Tuesday, March 31, 2015

A Vitória de Netanyahu - 22/03/2015

As últimas semanas foram um tanto movimentadas para Israel e para os Estados Unidos. Há duas semanas, contra todas as pesquisas de opinião, Benjamin Netanyahu alcançou uma vitória extraordinária, abocanhando 25% da Knesset para seu partido Likud.

Visivelmente contrariado com esta vitória, estava Obama. Há algumas semanas foi noticiado que o presidente teria dado US$350 mil dólares do dinheiro dos contribuintes americanos para uma ONG chamada One Voice que teria repassado o dinheiro para uma organização em Israel chamada Vitória 2015 ou (V15) que tinha como único propósito tirar Netanyahu do poder. Na sede do V15 em Tel-Aviv estava Jeremy Bird, estrategista-mor da campanha de Obama. Se isto for verdade, esta tentativa de intrusão em uma eleição estrangeira por um presidente americano é sem precedentes e provavelmente ilegal.

A esquerda logo acusou Netanyahu de conduzir uma campanha de medo e racista sem pensar que estavam acusando seus eleitores destes males. E apesar do descontentamento dos jovens com empregos e habitação, dos mais velhos procurando uma mudança de liderança, e do mundo esperar um novo rumo para Israel, o governo de Benjamin Netanyahu não terminou.  De fato, ele será o primeiro-ministro mais eleito e o que se manterá mais tempo no cargo da história de Israel.

E com tanta oposição, porque então Bibi foi reeleito?

Porque a maioria do país, os que votaram no Likud e em outros partidos de centro-direita, concordam com sua mensagem básica: Israel está numa região perigosa; o Irã é uma ameaça real; os palestinos não estão interessados num acordo de paz e Israel precisa de um líder forte que a defenda.

Mas mais do que qualquer coisa, mais do que os preços das moradias ou o Irã, esta eleição foi um referendo para Netanyahu. Não o homem, mas o que ele representa: alguém que não tem medo de falar o que precisa ser dito a quem quer que seja, que defende seu país com unhas e dentes, mesmo ao custo político pessoal e sofrendo criticas de todos os lados.

E isso só é compreensível quando olhamos para trás e vemos o que Israel passou desde que assinou os famigerados Acordos de Oslo em 1993. Acordos que supostamente seriam o caminho para uma paz duradoura com os palestinos e o resto de seus vizinhos. Desde então, o que Israel viu foi terrorismo, mísseis e um sentimento genuíno de insegurança. E com o avanço do Estado Islâmico e o Irã, esta insegurança supera tudo, mesmo uma piora nas relações com os Estados Unidos.

Um oficial sênior da administração israelense me disse uma vez que as relações entre Obama e Netanyahu eram muito piores do que o reportado na mídia. Realmente Obama deve se sentir muito pequeno frente à Bibi. Ou talvez sua arrogância não permita nem a comparação.

Bibi foi reeleito 4 vezes. Ele liderou o país através da pior crise econômica de todos os tempos, causada pelos Estados Unidos, sem qualquer consequência para Israel. O Estado Judeu, apesar de todos os desafios da região, continua a ser o país que mais cresce e avança tecnologicamente. O único país do Oriente Médio aonde as minorias, árabes - muçulmanos e cristãos - prosperam. A experiência de Obama é limitada a ter sido um organizador comunitário e apenas 2 anos no senado americano.

Obama tem mais 21 meses como presidente (sim, estamos contando os meses). Bibi certamente durará mais do que isso. Só temos que rezar para Obama não deixar um estrago muito grande para seu sucessor nas relações com o estado judeu.

Nas últimas eleições de Israel, Obama levou sete dias para ligar para Bibi e congratula-lo pela vitória. Ele levou algumas horas para felicitar Morsi, da Irmandade Muçulmana quando este foi eleito no Egito. Levou um dia para ligar para Rouhani, do Irã. Mas seu aliado e única democracia do Oriente Médio? Não, Israel não merece esta deferência.

Até agora, os “sucessos” de Obama foram falhas e derrotas espantosas. Em setembro do ano passado ele citou a Somália e o Yemen como exemplos de sua política vitoriosa contra os terroristas. A Somália está desgovernada e se tornou base do grupo Al-Shabaab subsidiário da Al-Qaeda. Neste final de semana os Estados Unidos evacuaram os últimos funcionários de sua embaixada no Yemen com a tomada do país pelos Houtis, apoiados pelo Irã.

