Sunday, July 25, 2021

O Gosto Amargo do Sorvete Ben&Jerry's - 25/07/2021

A fábrica de sorvetes americana Ben & Jerry’s - fundada por dois judeus, Ben Cohen e Jerry Greenfield - é um bom exemplo do que acontece quando a bússola moral perde completamente a direção. E, ativistas que afirmam que não podem ser antissemitas porque são judeus, são tão patéticos que é como dizer que alguém não pode ser desumano porque é humano; ou que alguém não pode ser racista porque é de côr.

Em uma declaração confusa postada online na semana passada, Ben & Jerry’s disse: “Temos uma parceria de longa data com nosso licenciado, que fabrica sorvetes Ben & Jerry’s em Israel e os distribui na região. Temos trabalhado para mudar isso e, portanto, informamos nosso licenciado que não renovaremos a licença dele quando expirar, no final do próximo ano.”

É. Longa data mesmo. 35 anos que Avi Zinger promove e vende a marca em Israel e na Judeia e Samaria. E depois de todos estes anos, ele é descartado, como um sapato velho, porque não quer ter seu direito de vender onde quiser, tolhido.


A empresa disse, no entanto, que "ficará em Israel por meio de um acordo diferente". Que deturpada virtude corporativa é essa? Os que gostam deste sorvete vão ter agora que contrabandear os potes, atravessando ruas por onde passa a Linha Verde? O que acontecerá com os sabores preciosos feitos especialmente para os palestinos? E mais importante: É essa decisão uma vitória para o movimento que busca boicotar Israel? O que esse movimento conquistou nas últimas décadas?

Desde a criação de Israel em 1948 houve o desejo de boicotar o estado judeu. O boicote árabe criminalizou o comércio com Israel e deixou claro para empresas do ocidente que seus mercados estariam fechados àqueles que vendessem para Israel. É por isso que nestes países não tinha Coca-Cola; só a “Bepsi”. Os árabes ainda usaram o petróleo como arma após a Guerra do Yom Kippur em 1973, criando uma crise mundial, somente para erodir o apoio ocidental a Israel.

Isso pareceu ter algum efeito durante a Guerra Fria, mas não durou. Em 2016, Israel e a Rússia completaram 25 anos do restabelecimento das relações. Novos acordos de normalização com o Golfo Árabe, chamados Acordos de Abrãao, e as novas relações com o Marrocos e o Sudão mostram que Israel está longe de estar isolada. Mas isso não significa que tudo está bem. O ódio ao Estado judeu existe e hoje está mais forte do que nunca.

Em 2012 a ONU divulgou uma lista de 112 empresas “envolvidas” com assentamentos israelenses, e a União Europeia, tem procurado rotular os produtos produzidos além da Linha Verde como produtos de assentamentos, como se isso fosse algo feio.

Em 2004, o movimento BDS alvejou a Soda Stream por ter sua fábrica em Mishor Adumim. Quem perdeu, depois que a empresa se mudou para Israel própria, foram as centenas de trabalhadores palestinos, que recebiam os mesmos salários de Tel Aviv, e que hoje estão na rua. Assim, a maioria dessas campanhas de boicote, ou fracassaram miseravelmente ou prejudicaram o lado que se propunham a ajudar.

Hoje, ONGs que se autointitulam promotoras de direitos humanos, mudaram o discurso e resolveram pregar que todas as áreas que Israel controla são "apartheid", não apenas a Judeia e Samaria. Esta é a aceitação da retórica extremista de “Palestina do rio ao mar” efetivamente apagando Israel do mapa.

