Sunday, April 7, 2024

7 de Abril - 180 Dias de Guerra com o Hamas - 7/4/2024

 

Hoje é dia 7 de abril e marcamos 6 meses do maior massacre de judeus desde a segunda grande guerra. Este pogrom iniciou a guerra que Israel continua a travar contra o Hamas em Gaza, todos os minutos do dia e da noite.

O balanço geral desta guerra até agora foi de uma perda imensa para Israel. 12 mil mísseis lançados de Gaza sobre a população civil de Israel (sem contar aqueles que caíram dentro da própria Gaza); 604 soldados e soldadas mortas. Quatro deles somente ontem, em Khan Yunis. 1,200 civis mortos, estuprados, mutilados e torturados, incluindo homens, mulheres, crianças, bebês, deficientes e idosos. 250 reféns levados para Gaza dos quais 133 ainda continuam em catividade incluindo um bebê, um menino de 4 anos, mulheres, meninas adolescentes, homens, soldados e soldadas. Dentre eles, o exército já confirmou a morte de 39 reféns, sendo que o corpo de Elad Katzir, um agricultor de 47 anos foi resgatado ontem de Khan Yunis. Ele teria sido morto em Janeiro.

O balanço para Israel também conta com 3,200 soldados e soldadas feridos, alguns com um longo caminho de recuperação à frente e outros com deficiências para o resto da vida.

Do lado de Gaza, o Ministério da Saúde do Hamas, declarou ter contado 32 mil mortos. Primeiramente, os 13 mil terroristas neutralizados por Israel estão entre este número. Segundo, num estudo feito dos números de mortos fornecidos pelo Hamas, há uma progressão linear, que aumentaram inclusive no período de cessar-fogo, o que não faz qualquer sentido.

E outro dado deve ser adicionado à este balanço. As mortes não intencionais, seja dos três reféns israelenses mortos nas mãos do exército de Israel, seja dos sete ligados à Cozinha Mundial Central na semana passada. Estas foram duas das inúmeras tragédias desta guerra provocada pelo Hamas.

Israel foi rápida a pedir desculpas e a dizer que danos não intencionais a não-combatentes “acontecem no meio da guerra”. Sim, esses incidentes acontecem em condições de batalha e aconteceram com todos os países que já se envolveram em guerras. E é aí que vemos a hipocrisia.

O presidente Biden foi rápido ao declarar que “incidentes como este simplesmente não deveriam acontecer. Israel também não fez o suficiente para proteger os civis. Os Estados Unidos têm instado repetidamente Israel a reduzir as suas operações militares contra o Hamas e substitui-las com operações humanitárias, a fim de evitar baixas civis.”

Isso é um verdadeiro absurdo! Senão vejamos: os EUA, durante a guerra no Afeganistão em julho de 2008, atacou acidentalmente uma festa de casamento, acreditando que os participantes eram insurgentes. Quarenta e sete civis, incluindo a noiva, foram mortos. Em novembro do mesmo ano, outro ataque a um casamento no Afeganistão matou 37 pessoas. Em 2021, um drone dos EUA atirou e matou 10 civis em Cabul – um trabalhador humanitário, e nove membros de sua família, entre eles sete crianças – acreditando erroneamente que eram terroristas.

E estes não foram incidentes isolados. De acordo com o Escritório de Jornalismo Investigativo, ataques americanos com drones no Afeganistão, Paquistão, Somália e Iêmen, de 2002 a 2020, mataram entre 10 mil e 17 mil pessoas. Entre eles 10% pelo menos eram civis. E isso foi somente mortes com drones. De acordo com o Instituto Watson de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade Brown, cerca de 433,000 civis foram mortos pelos americanos no Iraque, Afeganistão, Iémen, Síria e Paquistão.

E onde está o escândalo do mundo quando nesta última quinta-feira, a Rússia atacou um prédio residencial com drones iranianos, na Ucrânia matando 4 pessoas, 3 deles trabalhadores humanitários e ferindo outros 12? Onde estão as condenações?

É com isso em mente que a declaração de Joe Biden, soa bem hipócrita e apresenta dois problemas:

A primeira, é que dizer que Israel não fez o suficiente para proteger os trabalhadores humanitários e outros civis é simplesmente falso e irresponsável. Isso só fornece combustível para aqueles que espalham mentiras sobre Israel.

A segunda é que o presidente não reconhece nem uma vez, em toda a sua declaração, a responsabilidade do Hamas por essa situação. Foi o Hamas quem atacou Israel; é o Hamas quem está prolongando esta guerra, se recusando a libertar os reféns e a se render. Os terroristas do Hamas são aqueles que se escondem entre a população civil usando-a como escudo humano, se disfarçando de jornalistas, de motoristas de ambulâncias, de feridos, e trabalhadores humanitários, colocando assim em risco aqueles que realmente agem nessas capacidades.

Israel deve adotar a posição de que todas as vítimas civis em Gaza, mesmo as não intencionais reconhecidas por Israel, devem ser atribuídas ao Hamas. O que precisamos agora é que a comunidade internacional controle a sua hipocrisia e pare de tratar as zonas de batalha como cenas de crime comum, algo que aparentemente só faz inexplicavelmente quando o Estado judeu está envolvido.

Quando o Hamas ataca é uma declaração de guerra. Quando Israel se defende é um crime de guerra. Assim não dá!

Outra pérola que saiu esta semana foi a publicação do prêmio “A Foto do Ano” que foi para um fotógrafo free-lancer da Associated Press, de Gaza, Ali Mahmoud. Mahmoud acompanhou os terroristas no massacre de 7 de outubro. A foto e o vídeo do corpo semi-nú e mutilado de Shani Nicole Louk, de 22 anos, uma linda artista, assassinada no festival de música, exibido na caçamba de uma caminhoneta pelas ruas de Gaza para o deleite dos civis inocentes que vieram cuspir nela. Esta foto não é apenas desrespeitosa, mas também levanta sérias questões de ética para a Associated Press. Mesmo sendo um free-lancer, quanto conhecimento prévio este Ali Mahmoud tinha sobre este massacre?

A clareza moral está fundamentalmente perdida. E se não a reencontrarmos podemos dizer adeus ao mundo. Então vamos deixar alguns pontos claros.

Em 7 de Outubro, o Hamas agiu de acordo com o seu expresso esforço genocida de assassinar, violentar e raptar brutalmente homens, mulheres e crianças judeus. O Hamas declarou estar empenhado em repetir essa violência continuamente, se tiver oportunidade. No início, líderes dos países ocidentais em sua maioria falaram decisivamente, descrevendo os acontecimentos daquele dia como puro mal e apoiando a obrigação moral de Israel de se defender. Seis meses mais tarde, vemos um substancial enfraquecimento desse apoio e um aumento das vozes estridentes que apoiam o Hamas, uma organização terrorista.

As organizações defensoras dos direitos humanos, estão preocupadas, não com os 133 israelenses ainda reféns em Gaza, mas com as alegadas falhas de Israel no fornecimento de ajuda humanitária àqueles com quem está em guerra. Algo que não tem qualquer precedente na história dos conflitos. Ao mesmo tempo, estas organizações não prestam qualquer atenção palpável à verdadeira fome que aflige o Sudão e o Haiti, a guerra na Ucrânia e a tantas outras crises. Só pensam em culpar Israel e não o Hamas, cuja crueldade nunca distinguiu entre judeus e palestinos.