O mesmo Irã com o qual Obama está desesperado para concluir um acordo. Um acordo péssimo não só para Israel e o resto dos árabes da região, mas para os Estados Unidos.

O Congresso, recentemente eleito, preocupado com o hábito de Obama de emitir “ordens executivas” quando quer passar por cima do legislativo, publicou uma carta aberta ao Irã, avisando que qualquer acordo aprovado sem o consentimento do Congresso não sobreviverá o fim do termo do presidente. Obama, por sua vez, fez um vídeo ao povo iraniano prometendo a suspensão das sanções, mais empregos e oportunidades (não para os americanos) mas para o povo iraniano!!!!!

Logo depois, o Supremo Líder, Ali Khamenei, denunciou o acordo como “fraudulento” e levou uma massa de pessoas a gritar “morte à América”! Neste final de semana!!! Este é o país com o qual Obama está tão apressado a assinar um acordo!  

Em uma de suas entrevistas antes das eleições, Bibi disse que não estava vendo um acordo que levasse à criação de um estado palestino durante sua administração. Isto prontificou Obama e seus representantes a fazerem declarações ameaçadoras, que os Estados Unidos iriam “reavaliar” sua posição com relação a Israel.

Mesmo se fosse uma rejeição total de Bibi à solução de dois estados, qualquer outro presidente americano teria pausado e pedido um esclarecimento. E Bibi esclareceu sua posição. Em entrevistas após a eleição ele disse que é muito difícil fazer paz enquanto o governo palestino está unido ao Hamas que tem como objetivo primordial a destruição de Israel. Ele disse que se a situação mudasse, ele retomaria as negociações. Mas isso não foi o suficiente para Obama. Ele disse que palavras são importantes.

Assim, morte à América, deveria também ser importante, ou os mapas da palestina sem qualquer vestígio de Israel, também deveriam ser importantes. Para Obama importante é o que o ajuda a justificar sua política anti-Israel e porque não dizer, antissemita.

Nestes últimos dois anos de governo, Obama quer deixar a marca de sua ideologia de esquerda, mostrando realmente quem ele é: um seguidor do reverendo Wright que gritou “Deus amaldiçoe a América”, amigo de Edward Said, que passava suas férias atirando pedras em Israel da fronteira com o Líbano e intimo de Rashid Khalidi, o arquiteto da identidade palestina.

Agora temos que nos preocupar com este acordo com o Irã, mas mesmo se ele não se materializar, Israel terá que lutar para sobreviver aos próximos 20 meses de Obama.




Sunday, March 8, 2015

Obama versus Netanyahu - 08/03/2015

O grande evento da semana foi o discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Por dias, sua poderosa mensagem foi dissecada pelos peritos, comentaristas e a mídia.

Apesar de o presidente Obama ter dito que não assistiu o discurso, ele conseguiu falar sobre ele por 11 minutos.  E suas palavras não foram nada amáveis para com o primeiro ministro de Israel.

Netanyahu conseguiu não só fazer uma contabilidade precisa dos fatos, inclusive de todas as instâncias em que o regime iraniano ameaçou apagar Israel do mapa, mas ele também expôs o aiatolá Rouhani como um verdadeiro tirano e opressor, longe da imagem de moderado, tão festejada pela mídia. Tudo o que o presidente não queria para convencer o Congresso a aprovar seu acordo com o Irã.

Obama, repetindo as palavras de Nancy Pelosi e outros democratas, disse que Netanyahu não havia apresentado qualquer alternativa viável. Depois de ouvir isso, acredito que ele não tenha assistido mesmo o discurso.

Na verdade, Netanyahu não disse nada de muito novo. Mas ele estressou alguns pontos que precisavam ser ditos por um líder com claridade moral. Primeiro, que não há nada mais perigoso para o futuro da humanidade do que o casamento do islamismo radical com a bomba atômica; segundo, que o regime iraniano chamado de Republica Islâmica não é diferente do Estado Islâmico, tirando o fato que o primeiro é xiita e o segundo sunita. Ambos querem a liderança do mundo islâmico e ambos querem aplicar a sua versão literal do Alcorão. O regime iraniano enforca pessoas em praças públicas, o Estado islâmico as degola. Mas Netanyahu foi ao Congresso por outra razão: ele foi avisar que se os Estados Unidos entrarem num mau acordo, o Estado judeu reserva o direito de se defender sozinho.