Mas se a Diretoria da Ben & Jerry’s pensou agradar a esquerda e os radicais, se enganou redondamente.  O grupo Justiça para a Palestina do estado de Vermont, onde está a sede da empresa, disse que ela não foi longe o bastante. O grupo declarou que “ao manter qualquer presença em Israel, a Ben & Jerry’s continua a ser cúmplice da matança, prisão e expropriação do povo palestino e da violação do direito internacional”. Enquanto isso, o CodePink, um grupo internacional de mulheres de esquerda, elogiou a decisão, mas disse que a empresa deveria fazer mais. Que estava errado a Ben & Jerry’s incluir em sua declaração que manterá uma presença em Israel. “Esperamos que a Ben & Jerry’s continue a ouvir os palestinos e suas demandas e reconheça que o sistema de apartheid de Israel existe não apenas nos territórios ocupados, mas do rio Jordão ao mar Mediterrâneo”. Em outras palavras: não descansarão até que Israel inteira seja destruída.

Mas é precisamente porque o Estado judeu é um dos países mais bem-sucedidos do mundo, um parceiro global para o comércio e investimento, produzindo tecnologia que transforma o mundo, que alguns acham que podem pressionar o governo de Israel a fazer a paz com os palestinos de qualquer jeito, mesmo à custa de sua existência, usando algum tipo de boicote.

Então, na prática, o que isso significa? O PIB de Israel continua crescendo, e o país, apesar de sua pequena população, está indo muito bem em comparação com outros países. As empresas israelenses de alta tecnologia estão recebendo influxos maciços de investimento que ultrapassaram os US$10 bilhões apenas nos primeiros cinco meses deste ano.

Enquanto isso, supermercados e lojas em todos os Estados Unidos, Canadá e até na Australia, anunciaram que não mais venderão o Ben & Jerry’s e uma campanha na mídia social está pedindo não só o boicote do sorvete, mas da Unilever, dona da Ben & Jerry’s e que o Kof-K retire sua certificação de kashrut da marca.

A Ben & Jerry’s se gaba de seu compromisso com a justiça social. Mas quando mísseis de Gaza choveram sobre sua franquiada israelense e o resto da população civil de Israel em maio, ela não abriu a boca sobre crimes de guerra ou abusos de direitos humanos do Hamas. O silencio foi ensurdecedor. Ou talvez quando não se pode culpar o estado judeu, não conta?

A esquerda tentou fazer a decisão de B&J parecer mais palatável do que realmente é. Mas sua lógica é tão sustentável quanto sorvete deixado fora do freezer num dia quente de verão. De acordo com deles, distinguir entre Israel “propriamente dito” e os territórios além da Linha Verde é um desenvolvimento positivo. Sério? Desde quando isolar um país - ou apenas uma população por causa de sua religião - é uma coisa boa?

Se empresas quiserem evitar fazer negócios em países com disputas territoriais, vão encontrar uma lista de mercados bem curta. Cerca de 150 países estão envolvidos em disputas territoriais / marítimas e / ou conflitos de independência; Nenhum continente se salva.

Os chefões da Ben & Jerry’s podem pensar que entendem a situação, mas o boicote não beneficia ninguém. Mais uma vez, a decisão de suspender as vendas na Judéia e Samaria, não prejudicará os judeus. Prejudicará os trabalhadores palestinos que trabalham para o principal distribuidor local. Será que os palestinos nos “Territórios Ocupados” estão contentes de não mais terem o produto lotado de açúcar (uma bolinha é 300 calorias), disponível nos supermercados locais? Ou será que as lojas palestinas teriam permissão para vender os potes, a venda proibida apenas a judeus? Será que judeus que moram no sul da cidade de Jerusalém continuarão a comer o Ben & Jerry's mas os moradores dos bairros no norte da cidade ficarão sem? (Sim, porque "Leste" de Jerusalém, também é um termo complicado.)

O BDS e atos de anti-normalização não fazem nada para trazer a paz. Pelo contrário. Outro exemplo do teatro do absurdo, foi a ação das forças de segurança da Autoridade Palestina que prenderam um cantor palestino por ter se apresentado em Ariel, uma cidade judia na Samaria, numa fábrica israelense para seus trabalhadores palestinos. O cantor, será julgado por promover a normalização com Israel. A Autoridade Palestina ficou chateada porque alguém ousou tentar rebater a difamação do apartheid de Israel.

