Sunday, November 27, 2011

A Primavera Que Não Durou - 27/11/2011

Depois de 9 meses do estouro da primavera árabe, ela está se parecendo mais como o prelúdio de um longo inverno. E a temperatura está baixando com a ajuda dos Estados Unidos.

Ontem mais ataques suicidas no Iraque mostraram que, contrariamente ao que foi decidido por Barak Obama, não é hora de retirarem as tropas americanas do Iraque ou os mais de 6 mil americanos que morreram, terão dado sua vida em vão.

Com a saída das tropas, a violência sectária irá seguramente voltar com toda força. O primeiro ministro Nuri al-Maliki, que é pró-iraniano, está purgando o exército, as forças de segurança e os serviços públicos de qualquer simpatizante do ocidente. Com os americanos literalmente fechando os olhos para o problema, Maliki e seus aliados shiitas simplesmente mandaram aos sunitas a mensagem de que não haverá lugar para eles num novo governo.

Isto quer dizer que com a retirada das forças americanas do Iraque no mês que vem, o país será entregue nas mãos do seu maior inimigo: o Irã. ETeherã já está comemorando esta saída como uma imensa vitória estratégica do mesmo modo que a Hezbollah o fez com a saída precipitada de Israel do sul do Líbano.

O próprio exército americano reconhece que os insurgentes são bem treinados, armados e patrocinados pela Síria e o Irã. Mas os Estados Unidos nunca agiram contra qualquer um destes países para diminuir sua influência ou faze-los pagar por suas ações. E a incapacidade de Obama de avaliar a situação não parou por aí.

No Egito um segundo round de protestos para tirar os militares está em curso. Mais de 40 pessoas morreram nos últimos dias. Quando os primeiros protestos começaram em fevereiro deste ano, os Estados Unidos decidiram expulsar o presidente Hosni Mubarak, o mais forte aliado americano entre os líderes árabes. Com a saída de Mubarak, a Junta militar tomou o poder para controlar o caos e o radicalismo islâmico.

Durante todo o longo governo de Mubarak, a maior força de oposição no Egito foi a Irmandade Muçulmana. A histeria populista criada pela saída de Mubarak fez da Irmandade a maior força política no país. Se eleições ocorrerem na semana que vem como está planejado, e se os resultados forem honrados, dentro de um ano o Egito será governado por um governo islâmico radical. O exército, as elites e ex-membros do governo não estão nada interessados neste resultado e nas últimas semanas tomaram vários passos para postergar as eleições presidenciais provocando a nova onda de protestos e mortes.

E os Estados Unidos agora não sabem o que fazer. Os conselheiros esquerdistas de Obama que pregaram a saída de Mubarak em nome da democracia estão hoje exigindo a saída da junta militar sem pensar quem ficará para manter a ordem no país.

Enquanto isto, Israel assiste nervosamente os acontecimentos. Na terça-feira o Gabinete de segurança interna discutiu a situação no Egito, Siria e Irã por 8 horas. O Chefe do Estado maior do Exército, Benny Gantz apresentou um cenário envolvendo o cancelamento do acordo de paz entre o Egito e Israel.
Com o Egito se direcionando para o radicalismo islâmico, é bem provável que sofra uma recessão econômica grave com a falta de turistas e compradores para seus produtos. Um meio fácil para o novo governo lidar com o descontentamento, será a adoção de uma política externa fortemente populista  que inclua  um cancelamento do acordo de paz que foi fundamental para a segurança de Israel nos últimos 30 anos.
Do Iraque ao Egito, da Líbia à Siria, erros desta administração limitam e diminuem a capacidade dos Estados Unidos de resguardarem seus interesses na região. A América está sendo obrigada a fazer escolhas cada vez mais difíceis. Na Líbia, depois de ajudarem militarmente a queda de Khadafi, os Estados Unidos estão tendo que lidar com um regime ainda mais radical, islâmico, que já está transferindo armas para grupos terroristas e proliferando armas não convencionais. Como fica o apoio americano aos insurgentes se ao final, a administração do presidente Obama reconhecer a natureza hostil deste novo regime?