O mundo agora vê o dia 7 de outubro apenas como uma interrupção indesejável ao seu sonho profundo de um acordo de dois estados.  Israel precisa dar um basta nisso e deixar bem claras suas necessidades de segurança. Nós aqui estamos acordados e não devemos ficar parados num silêncio atordoado. Devemos exigir que os Estados Unidos e o mundo ocidental civilizado permaneçam fortes em seu apoio a Israel, ao povo judeu e aos reféns, e que acabem com estes duplos padrões de exigências que eles não demandam nem de si próprios quando estão em guerra.  E que assim restaurem um pouco da clareza moral para este mundo que anda confuso demais.

Sunday, March 17, 2024

O Apaziguamento Enquanto o Mundo Queima - 17/03/2024

 

Esta semana foi marcada por dois eventos que parecem não ter relação mas ao final almejaram o mesmo: a vitória dos agressores e a submissão das vítimas.

No domingo passado, a agência Reuters publicou um artigo titulado: “Papa: a Ucrânia deveria ter a ‘coragem de bandeira branca’ nas negociações”. A Reuters estava relatando as observações que o Papa Francisco havia feito numa entrevista dada em fevereiro para a emissora suíça RSI sobre a guerra na Ucrânia. Enquanto a Rússia de Putin se recusa a retirar as suas forças do país que invadiu sem provocação há dois anos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que “embora queira a paz, não desistirá de nenhuma parte do território ucraniano”.

Na entrevista, o papa teria dito: “...acho que o mais forte é aquele que olha para a situação, pensa no povo, e tem a coragem da bandeira branca e negocia.” Surpreendente.

Em vez de se concentrar em encontrar maneiras para forçar a mão ensanguentada de Putin para ele parar a sua agressão, o papa gostaria de ver a vítima, a Ucrânia, de joelhos, se rendendo.

Em outra parte da entrevista falando da guerra entre Israel e o Hamas, Francisco disse: ‘Negociar nunca é uma rendição’. O papa, que tem 87 anos ainda era um jovem quando a Inglaterra, a França e a Italia “negociaram” com os nazistas e acabaram entregando à Hitler os Sudetos que faziam parte da antiga Checoslováquia. Na época, o sorridente Chamberlain saiu das “negociações” se gabando que a guerra havia sido evitada. Não demorou um ano e a Alemanha atacou a Polonia começando a Segunda Grande Guerra.

Falando sobre a guerra entre Israel e o Hamas, Francisco disse: ‘Negociar nunca é uma rendição’. Em Israel sabemos bem demais o que significa “negociar com o Hamas”.

O papa também tem idade suficiente para saber das consequências do apaziguamento.

Por outro lado, os ataques do partido democrático americano a Israel chegaram na estratosfera na quinta-feira quando o líder do Senado, Chuck Schumer, falando no plenário, atacou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com a guerra ainda em curso. Numa interferência sem precedente na política de um país independente e soberano, Schumer apelou por novas eleições em Israel declarando que Netanyahu tinha “perdido o rumo” e que ele estaria “muito disposto a tolerar o custo civil em Gaza.” Ele disse que “como apoiador vitalício de Israel, tornou-se claro para ele que a coligação Netanyahu já não se adapta às necessidades de Israel depois de 7 de Outubro”, e acusou Netanyahu de continuar a lutar em Gaza por sua sobrevivência política. Biden por seu lado chamou a campanha militar de Israel de “exagerada” e acusou Netanyahu de usar a ajuda humanitária como “moeda de troca”. Estas declarações vieram logo após o vazamento de um relatório da inteligência americana sobre ameaças à segurança nacional, que tratava de avaliações sobre Israel.

Está patente que o partido democrata está cada vez mais preocupado com o impacto que a guerra em Gaza está tendo nas pesquisas de preferência de voto para as próximas eleições presidenciais americanas. Os democratas precisam desesperadamente que Israel declare que aceitará a solução de dois estados depois que a guerra acabar. Mas ao que parece, os dois estados a que se referen são Michigan e Minnesota que abrigam uma comunidade árabe expressiva.

A posição de Israel em resposta foi categórica. ‘Aqueles que elegem o primeiro-ministro de Israel são os cidadãos de Israel e mais ninguém”. “Israel não é um protetorado dos EUA, mas um país independente e democrático cujos cidadãos são quem elegem o governo. Esperamos que os nossos amigos ajam para derrubar o regime terrorista do Hamas e não o governo eleito de Israel”.

O relatório vazado afirma que a “viabilidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como líder, bem como a sua coligação governamental .... podem estar em dúvida”. Um governo diferente e mais moderado é uma possibilidade.”

Dado que é rarissimo que uma avaliação da inteligência americana sobre um outro país chegue a público, ficou claro que o vazamento foi uma tentativa da administração Biden de interferir na situação política interna de Israel. E isso é um erro.

É um erro porque é simplesmente uma falta de tato, é uma falta de respeito um país interferir na política interna de outro, especialmente de um aliado próximo. Mas Biden não foi o primeiro a ter esta idéia. Durante décadas, os EUA procuraram fazer pender a balança política em Israel. Em 1992, o então presidente americano, George H.W. Bush reteve garantias de empréstimos extremamente necessárias a Israel, sabendo que isso ajudaria Yitzhak Rabin a derrotar Yitzhak Shamir nas eleições daquele ano.

Em 1996, Bill Clinton fez de tudo, menos distribuir panfletos para eleger Shimon Peres no lugar de Netanyahu. Em 2022, o presidente Joe Biden tentou apoiar o então primeiro-ministro Yair Lapid visitando Israel quatro meses antes das eleições que elegeram Netanyahu.

O problema de tentar interferir nas eleições de outro país não é apenas o fato de ser errado e gerar ressentimento –é uma posição paternalista dizer que os Estados Unidos sabem mais sobre o que é bom para os cidadãos de Israel. Mas, como tem sido o caso cada vez que os EUA tentaram destituir Netanyahu, o tiro sai invariavelmente pela culatra. Clinton, Obama e Biden fizeram o que puderam para virar o público contra Netanyahu, mas em cada caso, seus esforços tiveram o efeito oposto.

Biden também interpretou mal o público israelense. Numa entrevista à MSNBC, Biden alertou Israel contra entrar em Rafah. Citando números fornecidos pela própria organização terrorista, o presidente disse: “Não podemos ter mais 30 mil palestinos mortos como consequência de perseguir” o Hamas. “Existem outras maneiras… de lidar… com o trauma causado pelo Hamas.”

Senhor Presidente, Israel não está sacrificando as vidas dos seus soldados para lidar com “o trauma” de 7 de Outubro. Isto não é nenhum tipo de terapia psicológica. O objetivo aqui é de evitar outro 7 de Outubro De destruir as capacidades do Hamas e, ao mesmo tempo, criar uma dissuasão – que, esperamos, também servirá contra a Hezbollah no Norte. Israel não está procurando uma cura para um trauma. Está buscando o retorno dos mais de 134 reféns que ainda permanecem nas mãos dos terroristas.

E saiba que os israelenses são maduros e inteligentes o suficiente para saberem o que é bom para o seu país, especialmente depois de futilmente terem tentado de tudo para fazer a paz com estes terroristas e não precisam da ajuda dos Estados Unidos para escolher seus líderes. Assim, fiquem fora da política interna de Israel.