O movimento BDS se tornou tão ridículo que, em nome da “justiça social, direitos humanos e dignidade”, pressionaram e conseguiram que o Festival Internacional de Filmes de Durban barrasse a participação de Yakie Ayalon simplesmente por ele ser israelense. Ironicamente, Ayalon é conhecido por seus documentários sobre questões sociais, incluindo a situação dos africanos.

Como a história nos mostra, boicotes não funcionam. Nem contra o Irã, a Coreia do Norte ou a Síria. Eles se viram com o que têm. O Irã tem que reformar velhos Boeing 747s, C-130s e F-14s porque, desde os anos 1970, não pode comprar novas aeronaves do Ocidente. Enquanto isso, Israel está voando com os F-35s mais recentes. Se alguém quiser perguntar se o “boicote” resultou em alguma coisa, basta olhar para essas realidades.

O BDS é um movimento fracassado, antissemita e ignorante. Mas independentemente do que aconteça no caso Ben & Jerry's, este sorvete já deixou um gosto ruim em todos nós.



 

Sunday, July 18, 2021

O Obsceno Convite da America - 18/07/2021

Em sua campanha de rebaixar a América e cimentar uma imagem de país racista, a administração Biden convidou o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que inclui os bastiões de direitos humanos como a China, Cuba, a Rússia, o Iraque, o Paquistão, o Sudão e a Venezuela para julgarem se a América é um país racista. Imaginem o absurdo!!!!

O Secretário de Estado Tony Blinken justificou sua ação, dizendo que “para os Estados Unidos serem uma força crível em direitos humanos ao redor do mundo, temos que confrontar as realidades domésticas de racismo e ódio. ... Temos que confrontá-las aberta e honestamente. Mesmo se forem feias. Mesmo se forem doloridas.”

A mensagem veio elaborada com a musiquinha de tragédia ao fundo, é o exemplo clássico do uso de clichés que procuram apelar para o emocional e não para o racional do público. Como dizer por exemplo: “Grandes nações como a nossa não escondem suas deficiências; elas as reconhecem abertamente e se esforçam para melhorar com transparência”. Que balela! Inacreditável.

E Blinken não parou aí. Ele foi mais além pedindo a todos os membros da ONU para se unirem neste esforço e confrontarem o flagelo do racismo, da discriminação racial e xenofobia na America! Isto parece ser o primeiro passo num plano de fazer um convite aberto a todos os “especialistas” da ONU para concentrarem seus esforços nos direitos humanos nos Estados Unidos.

Vamos entender isso. O Secretario de Estado convida pessoas da ONU, que é uma fossa, uma verdadeira latrina de ditaduras, de violadores de direitos humanos  que odeiam os Estados Unidos, para virem para a América e julgar os americanos? Sem se preocupar com suas predisposições, seus ódios, seus preconceitos e sua hostilidade contra sistemas democráticos?

Nunca, mas, nunca vimos uma coisa desta.

Blinken convidou a China, que tem mais de um milhão de uigures em campos de concentração e programas de esterilização de suas mulheres. Convidou Cuba, que acabou de fechar os canais de comunicação com o exterior, incluindo a internet, para sufocar protestos da população que só está pedindo liberdade; convidou a Venezuela que acabou de prender na semana passada o líder da oposição Freddy Guevara que acusou de traição e terrorismo; e a Rússia, controlada por Putin, um ex-oficial da KGB que envenena seus adversários políticos onde quer que estejam.

E por quê?? O que os Estados Unidos ganham com isso? Blinken convida inimigos dos Estados Unidos para se instalarem na América para investigarem abusos de direitos humanos? O que eles vão fazer? Compilar informações e entregá-las para o resto do mundo? Isto ou é uma estupidez ou uma loucura.