Na Tunísia, depois de sua revolução, o partido islâmico venceu. O mesmo aconteceu ontem no Marrocos. No Yemen a luta não envolve só Shiitas e Sunitas mas também a Al-Qaeda. Depois de 33 anos no poder e 10 meses de protestos, o presidente Ali Abdullah Saleh assinou neste final de semana um acordo com a oposição marcando eleições para fevereiro.

E aí temos a Síria. Não só os Estados Unidos não tomaram qualquer atitude contra o presidente Bashar Assad pelo seu apoio aos insurgentes no Iraque, a América também falhou em cultivar qualquer relacionamento com a oposição do país. Hoje a queda de Assad é só uma questão de tempo e os Estados Unidos se vêem perante uma oposição apoiada pela Irmandade Muçulmana turca. As forças liberais pro-América na Síria, como os Curdos, viram a porta da oposição se fechar em seu nariz e vão continuar de lado na era pós-Assad.

Hoje no Egito, depois de abraçar a “democracia” e chutar seu aliado Mubarak, os Estados Unidos podem escolher ficar do lado da junta militar para quem manda mais de um bilhão de dólares anuais ou pode ficar do lado dos radicais islâmicos que objetivam a destruição de Israel com o apoio do povo egípcio.

Como viemos parar aqui? Como é possível que hajam tão poucas opções no mundo árabe depois de todo o dinheiro e vidas investidos na região para promover o desenvolvimento e a democracia?

Depois de 11 de setembro, a esquerda nos Estados Unidos se levantou em peso para negar que o islamismo radical havia declarado a guerra ao ocidente. Em vez disso, sairam apregoando que eram as políticas americanas que haviam causado a hostilidade dos árabes e portanto era preciso apaziguá-los. Na época, Bush estava ocupado em derrotar os terroristas escondidos no Afganistão e no Iraque e não se preocupou em defender suas posições ao público americano.

Isto pavimentou o caminho para  a eleição de Barack Obama que em vez de defender os interesses do ocidente, continuou a guerra com outro objetivo: o de transformar um mundo árabe permeado de uma oposição religiosa extremista para um no qual os extremistas serão eleitos democraticamente.

Desde que Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos, promoveu sua ideologia de esquerda até os limites, retirando tropas e apaziguando seus piores inimigos. Obama apoiou a Irmandade Muçulmana no Egito e fechou os olhos para quem estava apoiando na Líbia. Apaziguou os governos do Irã e da Síria e apoia o governo islâmico da Turquia. E acima de tudo, é hostil a Israel.

Com a chegada do próximo dia 31 de dezembro e a retirada total das tropas americanas do Iraque, o ocidente irá rapidamente sentir a enorme irresponsabilidade das políticas de Washington no Oriente Médio.

Todos nós sabemos que há um preço a pagar quando chamamos um inimigo de inimigo. Mas se há uma lição a ser aprendida na história é que o preço é sempre maior quando não o fazemos.

