Sunday, May 31, 2020

Os Protestos Pela Morte de George Floyd - 31/05/2020


A mídia social, como qualquer outra coisa, tem pontos positivos e negativos.

Do lado positivo ela fornece comunicação instantânea e fácil entre pessoas do mundo todo, permite a reunião de velhos amigos e uma plataforma fácil para a promoção de ideias e produtos.

Mas do lado negativo ela levanta todos os tipos de questões de privacidade, oferece uma ampla plataforma para promover ideias nocivas e diminui o diálogo.

Há tanta coisa nas redes sociais, tanto barulho, que muitos sentem a necessidade de gritar e berrar para serem ouvidos. Comentários moderados, sutis e educados são perdidos no meio destes tweets ou de postagens nefastas no Facebook.

Neste tecnologicamente avançado século 21, o discurso público se tornou acima de tudo grosseiro e violento, devido ao anonimato e velocidade das postagens. O discurso digno se tornou a vítima.

Neste final de semana as mídias sociais foram usadas para mobilizar toda a sorte de anarquistas para se reunirem nas maiores cidades americanas e promoverem uma quebradeira. A desculpa usada seria o protesto pela morte horrenda de George Floyd, um afro-americano, nas mãos de um policial branco na cidade de Minneapolis.

A filmagem do incidente não deixou qualquer dúvida sobre a condenável ação do policial. Floyd havia sido preso por supostamente por ter usado uma nota de $20 falsa para comprar cigarros. O filme mostra Floyd, de 46 anos, algemado e no chão, imobilizado. Mas o policial, Derek Chauvin, resolveu colocar seu joelho no pescoço de Floyd que gritou que não estava conseguindo respirar. Chauvin manteve a pressão por 8 minutos. Quando Floyd já estava inconsciente, foi levado ao hospital e pronunciado morto menos de um hora depois.

Sem dúvida, um dos pilares da democracia americana é o direito de protesto. Mas o que vimos aqui, em Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Portland, não foram protestos, mas saques. E no meio da pandemia.

Lojas da Nike, Adidas, Uniqlo, foram violentamente despojadas até a última prateleira. Mas principalmente pequenas lojas, do comércio familiar, como minimercados, e até lojas de roupas que estavam fechadas há 2 meses por causa do vírus e que se preparavam para reabrir, foram destruídas.

Estas não são ações de protesto. Ao contrario, elas ofendem a própria memória de George Floyd que deveria conscientizar a sociedade para a brutalidade policial e promover mudanças. As cenas de Chicago, de Los Angeles e daqui de Nova Iorque, do bairro de Brooklyn, pareceram com áreas de guerra tamanha falta de ordem.

O policial em questão foi demitido da policia e indiciado por homicídio.

Mas os baderneiros não ficaram satisfeitos. Incendiaram carros de polícia e uma mulher foi presa por tentativa de homicídio ao jogar uma garrafa incendiária numa viatura ocupada por policiais. Outros foram presos tentando roubar armas da policia. O dono de uma loja foi apedrejado tentando proteger seu comércio dos saqueadores. Isto não é protesto. É crime.

Agora, que governos têm estas cidades e estados com os piores incidentes? Todos democratas. Os governadores, prefeitos, promotores e congressistas, todos autointitulados “progressistas”, que de progresso não têm nada.

O prefeito de NY, Bill de Blasio, demorou mais de um dia para mandar a policia para as ruas e controlar a situação. Pior que ser um lider fraco, ele não suporta ser politicamente incorreto. Na capital Washington DC os policiais agiram sob ordens do serviço secreto contra os manifestantes que tentavam invadir os jardins da Casa Branca.

Todos nós ficamos escandalizados com o que aconteceu com George Floyd. E ficamos também escandalizados com o assassinato de Justine Ruszczyk, uma australiana branca, morta por um policial negro, Mohammed Noor há um ano, na mesma cidade de Minneapolis. Mas ninguém viu qualquer demonstração nas ruas por esta brutalidade.

