Friday, January 27, 2012

A Guerra Intra-Muçulmana - 22/01/2012

Neste começo de 2012, além do conflito árabe-israelense, há um outro conflito no Oriente Médio fervendo e exacerbando a fragmentação entre os muçulmanos. As guerras entre os muçulmanos está sendo travada em todos os níveis: religioso, tribal, ideológico e geográfico.

O número de mortos na Síria está rapidamente aproximando os 7 mil. Os confrontos entre os Kurdos e Turcos já causou mais de 40 mil mortos desde 1984. Carros-bomba, homens-bomba e bombas improvisadas são rotina no Iraque apesar do Primeiro Ministro ser shiita, o Presidente ser um Kurdo e o Vice Presidente um sunita.

O Iraque se transformou na plataforma de vingança dos shiitas que formam 60% da população. Eles foram oprimidos pelos 20% da minoria sunita desde o século 17. O conflito securlar entre os  árabes do Iraque e os 15% de minoria Kurda que quer sua independência, complica mais a coisa.

O conflito entre sunitas e shiitas que existe desde o século VII, reapareceu no Iraque com toda a força depois da saída dos americanos em dezembro e vem sendo exacerbado pelo expansionismo iraniano shiita. A retirada americana do Iraque e proximamente do Afganistão, seu abandono de Mubarak e as vitórias simultâneas dos Islamistas no Egito, Líbia, Tunísia e Marrocos deram forças ao Irã, aumentando a ansiedade dos governos mais moderados no Oriente Médio.

Este Inverno Árabe desestabilizou a enfraqueceu os 3 principais regimes da região: o Egito, o Iraque e a Síria. Guerras civis fomentadas pelo Irã se espalharam no Yemen e em Bahrain aonde o regime só conseguiu acabar com os protestos com a intervenção da Arábia Saudita. Apesar de Bahrain ser pequena, o fim dos Al-Khalifa poderá determinar o futuro do Kuwait e outros estados do Golfo inclusive a Arábia Saudita que tem uma população shiita expressiva.

Historicamente, este conflito nunca esteve tão exacerbado como nos últimos 40 anos. O genocídio de centenas de milhares no Sudão, 1.2 milhões de Bangladeshis mortos por Paquistaneses, 200 mil mortos na Algéria; 1 milhão de mortos na guerra Irã – Iraque; 300 mil kurdos e shiitas mortos por Saddam Hussein; 80 mil iranianos mortos durante a revolução islâmica; 25 mil mortos no Setembro Negro na Jordânia e 20 mil mortos por Hafez Hassad em Hama na Síria. Em 2007 foi estimado que 11 milhões de muçulmanos morreram em conflitos desde 1948. Destes 11 milhões apenas 35 mil morreram em conflitos com Israel - ou 0.3%.

A violência intra-muçulmana é enraizada numa educação de ódio e intolerância com opiniões diversas e com a atitude islâmica para com conversos. De acordo com o Professor Bernard Lewis, a apostasia não é só um pecado, mas um crime de traição da comunidade. Um membro podre que deve ser amputado.

Um pesquisa em dezembro de 2010 do Instituto Pew revelou que a maioria dos muçulmanos são a favor de impor leis em seus países para permitir o apedrejamento de mulheres por adultério, a amputação das mãos por roubo e a pena de morte para muçulmanos que se converterem para outra religião. No Paquistão, por exemplo, 76% da população tem esta opinião ou mais de 125 milhões de pessoas. Isto não é uma minoria inexpressiva.

A ilusão da Primavera Árabe, da “Religião de Paz”, da Coalisão Árabe, da coexistência Árabe pacífica não durou nem um ano. 2012 pode se tornar um dos anos mais instáveis nos confrontos entre muçulmanos, completamente separado do conflito com Israel ou os palestinos. E porque isto é importante?

