Sunday, October 23, 2016

A Hipnose Palestina - 23/10/2016

A hora da verdade finalmente está chegando ao Iraque. O exército do país junto com os curdos, os peshmerga e uns 4 mil soldados americanos dando  apoio logístico, estão se aproximando de Mosul, a capital do Estado Islâmico no Iraque. A Turquia está trabalhando freneticamente para ter algum papel militar na tomada da cidade, uma oferta totalmente rejeitada pelo governo do Iraque. Ninguém está impressionado com a oferta turca. Depois de suas ações na Síria contra as comunidades curdas, o governo iraquiano tem que assegurar a integridade e a segurança dos membros de sua coalisão para a tomada ser bem sucedida.

A Turquia por seu lado está procurando minar qualquer vitória para os curdos iraquianos ou sírios que poderia animar a sua comunidade curda a procurar a independência. Os curdos são a maior minoria do mundo sem um país. São 35 milhões espalhados pela Síria, Irã, Iraque e a maioria na Turquia, e Erdogan os quer submissos ao seu governo.

O uso de armas químicas continua na Síria. A ONU reportou um terceiro ataque pelo governo de Assad contra sua população com cloro em gás e o Estado Islâmico teria usado gás mostarda. Alguém ouviu alguma condenação do Conselho de Segurança da ONU? Não.

O que tivemos esta semana foi o repeteco do vergonhoso episódio na UNESCO. Na terça-feira, a absurda resolução que cortou todos os laços do Judaísmo e do Cristianismo com o Monte do Templo, que havia sido aprovada na semana anterior, foi ratificada pela organização. O único país a levantar objeção e trocar seu voto foi o México depois de um protesto maciço dos grupos cristãos e judaicos do país. A Itália que se absteve na votação, já avisou que irá votar contra na próxima votação.

A surpresa foi o Brasil avisar a Autoridade Palestina, que no futuro não poderia garantir seu apoio em resoluções similares. Se este foi o resultado da ação dos leitores, parabéns! Mas deveríamos esperar mais do nosso novo governo. Se reconheceu que esta resolução estava errada, porque não trocar seu voto? Por que deixar para a próxima vez??

Nesta semana que entra, novamente, uma resolução similar deverá ser votada pelo Comitê de Herança Mundial, um dos órgãos da UNESCO. Mas infelizmente nem o México, nem o Brasil ou a Itália fazem parte do comitê. Bastiões da cultura mundial como Angola, Burkina Faso, Cuba, Kuwait, Líbano, Tanzânia, Zimbabwe e outros, deverão dar aos palestinos uma vitória folgada. 

Além disso, estas resoluções não reconhecem qualquer ligação do povo judeu com o túmulo da matriarca Raquel em Belém e o túmulo dos patriarcas em Hebron ambos descritos na Bíblia, mas não são mencionados sequer uma vez em qualquer escrito islâmico. Nas resoluções, os dois locais são descritos como “monumentos palestinos”.

O mundo parece ainda estar hipnotizado pela causa palestina. Apesar de seu legado de cruéis ataques contra civis e de terem inventado e exportado o terrorismo moderno.

Ontem tropas do Iraque, que vêm batalhando homens-bomba diários, criados pelos palestinos, descobriram dezenas de túneis atravessando vilarejos cristãos próximos a Mosul, cobertos de armadilhas e explosivos, inspirados pelo Hamas.

Por seu lado, a mídia palestina noticiou nesta semana que 300 membros da Fatah, o partido palestino do qual Mahmoud Abbas é o presidente, começaram um treinamento militar em Gaza, em preparação para uma guerra com Israel.

O braço armado da Fatah, a Brigada dos Mártires de al-Aqsa anunciou que seus membros se alistaram em uma nova “academia” como preparação para uma futura batalha contra o “inimigo sionista”. Esta “academia” foi chamada de Divisão Nidal Al-Amoudi em homenagem ao terrorista que Israel matou em 2008. O proposito único desta divisão é tanto de preparar uma guerra contra Israel como lançar ataques terroristas contra israelenses.

Interessante que o Hamas, que matou dezenas e continua a perseguir membros da Fatah em Gaza, não está em sua lista de alvos.

Assim, em vez de treinar seus membros para retomar a Faixa de Gaza e libertá-la da tirania islâmica do Hamas, estes “soldados” da Fatah estão preparando uma guerra contra Israel, competindo entre si para ver quem está mais “preparado” para enfrentar o estado judeu. Isto de fato deixa pouco tempo para projetos sociais e melhora de vida da população.

