Sunday, July 23, 2017

A Soberânia de Israel e o Monte do Templo - 23/07/2017

A família tinha se reunido neste último Shabat em Halamish, uma comunidade na Samaria para comemorar o nascimento de mais um neto para Yosef e Tovah Salomon. A mesa, coberta com uma toalha branca, tinha sido preparada com refrigerantes e quitutes para receber os vizinhos e amigos que deveriam chegar para o Shalom Zachar, um dos mais antigos costumes judaicos conhecidos, em que a comunidade parabeniza os pais no primeiro Shabat depois do nascimento de um menino.

A porta da casa estava destrancada esperando os convidados. Mas em vez deles, um palestino de 19 anos brandindo um facão entrou e passou a esfaquear os membros da família. Ele matou Yossef de 70 anos, sua filha Chaya de 45 anos e seu filho Elad de 36 anos. A esposa de Yossef, Tova de 68 anos foi ferida gravemente. Enquanto o palestino chacinava seu marido, a esposa de Elad conseguiu retirar seus cinco filhos se trancando num quarto da casa de onde passou a gritar por socorro.

Um vizinho imediatamente compreendeu o que estava se passando, pegou sua arma e da janela, atirou no estomago do terrorista. Tudo isso durou 15 minutos, mas assim que os paramédicos chegaram, o palestino ferido pulou e tentou ataca-los. Menos de 24 horas depois do ataque, o assassino foi transferido para a custódia da policia. As primeiras fotografias liberadas pelo exército mostraram a extensão da chacina. O chão da sala e da cozinha, inteiros banhados de sangue; marcas de passos sangrentos nas escadas e de mãos nas paredes. Sofás e cobertores encharcados de sangue.

O exército anunciou que o terrorista postou em seu Facebook sua intenção de cometer o ataque por causa da conclamação dos mulás, políticos palestinos e árabes israelenses contra uma suposta “tentativa de tomada das mesquitas do Monte do Templo pelos “judeus””.

Isto tudo porque, depois do horrendo ataque na semana passada que deixou dois policiais drusos israelenses mortos, Israel decidiu instalar detectores de metais na entrada dos muçulmanos na mesquita de Al-Aqsa.

Em todos os lugares em Israel há detectores de metais inclusive na entrada do Muro das Lamentações. Os palestinos imediatamente acusaram Israel de infringir o status quo no Monte do Templo e conclamaram os árabes para protestarem, se baterem contra a polícia e rezarem na rua, bloqueando o tráfego. O Waqf Islâmico, gerente do local, também pediu aos muçulmanos recusarem entrada na mesquita até que os detectores sejam removidos porque de acordo com eles os detectores são contra o islamismo.
Pois é, só em Jerusalem, porque na Arábia Saudita, os peregrinos do Haj devem passar por detectores de metais e serem totalmente revistados antes mesmo de entrarem na cidade de Meca e são observados 24h por dia por mais de cinco mil câmeras além dos mais de 100 mil seguranças empregados para vigiá-los. Em junho, devido a estas medidas, um homem-bomba foi apreendido antes de entrar na Grande Mesquita de Meca. Hoje a Arábia chegou ao ponto de requerer que os peregrinos usem pulseiras eletrônicas para serem monitorados. No Vaticano, mais de cinco mil policiais revistam visitantes mesmo depois de eles terem passado por detectores de metal.
Mas sejamos honestos aqui. Toda esta incitação e agitação nada têm a ver com a mesquita ou com detectores de metal ou com um suposto complô dos judeus de tomarem a mesquita. Esta não é uma desculpa nova. A causa do massacre de Hebron de 1929 foi exatamente esta – tirando os detectores de metal. No dia 24 de agosto daquele ano 67 judeus foram massacrados, entre eles uma dúzia de mulheres e três crianças com menos de cinco anos de idade. 57 corpos foram enterrados pelos árabes numa fossa coletiva. Uma carta dos judeus de Hebron ao Alto Comissário Britânico descreveu os casos de tortura, mutilação e estupro.
Naquela época os árabes estavam em controle do Monte do Templo e judeus tinham acesso super-restrito ao local.  Quase 90 anos depois da mentira, ela é repetida e novos massacres ocorrem. E os árabes exigem a volta do “status quo”, como se nada tivesse acontecido. Como se armas não tivessem sido trazidas para a mesquita e dois soldados israelenses não tivessem perdido suas vidas. Como dizem os Salmos: um povo que vive de mentiras.
O Monte do Templo é um local sagrado, mas não há nada de sagrado sobre este status quo que políticos israelenses insistem em manter. E se este status quo não está funcionando, ele tem que ser mudado e uma nova ordem, um novo status quo implantado.
Foi um grande erro ter deixado o controle do Monte do Templo nas mãos do Waqf depois da Guerra dos Seis dias. Quando Moshe Dayan disse: “para que precisamos deste Vaticano?” ele mostrou uma total ignorância do significado do local para os judeus. Sendo um membro da esquerda de Israel, Dayan acreditava no apaziguamento dos árabes como instrumento para obter calma. Grande erro.
O controle do local aonde os dois Templos judaicos foram construídos e destruídos, não é uma questão passageira que pode ser ignorada. Ela tem um significado profundo para os judeus, e as sensibilidades da maioria alguma hora têm que ser respeitadas, especialmente quando não há qualquer razão para não fazê-lo. Conhecemos bem a liberdade de religião e pluralismo no mundo islâmico depois de séculos de proibição de acesso para os judeus de seu local mais sagrado. Hoje, 50 anos depois da reunificação de Jerusalem, os judeus deveriam ter liberdade para visitar o Monte do Templo e rezar no local sem serem atacados por gangues de punks fundadas pelo movimento islâmico. Judeus e cristãos devem ter o direito de subir ao Monte sem estarem sujeitos à supervisão humilhante e provocadora dos capos do Waqf.
Fora da mesquita de Al-Aqsa em si, porque o Waqf e seus traficantes do ódio têm qualquer direito ou status sobre o resto do Monte?? Ou seus portões? Ou sua esplanada? Porque os judeus só podem entrar pelo portão Mugrabi? E porque em pequenos números? Porque quando há um surto de violência muçulmana são os judeus que são evacuados? Porque não podemos nos locomover no local livremente? Porque continuamos a dar aos inimigos de Israel um status de estado dentro de um estado?

