Sunday, March 19, 2023

Protestos e a Desconsideração dos Perigos Reais contra Israel - 19/03/2023

Os protestos que temos visto nas últimas 11 semanas em Israel sobre a reforma do Judiciário, se transformaram nos Dias de Interrupção e estão destruindo o país. O protesto legítimo por meios legítimos é um princípio consagrado da democracia. Há uma grande diferença entre isso e encorajar soldados da reserva a não servir no exército; encorajar investidores e empresas a levar seu dinheiro para outro lugar – de fato apoiando o BDS; e falando de guerra civil e derramamento de sangue. É um verdadeiro absurdo!!!

Mas o que incomoda mais são os padrões duplos adotados sem qualquer consequência. E isso sem falar dos estragos causados pelos manifestantes que bloqueam as rodovias, impedindo a passagem até de ambulâncias. Na semana passada, outra empresa israelense anunciou que estava deixando o país. A fin-tech Riskified, avaliada em US$ 1 bilhão, anunciou que estava transferindo US$ 500 milhões para fora de Israel por causa de “uma recessão econômica significativa e prolongada em Israel”, de acordo com seu presidente Ido Gal. Quer dizer, ele provoca a crise econômica e depois diz que vai sair por causa dela. É a profecia autorrealizável, em outras palavras.

Gal declarou que a reforma “resultará na mudança de Israel de uma democracia com valores liberais para um estado mais autoritário”. Primeiramente isso é pura mentira. Depois se formos ver a lista de países onde a empresa tem bases operacionais, surpreendentemente, entre eles encontramos a China! Onde Gal presumivelmente não acha ser importante manter valores liberais e a democracia.

Também na semana passada, um consultor financeiro que não recordo o nome, recomendou na TV que investidores israelenses transferissem seu dinheiro para fora do país por causa da reforma judicial. Ele sugeriu a Geórgia como uma opção melhor. Mas enquanto este “gênio financeiro” estava confortavelmente sentado no estúdio da tv de Israel, violentos protestos ocorriam na Geórgia por causa da chamada lei de Agentes Estrangeiros que o atual governo, vassalo de Putin, queria aprovar. Esta lei proibiria ONGs e veículos de mídia de receberem mais de 20% do seu orçamento do exterior, o que causaria o fim de toda a mídia independente e iria deixar só os canais do governo funcionando. Isso me fez imaginar o quanto vale a assessoria financeira deste individuo.

Mas enquanto os manifestantes israelenses anti-reforma, da esquerda caviar high-tech alertavam sobre as consequências econômicas que eles mesmos estavam causando, a atenção estava sendo desviada dos problemas maiores. O colapso do Sillicon Valley Bank (SVB) e, posteriormente, do Signature Bank, aqui nos EUA, apresenta riscos muito maiores para a economia global do que as cláusulas da legislação proposta pelo governo israelense, se elas realmente forem aprovadas.

Muitas empresas de alta tecnologia de Israel, cujos fundos eram mantidos pelo SVB, agora estão sendo cortejadas por bancos locais, que parecem muito mais seguros, com ou sem reforma judicial. O departamento de tecnologia do Banco Leumi, o maior de Israel, já conseguiu trazer para o país 1 bilhão de dólares de companhias que tinham conta do SVB. O Hapoalim também está se posicionando para fornecer linhas de crédito para startups e hubs de inovação. E isso porque os bancos israelenses são considerados relativamente seguros, por causa do tamanho pequeno do mercado e da forte supervisão.

A aldeia global está cheia de incertezas. A reconciliação entre o Irã xiita e Arábia Saudita sunita anunciada na China em 10 de março pegou muitos de surpresa, embora tenhamos visto negociações intermitentes desde 2021. É muito cedo para dizer quais serão os resultados finais, mas um realinhamento regional dessa magnitude vai obrigatoriamente ter um efeito cascata. Algumas dessas ondulações podem ser sentidas no Egito, nos Emirados Árabes e em Bahrain, países com os quais Israel mantem relações diplomáticas.