O Quarteto está pressionando Israel para novas concessões para reanimar este “processo de paz” incluindo a cessassão de construção por judeus na Judéia, Samária e Jerusalém que hoje, na mente esquizofrênica destes líderes, deve ser entregue aos palestinos.

E os Estados Unidos, nestas últimas semanas, chegaram mais próximo do que nunca de abrir negociações com os Talibãs. Há um ano atrás, a América decidiu que iria falar com o grupo se ele concordasse em baixar as armas, renunciar à Al-Qaeda e ao terrorismo e aceitar as regras da Constituição do Afganistão. Estas eram as pré-condições americanas mas ultimamente, Obama decidiu desistir delas. 

Este é só o último exemplo de como um estado pode se iludir com falsas idéias, pensando poder em negociar com um inimigo, sem derrotá-lo, especialmente um que advoga o radicalismo islâmico. Desde 1998, os liberais mostram o exemplo da Inglaterra que decidiu negociar com o grupo terrorista IRA - Exército Republicano Irlandês terminando assim o conflito na Irlanda do Norte. De fato, os ingleses têm passado incontáveis sermões nos israelenses para que se sentem com o Hamas usando o acordo com o IRA como exemplo.

Mas todos nós sabemos que as situações não são comparáveis. Em 1972 quando os ingleses tentaram falar com o IRA, houve um aumento na violência. O contato foi visto como uma fraqueza e os irlandeses detonaram 22 bombas num só dia. Na década de 90 as negociações foram bem sucedidas por que as forças inglesas os haviam derrotado completamente. O IRA estava severamente infiltrado e sua capacidade operacional deteriorada.

O mesmo não pode ser aplicado aos Talibãs ou ao Hamas ou Hezbollah. O objetivo do IRA era limitado à Irlanda do Norte. Os radicais islâmicos querem impôr sua ideologia no mundo e estão numa onda vencedora no Oriente Médio. O IRA não queria destruir a Inglaterra e controlar Londres. O radicais islâmicos querem eliminar Israel e tomar Jerusalem.

A Constituição do Hamas de 1988 diz que não há solução para o problema palestino a não ser o jihad. Em 2006 o grupo reafirmou que nunca mudará uma só palavra de sua constituição. Assim, quando Abbas se encontrou com os líderes do Hamas e do Jihad Islâmico em dezembro último, a mídia começou uma campanha dizendo que a Fatah estaria “moderando” o Hamas através do diálogo. Os porta-vozes da Fatah inventaram uma série de desculpas para justificar o acordo de reconciliação inclusive dizer que haviam convencido o Hamas a dar uma parada nos ataques à Israel.

Mas ao final dos encontros, o comunicado em árabe foi claro: “Nós do Hamas reafirmamos nosso direito à luta de qualquer forma, particularmente à luta armada para remover a ocupação. O caminho da resistência, jihad, e nosso martírio para Allah provou ser o único caminho para atingir nossos direitos pela força e a liberação de nossa terra, de Jerusalem e nossos lugares santos.”

O próprio Haniyeh disse antes da reunião que “a resistência armada e a luta armada são sua escolha estratégica e o caminho para libertar a terra palestina do mar ao rio Jordão e expulsar os invasores de terra Palestina.”

O fato da Irmandade Muçulmana ter ganho as eleições nos estados árabes vizinhos, deu ao Hamas novo ímpeto para expressar sua verdadeira posição. Hoje não há qualquer pressão para o Hamas mudar. Hoje é Abbas, sem Hosni Mubarak para apoia-lo, quem não teve outra escolha a não ser colocar o rabo entre as pernas e abraçar o Hamas. Seus porta-vozes estão tentando dar um “spin” na coisa para mostrar que Abbas ainda é relevante.

As pressões que Israel irá sofrer nos próximos meses e anos, antes de qualquer negociação com o Hamas, serão diretamente resultado destas negociações dos americanos com os Talibãs. E elas não serão simples. Em setembro do ano passado quando o governo do Afeganistão tentou dar a partida nas negociações, o representante dos Talibãs se matou junto com o representante afegão com uma bomba escondida em seu turbante.

