sobre o fim de um de seus membros permanentes. Só que eu não encontrei. Parece que tacitamente, sem ninguém fazer ou dizer nada, a Rússia simplesmente tomou para si os poderes da falida União Soviética.

A exasperação com a impotência da ONU foi palpável quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se dirigiu à Assembleia Geral na terça-feira, um dia depois de visitar Bucha, o subúrbio de Kiev cujo nome agora é sinônimo de valas comuns e da morte de ucranianos inocentes.

Zelensky descreveu o que viu após a retirada da Rússia: "Eles cortaram membros, cortaram suas gargantas... Mulheres foram estupradas e mortas na frente de seus filhos". “Onde está a segurança que o Conselho de Segurança precisa garantir?” “Qual é o propósito dessa organização?” ele perguntou a uma audiência envergonhada e em silêncio.

Como Zelensky apontou, o Capítulo 1, Artigo 1 da Constituição da ONU, declara seu propósito como a preservação da paz e da segurança. Na verdade, toda a Constituição parece um plano para indiciar a Rússia. O artigo 2º, por exemplo, obriga os membros a absterem-se de ameaçar o uso da força contra a integridade territorial de seus vizinhos.

Interessante é que entre os que votaram contra a expulsão da Rússia há uma quantidade assustadora de infratores, o que explica por que o trabalho desta organização virou pura piada. Entre os eleitos nos últimos anos para defender os direitos humanos estão não apenas a Rússia, mas também a China, Cuba, Arábia Saudita, Venezuela e outros. A paródia se estende a outras organizações. A Coreia do Norte foi escolhida para presidir um fórum de desarmamento da ONU; o Irã para a Comissão da ONU sobre o Status da Mulher. O único país com uma agenda fixa para ser condenado no Conselho de Direitos Humanos, é quem? Adivinharam, Israel.

Somente em 2020, o ano da pandemia, Israel foi condenada 17 vezes por supostos “crimes de ocupação”. O resto dos países do mundo receberam juntos apenas 6 condenações para a Coreia do Norte, Irã, Siria, Myanmar e duas na Crimeia.

Vocês querem saber o que é um crime de ocupação? Olhem para Bucha. Olhem para o que os russos estão fazendo no leste da Ucrania, esvaziando o território de sua população, criando mais de 4.5 milhões de refugiados. Israel não chega nem perto desta liga. Enquanto é bombardeada por mais de 12 mil mísseis vindos de Gaza, Israel transfere ajuda humanitária para o Hamas, na forma de milhares de caminhões por dia, além de água e eletricidade que o contribuinte israelense acaba pagando.

Nesta semana Israel sofreu 4 ataques terroristas que custaram as vidas de 14 inocentes.  Doris Yahbas, de 49 anos, mãe de 3, Laura Yitzhak de 43 anos, também com três filhos; Rabbi Moshe Kravitzky, de 50, pai de quatro crianças; Menahem Yehezkel, de 67 anos, os policiais Yazan Falah, de 19 anos; Shirel Abukarat, também de 19 anos e Amir Khoury, de 32 anos; Yaakov Shalem, 36, deixou 5 orfãos; Rabbi Avishai Yehezkel, 29, um professor de Yeshiva e pai de duas crianças pequenas; Victor Sorokopot, 38, and Dimitri Mitrik, 23, dois trabalhadores da Ucraina; e em Tel Aviv na quinta-feira, Tomer Morad e Eytam Magini ambos com 27 anos e Barak Lufen de 35 anos e pai de 3.

Não houve avisos do Jihad Islâmico ou panfletos jogados para os civis avisando que um ataque viria. Não, estes foram perpetrados e comemorados em Gaza e em Ramalah com a distribuição de doces e música. Se alguém quer ver o que é uma ocupação massacrante, que merece 17 condenações, olhem para a Rússia na Ucrânia e não para Israel que só fez melhorar as condições dos árabes que moram na Judeia e Samaria. Só a título de comparação, o salário médio dos árabes na Judeia e Samaria é o dobro do salário médio dos brasileiros.

Antes da votação de quinta-feira para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, o embaixador chinês alertou que a medida abriria um precedente perigoso. Só podemos esperar que ele esteja certo e que o precedente seja perigoso mesmo para os muitos tiranos que abusam os direitos humanos em todo o mundo, incluindo Xi Jinpin.

Então, alguma coisa vai mudar agora?

É difícil ser otimista. Mas há uma pequena sensação de que a invasão da Ucrânia está reformulando a ordem global. Se alguma vez houve tempo para repensar a estrutura das instituições internacionais – esse tempo é agora.

Afinal, as valas comuns na Ucrânia, os novos órfãos e viúvas em Israel e os horrores que provavelmente descobriremos num futuro breve são a prova de que este sistema falhou miseravelmente.