O maior problema disto tudo é o que esta aproximação entre os dois inimigos simboliza. Acima de tudo, ela simboliza o recuo dos Estados Unidos do Oriente Médio deixando um tremendo vácuo. Os recursos energéticos da região fazem desta uma oportunidade de ouro, boa demais para a China deixar passar.

Enquanto o Irã persegue o reconhecimento e legitimidade diplomática no exterior, em casa ele continua a perseguir seus próprios cidadãos, principalmente mulheres jovens. Possivelmente para punir as jovens que saíram protestar a morte de Mahsa Amini por não estar com o véu propriamente amarrado na cabeça, mais de 7 mil meninas em escolas femininas foram envenenadas com gás tóxico em dúzias de escolas em 28 das 31 províncias do país durante quatro meses. Apesar do governo prometer uma investigação, é difícil acreditar que um dos países que mais vigia sua população, não consegue identificar quem está por trás dos ataques.

A China por seu lado, continua a perseguir as minorias, incluindo os muçulmanos uigurs da província de Xi Jiang, e transferindo os tibetanos do Tibet para outras regiões da China contra a lei internacional. A Arabia Saudita, apesar de estar tentando se modernizar, ainda está muito longe disso.  Vendo a fraqueza americana e a bagunça em Israel, achou que era a hora de se aliar com o Irã que parece estar segurando as pontas, apesar das sanções.

Além desta agitação civil, o país continua a enfrentar sérias ameaças: a onda de terrorismo palestino, de grupos estrangeiros como a Hezbollah e até as ameaças do Irã no limiar de uma bomba nuclear. O ataque terrorista palestino em Tel Aviv e o atentado contra um ônibus em Beitar Illit na semana passada e as notícias desta semana sobre a infiltração terrorista do Líbano, são mais do que amplos lembretes dos perigos sempre presentes.

Israel não pode se dar ao luxo de continuar lutando contra si mesma. A História prova que aqueles que buscam a revolução nunca sabem qual será o seu resultado final e muitas vezes eles próprios se tornam suas vítimas. Não menosprezo os temores dos que são contra a reforma judicial em Israel. Mas sinto que os protestos estão sendo cada vez mais sequestrados por grupos com interesses escusos que continuam alimentando os medos em vez de tentar acalmar as tensões. Grupos cada vez mais desiguais protestando, mas agora com o objetivo claro de derrubar o governo eleito de Netanyahu.

É hora de os líderes da coalizão e da oposição de Israel se sentarem e trabalharem numa reforma equilibrada – a qual a própria oposição tem interesse de aprovar. E deixarem de querer correr nos corredores do poder, mas correrem na direção correta do compromisso e união- antes que seja tarde demais.

Sunday, March 12, 2023

Os Protestos dos Privilegiados - 12/03/2023

 

Por mais de 100 anos, a Esquerda se opôs à Direita Sionista e lutou para garantir que ela não pudesse influenciar efetivamente a composição social ou cultural de Israel.

A Declaração de Independência de Israel, de 1948, contém 650 palavras em seu texto hebraico original. E os ativistas que são contra a reforma do judiciário do país, exigem que seus princípios estejam no centro da atual crise no que diz respeito à composição e direção das cortes e outras instituições jurídicas.

Na última quinta-feira, esta esquerda orquestrou o “Dia da Interrupção em que seus ativistas resolveram bloquear algumas artérias viárias do país. Crianças de creches foram levadas para as calçadas para gritarem “de-mo-cra-ti-ya” instigadas por seus professores. É difícil acreditar, mesmo em Israel, que crianças desta tenra idade, tenham qualquer ideia do que seja ou de como funciona a democracia. Verdade seja dita, se em vez de “de-mo-cra-ti-ya” as crianças estivessem gritando “Kim Jon Um”, aquela demonstração poderia ter acontecido em Pyongyang.