É preciso ter em mente que os Talibãs não estão entrando nestas supostas negociações como derrotados. Os Estados Unidos já anunciaram que irão encerrar as operações de combate no Afganistão em 2014. Tudo o que os Talibãs precisam ter é paciência e eles comemorarão a saída do último americano como uma vitória. E aí não haverá mais negociação ou acordo que sobreviva e o ocidente não mais terá a chance de negociar de uma posição de força. Isto já aconteceu antes com a saída de Israel do sul do Líbano e Gaza e hoje estamos vendo as consequências.

Se olharmos em toda a História da Humanidade, antiga ou moderna, acordos de paz duradouros foram feitos quando houve uma vitória de um lado sobre o outro. Um lado vencedor e o outro o derrotado. Israel já nos mostrou como não se faz no Líbano e em Gaza mas o mundo não aprendeu com a lição. E isso é a prova da insanidade: você fazer a mesma coisa repetidamente esperando obter um resultado diferente. 

Se não ganharmos a guerra contra o radicalismo islâmico agora, estaremos sujeitando nossos filhos e as gerações vindouras a muita opressão e derramamento de sangue. E não há mais muito tempo a perder.

Tuesday, January 17, 2012

Últimos Momentos Para Conter o Irã - 15/01/2012

Foi uma operação saída dos melhores filmes de James Bond: inteligência impecável, executada com precisão de segundos e uma ousadia suprema. No meio da tarde de quarta-feira em meio às ruas cheias em Teherã, dois motociclicistas se aproximaram do Peugeot 405 em movimento e afixaram uma bomba magnética, fugindo em seguida. Após alguns momentos, a explosão poderosa matou Mostafa Ahmadi-Roshan, um engenheiro químico especializado em urânio e um dos pioneiros do programa nuclear iraniano.

Este assassinato, ocorrido na última quarta-feira, foi muito similar a assassinatos anteriores de cientistas envolvidos no programa nuclear do Irã e provocou uma forte resposta do governo que prometeu retaliações contra os responsáveis.

Ontem, a agência iraniana de notícias IRNA, disse que o Ministro das Relações Exteriores havia entregue uma carta aos Estados Unidos dizendo ter “informações seguras e provas” de que a CIA fornecera “direções, apoio e planejamento” a assassinos “diretamente envolvidos” no assassinato de Roshan. Os Estados Unidos negaram ter tido qualquer papel na operação.

Mostofa-Roshan se juntou ao seu chefe, Dr. Massoud Ali-Mahmoudi, morto há 2 anos e a outros 2 cientistas eliminados nos últimos 2 anos. Neste período o Ocidente intensificou ações secretas contra o programa nuclear iraniano, de acordo com oficiais americanos. Incidentes incluiram o virus de computador Stuxnet e explosões que afligem os responsáveis e a infraestrutura do programa nuclear.

Não sabemos quem está por trás desta onda e assassinatos. Há muitas possibilidades pois muitos países compreendem o perigo de uma nação tão extremista e fanática, que não exibe qualquer contenção, possua armas tão destruidoras. Armas que podem cair nas mãos de organizações terroristas no Oriente Médio, Ásia ou África e por em perigo a segurança do mundo todo.

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama e o Ministro da Defesa de Israel  Ehud Barak tiveram uma longa conversa na quinta-feira e discutiram a determinação do Irã em ignorar as sanções e concretizar suas ambições nucleares.

O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu, declarou há muito tempo atrás que um Irã nuclear é uma coisa inaceitável que ameaçaria a própria existência da humanidade. Muitos líderes, na época, fizeram pouco caso dos avisos e acusaram Israel de exagerar e até de paranóia. Os muitos anos nos quais o mundo fechou os olhos para o problema, permitiram aos Iranianos correr em direção da bomba atômica islâmica.