Esta administração está pedindo a pessoas com as mãos sujas virem e julgarem o país mais livre do mundo? Eu não vejo milhares de pessoas se reunindo em caravanas para entrarem na Venezuela, em Cuba ou na China. Eu não vejo pessoas arriscando suas vidas para entrarem na Rússia, Afeganistão ou no Paquistão. Eu vejo caravanas de pessoas destes países tentando entrar na América.

Blinken está convidando potências estrangeiras para verificar o comportamento da polícia em relação a afro-americanos? Isto não é o trabalho do Departamento de Justiça? E como é que estes estrangeiros irão compilar esta informação? Com que autoridade? Vão entrar nas delegacias em todo o país e pedir estatísticas? Vão fazer entrevistas? Quem irá revisar e comprovar as evidências que suportarão o relatório final?

Isso é um tapa na cara no judiciário americano. O mesmo que sentenciou Derek Chauvin - o policial que prendeu George Floyd - a 22 anos de cadeia. Isto não foi suficiente? Ou o governo federal americano que está ativamente monitorando vários departamentos de polícia? Isto também não é suficiente? É preciso convidar o governo da China comunista ou de Cuba para revelar a verdade do que acontece na América?

Este convite aos "especialistas" da ONU para investigar o flagelo do racismo nos Estados Unidos é uma farsa completa. Isso porque a burocracia dos direitos humanos da ONU é toda sobre política, não sobre descobrir a verdade. Temos a prova com Israel. Há mais resoluções contra o estado judeu do que todas as resoluções contra todos os outros membros juntos. A maioria dos funcionários são ativistas de esquerda, enquanto os escalões mais altos respondem às ordens da casa - das nações que em sua maioria não são democracias e veem os direitos humanos com total desprezo. Irã, China, Rússia - países que nunca permitiriam, muito menos convidariam, uma investigação desta, são os convidados para coletar e exibir os males da América (enquanto seus líderes despóticos devem estar rindo desta tentativa absurda de autodestruição).

Os relatores especiais da ONU que Blinken especificamente convidou, agora têm a garantia de acentuar o negativo, basicamente endossando todas as reivindicações da esquerda radical americana. A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, já endossou a ideia de reparações para os descendentes de escravos. Uma questão que se resume a afro-americanos que nunca foram escravos receberem compensação por uma escravidão que nunca sofreram, paga por brancos que nunca tiveram escravos. Isto é logico??

A América é tão racista - como alegam os descendentes dos 388 mil escravos que foram trazidos entre 1525 e 1866- que mais de 3 milhões de africanos resolveram imigrar para os Estados Unidos somente nos últimos 10 anos. Como é que eles explicam isso?

Infelizmente, a administração Biden está infalivelmente ao lado dos radicais raciais, apoiando a perniciosa "teoria racial crítica" (o princípio de que todos os brancos são irremediavelmente racistas) tanto na política quanto no resto do governo, inclusive nas forças armadas.

Blinken e outros bidenistas pensam que estão ganhando pontos fáceis com a esquerda barulhenta do seu partido, mas são os grandes perdedores para o grande centro americano.

Por seu lado, a administração Biden está dando carta branca para milhares de imigrantes ilegais que atravessam a fronteira dos Estados Unidos com o México, que estão simplesmente procurando melhorar de vida. De acordo com reportagens, os oficiais que processam seus pedidos de asilo, dão a eles passagens de ônibus para estados predominantemente republicanos para num futuro próximo mudarem a demografia das eleições. Mas nesta semana, o Secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, anunciou sem quaisquer reservas, que pessoas que fugirem de Cuba por barco não terão permissão para entrar nos Estados Unidos, mesmo se demonstrarem temor de serem perseguidos ou torturados em seu país.