E é claro que Netanyahu apontou para uma solução. A única solução e a que estava dando resultados: a imposição de sanções econômicas ao Irã. Nas duas vezes que o povo iraniano saiu às ruas para exigir reformas, primeiro na revolução de 1979 e depois em 2009, a causa foi a economia e os mulás sabem disso. A única coisa que pode causar sua queda é a pressão econômica.

Mas de repente, aí está Obama, para lhes salvar a situação. O levantamento parcial das sanções já levou a economia iraniana a uma recuperação robusta. Esta melhora encorajou os Aiatolás a expandirem seus tentáculos. Para todos os efeitos, os iranianos hoje dominam quatro capitais árabes: Damasco, Beirute, Sana’a e Bagdá. Desde o império persa, há mais de 2.500 anos, que o Irã não tinha tanto impacto e influência no Oriente Médio.

Além de arrastarem as negociações para avançarem seu programa nuclear os iranianos estão também mostrando seus músculos ao ocidente. Não só eles explodiram uma maquete em tamanho natural do maior porta-aviões americano há duas semanas, enquanto seu ministro do exterior se reunia com John Kerry, mas agora eles tomaram a liderança das forças do Iraque na guerra contra o Estado Islâmico. Foi sob o comando da guarda revolucionária iraniana que o exército iraquiano retomou a cidade de Tikrit. Um verdadeiro tapa na cara das tropas americanas que deixaram bilhões de dólares e incontáveis vidas no Iraque.

Hoje as tropas do Iraque estão sendo treinadas, supervisionadas, armadas e comandadas pelo Irã. O Irã já domina o Líbano através da Hezbollah, os Houthis tomaram o poder no Yemen e a Síria continua a ser um satélite do Irã.

Com os inspetores, a situação não é melhor. A Agência Internacional de Energia Atômica submeteu um questionário de 12 questões ao Irã, que parcialmente respondeu a primeira pergunta e se recusou a responder as outras. A Agência denunciou informações falsas que o Irã lhe tinha fornecido sobre a capacidade das centrifugas e quanto urânio estava sendo enriquecido.

Os mulás querem ressuscitar o império persa, trazerem o seu messias, o Mahdi, e o final dos tempos. E para alcançarem este objetivo eles precisam da bomba.

Não é preciso ser profeta para ver o que está acontecendo. O Irã está literalmente repetindo a tática usada pela Coreia do Norte. O acordo será assinado, o Irã esconderá e mentirá; centrífugas subterrâneas continuarão a enriquecer urânio, inspetores serão enganados até a hora de testar a primeira bomba. Aí os aiatolás denunciarão o acordo, expulsarão os inspetores e anunciarão ao mundo que já é tarde demais.

E não há qualquer dúvida que eles usarão a bomba.

O Irã ganhou e nós perdemos. O que eles queriam era um alívio das sanções e tempo para prosseguirem com seu programa nuclear. Este objetivo foi alcançado. Só por concordar em negociar, o Irã recebeu carta branca para continuar a financiar o Hamas, a Hezbollah, o governo de Bashar Assad na Síria, a colocar seus generais na fronteira com Israel, a enviar “conselheiros” para a Venezuela e outros governos da América do Sul, e a continuar a humilhar os Estados Unidos.

O triste é que estávamos quase lá. Se tivéssemos mantido as sanções, e a economia do Irã em rédeas curtas, poderíamos até sonhar com uma mudança de regime, talvez até alguma democratização. Poderíamos ter exigido o desmantelamento das centrífugas e quem sabe, até uma melhora nos direitos humanos.

Mas hoje não podemos mais ter este tipo de esperança. Entregamos numa bandeja a única coisa que forçaria o regime iraniano a capitular.

Depois do discurso de Netanyahu, democratas o acusaram de seguir o roteiro de guerra de Dick Cheney ou de fazer um teatro com um problema que não existe. Eles estão errados. O terrorismo islâmico está se espalhando e os grupos estão se alinhando com o Estado Islâmico ou com o Irã. Exatamente como ocorreu na guerra fria.

Hoje mesmo, o grupo Boko Haram, que já matou mais de 17 mil pessoas na África, declarou se unir ao Estado Islâmico.  