Apesar do governo de Israel repetidamente se negar a confirmar ou desmentir o envolvimento nos assassinatos dos cientistas iranianos, oficiais israelenses disseram que haviam estabelecido linhas vermelhas que, se atravessadas, levariam Israel a agir.

Uma destas linhas foi atravessada no final de semana passado quando o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Fereydoon Davani-Abbassi disse que havia começado a enriquecer urânio a 20%, perigosamente aproximando-o do combustível necessário para armas. O enriquecimento estaria sendo feito num local subterrâneo numa montanha cercada por baterias anti-aéreas praticamente imune à um ataque.

Este enriquecimento de urânio que o Irã começou nos últimos dias, confirma especulações de que Teherã está muito próximo de completar uma arma nuclear. Este enriquecimento pode muito breve atravessar outra linha de não-retorno, além da qual ficará impossível atacar o Irã sem matar centenas de milhares de civis inocentes.

Civis que há anos têm tentado mostrar ao mundo o quão repressivo e opressivo é este regime. Civis que têm vivido na miséria somente porque seus líderes malucos decidiram apontar uma arma carregada para o resto do mundo.

As tensões aumentaram muito este mês com os Estados Unidos e a União Européia impondo novas sanções contra o Irã incluindo uma proposta de embargo da importação do petróleo e a proibição de fazer qualquer transação com o Banco Central do Irã, que são a coluna vertebral de sua economia.

E o Irã também está jogando óleo no fogo. Na segunda-feira, uma corte iraniana decretou a pena de morte a um ex-soldado americano de 28 anos, acusado de espionar para a CIA. Ele teria viajado ao Irã para visitar sua avó. Além disso, o Irã ameaçou bloquear o Estreito de Hormuz provocando uma reação imediata americana dizendo que não deixaria isto acontecer.

Os Estados Unidos então conduziram exercícios navais e aéreos no Golfo Pérsico numa demonstração aos mullahs que o Ocidente e especialmente a América não ficará sentada enquanto a insanidade do Irã aumenta.

O século 20 foi o mais sangrento de todos na História da Humanidade exatamente pela falha das nações do mundo em reconhecerem o perigo de homens loucos. Se um líder insano pode causar a morte de mais de 20 milhões de pessoas, se torna um dever prevenir que a história se repita por todos os meios possíveis inclusive o uso da força. Não podemos subestimar qualquer nação, organização ou megalomaníaco que ameaça apagar outros países, pessoas ou culturas do mapa.

Nós no Ocidente estamos nos aproximando do momento da verdade. Duvido que apenas um virus de computador, assassinatos e sanções possam realmente evitar a loucura destes mullahs e Ahmadinejad que acreditam serem os escolhidos para trazerem o apocalipse e o final dos tempos.

Já protelamos até demais as ações que deveriam ter sido tomadas anos atrás. Uma vez que o enriquecimento de urânio começa a 20% não há muito tempo para agir. Nossa determinação é chave para assegurar o futuro da humanidade. E que Deus nos ajude a iluminar os dirigentes dos Estados Unidos que bem ou mal são os únicos hoje com a capacidade de agir.

Sunday, January 8, 2012

A Irmandade Muçulmana e o Tratado de Paz Egito-Israel - 08/01/2012

O presidente americano Barack Obama é extremamente "ingênuo" sobre a expansão da Irmandade Muçulmana no Oriente Médio. Esta é a conclusão do Conselho de Segurança Nacional de Israel. 

Em seu relatório o Conselho mostra preocupação com a vitória da Irmandade nas eleições do Egito e especialmente com as declarações de seus líderes. O segundo em comando Dr. Rashad Bayumi disse no domingo passado que a Irmandade nunca reconhecerá Israel e irá trabalhar para rever o tratado de paz. Ele disse ainda que nenhum membro da Irmandade terá qualquer contato ou relações com Israel. A Irmandade junto com o partido radical islamico al-Noor deverão controlar 60% do parlamento egípcio.