A lei não se impõe por si só. Toda a sociedade tem um segmento que se encarrega de faze-lo, seja a policia, os promotores e os tribunais. Mas eles só podem agir quando os líderes lhes dão o sinal verde. E neste caso, aonde os prefeitos de esquerda, dizem aos policiais: deixem os manifestantes soltar o vapor e gastarem sua energia, e mandam tratar os saqueadores com luvas de pelica, a devastação é palpável.

Quando não só não há uma reação à altura, mas são premiados, os baderneiros ficam mais encorajados e por isso tivemos os piores danos ontem, no terceiro dia. Grupos como Antifa (que se diz anti-fascista mas é o mais fascista de todos) estão tomando as mídias sociais com incitação para que o caos continue.

Toda esta situação refletiu muito mal no exterior. Vendo as imagens de mais de 30 cidades em estado de sítio, os inimigos dos Estados Unidos aproveitaram a situação.

Javad Zarif, o ministro das relações exteriores do Irã twittou que “Alguns não acham que “vidas negras importam. Para aqueles que como nós acreditam que elas importam, chegou a hora de lutar contra o racismo”. É o fim da picada e da hipocrisia vinda de um sujeitinho que representa um governo que quer trazer o fim do mundo, que enforca homossexuais em guindastes, apedreja e prende mulheres por não cobrirem o cabelo e incendeia sinagogas.

Mas tem pior. A porta-voz do Ministério do Exterior da China Hua Chunying twittou ontem “não posso respirar”, ecoando as últimas palavras de George Floyd. Justo ele que representa um governo que tem mais de um milhão de pessoas em campos de concentração, que quebrou cada uma das promessas feitas sobre a liberdade de expressão em Hong Kong, que ocupa o Tibet ilegalmente tendo deliberadamente transferido a população local para outros locais da China, que rouba direta e indiretamente todos os segredos industriais de empresas que têm a temeridade de fazer negócios com eles e que está ameaçando toda a Asia com seu poder militar.

Não acredito que George Floyd aprovasse toda esta quebradeira. O que está acontecendo não deve ter lugar em nossos dias. Para que serve todo o avanço tecnológico se ele está sendo usado para maximizar uma conduta bárbara?

Chegou a hora de tomarmos as rédeas e saber que as palavras e ações  são importantes, e arrastar o discurso público para a sarjeta é extremamente corrosivo e danoso para a sociedade.





Sunday, May 24, 2020

O Ultimo Chilique de Abbas - 24/05/2020


Ultimamente o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, arranjou mais uma desculpa para esmolar junto a seus irmãos árabes e europeus: o coronavírus. A sua suposta “falta de recursos” para combater a pandemia é de quebrar o coração.  Mas parece que “recursos” para Abbas, se limitam ao dinheiro vivo porque qualquer coisa outra, como equipamentos médicos, máscaras e roupas protetoras não contam.

Nesta semana, ele recusou um avião inteiro de ajuda enviada pelos Emirados Árabes sabem por quê? Por que o avião aterrissou no aeroporto de Ben Gurion em Israel. A arrogância dele chegou ao ponto de condenar os Emirados por estarem “normalizando” suas relações com Israel. A mídia dos Emirados como dizemos em bom português, “desceu a lenha” em Abbas.

Mas a senilidade do velho líder palestino se faz sentir a cada vez que abre a boca. Ele continua a repetir a mesma velha ladainha como se fosse uma novidade bombástica. Na terça-feira ele convocou uma reunião de imprensa para anunciar pela centésima vez que não mais iria respeitar os acordos com Israel. A única diferença foi que desta vez ele incluiu os Estados Unidos como alvo de sua birra.

Ele disse que "Considera o governo americano totalmente responsável pela opressão contra o povo palestino e o principal parceiro do governo de ocupação nas medidas agressivas e injustas contra o povo palestino".

Embora os capachos presentes duvidassem que Abbas realmente cumprisse sua promessa de acabar com a cooperação econômica e de segurança com Israel nenhum deles teve coragem de abrir a boca. Aqueles que ousaram perguntar sobre um cronograma para implementar esta decisão, foram avisados​​ pelos assessores de Abbas que se não calassem a boca, seriam expulsos. É claro.