Por décadas o Waqf tem se aproveitado do desejo de Israel de manter a calma: seus imams promovem a incitação à violência a cada sermão, diariamente causam danos arqueológicos irreparáveis; fornecem proteção a terroristas e arruaceiros; encobrem a estocagem de pedras e tacos de madeira destinados às cabeças de judeus. O Monte do Templo, contra todo suposto status quo, se tornou uma arena de hostilidades e terrorismo extraterritorial. Israel pode dizer que tem a soberania, mas não a vemos em nenhum lugar do Monte.

Hoje Israel não mais se comporta como uma força confiante e soberana mas com hesitação e dúvida, voltando a cada passo a oferecer medidas apaziguadoras que no final não trazem a calma. E tudo isto porque? Porque ela passou sua autoridade ao Waqf. E os palestinos são bons para cheirar fraqueza. Por isso não se pode apaziguar um agressor. É preciso confrontá-lo.  

Israel não pode se dobrar agora. Ela tem que declarar inequivocamente que a soberania do Monte do Templo lhe pertence. Tem que manter os detectores de metal e implantar outras medidas de segurança como câmeras por exemplo. Israel tem que expulsar o Waqf e apontar um imam pró-Israel como gerente da mesquita. Tem que manter uma força policial expressiva em toda a esplanada para manter a segurança e abrir sua visitação a todos, judeus, cristãos, muçulmanos, nativos e turistas dando a todos o direito de rezar.

Enfim, Israel deve deixar claro de uma vez por todas que foi ela quem ganhou a guerra e eles perderam. Qualquer agraciamento dado aos palestinos é ao bel prazer de Israel e não um direito. Vão reclamar? Que reclamem. Abbas cortou as coordenações de segurança de Israel? É ele quem está em perigo do Hamas tomar a Judeia e Samaria. Vão ir para o Conselho de Segurança? O Conselho já vai se reunir amanhã para discutir os detectores de metal. Estes palhaços não têm o que fazer.

Vão para a guerra? Talvez isto seja uma bênção. Uma boa guerra é bem melhor do que uma paz ruim. E o que os palestinos chamam de paz é a destruição de Israel.

Mas se todos nós enviarmos nosso apoio, a Israel e aos seus governantes, ela poderá mostrar ao mundo que sua soberania é real e não apenas palavras vazias.




Monday, July 17, 2017

A Nova Bíblia da UNESCO - 16/7/2017

Mais uma vez começamos a semana de luto. As famílias de Hail Stawi de 30 anos e de Kamil Shanan, de apenas 22 anos, policiais drusos de Israel, enterraram seus filhos neste final de semana.

Os dois foram chacinados por terroristas na sexta-feira às 7h da manhã em nada menos do que o Monte do Templo em Jerusalem. E por mais que a Autoridade Palestina e até membros árabes do parlamento de Israel queiram descrever este como mais um ataque contra o que eles chamam a “ocupação israelense”, esta afronta, no local mais sagrado do mundo para judeus tem o potencial de inflamar toda a região.