E chegou mais uma vez a hora de repetir que o apaziguamento não funciona. Se cedermos aos agressores – seja Putin, ou as organizações terroristas apoiadas pelo Irã, não salvamos vidas. Só preparamos o campo para a próxima rodada de hostilidades.

Cada vez que repreende Israel, Biden cria menos incentivos para o Hamas depor suas armas e o preço dos reféns aumenta. O aviso de que Israel estaria ultrapassando certas linhas vermelhas se continuasse a agir, mostra que o presidente dos EUA, tal como o papa, não conhecem o mapa do Oriente Médio ou sabem o que se passa diariamente lá. Da mesma forma, a insistência em garantir que quantidades cada vez maiores de “ajuda humanitária” sejam enviadas para Gaza, onde a maior parte acaba nas mãos do Hamas, não é forma de acabar com uma guerra; apenas a alimenta. Seria mais produtivo exigir que o Hamas libertasse os reféns e se rendesse. Somente hoje Israel foi alvo de dezenas de mísseis de Gaza e do Líbano.

As bandeiras que os árabes hasteam não são brancas. São vermelhas de sangue. E o mundo deveria prestar mais atenção. O papa e Biden não estão sozinhos ao confundir bandeiras brancas com a fumaça negra enquanto o mundo queima.

Sunday, March 10, 2024

Ramadã e a Guerra de Gaza - 10/3/2024

 

Quem abriu o noticiário internacional esta semana notou a quantidade de artigos sobre o Ramadã e a guerra em Gaza.

O Ramadã, para quem não sabe, é o nono mês do calendário islamico e é quando os muçulmanos do mundo inteiro jejuam do nascer ao por do sol. No Brasil é um jejum de em torno 13 horas durante o dia. É um mês para supostamente orar, refletir, fazer caridade e tentar ser uma pessoa melhor. Mas é também um mês que premia em dobro atos de sacrificio e martirio.

Enquanto a maioria das publicações focam na falácia da fome que paira sobre a Faixa e tristeza das familias de Gaza por não poderem comemorar seu mês santo como sempre, com suntuosos jantares e cafés da manhã, elas omitem o que a história mostra do que se passa realmente durante o Ramadã. Elas tambem não conseguem evitar de interpretar os eventos com lentes ocidentais.

Então vamos lá. Primeiramente, não confundam Ramadã com Natal. Somente por ser um mês de jejum, Ramadã não deixa de ser um mês de avanço islâmico e de guerras e isso desde a época de Maomé. Entre outras e já em 624, a batalha de Badr contra Mecca foi travada em Ramadã. Em 653 os muçulmanos invadiram e conquistaram a ilha grega de Rodhes. Em 710 invadiram a Espanha, conquistando a Andaluzia e ocupando a região por 800 anos. Em 1187, Saladino venceu o exercito Franco e tomou Jerusalem na batalha de Hattin também em Ramadã. 

Mais recentemente, em 1981 e 1987, o Irã rejeitou dois cessar-fogos oferecidos pelo Iraque durante Ramadã. A guerra entre eles continuou. Em Israel, a primeira intifada palestina durou 6 Ramadãs. 

E não podemos esquecer a Guerra do Ramadã como é chamada a guerra de Iom Kippur, quando o Egito e a Siria lançaram um ataque de surpresa contra Israel, no seu dia mais sagrado, e também de jejum.  De alguma forma, a oração, a contrição e a reflexão não inibiram aquele ataque traiçoeiro que massacrou 2700 israelenses. Tampouco o jejum. Os soldados egípcios e sírios foram isentos de jejuarem porque estavam empenhados no dever religioso de matar infiéis, a categoria em que os judeus se enquadram. 

Não dá para entender então porque o mundo exige um cessar-fogo e o respeito pelo mês santo islâmico quando os próprios muçulmanos vêem a guerra neste mês como um dever religioso? Como disse, nada como aplicar valores ocidentais a situações e pessoas que estão longe deles. 

Seria bom se os muçulmanos palestinos em Jerusalém, Judeia, Samaria e Gaza se aproximassem do Ramadã como eles querem que acreditemos: como um mês de jejum, caridade, oração, contrição e reflexão.

Tenho certeza que muitos muçulmanos devotos fazem isso, mas é igualmente verdade que o Ramadã tem sido frequentemente celebrado com uma orgia de violência muçulmana, especialmente palestina. Invariavelmente, o Ramadã é usado como desculpa para o aumento da guerra santa contra Israel.

Aqueles com alguma memória – e isso exclui muitos indivíduos na Casa Branca de Biden e no Departamento de Estado de Blinken – podem facilmente verificar que os inimigos de Israel há muito que usam o Ramadã para assassinar judeus. Em 2016, o Hamas rotulou o ataque assassino ao Mercado Sarona em Tel Aviv de “Operação Ramadã” e o celebrou como o “Primeiro Ataque do Ramadã”. Outros ataques terroristas contra judeus logo se seguiram, tornando aquele Ramadã num mês particularmente sangrento para Israel. 

E isso não se limita nem aos judeus. Em 2016 e 2017, o ISIS bombardeou duas vezes uma rua popular em Bagdá durante o Ramadã, matando centenas de muçulmanos. Durante o mesmo Ramadã de 2016, um muçulmano radical atacou a boate Pulse em Orlando, Flórida, assassinando 49 pessoas. E estes não são exemplos isolados. Os árabes têm historicamente travado guerras cruéis uns contra os outros durante o Ramadã. 

E, com certeza, mais uma vez este ano, todos temem uma “escalada” no Ramadã, que ao que parece, começa amanhã. Especialmente porque o Hamas e o seu porta-voz, o canal Al Jazeera, estão apelando aos fiéis para expandirem a “Inundação de Al-Aqsa” (o nome que o Hamas deu ao massacre de 7 de outubro) a Jerusalém e à Cisjordânia através do terrorismo e da revolta. 

E o que está fazendo o Departamento de Defesa americano? Ele está ocupado enviando alertas aos líderes de Israel para prestarem reverência ao Ramadã, para serem extremamente cautelosos durante o Ramadã, para não fazerem nada para “provocar” os muçulmanos no Ramadã – especialmente dentro e em volta do Monte do Templo de Jerusalém – porque “as emoções muçulmanas são oh -muito sensível durante este mês”.

O presidente americano, Joe Biden, chegou ao ponto de sugerir que Israel deveria interromper a sua guerra contra o Hamas em Gaza para permitir que os muçulmanos observassem piedosamente o Ramadã e, aproveitassem parte daquele famoso espírito de caridade, para fazer o Hamas se derreter e concordar em soltar os reféns. (Halevai, mas na dúvida, vamos esperar sentados).

Para nós judeus e israelenses, tais sentimentos parecem tão bizarros, tão bizarros....porque são bizarros. Nunca ouvi que um judeu tenha saído para matar não-judeus por emoção à uma festa judaica. Ou um cristão que saiu para metralhar pessoas sob a influência do “espírito natalino”. Na verdade, é inconcebível para qualquer judeu – ou qualquer pessoa normal, moral e de pensamento correto – gritar “Allah uAkbar- Deus é Grande” como um prelúdio para assassinar, estuprar, saquear, decapitar, explodir, esfaquear, atirar em pessoas inocentes, Por qualquer motivo. Talvez os bons muçulmanos devessem usar este Ramadã para um exame de consciência e a melhor forma de erradicar este mal do seu meio. 