Estamos aproximando o momento de verdade. Um momento muito similar ao de Chamberlain e Hitler. O discurso de Netanyahu foi um momento Churchill para trazer clareza e nos apontar o norte neste descompasso histórico. Foi um diagnóstico da marcha desta ideologia patológica para dominar o mundo.

Não podemos confiar nos iranianos. As sanções precisam continuar até eles desmontarem suas centrífugas. Ponto final. Não é quanto urânio o Irã pode enriquecer. Ele não precisa enriquecer nenhum. O Irã é o país mais rico do globo em petróleo e gás natural. Só existe uma razão para eles terem um programa nuclear. E a nós cabe a obrigação de negarmos a eles a bomba.




Tuesday, March 3, 2015

O Discurso da Vida de Netanyahu - 03/03/2015

Hoje o primeiro-ministro de Israel, aceitando um convite do presidente do Congresso americano John Boener, irá discursar perante o povo americano e explicar os perigos de um acordo com o Irã. Acordo este que está sendo vigorosamente negociado pelo atual secretario de estado americano John Kerry.

O convite e sua aceitação causaram um mal-estar profundo entre Israel e a administração americana. Susan Rice, a conselheira do Presidente Obama em segurança nacional chegou a dizer que o discurso de Netanyahu perante o Congresso chega a “destruir o próprio tecido da relação entre Israel e os Estados Unidos”.   

John Kerry por seu lado, ao responder questionamentos do Congresso na semana passada, não mediu palavras para atacar Netanyahu. Primeiro ele disse que o primeiro ministro de Israel não sabia o que estava falando, pois não estava envolvido nas negociações. O senador Lindsey Graham então perguntou a Kerry se ele não estava mantendo Israel informada do progresso das negociações. Balbuciando, Kerry respondeu que sim, que Israel estava informada. Depois Kerry atacou o julgamento do primeiro ministro dizendo que Bibi havia apoiado a invasão do Iraque em 2003 e de acordo com ele “nós vimos no que isso deu”. Ora, Bibi não era primeiro ministro em 2003 mas Kerry era senador por Massachusetts e ele sim votou a favor da invasão do Iraque.

Deixando a hipocrisia de lado, se este acordo é tão fantástico, que irá atender a todas as preocupações do Oriente Médio, não só de Israel mas da Arábia Saudita e os países árabes hoje ameaçados pelo Irã, porque o segredo?  

E ainda, por que atacar Netanyahu, o primeiro ministro do país mais próximo e aliado dos Estados Unidos na região? Por que castigar um líder que está vindo para Washington, a convite dos representantes do povo americano para falar sobre os perigos que seu país está correndo com um mau acordo com o Irã?

Com qualquer outra administração, o simples faux-pas cometido por Boener de não ter informado a Casa Branca sobre o convite, teria sido esquecido ou varrido para baixo do tapete. Mas Obama fez e continua a fazer um caso federal sobre a quebra de protocolo. Nem ele nem seu vice ou Kerry irão encontra-lo. Vários congressistas democratas foram pressionados a boicotar seu discurso.

E por que? Pela simples razão que em sua cabeça, Obama já aceitou o Irã como potencia nuclear. Ele disse que todos os países têm o direito de adquirirem a tecnologia nuclear desde que para fins pacíficos. O problema está em países como o Irã que não permite inspeções ou as limita a locais especialmente mantidos para os inspetores.

Um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica emitido recentemente disse claramente que não há como assegurar que o Irã irá cumprir com restrições ao seu programa nuclear e se o Irã se tornar nuclear, países da região como a Arábia Saudita, Egito e outros correrão para adquirirem a bomba.

Para Israel e Netanyahu, o perigo é real e iminente. Entre outros, o acordo não lida com a tecnologia de mísseis balísticos do Irã que está sendo desenvolvida para levar uma ogiva nuclear. O acordo também prevê uma data limite de 10 anos além da qual, o Irã poderá livremente enriquecer urânio.

Além de repetir constantemente que os dias de Israel estão contados e que irá apagar Israel do mapa, o Irã também se vangloria de ser forte o suficiente para engajar os Estados Unidos numa guerra. Nesta semana os ayatolahs torpedearam e destruíram no estreito de Hormuz, uma réplica de dimensões reais do USS Nimitz, um dos maiores porta-aviões do mundo. As implicações são claras. Em meio a negociações o Irã está humilhando a América. O Almirante iraniano Ali Fadavi disse que o Irã tem  minas oceânicas tão avançadas que nem os americanos podem imaginar”. O porta-voz da marinha americana simplesmente declarou que “não estava preocupado com estes exercícios”.