Uns cinco grupos da Fatah atuam na Faixa de Gaza, mas como seu objetivo é só Israel, eles são tolerados pelo Hamas. Eles são formados em sua maioria por ex-policiais da Autoridade Palestina que perderam seus empregos quando o Hamas tomou a Faixa, mas continuam a receber seus salários de Abbas. Em outras palavras, estes “soldados” que preparam a guerra contra Israel recebem o dinheiro de doadores ocidentais como os Estados Unidos e países da União Europeia.  

Esta divisão Nidal Al-Amoudi, recentemente lançou um ataque sem precedentes contra Abbas, por ele ter participado no enterro de Shimon Peres, dizendo que são contra “qualquer forma de normalização com Israel!”. Eles exigiram que Abbas pedisse desculpas ao povo palestino e à Fatah dizendo que o “conflito armado é a única maneira de “libertar a Palestina””.

Não devemos nos enganar. Estes grupos acreditam representar a verdadeira Fatah, aquela que continua a seguir os princípios de Yasser Arafat; aquela que nunca reconheceu o direito de Israel de existir e a que vê o conflito armado como o único caminho digno para conquistarem Israel. Eles não são movimentos marginais. Nunca foram renegados por Abbas ou por outros membros da Fatah que continua a pagar seus salários. Eles representam o movimento original que hoje acusa Abbas de ter deturpado a doutrina de seu fundador.

Por seu lado, líderes da Fatah em Ramallah se dizem desconectados destes membros em Gaza e culpam o exilado Mohamed Dahlan pela divisão dentro do grupo.

Todos estes acontecimentos são importantes por uma grande razão: porque a comunidade internacional ainda vê a Fatah como um partido palestino “moderado” com o qual Israel tem que fazer a paz!

A Fatah é de fato um bicho com muitas cabeças. Uma que fala inglês e diz o que a comunidade internacional quer ouvir, isto é, que apoia a solução de dois estados e procura uma solução pacífica para o conflito com Israel. E tem outra, que fala a verdade em árabe: que está comprometida com o conflito armado e a “libertação da Palestina” de modo violento e para tanto, está se preparando para a guerra.

Ela ainda tem outra cabeça, mostrando os setores destruídos e pobres de Gaza, pelos quais também é responsável, para angariar a simpatia da imprensa e mais contribuições de doadores apenados pelo que veem.

Abbas perdeu a Faixa de Gaza não só para o Hamas, mas para seus próprios seguidores. Estes membros da Fatah estão marchando em uma direção totalmente diversa da direção de Ramallah. A disputa entre a Fatah e o Hamas, que efetivamente dividiu os palestinos em duas entidades, uma na Judeia e Samaria e outra em Gaza, é uma das razões pelas quais os palestinos estão mais longe do que nunca de um estado independente. A briga interna na Fatah e o oceano que separa seus líderes são outras razões.

Assim, quando ouvimos Abbas dizer que ele não convoca novas eleições porque só ele poderá fazer a paz com Israel e quando ele insiste ser o único líder da Fatah, o único líder da OLP, e o único líder da Autoridade Palestina, não há como não contestar sua credibilidade quando centenas de seus próprios seguidores estão se preparando para a guerra com Israel.

O mundo tem que acordar desta hipnose da causa palestina. É porque continuamos como zumbis, a dizer amém a tudo o que eles exigem, que o mundo continua a despencar cada vez mais fundo no poço da violência, guerra e desordem. Mas hoje, com a mídia social, todos nós podemos ter um papel neste despertar. É só não deixarmos para amanhã.




Sunday, October 16, 2016

O Vergonhoso Voto do Brasil na UNESCO - 16/10/16

Nesta última quinta-feira a UNESCO, a Agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, aprovou uma resolução submetida pelos palestinos, declarando o Monte do Templo e o Muro das Lamentações da cidade de Jerusalém, como locais unicamente sagrados aos árabes e muçulmanos. A UNESCO oficialmente cortou os laços que o Judaísmo e o Cristianismo têm com este local.

Dos 58 membros da UNESCO, 24 votaram a favor, 26 se abstiveram e somente 6 votaram contra! Os heróis foram a Estônia, a Alemanha, a Lituânia, a Holanda, o Reino Unido junto com a Irlanda do Norte e os Estados Unidos.

Esta não é a primeira vez que esta resolução vai ao voto e é aprovada. Em abril deste ano, a versão inicial desta resolução recebeu 33 votos a favor, 17 abstenções e os mesmos 6 contra.

A diferença desta vez é que houve um clamor no mundo cristão o que causou que 7 países trocassem seu voto de a favor para a abstenção, entre eles os países europeus como a França, a Espanha, a Suécia, a Eslovênia e a Argentina na América do Sul.