E não como os chamados “especialistas” em segurança, políticos, diplomatas e estadistas dizem: “Bem, é claro, as tensões são sempre elevadas durante o Ramadã e, assim, os judeus devem se manter discretos, abaixarem suas cabeças, voltarem a serem cidadãos de segunda classe, dhimmis, porque a violência muçulmana deve ser antecipada durante o mês sagrado” 

Tal sentimento insulta ou deveria insultar a maioria dos muçulmanos do mundo, bem como a nossa inteligência. É a própria definição de se render aos agressores, em vez de confrontá-los e vencê-los. 

Além disso, a tal “piedade” em Ramadã, deveria começar em casa. O Hamas, que diz ser primeiramente um movimento islãmico, deveria sim soltar todos os reféns e se render para salvar as vidas de outros muçulmanos nocentes que certamente morrerão com a continuação da guerra. Mas o Hamas quer apenas uma coisa: a sobrevivencia e a preservação de seu poder em Gaza. Eles pouco se importam se o mês é santo ou não, a não ser para inculcar nos jovens terroristas o desejo de morrerem neste mês pois a recompensa é dobrada. Se o mundo permite ao Hamas tirar as luvas no Ramadã, não esperem que Israel guarde as suas. 

Para finalizar, comemoramos na sexta-feira o Dia Internacional da Mulher. Muito tem sido escrito sobre a vergonhosa traição das mulheres israelenses por suas “irmãs” em todo o mundo, a maioria das quais permaneceu em silêncio sobre a “tortura sexualizada” a que foram submetidas no dia 7 de Outubro.

Os grupos de mulheres, incluindo a ONU Mulheres, agravaram este sofrimento com o seu silêncio, alguns até chegando a exigir à apresentação de provas para apoiar as alegações de violação e abuso sexual que agora o Hamas nega. Tragicamente, muitas das vítimas do Hamas foram assassinadas em 7 de Outubro ou ainda estão em Gaza, onde permanecem reféns.

Levou quatro longos meses, para que a enviada da ONU, Pramila Patten, visitasse Israel. O relatório que se seguiu confirmou que “violência sexual, incluindo mutilação genital, tortura sexualizada ou tratamento cruel, desumano e degradante” foi cometida durante os ataques de 7 de Outubro.

No entanto, mesmo agora, com a confirmação por parte de uma organização internacional afiliada à ONU, da ocorrência de tais atrocidades contra as mulheres, o mundo permanece em silêncio. 

Então entre os 134 cativos, vou repetir o nome aqui das 14 moças (apesar da violência sexual também ter sido cometida contra homens e rapazes), que ainda estão sendo torturadas ou mortas em Gaza: Liri Albag, de 18 anos, Daniella Gilboa, de 19 anos, Naama Levy de 19 anos, neta de sobreviventes do Holocausto, Karina Ariev, 19 anos, Agam Berger de 20 anos, Noa Argamani, de 26 anos, Romi Gonen 26, Arbel Yehud de 28 anos, Carmel Gat de 39 anos, Eden Yerushalmi de 24 anos, Doron Steinbrecher de 30 anos, Shiri Bibas, a mãe dos dois meninos Ariel de 4 anos e o bebê Kfir que continuam cativos, Amit Buskila de 28 anos e Emily Damari de 27 anos. Não esqueceremos, não perdoaremos até que retornem.

 

Sunday, March 3, 2024

Em Resposta ao Estadão - 3/3/2024

Apareceu em um dos meus grupos de WhatsApp, a opinião publicada no jornal O Estado de São Paulo, o Estadão, de ontem, titulada “Gaza: Um Abismo Moral Para Israel”. Lendo o artigo, lembrei do que astronautas descrevem quando vêem o planeta Terra do espaço: que não há fronteiras, não há guerras, só uma linda bola azul.

Sempre me surpreende quando renomadas publicações, milhares de milhas longe do conflito, se acham no direito de julgar esta ou aquela parte, com base na torrente de informações, muitas fake, algumas verdadeiras, todas infalivelmente com agendas ideológicas, que escondem a verdade e levam à conclusões erradas e perigosas. Sim. Há uma diferença entre fato e opinião e ninguém pode distorcer os fatos para provar sua opinião.

E isso aconteceu com o editorial do Estadão.

De acordo com o jornal, a morte por pisoteamento de dezenas de palestinos em Gaza é de total responsabilidade de Israel porque Israel está ocupando o norte da Faixa onde ocorreu a tragédia.

Vamos lá! De acordo com o direito internacional, nenhum país, quando atacado, tem qualquer obrigação de enviar “ajuda humanitária” para o seu agressor. Alguém viu qualquer comboio de centenas de caminhões ucranianos sendo entregues para ajudar a Russia? Absurdo não é? Mas aparentemente não é no caso de Israel. Há anos, centenas de containers entram em Gaza diariamente com todo o tipo de ajuda humanitária. E ela vai diretamente para as mãos do Hamas que, fato, foi eleito democraticamente pelo povo de Gaza para governá-los. E isso - outro fato – apesar de Israel ser diariamente bombardeada com mísseis vindos da Faixa.

O Hamas então vende a ajuda humanitária ao povo de Gaza a preços exorbitantes, enchendo seus bolsos para que seus líderes tenham uma vida de marajá no Qatar. Somente na semana passada, Israel explodiu os portões de dois armazéns do Hamas que estava repleto de alimentos e remédios deixando o povo entrar para pegar os produtos.

Agora,  Israel escolheu o horário das 4 da manhã para entregar a ajuda humanitária, precisamente para evitar tumulto. Mas a informação da entrega vazou, e centenas de palestinos se dirigiram para o corredor criado por Israel para fazer a entrega. Os motoristas egipcios dos caminhões foram quase mortos e várias pessoas foram pisoteadas. Isso não é a culpa de Israel. É a culpa do Hamas.

Aqueles que hoje criticam Israel claramente esqueceram que havia um cessar-fogo com o Hamas em vigor até a manhã de 7 de Outubro, quando milhares de terroristas invadiram Israel, assassinando, decapitando, estuprando e mutilando centenas de Israelenses. Os terroristas sequestraram mais de 240 pessoas, idosos, bebês, mulheres, jovens, crianças, 134 das quais ainda estão mantidas como reféns.

Mas aí o Estadão faz uma série de perguntas: “o que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir os suprimentos ou reabilitar hospitais destruidos?

Primeiro, Israel não destruiu nenhum hospital. Destruiu sim os tuneis e armazéns de armas que estavam em baixo deles. Ainda, médicos de Israel foram enviados a vários deles para fazer um levantamento dos equipamentos e medicamentos em falta. Só no Al-Shifah, Israel transferiu dezenas de encubadoras para prematuros. Sobre os suprimentos, desde o começo da guerra, Israel transferiu 274 mil 540 toneladas em mais de 15 mil caminhões. Foram 180 mil toneladas de alimentos, 25 mil toneladas de água, 18 mil toneladas de suprimentos médicos, 31 mil toneladas de abrigos, 170 tanques de gasolina e mais de 300 tanques de gás de cozinha. Quanto mesmo a Ucrania enviou em ajuda para a Russia?

E porque o Estadão não pergunta como é que ainda há campos de refugiados em Gaza? Eles não estão na terra deles? Não deveriam estar assentados depois de 3-4 gerações?

Outra pérola: “o que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados?” Desde quando países em guerra devem procurar resguardar os "direitos civis" da população inimiga? Quando isso jamais foi feito na História? Que direitos civis são estes? Direito de voto? Eles já votaram e escolheram o Hamas.