Então vejamos. Os Estados Unidos têm uma lei contra a imigração ilegal que o governo está ativamente violando enquanto tem outra sobre dar asilos a pessoas perseguidas que ela se recusa a aplicar. E por quê? Porque os que fogem de Cuba sabem o que é o comunismo, eles experimentaram o fracasso da experiencia socialista. Eles querem vir para a América porque ela é livre. E Biden lhes recusa entrada porque estes cubanos serão eleitores que no futuro tenderão a votar republicano. A maior ironia é que o próprio Alejandro Mayorkas veio para os Estados Unidos de Cuba em 1960 como refugiado.

E agora a melhor. O grupo Black Lives Matter, ou Vidas Negras Importam, fez uma declaração obscena sobre Cuba, não apoiando o povo que é em sua maioria mulato ou negro, mas apoiando a classe branca dos dirigentes, dizendo que desde 1962 os Estados Unidos impuseram a dor e sofrimento no povo de Cuba, impedindo a revolução que eles tanto queriam, cortando comida, remédios e suprimentos e exigindo a imediata suspensão das sanções.

O BLM –acabou de provar que não está aí para defender os negros, ou minorias de cor, mas para promover o marxismo.

Infelizmente estes são os movimentos que estão dominando hoje a América. São um bando de ignorantes que querem queimar o sistema, que são corruptos e estão atrás da mesma coisa que todos os movimentos marxistas sempre procuraram: o poder.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sunday, July 11, 2021

Outra Legislação Antissemita da Polonia - 11/7/2021

 Mais uma vez a Polonia está mostrando seus dentes podres do antissemitismo. Em 2018 eles aprovaram uma lei criminalizando a fala sobre campos de concentração poloneses. Se alguém tiver a temeridade de falar sobre campos poloneses na Polonia, vai preso.

 Agora querem aprovar uma lei limitando, não, impedindo qualquer vítima do Holocausto ou seus descendentes de recuperar ou de obter qualquer compensação por suas propriedades confiscadas durante a Segunda Guerra.

Os últimos governos poloneses estão investidos em reescrever a história. Eles querem que o mundo pare de falar sobre seus campos de concentração, aqueles que geram para eles milhões de dólares em turismo anual, e os definam como campos de concentração alemães situados na Polonia. Como se os alemães tivessem pré-fabricado as barracas e os fornos crematórios e simplesmente os tivessem transplantado na Polonia.

Os nazistas construíram mais de 40 mil campos durante a guerra, mas a vasta maioria eram campos de trânsito e coleta de pessoas. Dos 10 campos de extermínio - aqueles das câmaras de gás e fornos crematórios - sete estavam na Polônia: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor, Treblinka e Varsóvia. Os outros três estavam localizados na Sérvia, Bielorrússia e Ucrânia. Só em Auschwitz foram mais de um milhão e cem mil judeus mortos. Tirar a responsabilidade da Polônia, que matou 90% dos seus 3.2 milhões de judeus é um insulto.

Os alemães não construíram campos de concentração do dia para a noite. E houve uma razão muito forte para os nazistas terem escolhido a Polonia para instalar especialmente os campos de extermínio.  Tropas alemãs não teriam conseguido construir e gerenciar os campos transformando-os na eficiente máquina mortífera que massacrou 6 milhões de judeus, sem a ajuda e apoio da população local. E a população local, extremamente antissemita, estava mais do que ansiosa para ajudar.

Os poloneses de então compraram a mesma propaganda que ouvimos hoje: que os judeus dominam a mídia, as finanças, o governo americano, querem dominar o mundo, são pão-duros e só ajudam uns aos outros, etc. Depois passaram a negar a eles emprego, concentrá-los em guetos, confiscar suas propriedades, e por fim os levaram ao extermínio.

O povo polonês comprou esta retórica e hoje não quer assumir a responsabilidade por seus atos e por sua história, porque ela é feia demais.

Os poloneses não podem negar que, apesar de também terem sido perseguidos pelos nazistas, eles aproveitaram as leis raciais e o ódio ao judeu para matar, torturar, saquear e roubar seus vizinhos. Várias vezes ouvimos líderes poloneses se gabarem das histórias de poloneses que protegeram judeus durante a guerra. O que eles não contam é que aqueles que protegeram judeus foram ostracizados e até mortos, e invariavelmente pediam aos judeus que ajudaram para não contar para ninguém como haviam sobrevivido à guerra ou quem os havia ajudado.