Tuesday, November 22, 2011

A Lógica Invertida do Mundo - 20/11/2011

Falando sobre a Guerra dos Seis Dias, o legendário embaixador de Israel Abba Eban, disse que esta seria “a primeira guerra na história em que no seu dia seguinte os vencedores iriam suplicar pela paz e os vencidos iriam exigir a rendição incondicional.”
Esta análise de Abba Eban resume a irracionalidade evidente e a lógica invertida do que se tornou o consenso político sobre o conflito árabe-israelense.
O abandono de qualquer critério coerente e razoável não se limita à atitude dos árabes em relação à Israel mas infelizmente, se  tornou uma caracteristica dos políticos israelenses também.
Vejam só a situação que nos encontramos hoje, que não tem qualquer explicação racional e pior, que não evoca qualquer reação dos eleitores israelenses. O Likud, partido no governo, está implorando aos palestinos para voltarem à mesa de negociação com base no princípio de dois estados. Este mesmo princípio que o Likud sempre rejeitou como sentença de morte ao estado judeu.
Esta situação louca não se deu porque o Likud destruiu este pilar do partido, mas porque o povo de Israel o elegeu exatamente por causa dele. A aceitação de dois estados - como pregam os acordos de Oslo – não foi um sucesso. Muitissimo pelo contrário. Todas as tentativas de implementar este princípio só concretizaram os perigos invocados por seus adversários e não trouxeram nenhum dos benefícios prometidos pelos seus defensores. Só trouxe morte e destruição para os judeus e árabes.
Fica impossível entender então porque aqueles que foram provados corretos ao rejeitarem qualquer concessão territorial e apaziguamento político hoje decidiram abraçar a própria política que repudiavam. Esta situação de inexplicável absurdo reflete a citação de Abba Eban. No confronto político-ideológico, em vez dos anti-Oslo afugentarem os pro-Oslo, hoje estão se rendendo à eles.
Esta conduta fraca por parte da “direita” política de Israel é uma capitulação intelectual inaceitável e irresponsável. A verdade é que toda doutrina da esquerda que foi aplicada ao conflito entre Israel e os palestinos foi provada errada. Todo conceito e até mesmo todas as personalidades políticas relevantes produziram nada além de desastre e desapontamento.
De fato, esta loucura da esquerda israelense e seu rídiculo filhote, o “processo de paz de Oslo”, deveriam causar apenas rejeição do público. Qualquer tentativa de reanima-lo deveria apenas levantar a desconfiança dos eleitores. Mas tristemente, não é isso o que se passou. Apesar da esquerda não ter como justificar suas alegações de superioridade intelectual e moral, a direita nunca se decidiu a disputa-las. 
Foi errado da esquerda aceitar Yasser Arafat como parceiro da paz e assinar com ele este acordo. Ou de colocar todas as esperanças em Mahmoud Abbas. Ou de acreditar que um acordo sairia se Israel só lidasse com a Fatah e não o Hamas – o recente acordo de união prova isso errado. Foi errado da esquerda ter colocado Salam Fayyad como o pivô de um acordo durável – ele foi expulso pelo Hamas. E foi imprudente ter um acordo com uma pessoa específica da liderança palestina que pode ser facilmente removido – pelo voto ou por uma bala. Foi errado da esquerda extender a mão para Bashar Assad prometendo ceder os Altos do Golan usando nada menos do que os bons ofícios do governo radical islâmico da Turquia. E foi errado dizer que Israel não poderia alcançar a prosperidade econômica sem uma paz política com os palestinos. A prosperidade de hoje, em contraste com a falência mundial claramente desprova isso.
E apesar de toda esta lista de erros, falhas e mau juízo, a direita política curiosamente insiste em se submeter aos seus adversários ideológicos da esquerda.
Esta submissão ficou evidente nesta semana em matéria que impinge na habilidade do país em agir decisivamente em relação aos esforços de deslegitimação pelos palestinos.
Um projeto de lei que limita as contribuições estrangeiras a organizações sem fins lucrativos que operam vestidas de organizações pelos direitos humanos provocou uma reação negativa dos próprios ministros e de membros da knesset do Likud. Esta reação mostra o quanto a direita se sente inferior à postura moralista agressiva da esquerda.
Não há nenhum argumento que explique o comportamento da organização Betselem que disse que seu objetivo é o de impedir qualquer reação futura de Israel a ataques vindos de Gaza. 95% do seu orçamento de 2.5 milhões de dólares vem de contribuições do exterior. Ou como a Inglaterra se gaba de enviar 600 mil libras por ano para grupos árabes e de esquerda em Israel e envia somente 100 mil para promover a democracia em todo o mundo árabe. Estes são problemas que transcendem a ideologia e minam diretamente a capacidade de Israel de se defender.
Proteger os direitos da minoria é uma coisa. Promover a habilidade das minorias subverterem o processo democrático é outra bem diferente. Não há nada democrático em facilitar a imposição da visão da minoria na maioria por ações não parlamentares pagas por governos estrangeiros. E não vejo como pode ser anti-democrático para um estado soberano limitar ou pelo menos fiscalizar, as tentativas de governos estrangeiros de fortalecer elementos marginais, que não contam com qualquer apoio da população para suas idéias e que tem como objetivo subverter o governo eleito livremente pelo povo. Eu acho que não agir neste caso, seria não cumprir com seu dever. Seria perverter e não preservar a democracia.
Hoje em todo o ocidente vemos o anti-Israelismo e anti-semitismo chegar a proporções similares à Alemanha na década de 30. E isso vem de um programa sistemático financiado por grupos de esquerda e islâmicos, especialmente da Arábia Saudita para mudar a opinião e a postura do mundo. Na Europa virou taboo ensinar o Holocausto para não ferir as sensibilidades muçulmanas. Aqui na América, agressões verbais e até físicas são vistas rotineiramente por estudantes muçulmanos contra estudantes e professores judeus. E não para por aí. A Universidade Católica em Washington foi processada por não ter um lugar de culto sem cruzes para uns 40 estudantes muçulmanos porque isso é ofensivo à eles. Abbas não tem qualquer vergonha em dizer aos evangélicos esta semana que é um pecado ser pro-Israel.
Aonde isso vai parar?
Limitar este tipo de financiamento é um dever de todos os países democráticos.  A posição dos ministros do Likud é vergonhosa.
O povo de Israel colocou seu voto e confiança nestes líderes porque acreditaram que eles poderiam lidera-los neste momento de extremo perigo. Em vez disso, por sua falta de ação e contínua pressão da esquerda, Israel está hoje numa situação pior. A esquerda impôs sua ideologia e a direita se calou.
Esta situação não pode continuar. Não é preciso ser profeta para ver que há uma grande tragédia se preparando contra Israel. A não ser que sua liderança aja rapida e resolutamente, tudo o que ficará para as futuras gerações será decidir quem foi o culpado pelo cumprimento desta tragédia.