Mas aparentemente, este clamor não chegou ao Brasil. Nas duas votações a representante permanente do Brasil na UNESCO, a Sra. Eliana Zugaib, de origem árabe e que mora em Paris, com apenas o levantar de sua mão, em nome de todos os brasileiros, ela despedaçou a Bíblia e os Evangelhos e os jogou no lixo.

Na primeira votação em abril, o Brasil ainda tinha ao leme a ignorância personificada, para a qual os fatos, a história, a tradição ou a religião não tinham qualquer significância. O que interessava era a implantação da agência socialista e do alinhamento do nosso país com membros altamente culturais, científicos e educados da UNESCO como a Argélia, Bangladesh, Chade, Irã, Líbano, Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Paquistão, Senegal, Sudão e Vietnã.

Aonde está o novo governo Temer, e o novo Ministro das Relações Exteriores José Serra que deveriam ter restaurado a lucidez à política externa do Brasil?

Aonde está a bancada evangélica do Congresso? Será que o Senador Magno Malta, um dos seus líderes, ficou ciente que em seu nome, o governo do Brasil revogou os laços do Cristianismo com Jerusalém?

Daqui para frente, queridos ouvintes cristãos, não se poderá mais dizer que Jesus esteve no Templo fazendo perguntas aos sábios, ou que tenha purificado o Templo expulsando os trocadores de dinheiro. Não poderão nem mesmo dizer que Jesus foi crucificado ou que ressuscitou em Jerusalém. A resolução é clara ao dizer que o Monte do Templo e a Esplanada do Muro das Lamentações são só sagrados para o Islamismo e os muçulmanos. A mídia palestina reitera isso negando que jamais existiu qualquer Templo no local! E ainda, que Jesus não era judeu mas o primeiro mártir palestino da história!

Até a França, que tem que se preocupar com seus constituintes muçulmanos que já são 10% de sua população, desculpou-se por ter votado a favor da resolução em abril e nesta última pelo menos se absteve de votar por este estupro da história e da religião. Mas por que o Brasil votou a favor???

Por que esta obsessão em se aconchegar com o mundo muçulmano, e com os palestinos em particular? Será que devemos a eles uma grande dívida por sua imensa contribuição ao Brasil ou à humanidade? (Como os sequestros de aviões e os homens-bombas).

Ou será que são eles que devem ao Brasil? Sim, porque estes mendigos-chefes receberam R$25 milhões de reais por decreto do governo Dilma em 2010 e depois mais 10 milhões de dólares (outros 35 milhões de reais) para a construção de um hospital de ponta em Ramallah, enquanto os contribuintes destes milhões continuam a morrer na fila dos SUS ou são atendidos no chão dos hospitais por falta de verbas para comprar macas.

Ou será que a obsessão é mesmo com aprovar qualquer resolução por mais absurda que seja, desde que fira Israel e os judeus de algum modo? Mesmo ao preço de negar sua própria tradição, sua própria Bíblia?

Como judia, não posso deixar de lembrar que Jerusalem está mencionada na Bíblia 669 vezes e como Sião outras 154 vezes, totalizando 823 vezes. Durante os dois mil anos de exílio, o povo judeu continuou a rezar três vezes por dia por Jerusalém. A cada nascimento, a cada circuncisão, a cada casamento, a cada morte, sempre Jerusalém.

No Evangelho, Jerusalém está mencionada 154 vezes e Sião 7 vezes. Quantas vezes a cidade está mencionada no Al-Corão??? Nenhuma. Zero. Nil.

A passagem que muitos muçulmanos citam, do sonho de Maomé em que ele teria voado em seu cavalo até a mesquita mais longínqua, que eles interpretam como sendo El-Aqsa em Jerusalém, não faz qualquer sentido porque não só não havia islamismo fora da Arábia Saudita durante a sua vida, como esta mesquita só começou a ser construída em 705, 73 anos após a morte de Maomé.

Mas a coisa não para aí. O próprio Corão reconhece o direito dos judeus à Terra Santa! Sim, vocês leram bem. Então não só esta resolução nega o que está escrito na Bíblia e nos Evangelhos, mas para mais uma investida política contra Israel, a Autoridade Palestina não teve qualquer escrúpulo em negar o que diz seu próprio livro sagrado.

E a verdade é que Jerusalém nunca foi sagrada para o Islamismo. Tanto que quando rezam na mesquita de Al-Aqsa, eles se dirigem para Meca, levantando seu sagrado traseiro para o Domo da Pedra, o local mais sagrado do Templo.