É bem possível, porém, que Yair Lapid, do partido Yesh Atid, tenha se formado numa classe partidária dos métodos da Coreia do Norte. E certamente ele não leu a Declaração de Independência de Israel com o cuidado necessário.

O interessante é a hipocrisia da esquerda. Em 2005, quando Sharon forçou milhares de judeus de suas casas na Faixa de Gaza, houve uma onda de protestos sem precedentes em que jovens também tomaram as ruas, fazendo bloqueios. Na época, o jornalista Yair Lapid, escreveu uma coluna na qual ele exigia que os manifestantes que participaram destes bloqueios fossem removidos pela polícia de imediato, à força se necessário. Quando confrontado com este seu artigo, Lapid respondeu:  "Estou farto de comparações com o que era então ... é diferente ... anos se passaram, as circunstâncias são diferentes, as pessoas são diferentes ... é um mundo totalmente diferente." Diferente? Não. Não é diferente. Quando há manifestações de ultra-ortodoxos ou de etiópios, como ocorreu em 2019, a resposta do governo foi rápida para tira-los seguindo uma ordem do Supremo Tribunal. Isso cheira a um conflito de classes sobre identidade nacional e cultural. Não sobre democracia.

Israel está constantemente questionando sua democracia e se comparando com os Estados Unidos. Mas a palavra “democracia” não aparece na Declaração de Independência israelense. A Declaração de Independência dos Estados Unidos também não inclui o termo. Mas, desde 1641, várias leis promulgadas autorizaram, por exemplo, a escravidão até 1865. Os Estados Unidos não são uma democracia governada pela maioria. São uma república constitucional, em que a Constituição estabelece de modo claro, os limites dos três poderes do Estado: o executivo, o legislativo e o judiciário. Israel não tem uma constituição e é por isso que o Judiciário conseguiu abocanhar para si o poder de governar do país.

Um elemento central da democracia é a proteção igualitária perante a lei. É nisso que o campo secular, de liberal a progressista, se concentra, sempre apontando o dedo aos ultra-ortodoxos em relação ao serviço militar, pagamento de impostos, emprego remunerado, bem como as orações igualitárias no Muro das Lamentações. Mas o conceito de igualdade lhes escapa quando se trata do direito dos ultra-ortodoxos de protestarem. Aí eles devem ser devidamente removidos das ruas o quanto antes.

O campo secular esquece que na Declaração da Independência está que Israel “promoverá o desenvolvimento do país para o benefício de todos os seus habitantes”; que será “baseada na liberdade, na justiça e na paz”; que irá “assegurar total igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes, independentemente de religião, raça ou sexo”, entre outros objetivos elevados. Os habitantes árabes se beneficiariam de “cidadania plena e igualitária e devida representação”. Isso é o que constitui uma democracia pura. O governo eleito pela maioria que garante os direitos das minorias. Mas há equilíbrio entre os poderes?

Não. Na década de 90, o Presidente do Supremo, Aharon Barak fez uma reforma judiciária sozinho, declarando o Supremo o juiz final de tudo e todos, incluindo sobre decisões do executivo e leis aprovadas pela Knesset.

Na raiz da reforma judicial iniciada por Yariv Levin e Simcha Rothman está a volta do Supremo para o que era antes de Barak e em especial lidando com quatro questões principais:

A primeira é sobre a cláusula de anulação de decisões do Supremo. Isto porque a Knesset, que foi eleita pelo povo, pode aprovar uma lei com o consenso tanto da coalisão como de membros da oposição e o Supremo pode dizer que de acordo com a opinião de 3 juízes, que não foram eleitos pelo povo, esta decisão não é “razoável” e anular a lei. O que a reforma quer fazer é dizer: ok, neste caso, vamos submeter esta decisão do Supremo ao voto da Knesset e se a maioria rejeitar a decisão, ela fica anulada e a lei será válida.