A ascenção das forças islâmicas jihadistas no Egito colocam os Estados Unidos e as potências ocidentais numa posição muito desconfortável. Os Estados Unidos são os garantidores do tratado de paz entre Israel e o Egito que tem como base o conceito de terra-por-paz. Em 1982 Israel deu o Sinai ao Egito e em troca recebeu um papel assinado que os egípcios não mais fariam a guerra. Agora que os jihadistas estarão no poder, o tratado será provavelmente revogado.

A pergunta é se isso de fato acontecer, será que os Estados Unidos irão exigir que o Egito devolva o Sinai para Israel? Isto parece absurdo mas se a administração Obama ou qualquer outra administração Americana não fizer esta exigência e a Europa não apoia-la, então todo o conceito de terra por paz será exposto como uma farsa, uma ficção.
Primeiro, este conceito propõe falsamente que o processo de paz é uma via de duas mãos. Um toma lá dá cá. Israel dá a terra, os árabes dão a paz. Mas a inevitável morte do acordo de paz com o Egito mostrará que ele é uma estrada de mão única. O que Israel entrega não tem retorno enquanto que as obrigações de paz dos árabes podem ser revogadas a qualquer tempo.
E aí temos as supostas inquebrantáveis garantias de segurança dadas pelos Estados Unidos e Europeus que acompanham a assinatura destes tratados. Todas as promessas feitas a Israel, que eles ficarão do lado do estado judeu quando ela se arrisca pela paz – serão expostas pelo que são: mentiras inúteis. Ninguém irá se levantar pelos direitos de Israel ou lembrar aos egípcios que devem honrar sua palavra.
E agora que a Irmandade Muçulmana foi democraticamente eleita no Egito e outros países do Oriente Médio, a mídia e representantes de governos ocidentais, ficam insistindo que estes movimentos anti-democráticos, anti-semitas e anti-Israel, de repente, depois de eleitos, se tornaram moderados e pragmáticos. Obama é um que está fazendo de tudo para mostrar favores à Irmandade Muçulmana. 
O jornal National Review Online reportou no dia 31 de dezembro último que Obama teria recrutado o líder espiritual da Irmandade, Sheikh Yussuf Qaradawi para intermediar negociações secretas dos americanos com os Talibãs.
Este é o mesmo Qaradawi que voltou do exílio para destituir Hosni Mubarak e liderou os manifestantes na praça Tahrir chamando-os para invadir Jerusalem. Em 2009 ele conclamou os muçulmanos a completarem o objetivo de Hitler e erradicar o povo judeu.
Tanto a Irmandade Muçulmana quanto os salafistas se contentam em dizer em termos muito gerais o que a mídia ocidental e seus políticos querem ouvir: que eles irão manter o acordo de paz com Israel. Mas em árabe, eles consistentemente prometem ao seu povo a destruição de Israel e a abolição do tratado de paz.
Mas mesmo para o ocidente estes grupos começaram a dizer que irão rever o acordo, emendá-lo e impor novas condições. Hoje mesmo, o representante da Irmandade Muçulmana no Egito deixou claro que as declarações da Casa Branca sobre o acordo de paz não eram verdadeiras. Ele disse que o acordo com Israel não é "Santo" e "deve e será revisto". Assim, se novas e impossíveis condições não forem aceitas por Israel, a abolição do tratado estará justificada e a culpa será do estado judeu. Isto acontecerá na primeira oportunidade. Marquem estas palavras.
É possível mas pouco provável que os Estados Unidos cortem a ajuda ao Egito se anular o tratado de paz com Israel. Mas é meio impossível acreditar que os Estados Unidos, como garantidores do tratado, irão exigir que o Egito retorne o Sinai a Israel.