Aliás, de acordo com o instituto de pesquisa palestino, se hoje houvesse eleições, o Hamas ganharia de longe em todos os lugares, inclusive na Judeia e Samária. Para resguardar os direitos humanos é muito simples: antes de atacar qualquer lugar, Israel envia milhões de panfletos em árabe avisando os civis para saírem do local; faz milhares de telefonemas para os moradores de Gaza com instruções para não se ferirem. Israel sacrificou a vida de mais de 500 de seus jovens soldados que já morreram nesta guerra, para salvar a vida de palestinos. Ou o Estadão acha que Israel não teria a capacidade de arrasar completamente a Faixa com sua força aérea se quisesse?

E a maior de todas as perguntas: “O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?” Eu vou fazer outra pergunta: como podemos obrigar uma pessoa a morar com outra que ela odeia? Fazemos ela ficar na marra?

O povo elegeu o Hamas por causa de sua proposta política e militar. O artigo 1 de sua constituição declara que “o Hamas é um movimento islâmico palestino de libertação e resistência nacional. O seu objetivo é libertar a Palestina e confrontar o projeto sionista.” Em nenhum momento o objetivo é de construir um estado palestino. O seu artigo 2 descreve o território da Palestina como sendo o território “que se estende desde o rio Jordão, a leste, até ao Mediterrâneo, a oeste, e da fronteira com o Líbano, no norte, até o Mar Vermelho, no sul, é uma unidade territorial integral.  Seu artigo 13 diz que “iniciativas diplomáticas, as chamadas soluções pacíficas e conferencias internacionais para encontrar uma solução para o problema palestino contradiz a posição ideológica do Movimento Islamico de Resistencia. Desistir de qualquer parte da terra da Palestina é ignorar parte da fé islâmica”.  

E é por isso que um dos líderes do Hamas, Mousa Abu Marzouk, afirmou que “os túneis subterrâneos construídos na Faixa de Gaza são para proteger os ‘combatentes’ do Hamas e a responsabilidade de proteger os civis cabe às Nações Unidas e a Israel”. Tais declarações demonstram a indiferença dos líderes do Hamas relativamente ao sofrimento do seu próprio povo fora os bilhões em ajuda internacional que foram para a construção de túneis e mísseis.

Como é que se pode começar uma negociação com alguém que tem como ponto de partida para você é: deite e morra?

Agora, vamos ver o que Israel fez até agora para ter uma paz duradoura com seus vizinhos como o Estadão exige: em 1947 os judeus aceitaram a partilha da região ao lado oeste do rio Jordão para formar dois países: um judeu e um árabe. Os árabes recusaram e juntaram 5 exércitos para destruir o recem-nascido estado. Perderam. E perderam novamente em 1956 e de modo espetacular em 1967 na guerra dos Seis Dias quando perderam a Judeia, Samaria, Gaza, o Sinai, e os Altos do Golã. Na época, Israel ofereceu devolver todos os territórios em troca de reconhecimento e paz. E resposta árabe foi os 3 nãos: não para o reconhecimento, não para negociações e não para a paz. Perderam a guerra de Iom Kippur em 1973.

Israel então ofereceu os Acordos de Oslo, que criaram a Autoridade Palestina e aceitaram criar um estado palestino em 5 anos. Mas em resposta Arafat lançou duas intifadas com milhares de judeus mortos. Em 2005, em mais uma tentativa, Israel saiu completamente da Faixa de Gaza para experimentar a solução de dois estados.

Mas em vez de desenvolverem a Faixa, em 2006 o povo votou no Hamas com base na sua proposta de guerra e trabalhou febrilmente para transformar a Faixa em uma plataforma de lançamento de mísseis e base militar com mais de 500 km de túneis.  Porque será que nenhum líder mundial ou o Estadão perguntam o que querem os palestinos? Porque o mundo e o Estadão não querem ouvir. Até agora os palestinos foram consistentes: eles querem tudo e querem destruir Israel.

Essa é só a ultima guerra que Yahya Sinwar, um dos mentores do massacre de 7 de Outubro, poderia acabar em um minuto se libertasse todos os reféns e se rendesse. Mas como sempre ele está apostando na pressão internacional sobre Israel.  Sua esperança é que ela obrigue Israel a aceitar o fim da guerra e tudo volte como era em 6 de outubro.

Se a comunidade internacional estiver verdadeiramente interessada em acabar com a guerra em Gaza, deverá exercer pressão sobre o Hamas e não sobre Israel. E sim, Israel tem que reocupar a Faixa e começar um processo de desnazificação dos palestinos, como foi feito na Alemanha e no Japão. E não. Isso não destruirá a democracia de Israel.

É só o Estadão descer da nave espacial, aterrissando em Israel para ver a realidade. 

Infelizmente, o mundo ainda não compreendeu que o Israel de hoje não é o Israel do 6 de Outubro. Não mais aceitaremos sermos alvos impunemente. Aprendemos, da maneira mais difícil, mais dolorosa, que as concessões que fazemos e cessar-fogos que acordamos, têm uma forma desagradável de explodir na nossa cara.

Sunday, February 25, 2024

Os Brasileiros que Lula Esqueceu em Gaza - 25/02/2024

 

Em 18 de fevereiro de 1943, quando a maré da Segunda Guerra Mundial parecia estar se voltando contra a Alemanha, Joseph Goebbels fez o seu discurso "Guerra Total" no SportPalast de Berlim para 14.000 dirigentes do partido nazista, veteranos de guerra, trabalhadores e mulheres. Enquanto outros milhões de alemães ouviam na rádio, Goebbels falou sobre o "infortúnio das últimas semanas" e ofereceu uma "imagem nua e crua da situação" para os aplausos espontâneos do público. No final, Goebbels fez a pergunta crucial: “Vocês querem uma guerra total?” “Algo mais radical do que vocês imaginaram até hoje?” E todos os 14 mil levantaram de suas cadeiras gritando “Sim! Heil Hitler!”

Lembrei deste fato histórico quando li a recente pesquisa publicada pelo Centro Palestino de Política e Pesquisa que mostrou que 72% dos palestinos acreditam que os ataques de 7 de outubro pelo Hamas foram corretos. E que apesar da mídia e do resto do mundo enfatizarem as supostas milhares de mortes de civis de Gaza e o avanço do exército de Israel para desmantelar o Hamas, o apoio eleitoral ao grupo terrorista triplicou na Judeia e Samaria nos últimos 4 meses, para 85%.   

​Isso, junto com as declarações de oficiais do Hamas para a imprensa, como a de Ghazi Hamad que disse que o massacre de 7 de outubro foi só o primeiro, e haverá um segundo, um terceiro, um quarto, porque temos determinação, a vontade, a capacidade para fazê-lo e porque a existência de Israel é ilógica”, só nos deixa concluir que a vontade do povo palestino é a guerra. A guerra total contra Israel. E como aconteceu com os nazistas, eles serão completamente derrotados.

Agora só depende da vontade de cada um no mundo se posicionar do lado correto ou errado da história.

Apesar da animosidade de Biden para com Netanyahu, ele não deixou de se posicionar, logo no primeiro momento, contra os perpetradores do massacre.

Nós no Brasil tivemos menos sorte. E dado o passado pró-palestino do presidente brasileiro, dos assessores antissemitas e completamente anti-Israel que o cercam (incluindo seu principal conselheiro Celso Amorim), sua aproximação com o financiador-mor do terrorismo global, o Irã, era só uma questão de tempo até que ele dissesse algo ultrajante sobre a guerra em Gaza.