A segunda questão é sobre a nomeação de juízes. É inconcebível que juízes de uma corte nomeiem e aprovem os seus sucessores que acabam tenho a mesma cor e posição ideológica deles, sem espaço para divergências. A esquerda não aceita que a nomeação de juízes seja feita por políticos. E porque não? Porque eles querem que as cortes continuem a refletir a mesma cor e ideologia deles.  

A terceira razão é o qualificador “razoabilidade” das decisões judiciais que é um critério completamente subjetivo e como quando estudamos na Faculdade de Direito, a lei tem que ser aplicada objetivamente. Como Israel não tem uma Constituição, que imponha limites ao Supremo, ele simplesmente se dá o direito de anular decisões de estado e da Knesset baseado num critério subjetivo.

A quarta questão é a do papel do advogado-geral e dos assessores jurídicos ministeriais. Hoje, a advogada-geral de Israel, nomeada pelo governo de esquerda de Yair Lapid, está num confronto aberto com o governo atual, se recusando ou adiando a tomada de decisões que precisam de seu selo de aprovação. Nenhum governo pode funcionar eficientemente deste modo. O problema é que tradicionalmente o cargo não tem um tempo fixo e é ela quem tem que decidir sair. Levine quer mudar isso.

Mas como disse há duas semanas, essas são apenas representações externas de um conflito interno mais profundo que está vindo agora à tona. Quem vê os manifestantes que saem às ruas todas as semanas, eles são os privilegiados da indústria High-tech, da indústria financeira, são seculares, e ferrenhamente de esquerda, que não se conformam com a volta de Netanyahu e da direita ao leme do país. Não vemos etiópios, mizrachim ou árabes nas ruas. Só a elite que quer, a todo o custo, reverter o resultado da última eleição.

A briga então não é sobre democracia (que nenhum dos manifestantes consegue explicar como ela estaria em perigo). É simplesmente sobre quem controla as instituições de poder. Batya Ungar-Sargon, da revista Newsweek, comentando sobre o fenômeno da política progressista, disse que o que está acontecendo em Israel são pessoas furiosas que abandonaram os interesses econômicos para travar uma guerra cultural para impulsionar seus próprios valores.

Esses valores incluem um marcado processo de secularização (e o correspondente abandono dos valores culturais originais que estão no âmago da criação do Estado de Israel) e a imitação do comportamento progressista da esquerda ocidental. Os progressistas chamam o governo de Netanyahu de “fascista”, “nazista”, “talibã” e outros para se referir a qualquer posição de direita sem explicar em que medida o governo é fascista ou nazista.

Isto leva a uma quebra dos padrões sociais e éticos que tomam o lugar do debate construtivo. Simcha Rothman e Yair Levine se dispuseram a conversar. De fato, o comitê da Knesset que está debatendo a reforma se reúne quase diariamente e todos têm o direito à fala. Além disso, os debates são integralmente televisados. Muito mais transparente do que a nomeação e a aprovação de juízes.

Se houvesse conversa em vez de ataques, poder-se-ia chegar a um consenso sobre o número de legisladores necessário para anular uma decisão do Supremo que inclua uma parte da oposição; talvez incluir critérios mais objetivos do que “um amigo traz o outro” para o Supremo; mas Lapid exige uma cessão total dos trabalhos da Knesset sobre a reforma do judiciário somente para se sentar à mesa.

E no meio tempo, os terroristas se aproveitam da situação, como vimos em Tel Aviv na 5ª feira à noite e os inimigos de Israel ficam à espreita.

Mas tudo isso irá se resolver. Não é a primeira vez que Israel passa por uma crise desta. O mesmo ocorreu quando Menachem Begin virou primeiro-ministro. Membros do governo de Israel chegaram até a dizer que não era o governo que deveria mudar, mas o povo. E tudo se passou bem. Com Begin Israel chegou até a fazer a paz com o Egito. Mas aquela geração conversava, tinha respeito pelos adversários e sobretudo amor pelo país. Precisamos disso hoje. Muita conversa, muito respeito e sobretudo, Ahavat Israel.