Sunday, November 13, 2011

As Mentiras de Sarkozy - 13/11/2011

No final da reunião dos G20, o presidente francês Nicolas Sarkozy e o presidente americano Barak Obama foram pegos desabafando um com outro. Suas opiniões sobre Israel e Netanyahu revelam a verdade repugnante atrás dos seus discursos políticos mentirosos destinados somente a acharcar os eleitores judeus.

Pensando que ninguém os estava ouvindo, Sarkozy atacou Netanyahu dizendo: “eu não o suporto mais, ele é um mentiroso”. Obama respondeu também reclamando: “você está cheio dele, mas eu, tenho que lidar com ele todos os dias”.

Estas duas declarações são importantes porque mostram o caráter destes dois presidentes e também como Israel é visto no ocidente.

Para entendermos estas declarações, precisamos perguntar quando Netanyahu mentiu para Sarkozy e Obama. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia Atomica da ONU emitiu seu relatório sobre o programa de armas nucleares do Irã e deixou claro que Israel – incluindo Netanyahu – tem dito a verdade sobre as ambições nucleares dos mullas este tempo todo. Em contraste, os líderes do mundo continuam a mentir sobre o problema e enterram suas cabeças na terra.

Desde 2004 Israel tem avisado, reclamado e demonstrado para os Sarkozys, Obamas e a ONU as intenções do Irã. E o mundo inteiro com indignação contra Israel diz  não haver provas definitivas. Obama perdeu os primeiros 2 anos de sua presidência mandando cartinhas ao Irã ignorando as evidências do programa nuclear e a repressão do movimento democrático do país.

Talvez Obama estivesse se baseando no relatório mentiroso da Agência Americana de Inteligência de 2007 que disse que o Irã havia abandonado seu programa de armas nucleares em 2003. A verdade é que Netanyahu nunca mentiu sobre o Irã. Então que mentira é essa que tanto desgostou Sarkozy? Será que tem algo a ver com a menina dos olhos dele, o chamado “processo de paz” com os palestinos?

O fato é que as únicas ocasiões nas quais Netanyahu falou menos do que a verdade sobre os palestinos, foi quando ele foi obrigado a apaziguar os tipos como Sarkozy e Obama. Foi só quando Netanyahu falou de uma possibilidade de alcançar a paz através do estabelecimento de um estado palestino independente do lado oeste do Jordão, é que ele mentiu.

Isto porque a verdade é que Israel nunca teve uma chance de alcançar a paz com os palestinos e por razões que não tinham nada a ver com Israel ou Netanyahu. Os palestinos não têm qualquer interesse numa paz com Israel. Há três semanas atrás, Mahmoud Abbas disse claramente que ele nunca reconhecerá o caráter judaico do estado de Israel. Em outras palavras: Abbas nunca fará a paz com Israel.