Afinal, Lula vestiu uma keffiyeh e depositou uma coroa de flores no túmulo de Yasser Arafat em 2010, em Ramallah, mas se recusou a visitar o túmulo de Theodor Herzl em Jerusalém durante a mesma viagem. É também o mesmo que apoiou Dilma a chamar de volta o embaixador do Brasil em Israel em 2014 durante a Operação Margem Protetora, levando o então porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, a declarar que o Brasil era “um gigante econômico e cultural”, mas um “anão diplomático”.

Mas no domingo passado, enquanto participava da reunião da União Africana na Etiópia, Lula excedeu todas as expectativas no seu ataque a Israel. Ele declarou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo em outros momentos históricos. Na verdade, teve. Foi quando Hitler decidiu matar os judeus”. “Não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças.”

A reação de Israel foi rápida e feroz. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu qualificou os comentários de Lula de “vergonhosos e graves” e disse que equivaliam à “banalização do Holocausto e a uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”. No dia seguinte, o chanceler Israel Katz convocou o embaixador do Brasil, Frederico Meyer, para uma reprimenda, mas não no Ministério do Exterior, como costuma ser feito, e sim no Museu do Holocausto. Lá, Katz disse que Israel “não esquecerá e nem perdoará” os comentários de Lula. Katz disse a Meyer: “Eu trouxe você a um lugar que testemunha mais do que qualquer outro o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família. A comparação entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazistas é uma vergonha e um grave ataque antissemita.” Ele completou dizendo que até que Lula retirasse suas declarações, ele seria persona non grata em Israel.

No dia seguinte, o Brasil respondeu não pedindo desculpas, mas chamando Meyer de volta para consultas.

Então, em menos de dois dias, as relações israelo-brasileiras, que se fortificaram sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, caíram para um novo nível.

Curiosamente, porém, o público brasileiro não está seguindo o presidente. Uma pesquisa da CNN Brasil na segunda-feira descobriu que 83% dos entrevistados discordaram da comparação de Lula revelando a grande lacuna entre o governo e o público. Interessante que a situação é a mesma no Chile e na Colômbia que também têm governos de esquerda, mas o povo apoia muito mais Israel do que o governo.

Porque Lula foi além para se indispor com Israel? Ele quer ser o líder do movimento não-alinhado Sul-Sul, tornar-se o líder dos países que se consideram anti-Estados Unidos e que tentam criar um novo alinhamento global.” O Brasil, junto com a Colômbia e o Chile, apoiaram o processo da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça em Haia.

Lula então está posicionando o Brasil do lado errado, do lado de assassinos, do lado de um povo que não quer construir um país mas destruir o outro, de um povo que ainda apoia com maioria absoluta, ser governado por um grupo terrorista que só pensa em morte e destruição sem levar em conta se suas vítimas são bebês ou idosos, se são mulheres, adolescentes, doentes ou simples civis.

Desde o início da guerra, Lula se reuniu com o representante da Autoridade Palestina no Brasil e com o ministro das Relações Exteriores da AP na Etiópia. Ele ainda enviou aviões para resgatar brasileiros em Israel e extrair palestinos com passaporte brasileiro que viviam em Gaza.

Lula foi ao aeroporto de Brasília para receber os palestinos que voltaram ao Brasil e até os convidou a jantar, mas não os israelenses brasileiros. Além disso, o Brasil foi o único país a não ter intercedido junto ao Hamas para reaver reféns brasileiros ou até mesmo mencionar os que foram brutalmente assassinados.

Karla Stelzer, 42 anos, Bruna Valeanu, 24 anos, Ranani Glazer, 24 anos foram chacinadas no festival de música. Os corpos de Celeste Fishbein, 18 anos e Gavriel Barel, 22 anos foram encontrados alguns dias depois mutilados e decompostos. Ela foi sequestrada e depois assassinada e Gavriel morreu também no festival, ambos filhos de brasileiros.

Rafaela Treistman, namorada de Ranani, sobreviveu aos ataques hediondos no bunker aonde 40 jovens indefesos procuraram abrigo mas foram mortos com granadas, esmagados, amontoados uns sobre os outros, num espaço onde não cabiam mais de 10 pessoas. Para a sua sorte as pessoas estavam amontoadas umas em cima das outras. As que estavam embaixo, apesar de terem sofrido muita privação de ar, terem ficado intoxicadas pelos gases das granadas, encharcadas por pedaços de corpos e sangue das pessoas que explodiram ou morriam por cima, conseguiram sobreviver.

Rafaela e Jade Kolker, sobreviventes brasileiras e os brasileiros mortos ou sequestrados nunca tiveram seus nomes mencionados ou lembrados pelo presidente da república em rede nacional. Também não receberam homenagens como ocorreu na França e na Alemanha. Lula também não foi visitar Israel ou usar de seu grande relacionamento com o Hamas para implorar pelo retorno do refém brasileiro Michel Nissembaum, que está há 142 dias em um tunel sem comida, água, sem luz, sem banhos ou troca de roupas e provavelmente sofrendo abusos físicos, sexuais e psicológicos como relatado pela maioria dos reféns que retornaram. Ou Lula não tem esta intimidade toda com o Hamas ou simplesmente não quis.

Putin interveio com o Irã e conseguiu soltar os reféns russos. Parece que Lula não se importa com seus cidadãos já que são judeus.

Quando você chama Israel de o novo nazista, o Hitler de hoje, ela precisa então ser destruída. Com esta posição, Lula está se alinhando com todos aqueles que querem destruir Israel: o Hamas, o Hezbollah, o Estado Islamico, o Irã. E isso tem uma correlação direta com o aumento em mil porcento dos incidentes antissemitas no Brasil desde 7 de outubro.

Um presidente que sofre a dor do povo palestino mas que ignora a dor dos seus, dos brasileiros que sofreram o massacre não honra os votos recebidos para sentar na cadeira de líder de nosso Pais.

O Brasil e os Brasileiros sempre têm que vir antes! Se o governo e a mídia não parecem se importar, faça a sua parte e divulgue o nome do refém Michel Nussembaum e das outras vítimas que parecem não ter existido para Lula.

Em memória aos 1400 mortos brutalmente no massacre e aos 134 reféns que permanecem até hoje em Gaza.

Sunday, February 18, 2024

O Duplo Padrão Embebido no Antissemitismo - 18/2/2024

 

Realmente o mundo está de ponta cabeça e os valores morais completamente invertidos.

Foi-se o tempo em que a maior preocupação dos universitários era de passar nas provas, conseguir terminar um trabalho ou conseguir um estágio.  

Menos de uma semana do pior ataque terrorista da história de Israel, vândalos que se titulam ativistas, saíram para defender o massacre do Hamas e libertar seu impulso antissemita.

Na Universidade de Maryland estes “ativistas” gritaram: “Só existe uma solução, a revolução da intifada”, e escreveram “Viva a intifada” na praça principal do campus. Na UC Davis, os alunos leram os nomes dos “mártires”, sem fazer distinção entre civis inocentes e terroristas do Hamas.

Na Universidade da California em Berkeley eles declararam: “Não queremos dois estados, queremos todo o 48”, quer dizer tudo que foi dado a Israel em 1948, quer dizer “destruir Israel” e mais tarde cercaram estudantes judeus, gritando “vergonha sionista”.