Sunday, March 5, 2023

Como Miss Piggy Virou Ursa e Arafat Virou Palestino - 05/03/2023

 

Uns dias atrás recebi de um amigo um texto muito interessante escrito por Roberta Dzubow e Alexis Worlock. O texto contava que a Miss Piggy, a adorável porquinha do programa infantil os Muppets, distribuído em todo o mundo, apresentou dois problemas quando anunciado nos países árabes. Primeiro, o nome dela Piggy, não pode ser pronunciado, porque não há o P na língua árabe. Para palavras estrangeiras, eles substituem  o P pelo 'F' ou 'B'. Todos nós conhecemos os “Brimos”. O resultado é que “Piggy” tinha que ser “Figgy” ou “Biggy”. As emissoras egípcias foram com "Biggy" que significa “grandona”.

Depois, há a questão de ela ser... uma porca, um animal impuro no islamismo. Mesmo que seja apenas uma boneca. A Arábia Saudita resolveu isso banindo completamente a Miss Piggy. Os egípcios foram mais criativos. Eles declararam que aMiss Biggy” era um urso!

E porque não? Ela é rosa, é suína, tem rabo encaracolado... é um urso!

Tal licença criativa com identidade no mundo árabe, não se limita a bonecas e fantoches. A mesma coisa foi feita, mas com efeitos devastadores, na criação de um novo nome para uma nacionalidade que sempre foi simplesmente "árabe".

A designação "palestino" cria o mesmo problema inicial da "Miss Piggy"; e além do árabe não ter a letra 'P', há muitas letras em 'Palestina' para as regras da gramática árabe.

Nos últimos 2.000 anos ou mais, 'palestinos' se referia aos judeus da Judéia conquistada, a terra judaica. No ano 135 da nossa Era, os exércitos romanos reprimiram a última revolta judaica pela independência. Como punição por mais uma revolta, o imperador Adriano procurou quais eram os povos que haviam vivido naquela terra e haviam desaparecido. Entre eles Adriano escolheu os Filisteus – que não têm a melhor reputação na Bíblia - e renomeou a área como "Síria Palestina" a fim de apagar suas origens judaicas. Mas embora os romanos tenham mudado o nome da Judéia no mapa, eles nunca conseguiram quebrar a conexão entre os judeus e sua terra ancestral.

inúmeros exemplos de “palestinos” referindo-se aos habitantes judeus de Israel/Judéia. Os árabes, de fato, desdenhavam o termo. "Eles eram somente  árabes!

Com a aproximação do 75º aniversário de Israel temos que refletir sobre este conflito “palestino-israelense” que dura há mais de 100 anos. De acordo com o membro do comitê executivo da OLP, Zahir Muhsein, este conflito é baseado no conceito de que “a criação de um estado palestino é apenas um meio para continuar nossa luta contra o Estado de Israel… a identidade palestina existe somente por razões políticas”. Em março de 1977, um jornal holandês entrevistou Muhsein que enfaticamente disse: “O povo palestino não existe. A criação de um estado palestino é apenas um meio para continuar nossa luta contra o Estado de Israel por nossa unidade árabe.

Aí está! O uso do conceito de um povo ou estado palestino é apenas uma tática empregada com o único propósito de destruir o Estado judeu de Israel. Não estão nem aí com o bem estar ou independência dos supostos “palestinos”. É só olhar para as três eras principais: de 1920 a 1947, de 1947 a 1964 e de 1964 até hoje, para comprovar este fato.

1920-1947. Em 1920, a Liga das Nações dividiu os despojos da Primeira Guerra Mundial depois da derrota do Império Otomano, criando o Mandato da Palestina entregue para a Grã-Bretanha. A liderança árabe se opôs violentamente ao Mandato porque o resultado seria um Estado judeu, liberando os judeus de sua condição de dhimi, ou cidadãos de segunda-classe.  Embora o Mandato original da Palestina reservasse uma quantidade razoável de terra para uma pátria judaica, em 1921, Winston Churchill cedeu 73% dessa área para criar a Jordânia. A “solução de dois estados” original.