Em resposta, nesta terça-feira, Netanyahu teria dito ao seu gabinete, que com suas ações, os palestinos repudiaram os princípios do processo de paz. Ao boicotarem as negociações e submeterem seu pedido de estado direto à ONU, os palestinos rejeitaram o pilar central do processo de paz criado em Oslo que é a “terra por paz”. E ao faze-lo, os palestinos mostraram que estavam mentindo quando assinaram os acordos. Eles embolsaram as concessões e não cumpriram nem uma só obrigação que lhes cabia.

Mas vejamos o que o próprio Sarkozy diz. Em 23 de junho de 2008, na Knesset em Jerusalem, ele não poderia ter sido mais claro:

“Eu vim vos dizer que o povo françês estará sempre ao lado do Estado de Israel quando sua existência estiver ameaçada. Pois não podemos aceitar uma ameaça à existência do Estado de Israel. E aqueles que chamam de maneira escandalosa, pela destruição de Israel encontrarão sempre à sua frente a França, para lhes barrar o caminho. Para que as coisas fiquem claras e não haja ambiguidade, eu quero dizer que o programa nuclear militar do Irã pede uma reação de firmeza extrema de toda a comunidade internacional. Israel deve saber que Israel não está só. Mas eu quero dize-lo com força : um Irã dotado de arma nuclear é inaceitável para o meu país!”

Mas domingo passado, depois das recentes ameaças de um ataque de Israel ao Irã, o ministro das relações exteriores da França Alain Juppé, afirmou que “era preciso fazer de tudo para evitar o irreparável: uma intervenção militar contra o Irã”, O irreparável para ele não é que o Irã possa ter a bomba nuclear, mas que Israel ameace intervir militarmente.

E são os israelenses os mentirosos.

No mesmo discurso em 2008,  Sarkozy disse que a “França quer dizer ao povo palestino a verdade. E a verdade é que ninguém pode esperar restabelecer os direitos do povo palestino negando os do povo israelense e pregando a destruição de Israel. A verdade, ele disse, é que a violência tem que acabar pois não pode haver paz com a ameaça do terrorismo. Não pode haver reconhecimento mútuo quando mísseis caem todos os dias sobre vítimas inocentes. Não pode haver paz se os palestinos não combaterem eles próprios, o terrorismo.”

Será que além de mentiroso, Bibi Netanyahu poderia ser também surdo e cego para não ver que os palestinos cumpriram com suas obrigações de paz? Israel mente sobre os mísseis diários enviados de Gaza e até sobre o massacre da família Fogel em Itamar. A mãe e as crianças degoladas que também tinham a nacionalidade francesa.  É provavelmente devido à esta paz que Bibi mente não existir que a França votou a favor da inclusão da Palestina como membro da Unesco há 2 semanas.

Sarkozy em 2008 terminou dizendo que “nenhum povo pode viver baixo a ameaça do terrorismo. O terrorismo não se explica. O terrorismo não se justifica. O terrorismo se combate!” Realmente... e é por isso que a França condena Israel repetidamente quando promove retaliações em Gaza. Quem está mentindo então?

Do mesmo modo, Obama quando ainda estava em campanha e depois como presidente, perante audiências judaicas, repete que ele e sua administração fizeram da segurança de Israel sua prioridade.  

Apesar das palavras cuidadosamente escolhidas, Israel sabe que as promessas de Sarkozy e Obama são mentiras. Israel confia somente em si para garantir a segurança, as liberdades, a democracia e o caráter judaico dos seus cidadãos.  Ninguém irá ditar quais as concessões que Israel deverá fazer para satisfazer o Sr. Sarkozy ou o Sr. Obama. E talvez esta seja a razão de sua irritação. Porque ele não tem como esconder que os especialistas da mentira e decepção são os árabes e muçulmanos. E ela tem um nome: a Taqqiya. A Taqqiya diz que os muçulmanos só devem respeitar acordos que são vantajosos ao avanço do Islão. E os muçulmanos no ocidente sabem bem usa-la. Eles fazem apelos às instituições democráticas e aos direitos humanos sabendo bem que se eles subirem ao poder, aboliriam estas instituições imediatamente e recusariam estes direitos aos outros.