Os poloneses não podem também esconder os pogroms cometidos contra os judeus durante e depois da guerra. No meio da ocupação nazista, em 1941, poloneses de Jedwabne massacraram mais de 300 judeus de sua cidade e saquearam suas propriedades.

Depois da Guerra, sobreviventes judeus emergiram dos campos de concentração, rastejaram para fora de seus esconderijos e abandonaram identidades emprestadas. Eles se levantaram e olharam ao redor, para as ruínas fumegantes e para as montanhas de entulho em que se tornara a Europa enquanto estavam encarcerados ou escondidos. Seus primeiros passos, depois de fugir da morte, foi procurar familiares, amigos e vizinhos que pudessem, como eles, de alguma forma ter conseguido sobreviver ao inferno e contra todas as probabilidades. Muitos decidiram voltar para suas casas de antes da guerra, mas em alguns lugares, especialmente na Europa Oriental, os judeus enfrentaram severas explosões de antissemitismo e violência antijudaica. No mínimo, as populações locais deveriam ter tido alguma simpatia por essas pessoas que perderam tudo - suas casas, anos de suas vidas e, em muitos casos, suas famílias inteiras. Mas não.

Em vez disso, os judeus poloneses que retornavam encontraram um antissemitismo terrível em sua fúria e brutalidade. O episódio mais chocante foi o pogrom de Kielce - um ataque violento em julho de 1946 por residentes poloneses contra sobreviventes que haviam retornado, no qual 42 judeus foram assassinados. O pogrom de Kielce se tornou um ponto de não retorno para os sobreviventes do Holocausto; foi a prova definitiva de que não restava esperança de reconstruir a vida judaica na Polônia.

O pogrom soou um alarme interno: durante os meses que se seguiram, os judeus fugiram da Europa Oriental da maneira que puderam. Se aproximadamente 1.000 judeus por mês deixaram a Polônia entre julho de 1945 e junho de 1946, imediatamente após o pogrom os números dispararam dramaticamente para 30 mil por mês.

A Polônia não quer que saibamos disso. Ela quer amordaçar o mundo para reescrever a História e limpar a mácula antissemita que assola o país ainda hoje. O chefe do partido governante Jaroslaw Kaczyński declarou que “isso é um assunto interno” e que os “poloneses fazem suas próprias leis e... não devemos nada a ninguém”. O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki prometeu que seu país não pagaria restituição aos sobreviventes do Holocausto por crimes cometidos pelos alemães em seu território durante a Segunda Guerra Mundial. Nem um zloti, nem um euro, nem um dólar,” disse Morawiecki na semana passada.

Antes do Holocausto, a Polônia era o lar de mais de três milhões de judeus e era uma das maiores comunidades judaicas do mundo. Durante a Guerra, a maioria dos judeus poloneses foi assassinada em guetos, campos de extermínio e campos de concentração administrados pela Alemanha na Polônia.

Embora a maioria dos países pós-comunistas tenha procurado consertar erros históricos e abordar a questão do roubo de propriedade judaica da época do Holocausto, a Polônia ficou para trás, alegando que foram os alemães, não eles, os responsáveis ​​pelas atrocidades contra os judeus.

O ministro das Relações Exteriores Yair Lapid criticou rápida e corretamente a lei e sua afronta ao Estado judeu e às famílias das vítimas que morreram em solo polonês.“Nenhuma lei mudará a história”, disse Lapid. “A lei polonesa é imoral e prejudicará gravemente as relações entre os dois países. Israel será um bastião que protegea memória do Holocausto e a dignidade dos sobreviventes e suas propriedades.