A última coisa que Abbas quer, é cumprir estas ameaças idiotas. É Israel quem continua a dar a segurança a ele continuar no poder. A única promessa que ele cumpre é o financiamento dos terroristas. Como Donald Trump teve a ousadia de exigir que ele desse um fim à prática de “pagar para matar”, que exigisse que ele honrasse sua promessa de renunciar ao terrorismo e reconhecesse Israel como um Estado judeu?

E essa é a verdadeira razão de sua última diatribe: relembrar a comunidade internacional de sua "situação" e forçar os líderes árabes e europeus a à atenderem à sua última reclamação.

Não que seja uma nova reclamação, é claro. Não, Abbas é um macaco velho que se mantém relevante ao fingir que sua principal missão na vida - como a de seu antecessor, o falecido arqui-terrorista e chefe da OLP Yasser Arafat - é obter independência de seu povo da ocupação “ilegal de Israel” da Judeia e Samaria e Gaza.

Não importa que a Jordânia tivesse ocupado a Judeia e Samária e o Egito ocupado Gaza de 1949 a 1967 e durante aqueles anos nunca houve qualquer reinvidicação árabe para constituir um estado palestino naquelas áreas. Que em 1964, a OLP foi constituída para libertar toda a chamada Palestina menos a Judeia, Samaria e Gaza que Arafat reconhecia serem da Jordânia e do Egito. Esqueça que Israel se retirou totalmente de Gaza em 2005, evacuando à força todos os 8 mil judeus que viviam lá. Gaza para Abbas continua sendo “ocupada”.

Agora, na Judeia e Samaria não são 8 mil mas 700 mil habitantes, em comunidades que formam verdadeiras cidades. O que Israel planeja fazer é aplicar a lei israelense sobre estas cidades e não mais deixa-las sob o comando da administração civil do exército.  Esta é a grande “anexação” que enfurece tanto Abbas.

Abbas distorce a história para se adequar à sua narrativa em casa e no exterior. Em casa, através de livros escolares e da mídia bem controlados, ele promove a noção de que a "catástrofe" da fundação de Israel em 1948 foi a "ocupação ilegal da Palestina" original. Ao mesmo tempo, ele nega o Holocausto e acusa Israel de crimes nazistas, glorifica mártires que morrem matando judeus inocentes e promovendo um antissemitismo visceral na sua sociedade.

Para o exterior, Abbas culpa Israel pela falta de paz, evita a questão do incitamento à violência e se refere apenas às fronteiras de 1967 ao discutir o estado palestino.

Apesar de ser uma fraude, Abbas foi recompensado generosamente, não apenas com grandes quantidades de dinheiro de todo o mundo, mas com a ajuda de Israel no esforço conjunto para manter o Hamas sob controle. E só para deixar claro, a organização terrorista que governa Gaza está tão empenhada em aniquilar Abbas quanto em acabar com a "entidade sionista".

Portanto, não é do interesse de Abbas interromper a cooperação de segurança com Israel, e ele sabe disso. Ele também está ciente que não pode cortar os laços econômicos para os 100 mil palestinos empregados em Israel entre eles, cerca de 30 mil que trabalham nos "assentamentos" que ele e seus campeões de esquerda chamam de "ilegais".

A perspectiva de que o novo governo de Israel estenda a soberania israelense sobre partes da Judéia e Samaria e do vale do Jordão está deixando Abbas em pânico. Um pânico que começou quando Trump assumiu a presidência e que vem aumentando desde então. Com um bom motivo.

Trump e sua equipe deixaram claro desde o início que eles não toleravam as palhaçadas palestinas. A posição deles desde o início era que Israel é a pátria histórica do povo judeu e um milagre moderno - um farol de liberdade e democracia no Oriente Médio com valores que os Estados Unidos compartilham.

Trump avisou Abbas para aceitar seu programa ou esquecer a ajuda americana. E para a surpresa de Abbas, o governo americano começou a implementar uma série de políticas que o encostaram na parede.

Como por exemplo, reconhecer oficialmente Jerusalém como a capital de Israel; cortar fundos para a UNRWA; a assinatura do Taylor Force Act; a saida do acordo nuclear com o Irã; a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém; o reconhecimento da soberania israelense sobre as colinas do Golã; e o anuncio que assentamentos israelenses na Judéia e Samaria não "violam  o direito internacional".