Em 1937, durante seu testemunho da Comissão Peel, Auni Bey Abdul-Hadi, um líder árabe disse: “Não existe tal país Palestina! Esse é um termo inventado pelos sionistas! Não há Palestina na Bíblia. Nosso fazemos parte da Síria.”

1947-1948. Em 1947, seguindo uma política nefasta e antissemita, completamente contrária ao Mandato, a Grã-Bretanha o devolveu à ONU. Os próprios registros da ONU contêm as discussões sobre a criação de um estado para os judeus. Nunca houve qualquer proposta da liderança árabe para criar um estado para os árabes. Em novembro do mesmo ano, a ONU propôs uma partilha. Os 27% do que sobraram da Palestina original foram então divididos como um queijo suíço em dois estados.  Apesar da porção minúscula e árida que receberam, os judeus disseram sim, os árabes disseram não.

Assim que Israel se declarou um estado, os árabes declararam guerra. O objetivo não era de libertar e formar o Estado da Palestina, mas destruir e dividir Israel – norte para a Síria, centro para a Jordânia, sul para o Egito. Mas milagrosamente, os árabes perderam.

Uma vez traçada a linha do armistício (a tal “Linha Verde”), a Cisjordânia e Jerusalém Oriental ficaram nas mãos da Jordânia. De 1949 até cerca de 1964, enquanto a Jordânia ocupava ilegalmente a Cisjordânia (incluindo metade de Jerusalém), ninguém exigiu a criação de um Estado palestino seja pela liderança árabe ou pelos “palestinos”.

E aí temos a última era. Em 1964, numa conferência no Egito, a Rússia, o Egito e a Liga Árabe (não “palestinos”) a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi criada. Em sua constituição inicial, a OLP explicitamente declara que não reclama nem a Faixa de Gaza, nem a Cisjordânia, já que estes territórios estavam nas mãos do Egito e da Jordânia respectivamente. O objetivo era destruir o Estado de Israel. Nenhuma palavra sobre a criação de um estado palestino. Yasser Arafat foi então de egípcio, nascido no Cairo, a “palestino”.

Em junho de 1967, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental foram capturadas por Israel em uma guerra defensiva com a Jordânia – não de um país chamado “Palestina”.

Em maio de 1994. De acordo com o The Washington Post, logo após a assinatura dos Acordos de Paz de Oslo, o presidente da OLP, Yassar Arafat, fez um discurso em uma mesquita, convocando o “jihad”. Ele afirmou que seu acordo de paz com Israel era apenas um passo tático, facilmente reversível.

Há centenas de outros exemplos adotados pela liderança árabe, embutidos em seus estatutos organizacionais, todos adotando essa tática de uma revolução pela “libertação palestina” que consistentemente prega e exige nada menos que o genocídio contra Israel. Não há menção a uma “solução de dois estados”. Nunca houve.

Essa tática de ódio nesta guerra religiosa devastou gerações mantidas em campos de refugiados, submetidos a lavagem cerebral com mentiras e incitamento ao terrorismo que matou e mutilou inocentes, corrompeu a educação para criar a próxima geração de terroristas e envolveu crianças de maneiras que são claramente abuso infantil.

É hora de o Islamismo se tornar a religião de paz que afirma ser. Chamando por um novo pensamento para o Islã, em 2015, o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi implorou: “É inconcebível que o pensamento que consideramos mais sagrado faça com que todo o mundo islâmico seja uma fonte de ansiedade, perigo, matança e destruição para o resto do mundo...”

 

É um exagero acreditar que um porco rosa seja um urso; ou que um grupo étnico originário da Arábia tenha se tornado, por simples declaração, em algo que por 2.000 anos se referia (com desdém) aos judeus de Israel/Judéia.

Mas aprenda com a “ursa Biggy": até mentiras absurdas podem ser contadas sobre a identidade de alguém ou de um grupo e serem aceitas pelo mundo.