A mídia levou 3 dias para reportar esta conversa tornando-se cúmplice nesta demonstração de desdém para com Israel. Se Sarkozy e Obama tivessem emitido opiniões similares sobre Angela Merkel da Alemanha ou se tivessem pego Netanyahu falando algo parecido de Sarkozy ou Obama, protestos internacionais teriam sido ouvidos por todos os cantos. Mas não. Ninguém ficou escandalizado. E esta é a mensagem real da troca entre os dois chefes de estado: que culpar os judeus e o estado de Israel pelo comportamento de seus inimigos, hoje passa como conversa educada entre as elites ocidentais.

Sarkozy não pode mais ver Netanyahu, pois ele é um mentiroso. Mas não teve qualquer problema em acolher Kadhafi visitando-o na ridícula tenda que o ditador eregeu no páteo do Hotel de Marigny, em Paris. Ou a receber Ben Ali da Tunísia, Moubarak do Egito, Bouteflika da Algéria e tantos outros corruptos, tiranos, açougueiros como Bashar Assad. Não é grave se eles massacram suas populações. Eles não mentem.

Monday, November 7, 2011

A Farsa da UNESCO - 7/11/2011

Nesta semana que passou, os palestinos conseguiram que a Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas, a UNESCO, aceitasse a Palestina como um estado membro.

E não é coincidência que os palestinos procurassem primeiro a UNESCO pois esta organização foi sempre sua parceira em seus esforços para apagar a história, a herança e a cultura judaica da Terra de Israel e dos anais da história.

Em 1974, a UNESCO votou para boicotar Israel na “assistência para Israel nos campos da educação, ciência e cultura” por supostas alegações de que Israel estaria alterando os traços históricos de Jerusalem.

As ações da UNESCO para negar os laços judaicos com Jerusalem e o resto da histórica Israel têm continuado ininterruptamente desde então. Em 1989, a UNESCO condenou a “ocupação de Jerusalém por Israel”, dizendo que os judeus estavam destruindo a cidade através de atos de “interferência, destruição e transformação”. Em 1996, a UNESCO fez um simpósio sobre Jerusalem em sua sede em Paris no qual nenhum grupo judaico ou israelense foi convidado.

No começo de 1996, o Wakf Arabe - que está com as chaves das mesquitas sobre o Monte do Templo – implementou um projeto para sistematicamente destruir os artefatos do Segundo Templo. A destruição foi levada a cabo através de excavações ilegais sob o Templo, e a construção de uma mesquita ilegal subterrânea nos Estábulos de Salomão.

Houve alguma condenação ou protesto contra estes atos? Claro que não. Isto apesar destas ações violarem gravemente as leis internacionais de proteção à antiguidades históricas e locais sagrados que a UNESCO tem como obrigação defender.

Do mesmo modo a UNESCO nunca condenou a violação do Túmulo da Matriarca Raquel e de José pelos palestinos ou da antiga sinagoga de Gaza ou a de Jericó que eles arrasaram completamente. Assim, desde 1974, em vez de proteger o patrimônio da humanidade, a UNESCO foi sócia em um dos maiores crimes da história – a erradicação da história judaica da Terra de Israel. Mas também dos judeus em geral. Em 1995, na resolução marcando o fim da segunda guerra mundial, a UNESCO se recusou a sequer mencionar o Holocausto. A coisa chegou ao ponto da UNESCO designar Jerusalem como a capital da cultura árabe em 2009. Em 2010 renomeou os túmulos de Raquel e dos Patriarcas em Hevron como “mesquitas muçulmanas”. No mesmo ano publicou um relatório sobre a história da ciência no mundo árabe no qual constava o doutor judeu, o Rabino Moshe Ben Maimon – ou Maimonides – como um muçulmano chamado Moussa Ben Maimon.

Assim, não é de se surpreender que os palestinos tenham corrido primeiro para a UNESCO para terem seu reconhecimento pelas portas dos fundos.

Mas a UNESCO ficou enfraquecida com este voto por 2 razões: primeiro, os Estados Unidos não podem mais contribuir com 22% do orçamento da organização e segundo, a aceitação da Palestina viola sua Carta Magna pois somente estados poderiam ser aceitos como membros.