Nenhum chilique que Abbas tenha dado a essas ações fez a menor diferença. Nem os avisos de que todo o inferno irromperia no Oriente Médio. As reações do mundo a cada declaração provocaram apenas um bocejo.

É provavelmente por isso que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não teve problemas em adotar o plano de Trump. A experiência lhe ensinou duas coisas: uma é que as assinaturas palestinas sobre acordos de paz não têm qualquer valor; o outro é que Trump cumpre suas promessas.

Não dá para saber o que Abbas espera conseguir, fazendo ameaças que todos consideram vazias. O líder de 84 anos e autor do livro: O outro lado: a relação secreta entre nazismo e sionismo” sabe que logo vai sair do cargo, vivo ou morto, e não com um brado, mas com uma lamuria.




Sunday, May 17, 2020

A Anexação do Vale do Jordão: Uma Oportunidade a Não Ser Desperdiçada - 17/05/2020


Finalmente Israel tem um governo. E finalmente porque o tempo urge. Pelo acordo entre o Likud e o Azul e Branco, a partir de 1º de julho de 2020, o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu poderá submeter uma lei para a aplicação da soberania israelense sobre partes da Judeia e Samaria incluindo o Vale do Jordão para a aprovação da Knesset".

A importância estratégica do Vale do Jordão não pode ser negligenciada. Ele marca a fronteira entre Israel e a Jordânia e forma uma barreira natural que através de toda a história tornou invasões vindas do leste muito mais difíceis. Hoje o Vale do Jordão protege Israel contra a infiltração de terroristas e impede o contrabando de armas para a Judéia e Samaria.  Desde 1967 se fala sobre anexar a região, mas por ser altamente controversa, nenhum governo anterior ousou faze-lo.

Em janeiro de 2014, os partidos da oposição de Israel chegaram até a submeter um projeto de lei para impedir uma anexação. Na época, o Partido Trabalhista declarou que “anexar o vale do Jordão, seria sabotar Israel nas negociações, prejudicar os esforços...para chegar a uma solução de dois estados e aprofundar a fenda que já existe entre nós e os EUA".

Enquanto o debate interno israelense permaneceu o mesmo, uma mudança fundamental ocorreu na Casa Branca que abriu novas possibilidades. A posse de Donald Trump levou a uma série de iniciativas americanas em apoio aos interesses israelenses. A transferência da embaixada americana para Jerusalem, o reconhecimento da anexação das Colinas do Golan foram o começo. Em 23 de abril ultimo o Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo disse que: “Quanto à anexação da Cisjordânia, os israelenses finalmente tomarão essas decisões. Essa é uma decisão israelense. E trabalharemos em estreita colaboração para compartilhar nossos pontos de vista em um ambiente privado.”

Isso ressoou no mundo todo como um sinal verde, uma oportunidade que talvez nunca mais se repita, dada pelos americanos a Israel.

Uma campanha feroz foi rapidamente lançada de todo o tipo de grupos para impedir qualquer iniciativa de anexação israelense. Um grupo particularmente vocal é o de Comandantes pela Segurança de Israel, composto por 220 generais, almirantes e líderes israelenses aposentados. Em três de abril, eles publicaram um anúncio de página inteira nos jornais israelenses, exortando seus ex-colegas - Gantz e Gabi Ashkenazi, a bloquearem a anexação unilateral do vale do Jordão. Alguns dias depois, 149 líderes judeus americanos se juntaram em uma ação semelhante. Em seguida, 11 membros do Congresso dos EUA emitiram um aviso sobre as consequências negativas de tal medida.

Todos esses grupos estão de acordo que a anexação seria contraproducente, se não completamente fatal para uma solução de dois estados. Ainda argumentaram que a anexação poderia minar os tratados de paz de Israel com o Egito e a Jordânia, que são um pilar importante da estratégia regional dos EUA. Além disso, esse movimento imprudente não teria apenas consequências adversas para a segurança, mas para a democracia de Israel.

Em 20 de abril, uma denúncia foi feita pela J Street, o grupo judaico pró-palestino, favorito de Obama, dizendo que no meio da pandemia Bibi teria decidido a anexar a “Palestina ocupada e violar os direitos dos palestinos”.