É importante manter esta infeliz situação em mente quando analisamos o que ocorre com as propostas de terra por paz entre Israel e a Autoridade Palestina. Esta semana, depois de meses de intensa pressão dos Estados Unidos e União Européia, negociadores palestinos e israelenses se encontraram na Jordania. Os palestinos submeteram sua proposta de fronteiras e segurança e os israelenses devem responder na semana que vem.
Há várias razões pelas quais estas novas negociações irão falhar. A razão mais importante é que mesmo se houver um acordo, ele não sobreviverá. Vamos assumir que Abbas deixe de lado o problema dos refugiados que ele prometeu trazer para dentro de Israel e aceite dar a paz em troca da Judeia, Samária e Jerusalem. Abbas não representa ninguém hoje. Seu mandato terminou há 3 anos e o Hamas ganhou as últimas eleições palestinas em 2006. O mesmo Hamas, que como a Irmandade Muçulmana, nunca escondeu que sua razão de ser é de destruir Israel.  
Nesta semana, Ismail Hanyeh, líder do Hamas, em sua visita ao Cairo disse que “a resistência islâmica do Hamas é por definição um movimento jihadista com origem na Irmandade Muçulmana, Palestina na superfície, Islâmica no seu fundo e seu objetivo é a liberação do Jordão ao Mediterrâneo”.
Com seus colegas tomando o poder do Cairo a Casablanca, é difícil de imaginar um cenário no qual a Fatah irá ganhar as eleições palestinas. E é por causa disso que Abbas tem tentado fazer um acordo de união com o Hamas. No melhor dos casos de uma paz com Abbas, Israel será obrigada a sair da Judéia, Samária e Jerusalém, expelindo meio milhão de israelenses de suas casas. O Hamas então tomará o poder e abolirá este tratado.
Se isto está tão claro, então qual é o objetivo do Quarteto, trabalhando tão duro neste momento tão instável para conseguir um acordo que eles sabem não será respeitado pelos palestinos? No caso de algumas das partes, como as Nações Unidas,  o objetivo óbvio é o de enfraquecer Israel.  
Vejam só: apesar de Israel ter deixado 8 mil famílias judias sem-teto ao sair da Faixa de Gaza em 2005 e aturado mísseis, bombas e sequestros de soldados nestes últimos 6 anos e meio, num relatório em setembro, a ONU rotulou Israel como ocupador de Gaza. E de acordo com esta ficção, a organização, junto com os Estados Unidos e Europa, continuam a responsabilizar Israel pelo bem-estar da Faixa.
Imaginem: o Hamas nega que Gaza esteja sob a ocupação israelense mas a ONU não!
O Hamas, a Irmandade Muçulmana e a Fatah sabem que podem falar a verdade sobre seu comprometimento com a destruição de Israel sem qualquer repercussão. Eles sabem que o ocidente não irá ouvi-los. Não haverá qualquer preço a ser pago por sua duplicidade. Ao contrário eles sabem que serão premiados por ela.
Há 19 anos, desde a inauguração deste conceito de terra por paz, que os palestinos mostram sua má-fé. As entregas de terra por Israel foram consistentemente pagas com um aumento de terrorismo. Desde 1996, as forças de segurança palestinas têm sido treinadas pela América e Europa apesar de terem voltado suas armas para matar israelenses, de suas contínuas ameaças de destruição de Israel e seu envolvimento com o terrorismo. E com isso tudo, a América e a Europa continuam a treinar os palestinos e a exigir que Israel ceda mais território.
Em nenhum momento ouvimos que a América ou a Europa consideraram acabar com seu apoio aos palestinos ou tentar outra coisa que não esta ficção de terra por paz.
Para entender como isto é tudo uma idiotice basta ver o que aconteceu no Cairo esta semana. Ou o que não aconteceu. Não ouvimos uma só voz em todo o Egito ou no ocidente exigindo o respeito ao tratado de paz com Israel.
Chegou a hora de admitirmos a verdade. Terra por Paz é uma roleta russa e Israel é a única que está jogando.