Os terroristas, árabes israelenses de Um-El-Faham não viviam sob qualquer “ocupação”. Viviam em Israel própria, cidadãos do país com todos os direitos e bem representados na Knesset.

Desde a libertação de Jerusalem por Israel em 1967, nunca houve um ataque com armas de fogo vindo de dentro da mesquita de Al-Aqsa e a pergunta é: até que ponto o Waqf, o órgão islâmico responsável pelo gerenciamento do local, foi cumplice deste ato terrorista.

Logo após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias e a famosa frase “o Monte do Templo está em nossas mãos”, o então Ministro da Defesa, Moshe Dayan, achou por bem devolver as chaves das mesquitas ao Waqf para evitar mais conflitos com o mundo árabe. E o status quo, de que tanto se fala, é manter o Waqf no gerenciamento enquanto Israel detém a soberania do local.

Mas desde 1967, o status quo mudou e muito. Mudou para pior para Israel, beneficiando os muçulmanos. Quem visitou o Muro das Lamentações sabe das longas filas dos detectores de metal e segurança que temos que passar. Os muçulmanos não têm tais restrições. Eles têm entrada livre. Ainda, até alguns anos atrás, qualquer um, incluindo judeus e cristãos, podiam visitar as mesquitas e rezar, desde que comprassem uma entrada. Hoje, se alguém é pego movendo os lábios, é retirado imediatamente à força porque só muçulmanos têm o direito de rezar no platô. Que religião é essa que proíbe pessoas de outras fés de rezar?? E judeus e cristãos não rezam para o mesmo D-us que os muçulmanos??

Como, depois de 50 anos, a soberania de Israel é questionada, a presença de judeus e cristãos rejeitada, e a própria história negada?

Existe um esforço do mundo impulsionado pelos palestinos para minar a legitimidade de Israel como país e o direito dos judeus à sua terra ancestral.  E de acordo com Daniel Pipes do Fórum do Oriente Médio, não haverá paz neste canto do mundo até Israel deixar claro para os palestinos que eles perderam a guerra e têm que aceitar termos de rendição.

De fato, Israel continua a existir porque contra todas as probabilidades, ela ganhou todas as guerras em que esteve envolvida. E Pipes tem razão sobre uma declaração inequívoca de Israel. Temos que parar de engolir como verdade esta afirmação asinina de que “não há solução militar para o conflito” quando durante os cinco mil anos de história da humanidade conflitos só foram resolvidos militarmente. O que estudamos na escola senão sobre guerras e como os vencedores mudaram o curso anterior?

Este projeto do mundo contra Israel está claramente nas mãos da ONU. Vimos a palhaçada se repetir na UNESCO na semana passada, outra vez negando o passado judaico de três mil anos de Hebron e o túmulo dos patriarcas. Os palestinos reclamam os locais judaicos para si e dizem que eles estão em perigo forçando uma votação de emergência. A votação foi tão escandalosa que o embaixador de Israel Carmel Shama HaCohen disse que precisava sair porque a privada entupida de seu apartamento era um problema mais sério que a resolução adotada.

Esta é apenas a ultima manobra desonesta da organização que supostamente é encarregada dos lugares históricos da humanidade. Mas desta vez a UNESCO, seguindo a liderança do Líbano, Cuba e Kuwait (pilares da cultura mundial), foi ainda mais longe. Ela reconheceu apenas o passado islâmico de Hebron, da ocupação dos mamelucos até hoje. Assim, o mundo hoje considera o tumulo de Abraão, Isaac, Jacó, Sarah, Rebecca e Lea um local islâmico! Nem as objeções do Conselho Internacional de Monumentos e Locais que avalia os locais de Herança Mundial e notou que não havia nenhuma indicação que Hebron estava em perigo, além da inadmissível omissão da história anterior aos mamelucos - foi suficiente para mudar os termos da resolução.

Aonde chegamos!!! Isto é o que acontece quando países civilizados deixam a liderança de organizações internacionais nas mãos de tiranos ignorantes.

E esta vitória encorajará os palestinos a submeter outros pedidos. Na sua lista está Jericó e pasmem: as cavernas de Qumran aonde foram encontrados os textos do Mar Morto. Os palestinos reclamam os textos, escritos em hebraico do Segundo Templo como sua Herança Nacional!