Não é surpresa que a ONU e a União Europeia logo pularam da cadeira e admoestaram Israel para não anexar coisa alguma. Afinal, a esquerda israelense não previra que a anexação acabaria com Israel como estado judeu, democrático, seguro e ético, além de colocar uma pedra sobre a busca de paz com os vizinhos?

Já conhecemos esse ponto de vista, ancorado na abordagem irracional da esquerda israelense, que não se move da solução de dois estados e subestima os benefícios exclusivos para Israel do "Acordo do Século" de Donald Trump. O argumento é que, como o plano de paz de Trump é irreal, não faz sentido Israel buscar qualquer oportunidade para anexar o vale do Jordão.

Os comentaristas de esquerda de Israel antecipam consequências rápidas e terríveis se Israel anexar qualquer parte da Judeia ou Samaria. Eles têm visões sombrias desde a intensificação da violência entre Israel e os palestinos até um rompimento das relações da Jordânia e do Egito, anulando seus tratados de paz com Israel. Eles alertam que os Estados do Golfo que têm cooperado com Israel em segurança e inteligência terminarão sua cooperação; a UE condenará Israel nos termos mais fortes possíveis; o movimento BDS se intensificará; o antissemitismo vai piorar; Israel se tornará um estado de pária; e isso é só o começo.

Essas previsões apocalípticas, se verdadeiras, são tão aterrorizantes que impediria qualquer chefe de estado a pensar em anexação mesmo em pequena escala. Mas já conhecemos essas visões inflexíveis e irrealistas.

Quantas vezes antes não ouvimos os mesmos alertas em relação a iniciativas anteriores, como a aplicação da soberania israelense nas Colinas do Golã (1981), da unificação de Jerusalém (1967) e até quando Ben Gurion declarou Jerusalém a capital de Israel (1949) e de novo quando moveu os ministérios para a cidade em 1951? Como David Ben-Gurion disse em 1955, "nosso futuro não depende do que os outros dirão, mas do que os judeus farão".

Sobre o risco ao acordo de paz entre Israel e Jordânia os comandantes dizem que sim, é um risco alto por existir um suposto vínculo inquebrantável entre o reino hashemita e o vale do Jordão. Vínculo tão inquebrantável que em 31 de julho de 1988, o falecido rei Hussein anunciou a abdicação de qualquer parte da Judeia e Samaria, incluindo o Vale do Jordão, deixando a OLP para preencher o vazio.

Apesar de criticarem o plano de Trump como um todo, a preocupação principal dos jordanianos parece se concentrar no seu status em Jerusalem. O rei Abdullah disse que, "Jerusalém é uma linha vermelha; O segundo ponto do plano que lhes causa preocupação é o pedido dos EUA de naturalizar os refugiados palestinos na Jordânia, que o regime considera como uma grave ameaça ao trono e à estabilidade do país.”

A resposta da Jordânia sobre a possibilidade de anexação israelense do vale do Jordão não chegou nem perto de um "alerta de guerra". Isso sugere que Amã está confiante de que pode manter a estabilidade se e quando a anexação for implementada. Não parece que o rei Abdulla considera a abolição do tratado de paz com Israel como uma opção realista.

Os palestinos por seu lado alertaram que qualquer anexação israelense na Judeia e Samaria “mataria” a solução de dois estados (como se esta “solução” já não estivesse morta e enterrada há anos). Aí Abbas saiu fazer o que sempre faz: apelou para a comunidade internacional para impedir qualquer esforço desse tipo sob a cobertura do coronavírus e é claro, pedir mais dinheiro.

Ao contrário do paradigma da "anexação sob o encobrimento do coronavírus", que representa uma oportunidade de curto prazo, um prazo mais realista para considerarmos é o mandato do presidente Trump. Não sabemos quem estará na Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, então Israel tem até o final deste ano para aplicar a soberania israelense sobre o vale do Jordão de modo seguro.

As profecias sombrias proclamadas por grupos "liberais" e "progressistas" em Israel e no exterior em relação à possível anexação do vale do Jordão são exageradas e obscurecem o significado estratégico da região para a segurança de Israel. Como Netanyahu disse: “O Oriente Médio é instável e violento. O vale do Jordão tem suprema importância por ser um cinturão defensivo estratégico para Israel. Sem ele, o dilúvio fundamentalista poderia chegar a Israel até a região do Dan.”