“Os poloneses, assim como os judeus, foram vítimas de crimes alemães terríveis”, tuitou o vice-ministro das Relações Exteriores da Polonia Pawel Jablonski. “A lei aprovada no Sejm protege as vítimas desses crimes e seus herdeiros contra fraudes e abusos.” Será? Ou é uma negação flagrante de um dos eventos mais sombrios da história?

A Polônia pode justificar o projeto como quiser, mas sua tentativa crua de acumular outra injustiça sobre os milhões de mortos em seu solo durante o Holocausto é nada menos que ultrajante.

Como escreveu o presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder, as ações da Polônia ao aprovar este projeto de lei são "um tapa na cara para o que resta dos judeus poloneses e dos sobreviventes da brutalidade nazista".

A legislação polonesa deve ser descartada imediatamente, seja por pressão internacional ou pelos poloneses, quando perceberem que sua aprovação adicionará outra dimensão ao sofrimento incomensurável suportado pelos judeus durante o Holocausto.


Sunday, July 4, 2021

O Duvidoso e Sufocante Abraço de Biden - 04/07/2021

 Na segunda-feira passada, o presidente americano, Joe Biden, encontrou-se com o presidente israelense, Reuven Rivlin, na Casa Branca. A conversa se resumiu em Biden tentar assegurar a Israel que não toleraria um Irã nuclear.

Biden disse: o que posso dizer é que o Irã nunca terá uma arma nuclear enquanto eu for presidente”. Em resposta, Rivlin disse estar "muito satisfeito" com a declaração de Biden e que teria sentido confiança de que a América defenderia os interesses de Israel.

Isso deveria ser, mas não é motivo de comemoração.

Biden tem só outros 3 anos e meio ou talvez outros 7 anos e meio, se for reeleito para impedir que o Irã chegue à bomba nuclear. Mas o acordo que Biden está tão ansioso para retomar, o JCPOA (o Acordo Nuclear com o Irã) permite ao Irã continuar com a pesquisa e o desenvolvimento de armas nucleares. E pior. Permite ao Irã, depois de 2028, de sim obter a bomba nuclear. No meio tempo, as sanções contra os mulás seriam suspensas, enchendo seus cofres, lhes permitindo patrocinar grupos terroristas no Oriente Médio e em outros locais, especialmente a Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza, os Houthis do Yemen, as milicias xiitas no Iraque e o governo da Síria. Isto aumentará a influência e a ameaça iraniana até que calmamente, com o passar dos anos, eles possam obter a bomba nuclear. Legalmente. E aí ninguém mais os segurará.

Biden deixou claro que ele está jogando a bola, ou melhor, o abacaxi, para outro descascar.  A declaração que ele fez foi inequívoca: ele vai adiar o problema até que outra pessoa esteja na Casa Branca – que, interessante, é exatamente o que o presidente Obama fez. Tanto Obama quanto Biden seguiram esse caminho porque os Estados Unidos governados por eles, não querem fazer o que é realmente necessário para impedir os iranianos de obterem a bomba: que é atacar seu complexo nuclear militar com força esmagadora.

Não podemos esquecer que em seu primeiro mandato como presidente, Obama declarou que sua política era prevenir que o Irã adquirisse a bomba nuclear. Mas em seu segundo mandato ele mudou a retórica para disse querer “conter” a bomba iraniana abdicando seu compromisso de impedir o Irã de adquirir armas nucleares.

O acordo nuclear que Obama assinou em 2015, deixou o Irã a poucos passos do enriquecimento necessário para uma bomba. Mesmo assim, o Irã violou todos os aspectos do acordo, começando no dia seguinte à sua assinatura. Hoje o Irã está às portas de produzir uranio enriquecido o suficiente para a bomba.

Além disso, como já comentei, as principais proibições do acordo começam a expirar em 2028, no último ano da administração Biden se ele for reeleito. Aí então o Irã estará livre para avançar todos os seus esforços para obter armamentos nucleares sem quaisquer restrições.