Esta não é uma tática nova. Todas as vezes que muçulmanos conquistaram um local, ou eles destruíram os centros religiosos ou os transformaram em mesquitas. É só ver o que fizeram na Turquia, quando converteram a suntuosa basílica cristã de Santa Sofia na mesquita Ayasofia. Em Israel, além da implantação da mesquita no Monte do Templo e no túmulo dos patriarcas em Hebron, o túmulo do profeta Samuel virou mesquita, o tumulo de José foi destruído, e o tumulo da matriarca Raquel, apesar de nunca ter havido uma mesquita no local, é chamado pelos palestinos de Mesquita de Bilal bin Rabah.

A única coisa positiva deste voto da UNESCO foi o debate acirrado que ele causou em Israel. Na quarta-feira, a vice-ministra do exterior Tzipi Hotovely declarou no plenário da Knesset que os palestinos estavam “roubando a história judaica”.

Ela levantou a Bíblia como prova da história autêntica da história do povo judeu e depois abriu um livro sobre a história palestina com páginas em branco que fez um sucesso incrível na Amazon até ser removido.

Hotovely perguntou: “vocês sabem por que as páginas estão em branco? Porque os palestinos nunca tiveram reis ou locais de herança mundiais. David, Moises, Abraão, Isaac e Jacó foram antepassados dos judeus e vocês palestinos, não conseguirão islamiza-los”.

Mas o membro árabe da Knesset Abdel Hakim Haj Yahya respondeu que “Abraão é o pai dos palestinos, não dos judeus. E que todos os profetas são muçulmanos, ou eles não seriam profetas!” Agora entendemos como Jesus se tornou o primeiro “mártir palestino”. Esqueçam os Evangélios. De acordo com esta lógica, Jesus não era judeu. Ele era na verdade muçulmano!

Estamos prontos a viver com esta nova verdade??

Senhores, não há como desfazer este tipo de retórica. Não há paz porque os árabes e palestinos são alimentados todos os dias com este tipo de excremento ideológico e falsidades históricas que os fazem acreditar que estão com a verdade. Temos que deixar bem claro que rejeitamos este discurso absurdo e temos que exigir que nossos líderes não fechem os olhos para esta retórica que procura semear a dúvida sobre as fés judaicas e cristãs e cria uma expectativa irreal para os palestinos.


Albert Einstein disse que “o mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os observam sem fazer nada”. Nosso papel é sairmos de nossa zona de conforto e fazermos alguma coisa.


Sunday, July 2, 2017

Trump, as Falsas Noticias e Israel - 2/7/17

Desde a tomada de posse da presidência da Republica por Donald Trump, muita coisa tem mudado nos Estados Unidos e no mundo. Apesar dos ataques venenosos e implacáveis da mídia, Trump conseguiu concretizar mais promessas feitas durante a campanha do que qualquer outro presidente americano.

Em pouco mais de 5 meses, além de trazer uma confiança sem precedentes ao mercado e às bolsas de valores, Trump cancelou centenas de regulamentos que atravancavam empresas e proibiam a exploração de fontes de energia gerando milhares de empregos; nomeou e conseguiu aprovar um membro conservador para a Suprema Corte do país; reduziu substancialmente a imigração ilegal; congelou os gastos do governo federal; renegociou vários tratados comerciais internacionais; aprovou o orçamento para renovar o exercito, reformou o sistema médico para os veteranos, mas acima de tudo, ao usar o Twitter, o presidente se tornou o comandante da luta contra o noticiário falso. E isso está deixando os democratas, a esquerda e a mídia furiosos.

Até hoje, o aparato político precisava da mídia para transmitir suas medidas, políticas e acontecimentos ao povo. Hoje, com mais de 100 milhões de seguidores no Twitter, Trump só precisa de seu telefone. E para quem o segue, sabe que 99% de suas mensagens são sobre as medidas que ele está tomando para como ele diz: Fazer a América Formidável de Novo.

Mas em vez de discutir os objetivos do governo, a mídia continua numa frenética, insana e pouco produtiva caça às bruxas, a bruxa sendo Trump. Depois de mais de um ano sendo diariamente insultado por este casal de âncoras da NBC, Trump que é um homem orgulhoso, com mais conquistas no bolso do que todos nós juntos, resolveu bater de volta. Ele descreveu Mika como baixo Q.I. e seu noivo de maluco Joe. Ainda contou que os dois tinham tentado ser convidados para sua festa de ano novo mas ela estava sangrando de uma plástica recente e Trump disse não.

Este twit causou um alvoroço e nenhum outro assunto foi mais importante esta semana, inclusive para os correspondentes internacionais brasileiros. Não a libertação de Mosul das mãos do Estado Islâmico, não a confirmação da morte do líder do ISIS, Abu Bakr al-Bagdadi, não a onda de cólera no Iemen, não a imigração na Europa que já se tornou insustentável. Nada.