Como observou o grande escritor, historiador e filósofo francês Voltaire, “as oportunidades não devem ser negligenciadas. Eles raramente nos visitam duas vezes.

Sunday, May 10, 2020

O Presente de Grego de John Kerry a Israel - 10/5/2020


Em janeiro de 2016, a Agência Internacional de Energia Atômica certificou que o Irã havia cumprido todas as obrigações que havia assumido no acordo nuclear que havia assinado com os Estados Unidos e a Europa. O governo Obama respondeu que: "Isso garantirá que o programa nuclear do Irã seja e permaneça exclusivamente pacífico". Naquela época, a Casa Branca garantiu ao Congresso e ao povo americano que o acordo se aplicava apenas ao programa de armas nucleares do Irã, e não a nenhuma de suas outras atividades nefastas.

Para tranquilizar a maioria do público americano que era contra o acordo com o maior patrocinador estatal do terrorismo mundial, a Casa Branca disse que: “as sanções contra armas convencionais permanecerão iguais”. O site oficial da Casa Branca inclusive publicou em letras maiúsculas e em negrito que “NO ACORDO COM O IRÃ, SOMENTE AS SANÇÕES RELACIONADAS COM O PROGRAMA NUCLEAR SERÃO LEVANTADAS”. Só para enfatizar.  

Mas no mês passado, o secretário de Estado Mike Pompeo foi forçado a iniciar um processo para estender o embargo de armas ao Irã que está programado para terminar em outubro. E aí? O presidente Obama não tinha prometido que o acordo nuclear era apenas sobre questões nucleares?

Este foi um dos grandes truques de Obama, aquele, que se gabava de ter a administração mais transparente da história. Ele propositadamente ocultou o fato do Acordo Nuclear e a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSCR) 2231 - que deveria confirmar o acordo - não serem o mesmo documento, permitindo que os EUA e o Irã mantivessem uma ficção. A ficção sobre a extensão real do acordo e o que seria respeitado.

Foi um choque para esta administração e para o povo americano que agora precisem lidar com as compras iranianas de armas convencionais que Obama aparentemente prometeu ainda estariam baixo a sanções.

Nada disso deve ser uma surpresa.

Em 2015, o ministro das Relações Exteriores do Irã Mohammad Zarif e o vice-ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi deixaram claro que consideravam os dois documentos completamente diferentes. Na época, Araghchi disse que “deixamos claro que não haveria acordo se incluissem os embargos de armas e mísseis no acordo nuclear”.

O presidente iraniano Hassan Rouhani disse após o acordo nuclear que: “Não havia nada nele sobre mísseis, defesa e armas. O que existe está na Resolução 2231 do [Conselho de Segurança da ONU] .... Nesta nova resolução, foram propostas restrições em vez de sanções. A exportação e importação de armas foi convertida de uma proibição permanente para uma restrição de cinco anos. ”

Assim, o ex-secretário de Estado John Kerry enterrou a proibição a longo prazo e aceitou uma restrição de meros cinco anos à venda de armas convencionais. E Kerry considerou isso um sucesso. Ele disse que se não aceitasse acabar com a proibição em cinco anos, todo o acordo nuclear teria desmoronado.

Kerry se dobrou à vontade dos iranianos e agora, 5 anos mais tarde, estamos lidando com um estado terrorista capaz de comprar sistemas sofisticados de armas em menos de seis meses. E porque isso é importante? Porque sabemos que o Irã continuou a trabalhar em seu programa de mísseis balísticos. E pior, no final de abril último, o Irã conseguiu lançar um satélite militar ao espaço, mostrando que está avançando rapidamente em sua capacidade de acoplar uma ojiva nuclear a um míssil balístico.

Estamos a apenas alguns meses do Irã poder comprar armas convencionais com total aprovação internacional. E em mais dois anos poderão comprar mísseis balísticos livremente.