Que bom que ele não está preocupado. Gostaria de saber a opinião da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Emirados e Bahrain que estão do outro lado do Golfo Pérsico e dependem da proteção americana.

O Irã continua a ser um dos fatores mais desestabilizadores da região. Ele financia a Hezbollah, o Hamas, os shiitas no Iraque, os Houthis que derrubaram o governo pró-ocidente do Yemen e as minorias shiitas em todos os países árabes. Mas Obama pessoalmente parece estar confortável em negociar com este governo. Muito mais do que com Israel.

Obama diz que não vai se encontrar com Netanyahu para não dar ao primeiro-ministro uma vantagem há duas semanas antes das eleições em Israel. Ele disse que não queria “interferir com a democracia israelense”. Ele realmente se acha grande coisa. Com sua aprovação mais baixa do que qualquer presidente americano, especialmente em Israel, encontrar-se com Obama não é nenhum ponto positivo para Bibi.

Mas Obama, que tanto prega a democracia, não tem qualquer problema em se encontrar com ditadores ou líderes não eleitos. Depois de se curvar a ele, há duas semanas, Obama foi para a Arábia Saudita para dar suas condolências pessoais pela morte do rei Abdullah um dos piores autocratas islâmicos da nossa geração. Centenas de pessoas foram decapitadas por ele por crimes como feitiçaria e apostasia. Ele manteve quatro de suas filhas presas numa casa dilapidada por mais de 13 anos porque a mãe delas fugiu para Londres.

Como Israel não pode contar com Obama e sua administração, Netanyahu não tem outra alternativa a não ser falar diretamente ao povo americano que ainda é pró-Israel em sua grande maioria. Este será o discurso de sua vida e pelo futuro de Israel. Não será uma tarefa fácil.

Agora para aqueles que sabem que nada é por acaso, gostaria de dividir com os ouvintes algo que recebi nesta semana.

Era uma vez um rei que controlava o mundo inteiro na cidade de Shushan. Este rei humilhava, ignorava ou talvez só odiava os judeus. Hoje temos um Presidente em Washington, capital do país mais forte do mundo, que mostra indiferença, ignora e humilha o Primeiro-ministro israelense ou talvez, quem sabe, ele só odeia judeus.

Era uma vez um persa chamado Haman, que queria matar todos os judeus mas precisava da autorização do rei para levar a cabo seus planos. Hoje, os persas querem matar todos os judeus mas precisam negociar com o Presidente para levarem a cabo seus planos.

O rei não se importava com o destino dos judeus, desde que pudesse ganhar alguma coisa para si –  dinheiro ou propriedades. O Presidente por seu lado, não se importa com o que possa acontecer com os judeus ou Israel, desde que possa ganhar algo para si – isto é, um acordo com o Irã para lutar contra o ISIS.

A rainha judia queria contar ao rei o que de fato estava acontecendo mas ir de encontro ao rei era muito perigoso. O Primeiro-ministro de Israel quer dizer ao Congresso e ao presidente o que de fato está ocorrendo mas aceitar o convite do Congresso se tornou algo muito perigoso.

Houveram aqueles que achavam que a rainha não precisava falar ao rei. Ela poderia irritá-lo ou levado a tomar ações piores contra os judeus. Há muitos que acreditam que o primeiro-ministro não deva falar ao Congresso para não irar o Presidente ou leva-lo a ações piores contra Israel.

A rainha pediu aos judeus para jejuarem e rezarem para ela ter sucesso em sua tentativa. Eles fizeram isso e o rei aceitou seus apelos e o decreto contra os judeus foi revogado.

Durante mais de 2000 anos o povo judeu lembrou esta data, jejuando no dia 13 do mês hebraico de Adar, chamando este dia de Jejum de Esther. O primeiro-ministro foi convidado a falar ao Congresso nesta terça-feira, que cai no dia 12 de Adar. Mas como há 7 horas de diferença entre a América e Israel, na hora que o primeiro-ministro estiver discursando, já será dia 13 de Adar em Jerusalem.  Coincidência? Acho que não.

Junto com a festa de Purim, este ano, vamos tentar jejuar e rezar pelo sucesso do Primeiro-ministro e ter este terrível decreto de um Irã nuclear revogado.