Biden decidiu reengajar o Irã e voltar para o desastroso acordo de Obama para chutar o problema para outro. E para assegurar que o Irã fique “calmo” durante sua administração, ele quer suspender as sanções econômicas mais efetivas contra esse governo assassino.

Não é por nada que a agência de notícias iranianas Tasnim publicou um artigo extenso sobre os próximos passos de Biden no Oriente Médio. O Irã está assistindo sorridente a retirada das tropas americanas do Afeganistão e espera que elas saiam de outros locais como o Iraque e a Síria.

Biden não entende que se as sanções forem suspensas e as tropas americanas saírem do Oriente Médio, os mulás serão fortalecidos de tal modo que não haverá como traze-los para qualquer mesa de negociação sobre seu programa nuclear, seu programa de armas balísticas ou suas atividades terroristas na região.

Como se os aiatolás Khamenei, Rouhani e o recém-escolhido Raisi que é ainda mais extremistas que os outros, estivessem mesmo dispostos a abandonar seus esforços de 40 anos para exportar a revolução islâmica, construir uma bomba nuclear, destruir Israel e ocupar os países sunitas ao seu redor!

Ou como se os "aliados da América" ​​(os europeus covardes e os russos ganaciosos) estivessem engajados em convencer o Irã a adotar uma “nova estratégia abrangente” que não inclua atacar Israel e ao resto da região. Como se hoje estes “aliados americanos” não estivessem correndo para fechar negócios milionários com os iranianos.

Não faz sentido passar de uma política de pressão máxima sobre o Irã, alcançada com Trump, para uma de concessões máximas e, acreditar que os EUA terão influência para negociar um acordo "mais longo, mais forte e mais amplo" como diz Biden.

Na semana passada, o secretário de Estado Anthony Blinken declarou que chegará uma hora que não será mais possível voltar ao acordo de 2015. Por seu lado, o Irã está colocando as mangas de fora declarando que não irá cumprir nada do acordo se os Estados Unidos não suspenderem todas as sanções imediatamente.

Tudo isso leva a crer que a volta ao acordo de 2015 ou a negociação de um novo acordo está longe de ser concluída.

Mas com acordo ou sem acordo, se Biden está falando sério sobre se certificar que o Irã não irá construir uma bomba nuclear, ele deve desenvolver uma ameaça militar crível e dissuasora contra o Irã. Isso inclui uma ameaça militar israelense independente, implementável e semi-aberta contra o Irã.

Biden ainda deve apoiar o esforço contínuo de Israel contra alvos terroristas e nucleares na Síria e no Iraque, e no próprio Irã; deve fornecer a Israel munições que penetram instalações subterrâneas; e encorajar abertamente uma cooperação militar mais estreita entre Israel e os estados do Golfo Árabe.

Sem isso, um acordo com o Irã valerá o papel aonde foi escrito. O Irã não mudará seu comportamento.

Apesar de se mostrar “satisfeito”, o presidente Rivlin, o primeiro-ministro Bennett, o ministro da Defesa Gantz, o ministro das Relações Exteriores Lapid (e o chefe de gabinete do IDF, Aviv Kochavi) entendem essas realidades. Eles sabem o está por detrás das tapinhas nas costas e sorrisos falsos de Biden.

É claro que é importante renovar a cooperação entre Israel e o partido democrata em Washington. Além do Irã existem outros problemas sérios de antissemitismo que está descontrolado na América. Entre outros ataques na semana passada, um rabino do Chabad, Shlomo Noginski, foi esfaqueado múltiplas vezes na frente da escola judaica do bairro de Brighton em Boston.

Se como esperamos o Irã se recusar a entrar novamente no Acordo Nuclear, os EUA e Israel estarão novamente do mesmo lado na política iraniana e poderão então chegar em uma estratégia conjunta em relação ao Irã. Mas, enquanto isso, cuidado com o abraço de Biden. Pode ser debilitante e eviscerante. Na questão mais crítica para a segurança e proteção a longo prazo de Israel, Jerusalém não pode ceder.