O secretário Pompeo, preocupado com a segurança dos EUA e suas tropas no Oriente Médio, está tentando estender o embargo de armas convencionais, alegando que a América continua a ser parte da Resolução 2231 do CS, apesar de ter se retirado do Acordo Nuclear.

O governo Obama criou a ficção de que o Acordo Nuclear e a Resolução da ONU 2231 eram os mesmos, usando suas diferenças quando conveniente. Trump agora parece estar adotando a "estratégia de pressionar o Conselho de Segurança da ONU a estender um embargo de armas a Teerã ou a impor sanções muito mais rigorosas".

Esta será uma batalha difícil, porque a Rússia, China, Alemanha e França vão alegar que, ao se retirar do acordo nuclear, Trump também se retirou da resolução do conselho de Segurança. Todos estes países estão na fila (especialmente a Rússia) para vender armas para o Irã. Todos sedentos por dinheiro na era pós-COVID-19, e ainda com a vantagem de enfiar o dedo no olho de Donald Trump.

Especialmente a Alemanha e a França, os autoproclamados bastiões dos direitos humanos, ignoram que armas nas mãos destes aiatolás só irão fortalecer sua política expansionista que incluiu o genocídio sírio. E suas milícias que transformaram o Iraque em um fantoche iraniano.

A Alemanha, a França e o Reino Unido fizeram parte do coro de Obama que não apenas vendeu o Acordo Nuclear como a única maneira de interromper o programa nuclear iraniano, mas como uma maneira de incentivar o Irã a retornar à família de nações. Todos garantiram aos céticos que isso moderaria o comportamento iraniano. Alguém viu alguma moderação??

Considerando que apenas 10 dias após o acordo do JCPOA, o Irã enviou seu terrorista-chefe Qasem Soleimani à Rússia para criar um plano para dividir a Síria, você pensaria que essas democracias pensariam duas vezes antes de vender armas para o Irã. Mas dinheiro é dinheiro. A única coisa que impedirá a Alemanha e a França seria Trump sancionar as indústrias desses países. Se eles acham que podem se safar da venda de armas ao Irã sem penalidade financeira, eles o farão.

E Israel será o primeiro país afetado. Apesar de todas as ações militares de Israel na Síria e até no Iraque contra bases iranianas, a hegemonia regional e a presença física na fronteira com Israel, é algo muito importante para o Irã. Eles querem fazer na Síria o que fizeram no sul do Líbano. Israel não pode permitir dezenas de milhares de mísseis em mais uma fronteira sua ou mísseis balísticos lançados de bases iranianas na Síria ou Iraque.

Não importa o que se pense sobre o acordo com o Irã, a pergunta fica: como as democracias, em sã consciência, podem apoiar a venda de armas para a República Islâmica neste ano?


Sunday, May 3, 2020

Aos 72 Anos Israel Mostra Sua Força - 3/5/2020


Através da história, sempre nos perguntamos, ou nos perguntam, o que são os judeus? Uma raça, uma religião, um povo, o quê?

A melhor resposta é que somos um povo. Especialmente porque os que nos fizeram e nos fazem sofrer, nos fizeram um povo. A dor nos uniu e esta união nos fez, de repente, descobrir nossa força. Não que o povo judeu seja homogêneo ou partilhe de uma mesma opinião. Estamos longe disso.

É muito fácil ver o que acontece em Israel. Nos seus 72 anos - que comemoramos esta semana, ela teve que lidar com muita divisão interna.  Religiosos e seculares, socialistas e capitalistas, de direita e de esquerda, Ashkenazi e Sefaradi. Há uma piada que diz que se os árabes deixassem os israelenses em paz, Israel não duraria um minuto.

Mas Israel mostrou que em face de seus inimigos, o país tem uma capacidade imediata de reunir seus recursos humanos para enfrentar a ameaça. Não tem sido fácil ou indolor ou sem um incomensurável sacrifício, mas funcionou.  Quando a aflição bate, o povo de Israel descobre reservas de grande força para sobreviver e perseverar.

Mas e se o inimigo não for algum exército estrangeiro ou um terrorista? Se for um vírus que pode infectar dezenas com um simples espirro? E se Israel não for o único alvo deste inimigo? Se o alvo for o mundo inteiro? Como Israel reagiria?