Alguns dos exemplos do Corão são: Sura 29, versículo 47: Quando D-us fala ao povo de Israel ele diz: “Entre, Meu Povo, a Terra Santa que Alá designou para vocês. Não dê as costas à ela ou será sua ruína”. Ou a Sura 5, versículo 21: “Alá assentou os Israelitas na terra abençoada e deu à eles tudo o que era bom”. E a Sura 10, versículo 93: E Alá disse aos Israelitas: Vivam nesta Terra. Quando a promessa do mundo vindouro será cumprida, Eu reunirei todos vocês nesta Terra no Fim dos Tempos.”

Esta resolução não é só uma declaraçãozinha inócua. Ela tem consequências devastadoras para Israel e o mundo cristão.  Em vez de apaziguar, ela irá encorajar mais violência muçulmana em Jerusalém contra judeus e cristãos.

Toda a base legal para a presença judaica nesta Terra é o que está escrito na Bíblia! Para aonde, está escrito, o Messias irá, ou se for cristão, retornará? Para Tel Aviv? Não, para Jerusalem, para o Templo! Imaginem que amanhã, os muçulmanos proíbam o acesso dos cristãos na esplanada do Templo. Como poderão protestar? Se hoje os cristãos aceitam como verdadeira a retórica apresentada pelos palestinos de que nunca houve qualquer Templo ou judeus em Jerusalém, não houve Jesus, ou os apóstolos, ou Maria, ou a crucificação ou a ressurreição!

Para supostamente se alinhar com o terceiro mundo do qual nunca se gradua, o Brasil, um dos maiores países cristãos do mundo, senão o maior, vendeu suas crenças, deu as costas às suas preces, e destruiu suas esperanças.  Ele se curvou à ignorância, ao radicalismo, e para quê??? É esta a minha pergunta. O que o Brasil ganhou com isso??

Mas a sabedoria e a cultura hoje não pertencem a mim. Pertencem à UNESCO. 3.500 anos de história e das tradições judaico-cristãs no Brasil apagadas com o simples levantar do dedo da honorável embaixadora Elaine Zugaib.

Da mesma forma que demos um basta à ignorância e retomamos o leme do nosso destino, temos que questionar nossos parlamentares, nossos senadores, sobre o racional usado e quem foi o responsável por este voto do Brasil. E não faço isso de modo leviano. Todo aquele que ficou escandalizado com esta votação, deveria escrever para seu deputado, seu senador e expressar seu protesto e dizer “Não em meu Nome”. Para que na próxima votação o Brasil não faça mais este papel vergonhoso. Que ele orgulhosamente faça parte daqueles que não comprometem nem seus valores nem os de seu povo.  



Sunday, October 9, 2016

A Morte de Peres e o Novo Oriente Médio - 09/10/16

O mundo já não é mais o mesmo.  A guerra na Síria que já atingia proporções catastróficas se transformou em uma aniquilação sistemática de todos que se opõem ao regime de Assad. Hospitais, creches, residências, nada é poupado. E a Rússia, fazendo o trabalho sujo para o ditadorzinho sírio será levada ao Conselho de Segurança da ONU pelos Estados Unidos para responder por crimes de guerra.

Desde o Fim da Guerra Fria não vimos algo desta natureza. Por quatro anos assistimos Bashar Assad com o apoio da Hezbollah e do Irã tentar erradicar os rebeldes sunitas. Mas o fato da maioria da população ser sunita e apoiar os rebeldes tornou uma vitória impossível. E aí entrou a Rússia. E a nova tática: a limpeza étnica da maioria da população. A onda maciça de refugiados para a Europa é prova do sucesso desta tática bárbara. Putin não se importa. Ao contrário. Agora seus exércitos estão firmemente implantados nas costas do Mediterrâneo, às portas da Europa enfraquecida com seus milhões de refugiados.

O patético restabelecimento das relações com a Rússia protagonizada por Hillary Clinton em 2009 só serviu para confirmar a fraqueza da América. Quando Mitt Romney afirmou em sua campanha a presidente em 2012 que a Rússia era o maior perigo para a América, Obama o ridicularizou, mandando-o pegar um livro de história e constatar que a Guerra Fria tinha acabado. Onde está o brilhante Sr. Obama agora??

Um novo mundo surgiu nesta semana nas ruinas de Aleppo e outras cidades da Síria. É um novo mundo porque com a consolidação das bases russas na Síria, a supremacia aérea de Israel na região está em cheque. Com a instalação de sistemas de aviso, baterias antiaéreas avançadas e drones, Israel está severamente limitada em sua capacidade de defender sua fronteira norte e de efetuar missões preventivas, como contra transportes de armas e mísseis da Hezbollah.