Mas mais do que isto, esta aceitação representa um repúdio dos próprios objetivos da organização que são a promoção da cooperação em educação e da lei. Um relatório recente do Instituto pelo Monitoramento da Paz e Tolerância Cultural na Educação Escolar (IMPACT-SE) condenou os textos escolares da Autoridade Palestina que estão repletos de ódio à judeus em todos os níveis.

A IMPACT-SE verifica se livros escolares estão de acordo com standards internacionais relativos à paz e a tolerância que são objetivos declarados da UNESCO. O estudo demonstra que os textos escolares palestinos de 2011 contêm um antagonismo a Israel e a judeus sem precedentes.

Em relação a Israel, por exemplo, o país não chega nem a ser citado em mapas e seus lugares sagrados são apresentados com outros nomes. O túmulo de Raquel é apresentado como a mesquita Bilal bin Rabah. Os judeus são descritos como aqueles que violam tratados, tornam-se ricos, matam crianças e destripam mulheres. Judeus nunca são apresentados como neutros ou em termos positivos. Há muito louvor para o jihad e o martírio para libertar a Palestina sem definir claramente qual o território a ser libertado, implicando que Israel própria deva ser libertada.

Nesta votação da Palestina na UNESCO, com exceção de 5, todos os países europeus votaram a favor ou se abstiveram. Eles dizem que apoiam a paz entre Israel e os palestinos, mas ao admitirem a Palestina na UNESCO estão de fato implodindo qualquer possibilidade de um acordo negociado. Mas esta votação também revelou muito sobre o presidente Obama dos Estados Unidos.

Na véspera da votação, Obama estava fazendo de tudo para não ameaçar a UNESCO com a retirada dos Estados Unidos como membro. De fato, Obama mandou anunciar que a América iria se candidatar para reeleição do seu comitê executivo. A única menção negativa foi a declaração da porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland que disse que a votação era “prematura” e “lamentável”. Mas quando Israel aprovou construções em Jerusalem, Maale Adumim e Efrat que estão no consenso que farão parte de Israel num futuro acordo, a administração Obama se declarou “profundamente desapontada” e que “ações unilaterais como esta minariam os esforços das negociações”.

Assim, de um lado os palestinos abandonaram o processo de paz e o apoio da UNESCO por isso é simplesmente “lamentável” e “prematuro”. Por outro, a decisão de Israel de não discriminar e manter o direito de propriedade dos judeus que é um direito humano reconhecido pelas Nações Unidas, mina os esforços de retomada de negociações e fere as possibilidades de um acordo.

Desde sua inauguração como primeiro ministro, Netanyahu tem caracterizado os esforços árabes e da esquerda para tirarem a legimidade de Israel como uma ameaça estratégica. Ela é mais do que isso: é uma ameaça política e Israel não está sabendo como lidar com ela.

Desde setembro de 2009, para demonstrar a desonestidade destes árabes e esquerdistas, Netanyahu abandonou a posição que havia adotado durante sua vida: de ser contra a criação de um estado palestino. O primeiro ministro de Israel disse ser necessário aceitar a OLP e a Autoridade Palestina como parceiros da paz para provar aos Obamas do mundo, que Israel quer a paz e ter seu direito de existir reconhecido. Mas o efeito foi outro. Em face desta enorme concessão, a OLP e Autoridade Palestina abandonaram as negociações e intensificaram sua guerra política para criminalizar Israel e deslegitima-la.

A aceitação da Palestina pela UNESCO mostra que este caminho escolhido por Netanyahu é enganador. Ao conceder um direito palestino a um estado, Netanyahu efetivamente concedeu a Judéia e Samária e colocou a soberania judaica de Jerusalem em jogo. Isto só encorajou as Nações Unidas, a Europa e esta Casa Branca a continuarem com sua parcialidade a favor dos árabes e palestinos. Com os palestinos reivindicando direitos incessantemente e Israel concedendo-os, porque alguém iria reclamar?

No fim, a única maneira de vencer aqueles que querem tirar a legitimidade de Israel e negar seu direito à esta terra, à sua nacionalidade e à sua história, é expor sua corrupção, sua malevolência, desonestidade e intenções odiosas que têm para com o povo judeu e o estado judeu. E a única maneira de faze-lo é para nós repetidamente e orgulhosamente afirmarmos os direitos históricos e legais de Israel sobre a Terra Santa e da justiça de sua causa.