No meio do maior desafio que o mundo enfrentou desde a Segunda Guerra Mundial, a resposta é: reage muito bem!

Não que Israel tenha sido perfeita. Muitas decisões sobre compra de material e equipamento poderiam ter sido tomadas com mais rapidez. Um governo de emergência, por exemplo, deveria ter sido formado muito antes para coordenar a resposta à pandemia. Mas qualquer cidadão de Israel não trocaria seu lugar com alguém de Roma, Londres, Paris, e certamente não com alguém da capital da civilização ocidental, Nova Iorque.

A situação em Nova Iorque continua a ser desastrosa apesar do governador do Estado Mario Cuomo já estar anunciando estratégias para reabrir o comércio. Temos mais de 318 mil casos e 24 mil mortes somente no Estado, entre elas um número altíssimo nas comunidades judaicas.

Israel por seu lado tem conduzido mais testes por milhão de pessoas do que qualquer dos 35 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico com uma população comparável e está em oitavo lugar no menor numero de mortes com apenas 230. Só comparando, o Brasil, que teve seu primeiro caso confirmado quatro dias depois de Israel, teve até hoje 6.761 mortes.

Isto é importante não para encher o peito dos políticos para se gabarem que estão fazendo um trabalho melhor do que muitos países maiores e economicamente mais fortes. Estes números são importantes para mostrar que apesar de todas as dificuldades em lidar com este vírus, Israel tem tomado as decisões certas. E há razões para isto.

Os hospitais no país podem não ser novos ou seu equipamento pode não ser de último modelo, mas os profissionais da área médica que aconselham o governo estão entre os melhores do mundo.

Outra razão é que o país - nascido e criado no calor de batalhas e guerras, não sente estranheza frente à uma crise ou adversidade. Não é a primeira vez que o dia-a-dia do israelense teve que ser radicalmente mudado por causa de forças fora do seu controle. Os indisciplinados israelenses mostram uma surpreendente disciplina em tempos de emergência e isto foi verdade também desta vez.

Trinta anos atrás foi Saddam Hussein, hoje é um vírus nanoscópico, e no meio tempo Israel enfrentou a primeira e a segunda intifadas, a Guerra do Líbano, e três guerras com Gaza. A experiência de ter passado por grandes crises dá à população a capacidade de suportá-las hoje, a confiança de saber que esta crise também vai passar e ser superada por todos juntos, como nação.

Na vizinhança que se encontra o Estado Judeu, é muito importante estrategicamente projetar força e que o país tem como combater qualquer ameaça.

A mensagem que Israel conseguiu mandar para seus inimigos durante esta crise foi muito importante: que Israel não irá desaparecer, não com guerra e não com um vírus. Israel é forte e muito capaz de varar todos os tipos de tempestade. Ela é forte não só militarmente, não só tecnologicamente, não só economicamente, mas também em sua capacidade de lidar com uma ameaça inusitada, fora do comum, como esta.

Muitos não vão lembrar, mas em 2000, Hassan Nasrallah, o líder da Hezbollah em seu famoso discurso para comemorar a saída de Israel do sul do Líbano, disse que o Estado judeu, “que tem armas nucleares e os melhores jatos da região, é mais fraco do que uma teia de aranha. Se assoprar na teia o suficiente, ela desaparece.”

A maneira pela qual Israel e os israelenses vêm se comportando durante esta crise é ainda mais prova de que o que Nasrallah diz é uma grande besteira. Ainda mais pelo fato dela ter surgido na onda de uma terceira eleição em 11 meses e muita desunião interna em Israel. Mas mesmo assim, o país se uniu, demonstrando uma solidariedade impressionante.

O septuagésimo segundo ano de Israel foi o ano de seu povo, quando ele provou ser melhor do que os políticos e líderes. Os políticos que dividiram a população sem dó, e foram negligentes com a necessidade mais básica de um país: dar aos governados um governo estável.

Mas mesmo assim, o povo foi à frente nesta batalha.

Está sendo um ano de desafios, mas um ano que mostrou que o Estado Judeu pode vencer e prosperar em face de todo o tipo de adversidade - vindos de dentro, de fora de suas fronteiras, da mãe natureza e de laboratórios chineses.