É também irônico que este novo e perigoso mundo tenha surgido com o enterro de Shimon Perez. O sonhador da paz e protagonista dos Acordos de Oslo de 1993 não estará para assistir o capítulo final da carnificina que com boas intenções ele ajudou a gerar. Hoje mesmo mais dois israelenses foram mortos por um palestino terrorista de 39 anos, de Jerusalem, outro fruto da incitação que corre solta nas ondas de rádio e tv palestinas, cortesia de Oslo.

Pois é, infelizmente o mundo hoje está liderado por aqueles que vivem no mundo da fantasia. Mais de 70 líderes do mundo compareceram ao funeral de Peres, incluindo Obama, Bill Clinton e François Hollande para reforçar sua posição de paz com os vizinhos. Todos os três ainda empurrando um suposto “processo de paz” que não existe. E Angela Merkel, abrindo seus braços para mais de 1 milhão de refugiados sem um mínimo de verificação de quem sejam.

Muito a contragosto, Mahmoud Abbas também esteve no funeral de Peres. Enormes protestos e críticas se seguiram, tanto de dentro da Autoridade Palestina como do Hamas. Abbas sofreu um atentado contra sua casa nos dias que se seguiram. Jornais o declararam judeu como se este fosse o maior insulto.

O interessante é que se participar de um enterro de um líder israelense, especialmente um que devotou sua vida a fazer a paz com os palestinos, acarreta tal condenação, o que aconteceria se Abbas realmente resolvesse negociar um acordo de paz?

O Presidente Abbas está tomando uma dose de seu próprio remédio. É isso o que acontece quando se lança uma onda de ódio contra Israel, seus líderes, seu povo, por todos os meios possíveis: na mídia, nas escolas, nas mesquitas e nos discursos.  É isso o que acontece quando você convence seus seguidores que toda a população de Israel é “criminosa de Guerra” que deve ser levada acorrentada à Corte Internacional Penal. É isso o que acontece quando você repete que os judeus profanam os locais sagrados islâmicos e a cidade de Jerusalém com seus “pés imundos”, pois são descendentes de porcos e macacos.   Isso é o que acontece quando você acusa Israel de “limpeza étnica”, de “execuções extrajudiciais” e de ter “envenenado” Yasser Arafat.

Que reação você espera quando é visto ao lado de qualquer líder israelense? Acredito que a reação em si não foi surpresa. Só a sua intensidade.

Abbas que tem 81 anos está no leme da Autoridade Palestina há 11 anos. Na mídia social os ataques são ainda piores. Hashtags foram lançados dizendo “oferecer condolências pela morte de Peres é traição” e “Normalização é Traição”.

Como esperado Hamas foi ainda mais além. Mahmoud Zahar, um dos líderes do grupo em Gaza, disse “que de acordo com as opiniões islâmicas, Abbas é qualificado como judeu e assim ele espera que ele se junte a Peres no inferno”. Zahar ainda disse que “Abbas é um produto israelense. O homem que diz representar os palestinos se colocou contra todos os palestinos e os árabes”.

Um grupo enorme de acadêmicos palestinos e árabes, jornalistas e ativistas políticos assinaram uma petição pedindo para Abbas pedir desculpas por ter ido ao funeral de Peres, caracterizando o ato como um “erro político histórico” e um “choque” para os palestinos.

Este é o povo com o qual François Hollande e outros líderes do mundo esperam que Israel faça uma paz duradoura com segurança. Se isto não é fantasia, não sei o que o é.

A culpa pela radicalização palestina é exclusivamente de Abbas e do resto da Autoridade Palestina. Se você promove boicotes contra Israel, espere ser atacado quando você quebra o boicote e aperta a mão de um israelense, vivo ou morto. Os protestos irão acalmar, mas os protestos mandam uma mensagem clara à futuros líderes palestinos: Não à paz com Israel, não em nossos dias, não em qualquer dia”.

Como disse Caroline Glick em sua opinião da semana passada, é realmente irônico que um novo Oriente Médio esteja surgindo justo quando Shimon Perez - o visionário falho de uma fantasia  de um novo Oriente Médio – é enterrado. Para sobreviver neste Oriente Médio, Israel deve enterrar não só o corpo de Peres, mas sua visão fantasiosa que a paz pode ser construída com o apaziguamento dos inimigos e sobre as mentiras e fabricações que eles contam. Todos nós podemos sonhar com a paz, mas líderes que detêm as vidas dos cidadãos em suas mãos não podem ter sonhos que não sejam firmemente embasados na realidade. Faze-lo é o que levou às milhares de mortes de inocentes desde Oslo. Faze-lo é o que está levando à destruição completa da Síria. 

Tudo muito longe da paz.