A mídia
social, como qualquer outra coisa, tem pontos positivos e negativos.
Do lado
positivo ela fornece comunicação instantânea e fácil entre pessoas do mundo
todo, permite a reunião de velhos amigos e uma plataforma fácil para a promoção
de ideias e produtos.
Mas do lado
negativo ela levanta todos os tipos de questões de privacidade, oferece uma
ampla plataforma para promover ideias nocivas e diminui o diálogo.
Há tanta
coisa nas redes sociais, tanto barulho, que muitos sentem a necessidade de gritar
e berrar para serem ouvidos. Comentários moderados, sutis e educados são
perdidos no meio destes tweets ou de postagens nefastas no Facebook.
Neste
tecnologicamente avançado século 21, o discurso público se tornou acima de tudo
grosseiro e violento, devido ao anonimato e velocidade das postagens. O
discurso digno se tornou a vítima.
Neste final
de semana as mídias sociais foram usadas para mobilizar toda a sorte de
anarquistas para se reunirem nas maiores cidades americanas e promoverem uma
quebradeira. A desculpa usada seria o protesto pela morte horrenda de George
Floyd, um afro-americano, nas mãos de um policial branco na cidade de
Minneapolis.
A filmagem do
incidente não deixou qualquer dúvida sobre a condenável ação do policial. Floyd
havia sido preso por supostamente por ter usado uma nota de $20 falsa para
comprar cigarros. O filme mostra Floyd, de 46 anos, algemado e no chão,
imobilizado. Mas o policial, Derek Chauvin, resolveu colocar seu joelho no
pescoço de Floyd que gritou que não estava conseguindo respirar. Chauvin manteve
a pressão por 8 minutos. Quando Floyd já estava inconsciente, foi levado ao
hospital e pronunciado morto menos de um hora depois.
Sem dúvida,
um dos pilares da democracia americana é o direito de protesto. Mas o que vimos
aqui, em Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Portland, não foram protestos, mas
saques. E no meio da pandemia.
Lojas da
Nike, Adidas, Uniqlo, foram violentamente despojadas até a última prateleira. Mas
principalmente pequenas lojas, do comércio familiar, como minimercados, e até lojas
de roupas que estavam fechadas há 2 meses por causa do vírus e que se
preparavam para reabrir, foram destruídas.
Estas não são
ações de protesto. Ao contrario, elas ofendem a própria memória de George Floyd
que deveria conscientizar a sociedade para a brutalidade policial e promover
mudanças. As cenas de Chicago, de Los Angeles e daqui de Nova Iorque, do bairro
de Brooklyn, pareceram com áreas de guerra tamanha falta de ordem.
O policial em
questão foi demitido da policia e indiciado por homicídio.
Mas os
baderneiros não ficaram satisfeitos. Incendiaram carros de polícia e uma mulher
foi presa por tentativa de homicídio ao jogar uma garrafa incendiária numa
viatura ocupada por policiais. Outros foram presos tentando roubar armas da
policia. O dono de uma loja foi apedrejado tentando proteger seu comércio dos
saqueadores. Isto não é protesto. É crime.
Agora, que
governos têm estas cidades e estados com os piores incidentes? Todos
democratas. Os governadores, prefeitos, promotores e congressistas, todos autointitulados
“progressistas”, que de progresso não têm nada.
O prefeito de
NY, Bill de Blasio, demorou mais de um dia para mandar a policia para as ruas e
controlar a situação. Pior que ser um lider fraco, ele não suporta ser politicamente
incorreto. Na capital Washington DC os policiais agiram sob ordens do serviço
secreto contra os manifestantes que tentavam invadir os jardins da Casa Branca.
Todos nós
ficamos escandalizados com o que aconteceu com George Floyd. E ficamos também
escandalizados com o assassinato de Justine Ruszczyk, uma australiana branca,
morta por um policial negro, Mohammed Noor há um ano, na mesma cidade de
Minneapolis. Mas ninguém viu qualquer demonstração nas ruas por esta
brutalidade.
A
lei não se impõe por si só. Toda a sociedade tem um segmento que se encarrega
de faze-lo, seja a policia, os promotores e os tribunais. Mas eles só podem agir
quando os líderes lhes dão o sinal verde. E neste caso, aonde os prefeitos de
esquerda, dizem aos policiais: deixem os manifestantes soltar o vapor e
gastarem sua energia, e mandam tratar os saqueadores com luvas de pelica, a
devastação é palpável.
Quando não só
não há uma reação à altura, mas são premiados, os baderneiros ficam mais encorajados
e por isso tivemos os piores danos ontem, no terceiro dia. Grupos como Antifa
(que se diz anti-fascista mas é o mais fascista de todos) estão tomando as
mídias sociais com incitação para que o caos continue.
Toda esta
situação refletiu muito mal no exterior. Vendo as imagens de mais de 30 cidades
em estado de sítio, os inimigos dos Estados Unidos aproveitaram a situação.
Javad Zarif,
o ministro das relações exteriores do Irã twittou que “Alguns não acham que “vidas
negras importam. Para aqueles que como nós acreditam que elas importam, chegou
a hora de lutar contra o racismo”. É o fim da picada e da hipocrisia vinda de
um sujeitinho que representa um governo que quer trazer o fim do mundo, que
enforca homossexuais em guindastes, apedreja e prende mulheres por não cobrirem
o cabelo e incendeia sinagogas.
Mas tem pior.
A porta-voz do Ministério do Exterior da China Hua Chunying twittou ontem “não
posso respirar”, ecoando as últimas palavras de George Floyd. Justo ele que
representa um governo que tem mais de um milhão de pessoas em campos de
concentração, que quebrou cada uma das promessas feitas sobre a liberdade de
expressão em Hong Kong, que ocupa o Tibet ilegalmente tendo deliberadamente
transferido a população local para outros locais da China, que rouba direta e indiretamente
todos os segredos industriais de empresas que têm a temeridade de fazer
negócios com eles e que está ameaçando toda a Asia com seu poder militar.
Não acredito
que George Floyd aprovasse toda esta quebradeira. O que está acontecendo não
deve ter lugar em nossos dias. Para que serve todo o avanço tecnológico se ele
está sendo usado para maximizar uma conduta bárbara?
Chegou a hora de tomarmos
as rédeas e saber que as palavras e ações são importantes, e arrastar o discurso público
para a sarjeta é extremamente corrosivo e danoso para a sociedade.