​Na semana passada, o time de basquete feminino da Irlanda, num jogo oficial da Copa Europeia, recusou apertar as mãos das atletas do time de Israel como se fossem leprosas e Israel culpada de alguma coisa. Bom que as israelenses ganharam o jogo de 87 a 57.

Sua vizinha, a Inglaterra, por seu lado, registrou o pior ano de antissemitismo desde que o país começou a registrar os ataques em 1984. Em 2023, os ataques dobraram no Reino Unido, somando 4.103 denúncias. O preocupante é que a maioria deles ocorreu após o 7 de outubro.

E aí temos a ONU. De acordo com o Subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da organização, Martin Griffiths, o Hamas não é um grupo terrorista e suas aspirações devem ser atendidas. Ou ele é maluco ou bebeu porque a única aspiração do Hamas de acordo com sua constituição é a destruição de Israel. Isso mostra o quanto a ONU está fora de sintonia com a realidade do mundo.

E no governo americano, a situação não está tão melhor. Não só estamos lidando com as insanas declarações de Joe Biden, sobre premiar o Hamas com um Estado, depois de ter perpetrado o massacre de 7 de outubro. Nesta semana o Congresso aprovou uma resolução denunciando o estupro e violência sexual do Hamas com a abstenção da representante Rashida Tlaib. No seu discurso, ela falou não sobre o Hamas, mas de imaginárias alegações de violência sexual cometida pelos soldados israelenses contra palestinas e imaginem, crianças. Ela não conseguiu trazer um só exemplo para ilustrar esta afirmação demente. Aí temos uma mulher defendendo o estupro e a violência sexual contra outras mulheres.

E chegamos no Brasil. Lula viajou ao Egito esta semana para andar de camelo nas pirâmides e aproveitou para condenar Israel pela guerra em Gaza. Ele disse que a resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro foi “desproporcional” e “indiscriminada”. Que declaração espantosa. Vamos então prometer que Israel irá tentar encontrar um festival de música em Gaza para massacrar o público, estuprando, mutilando e assassinando as garotas, degolando bebês, queimando famílias vivas, e tudo isso baixo a uma saraivada de milhares de mísseis lançados indiscriminadamente sobre a população civil. Que tal? Isso seria proporcional e Lula ficaria feliz!

É tanta ignorância e o pior é que ela não acaba. Agora o mundo em uníssono pede, exige, ameaça Israel para não entrar em Rafah, o último bastião do Hamas.

Imagine que em 2017, perto do final da guerra de nove meses para derrubar o Estado Islâmico em Mossul, quando o grupo estava nas últimas, alguém apelasse aos Estados Unidos e aos seus aliados para pararem a sua ofensiva e não entrarem no reduto dos terroristas. Alguém realmente acha que os EUA teriam ouvido? Não. Dos EUA ao resto da Europa, todos exigem que Israel não entre em Rafah devido à presença de mais de um milhão de palestinos. Isso apesar de dois reféns israelenses terem sido resgatados justamente lá no início desta semana – e apesar de saberem que é imperativo destruir a infraestrutura do Hamas para garantir que o grupo terrorista não será capaz de reconstruir.

Agora, imagine que em 2014 o exército americano tivesse recebido inteligência sobre o paradeiro do jornalista James Foley antes que o ISIS o matasse. Alguém realmente pensa que a mídia americana iria se concentrar mais nos residentes do prédio onde Foley estava detido, do que no resgate de um cidadão americano prestes a ser decapitado? Mas com Israel é diferente. Em vez de perguntar por que é que dois israelenses estavam detidos num apartamento no segundo andar de um prédio em Rafah, os meios de comunicação se concentraram nas alegações de uma organização terrorista de que pessoas foram mortas durante a operação de resgate.

O Ocidente está mais obcecado com as pessoas que poderiam ou não, ter sido mortas em Gaza – depende se quisermos acreditar no Hamas – do que com a questão de saber por que razão dois israelenses estavam ali detidos com o conhecimento da população “inocente”.

Imaginem agora que uma semana depois do 11 de Setembro, enquanto os EUA bombardeavam cavernas no Afeganistão o “Ministério da Saúde da Al-Qaeda” tivesse alegado que o exército americano tinha bombardeado um hospital matando centenas de civis inocentes. Alguém realmente acredita que políticos e jornalistas ocidentais teriam aceitado, como verdade, quaisquer afirmações feitas pelo “Ministério da Saúde da Al Qaeda” e as teriam colocado como manchetes em seus veículos?

Não é nem preciso dizer que o imaginário “Hospital da Al Qaeda” é o exemplo do Hospital Baptista Ahli, que o Hamas afirmou ter sido atingido por Israel quando, na verdade, foi um míssil palestino que falhou e que caiu no estacionamento do hospital. Mesmo assim, o The New York Times, a BBC, a Reuters e outros inicialmente aceitaram as mentiras do Hamas.

Isto é uma falência moral da mídia ocidental em particular, bem como de grandes setores da sociedade ocidental em geral. Há algo seriamente errado quando as pessoas estão dispostas a preferir as mentiras de um grupo terrorista assassino sobre reivindicações feitas por um país democrático e liberal.

Como faz sentido que as pessoas no mundo pensem que Israel não deveria entrar em Rafah e deveria na prática salvar o Hamas? Como é que faz sentido que as pessoas fiquem tão confusas que pensem que é normal que reféns sejam mantidos contra a sua vontade em casas privadas até de funcionários da ONU e que um país não deveria fazer todo o necessário para recuperar os seus?

O que isto diz sobre a falência moral do Ocidente? Vamos pensar nisto enquanto procuramos condenações dos países árabes à contínua ofensiva de Israel em Gaza. Não há! A maioria das condenações vem dos EUA, do Reino Unido e da Europa. Elas não vêm do Marrocos, do Egito, da Jordânia, dos Emirados Árabes Unidos ou da Arábia Saudita. Por que será? O que sabem estes países árabes que Washington DC, Londres ou Paris não sabem?

Estes países árabes sabem a verdade. Eles querem que Israel vença o Hamas porque sabem do seu perigo para seus governos.  

Eles sabem que Israel está combatendo um inimigo como nenhum outro, numa guerra urbana, entrelaçada na estrutura civil e com centenas de Km de túneis. E mesmo assim Israel conseguiu alcançar uma proporção de mortes entre combatentes e civis tão pequena que ela é sem precedentes em uma guerra.

Não esperamos palmas do mundo. Mas esperaríamos talvez integridade. Infelizmente, ela parece não existir, e a mídia, analistas e políticos ocidentais continuam a aceitar a propaganda do Hamas como verdade. É um duplo padrão embebido em uma onda de antissemitismo.

Embora seja uma batalha difícil e com consequências reais, como ser arrastado para o Tribunal de Haia por exemplo – Israel não deve desistir. O mundo pode estar de cabeça para baixo e seus valores invertidos, das universidades, aos políticos, da mídia aos manifestantes. 

Não importa. O Estado Judeu deve continuar de cabeça erguida, sabendo que está lutando uma guerra que nunca foi mais justa, uma guerra por sua sobrevivência e a do povo judeu e pela sobrevivência dos valores da verdade e da liberdade.