Mas Trump não parou aí. Depois de ter repetido que a CNN é a maior fonte de noticias falsas, esta semana ele foi vindicado. Três jornalistas da rede foram “resignados” incluindo o editor executivo da unidade de investigação jornalística depois de terem publicado uma estória falsa sobre um fundo de investimento russo que teria laços com pessoas na administração Trump. Eles citaram uma fonte anônima como prova. A rede ainda despediu Reza Aslan depois do âncora ter chamado Trump de um pedaço de excremento. Isto se seguiu ao cancelamento do contrato da comediante Kathy Griffin no começo de junho, depois dela ter aparecido segurando uma cabeça decapitada e sangrenta de Trump.

Parece que só este tipo de coisa consegue aumentar a audiência destas redes. Ultimamente só assistimos a CNN nas filas dos aeroportos. A NBC nem isso. O que forçou a mão destas redes foi a reação do público contra esta falta de respeito para com o presidente. Mesmo democratas estão de acordo que tem que haver um basta..

Porque isto é importante? Porque hoje temos que separar o joio do trigo quando ouvimos as noticias. Em Israel esta semana soaram alarmes, ameaças e avisos sobre a aparente deterioração das relações entre os judeus americanos e Israel. Tudo por que o governo de Bibi decidiu adiar a criação de uma nova entidade para gerenciar o espaço no Muro das Lamentações para os reformistas e conservativos e também sobre a lei de conversões.

As manchetes e opiniões distorceram de tal modo decisão - em vez de explica-la- que acabaram atacando diretamente a união do povo judeu.

À primeira vista, nos deram a entender que o governo eliminou de vez o espaço para os reformistas no Muro das Lamentações e mudou para pior o status das conversões não ortodoxas em Israel. Ambos são mentira.

A decisão não altera de modo algum o direito dos reformistas e conservativos de continuarem a rezar e a conduzirem seus serviços religiosos no Arco de Robinson, que é parte do Muro das Lamentações e o lugar que lhes foi designado há anos. Em 2016, o governo tinha concordado em conectar o Arco de Robinson com o complexo do Muro das Lamentações e transferir seu gerenciamento do rabinato ortodoxo para uma nova entidade que incluiria representantes reformistas e conservativos. Foi esta decisão que foi revertida.

Membros destes grupos têm o direito de estarem frustrados. O governo renegou em seu acordo e isto não é justo. Mas por outro lado, isto não justifica a retorica abusiva de membros da mídia e de alguns poucos líderes americanos que ameaçaram retirar seu apoio a Israel.

Sobre a conversão, foi o mesmo. Há 20 anos, a comissão Neeman decidiu que pessoas convertidas com os reformistas e conservativos poderiam fazer alyah usando a lei do retorno, mas não poderiam ser registrados como judeus pelo rabinato ortodoxo para efeitos de casamentos, divorcio ou enterros. Isto também não mudou. Os mais afetados por esta decisão são os 500 mil israelenses da ex-União Soviética que fizeram alyah porque tinham pelo menos um avô judeu, mas não são judeus pela halachah porque suas mães não são judias.

A coalisão de partidos que mantém Bibi no poder é muito tênue e os partidos religiosos sabem disto. Eles ameaçaram deixar a coalisão causando a queda do governo se ele cumprisse estas promessas. Bibi não teve alternativa. Ele tomou uma decisão política para se manter como primeiro-ministro e a vasta maioria dos lideres judaicos americanos entende isto.

Mas ao caracterizar a decisão do governo como uma rejeição do movimento reformista e conservativo, a mídia está tirando o foco da razão real para lutar por esta lei. A razão principal é a tremenda assimilação dos judeus na América. O casamento entre judeus e não judeus está acima de 70%. Filhos destas uniões poderão querer fazer alyah algum dia e muitos se consideram judeus. Os reformistas têm que lutar para que eles sejam aceitos de modo pleno, e não aceitar uma divisão desnecessária, e cortar seus laços com Israel se as leis não passarem agora.

O problema real é que enquanto todo o mundo fala da unidade entre os judeus, ninguém envolvido na conversa parece impelido a chegar neste objetivo. Não se chega à unidade através de recriminações. A união de Israel é alcançada pelo amor e respeito a todos, independente de suas origens, de suas tradições, e de quanto seguem a religião. Afinal, éramos 12 tribos, cada uma com sua bandeira. Sem isso, não teremos nenhum acordo bom ou duradouro.  Precisamos de calma, diálogo e muita ahavat Israel. E também paciência para esperar o momento político certo para alcançar estes objetivos.