Sunday, February 11, 2024

Duplos Padrões e a Falsa Equivalência Moral - 11/2/2024

Hoje é o centésimo vigésimo oitavo dia da guerra. 128. 3 meses e uma semana que 136 reféns continuam nas mãos do Hamas em Gaza, incluindo o bebê Kfir Bibas e seu irmão Ariel de 4 anos e os pais deles Shiri e Yarden. Centenas de soldados de Israel morreram nesta guerra que até dois meses atrás, o mundo apoiava. Era imprescindível eliminar o Hamas. Hoje não mais.

Na semana passada, em vez de uma mensagem de suporte, Biden, o presidente senil dos Estados Unidos, se mostrou muito mais preocupado com relatos de alegada “violência de colonos judeus” na Judeia e Samária. Com base em apenas alegações, o presidente dos Estados Unidos emitiu uma ordem executiva contra quatro israelenses.

Um verdadeiro absurdo que infelizmente para os quatro, que nem julgados foram, estão sendo penalizados com suas contas bancárias e bens congelados em Israel. Isto é uma ingerência americana na vida de cidadãos de outro país sem qualquer precedente. Nenhum presidente americano jamais assinou uma ordem executiva com sanções financeiras contra qualquer cidadão de outro país por meras alegações.  

A decisão de Biden não tem nada a ver com o combate à violência. Ela é só uma tentativa barata de equivalência moral. O líder do Partido Democrata, que só esta semana disse ter se encontrado com o presidente da França que morreu em 1996 e declarou que o presidente egipcio Al-Sissi, era o presidente do México, caiu no conto da ala pró-palestina do seu partido para assinar esta ordem racista e ridicula. Ela é racista porque se refere apenas aos judeus e é ridicula porque não se atém a fatos, mas somente a especulações. Ela impõe sanções financeiras a judeus que supostamente ameaçaram de violência ou intimidaram civis na Cisjordania.

Só que estes “colonos judeus” em questão estão todos no front de batalha e esta tal “violência” é hoje inexistente e quando ela ocorre, ela é condenada por todos.

De acordo com um relatório da emissora pública KAN, um dos quatro – que teve sua conta bancária em Israel congelada nunca foi indiciado por violência. Os outros três enfrentaram processos no sistema judicial israelense –sinal de que o país leva o assunto a sério, mesmo sem a pressão presidencial americana.

E a propósito, há o outro lado da moeda. Arabes beduinos continuam a roubar impunes rebanhos, materiais de agricultura, carros e até tratores dos kibbutzim e moshavim inclusive com ameaça de violencia e morte. Ainda não ouvi a Casa Branca se manifestar para sancionar estes beduinos.

É inaceitável que toda a máquina governamental americana esteja preocupada em combater a “violência de colonos” enquanto Israel continua a sofrer ataques de mísseis diários e repito, diários, do Hamas da Faixa de Gaza, da Hezbollah do Líbano e dos Houthis do Iêmen. Quando Israel ainda tem 136 dos seus cidadãos presos como reféns, sem comunicação, torturados, sem o basico para viver, mantidos em condições sub-humanas. Será que esta administração americana não tem um pingo de vergonha deste padrão duplo? O que mais precisamos esfregar na cara do Biden e do seu secretário de Estado Anthony Blinken, para mostrar que não são os residentes da Judeia e Samaria que constituem o perigo para a estabilidade da região? É muito baixo usar quatro colonos que não mataram e não causaram danos a ninguém para mostrar esta falsa imparcialidade.

Mas a administração americana não parou aí. Blinken em sua 5ª visita à Israel esta semana declarou que o fato dos palestinos terem desumanizado os israelenses não dava a Israel o direito de fazer o mesmo com eles. Ele ainda voltou a defender com unhas e dentes a insanidade da “solução de dois estados”. Em outras palavras: “como recompensar o Hamas pela chacina de 7 de outubro”.

Na situação em que Israel se encontra fazer pressão agora para criar um estado palestino não é apenas deixar o Hamas escapar impune, mas é recompensá-lo pela chacina perpetrada por ele. E não pensemos que a Autoridade Palestina, com a sua política de pagar para matar, seria melhor.

David Cameron, secretário do Reino Unido disse que é hora de definir como seria um Estado Palestino para ser reconhecido inclusive na ONU e assim, tornar o processo irreversível. E Matthew Miller, do Departamento de Estado americano, disse que “os EUA apoiam o estabelecimento de um Estado palestino independente”. Em outras palavras, querem enfiar um Estado palestino que os palestinos não querem –a não ser do rio ao mar, guela abaixo de Israel que não pode sobreviver com um estado terrorista soberano e independente como vizinho.

Para deixar bem claro. Esse processo que seria “irreversível”, é o objetivo árabe original de matar os judeus “do rio e o mar” e o fim do Estado judeu.

Ninguém quer que a guerra acabe mais do que Israel, cuja população está traumatizada pelo assassinato de 1.400 pessoas, pelo estupro, tortura e rapto de 240; uma população vivendo dia-a-dia com mísseis, alarmes e corridas para abrigos e com mais de 100 mil pessoas deslocadas de suas casas de norte a sul. Temos também consciência da situação terrível de Gaza. O Hamas poderia pôr fim a tudo isso num instante se devolvesse os reféns e se levantasse a bandeira branca.

A sugestão de que os palestinos ganhem um Estado independente após a guerra – como resultado do seu mega-ataque é tão chocante como a América oferecer um estado independente aos Talibãs depois de 11 de setembro. Que mensagem estes países esperam enviar às organizações terroristas com estas declarações?

Podemos acreditar nas promessas de “garantia” de segurança oferecida por estes países? Vamos perguntar ao Zelenski o que ele acha delas. Foi “garantido” que os ataques do Hezbollah a partir do Líbano não aconteceriam depois das resoluções da ONU que se seguiram à Primeira e Segunda Guerras do Líbano. Os Acordos de Oslo com o arquiterrorista Yasser Arafat pretendiam ser uma garantia de paz no Oriente Médio. A retirada israelense de Gaza em 2005 para testar esta solução de dois Estados, deveria ter resultado na transformação da Faixa numa outra Cingapura. Em vez disso, Gaza se tornou num quase-Estado falido, sob o controle de um regime terrorista jihadista financiado pela ONU-UNRWA.

O absurdo desta proposição é que neste momento, a comunidade internacional não pode sequer garantir que a medicação chegue aos reféns israelenses, como prometido no acordo de ajuda humanitária; a Cruz Vermelha não pode sequer visitar os reféns; e ninguém, e muito menos a UNRWA, pode garantir que o combustível e os alimentos cheguem aos civis palestinos em vez de serem roubados pelo regime do Hamas para continuar seus ataques a Israel.

Quando é que o mundo vai se dar conta que o mega-ataque do Hamas não teve nada a ver com “assentamentos”, ou com a pobreza, ou com a densidade populacional em Gaza? Não se tratou de falta de esperança. Foi um ataque ao fato de o Estado de Israel, o Estado Judeu, existir. E, no entanto, como sempre, foi Israel quem se viu no banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça da ONU.

Sim, os EUA e o Reino Unido forneceram apoio militar a Israel e apoiaram o Estado judeu na farsa do Tribunal Internacional – até agora. Mas as sanções aos israelenses e a obsessão pela solução de dois Estados mostram quão frágil esse apoio pode ser.

Presentes vêm com laços e os laços destes presentes podem ser facilmente apertados e se tornarem algemas. Israel tem que se manter firme e resoluta e continuar a defender seus interesses e não os de outros países. Ela tem que denunciar cada duplo padrão e desmascarar cada falsa equivalência moral mesmo de seus melhores amigos.