Tuesday, September 27, 2011

O Circo de Mentiras da ONU - 25/09/2011

A Casa de Mentiras. Foi assim que o Rabino de Lubavitch descreveu as Nações Unidas para Benjamin Netanyahu quando o encontrou em 1984. E de fato, o que vimos acontecer esta semana aqui em Nova Iorque foi algo surreal, com mentiras aplaudidas e menções da verdade simplesmente desconsideradas. Abbas começou sua cruzada esta semana perguntando porque os palestinos eram o único povo no mundo que não tinha seu estado. Ele talvez não se importe da situação no Tibet, ou com as reivindicações dos Kurdos no Iraque, Turquia, Irã e Síria, dos Bascos na Espanha, dos Chechenios na Russia e até dos Flamengos na Bélgica. Abbas afirmou que fez tudo para renovar as negociações, mas que foi a intransigência de Israel e as construções nos assentamentos que não lhe deixaram outra escolha a não ser recorrer às Nações Unidas. Estranho pois em dois anos e meio, Abbas aceitou se encontrar apenas uma vez com Netanyahu apesar dele ter proibido a construção de judeus nos assentamentos por 10 meses.


Mas Abbas também mostrou sua cara. Ele foi enfático ao dizer que os palestinos têm direito à terra que foi ocupada deste o dia da Nakba, o dia da criação do estado de Israel. Assim, os assentamentos não têm nada a ver com suas reivindicações. É a próprio Israel que deve ser eliminada para corrigir este erro histórico.

Todas estas mentiras de Abbas e do resto da delegação palestina, são esperadas. Mas o circo se extendeu para outros chefes de estado e para a mídia. O primeiro ministro turco chegou a perguntar, se em 1948 o estado palestino foi criado ao lado de Israel, aonde está ele. Acho que a Turquia continua tão atrasada que até hoje não recebeu o telegrama, fax ou email com a rejeição árabe da partilha. E toda esta ladainha foi repetida pela mídia.

Mas pergunto: não é preciso um mínimo de conhecimento de história além de saber o que aconteceu no café da manhã, para expressar sua opinião ao público? E apesar de dizer a verdade, não há cenário possível no qual Israel poderia ganhar nas Nações Unidas pois a grande maioria de seus membros são por definição contra o Estado de Israel.

Mesmo se os Estados Unidos vetarem o pedido dos palestinos, eles podem voltar a faze-lo quando quiserem. E dada a simpatia que angariaram, eles não têm qualquer incentivo para não repetirem o processo até conseguirem o que querem. Mas o problema não é este.

O pedido não será submetido à um simples voto e veto. A discussão no Conselho de Segurança que tem como presidente o Líbano da Hezbollah, já começou na quarta de manhã e deve durar vários meses. A idéia é que durante este tempo, o mundo colocará uma pressão inimaginável sobre Israel para mais concessões para que os palestinos voltem à mesa de negociações. E a ameaça de aprovação do estado palestino na ONU pairará sobre a cabeça de Israel como a Espada de Damocles.

Assim, chegou a hora de Israel mudar de estratégia. Desde os acordos de Oslo em 93, todos os governos israelenses sem exceção, justificaram o controle sobre os territórios conquistados em 1967 na base de necessidades de segurança. Sem o Vale do Jordão, Israel fica vulnerável à invasão do leste. Sem Gush Etzion no sul e Ma’ale Adumim no norte, a capital Jerusalem fica descoberta. Sem o controle da segurança na Judéia e Samária, os centros populacionais de Israel ficarão todos vulneráveis a mísseis e ataques terroristas. Tudo isto é verdade. Mas é também defensivo.

Enquanto Israel fica se explicando e defendendo seu direito à segurança, os palestinos têm ido à ofensiva, argumentando que a terra que Israel conquistou em 1967 é sua terra ancestral tornando a disputa algo entre os direitos à terra pelos palestinos contra as necessidades de segurança dos israelenses. Na mente do mundo, se a terra pertence aos palestinos, a ameaça ou não à segurança de Israel, se torna irrelevante.

É por causa disto que o apoio do governo americano à fronteiras defensáveis de Israel foi do controle perpétuo de Jerusalem e uns 50% da Judéia e Samária em 93 para uma volta às linhas de armistício de 1949, incluindo a divisão de Jerusalém em 2011. A ironia é que o direito de Israel sobre a Judéia e Samária é indisputável. Além de sua presença e conecção com esta terra por milhares de anos, o Mandato Britânico da Palestina dava aos judeus toda esta área e ainda mais.

Foi somente para não impedir uma possibilidade de um acordo é que nos últimos 18 anos Israel não falou de seus direitos se concentrando somente em sua necessidade de segurança. A consequencia é que a maioria do mundo hoje se sente muito confortável em dizer que os judeus não têm qualquer direito à Judéia e Samária e a Jerusalém. Estas sumidades em Oriente Médio chegam a insistir que estas áreas pertencem exclusivamente aos palestinos que não existiam nem mesmo como uma comunidade nacional distinta em 1967.

Hoje é preciso reverter este cenário e há muito que Israel pode fazer, inclusive contando com o apoio do Congresso americano.

Primeiro, Israel deve cortar qualquer remessa de dinheiro para a Autoridade Palestina. Salaam Fayad, seu ex-primeiro ministro não disse que o estado está pronto para funcionar sozinho? Então, vamos dar um basta à remessa de impostos que deveriam ser pagos a Israel que está fornecendo estes empregos. Com o corte em ajuda dos países árabes, o crescimento econômico palestino já se reduziu à metade. O Congresso americano está para passar uma lei que se houver uma mudança no status dos palestinos nas Nações Unidas, a ajuda americana também vai cessar. Vamos ver o que acontece quando os palestinos sentirem que há um preço a pagar por sua agressão diplomática.

No mínimo, irá lembrá-los que eles precisam mais de Israel do que Israel precisa deles. Irá mostrar que há limite para a tolerância desta política de agressão da Autoridade Palestina e mais concretamente irá diminuir os recursos para a compra de armas e mísseis a serem usados a contra o estado judeu.

A segunda coisa que Israel deveria fazer, e isto pode até soar como radical a alguns ouvidos mais sensíveis, é resolver anexar a Judéia e Samária. De fato, o Congressista americano Joe Walsh e outros 30, passaram uma resolução no começo deste mês apoiando uma eventual anexação da Cisjordânia por Israel. A realidade é que nas duas vezes em que Israel anexou território, em Jerusalém e nos Altos do Golan, os céus não caíram em suas cabeças e a situação no chão se estabilizou.

Ainda, se o mundo hoje fala em dividir Jerusalém e render o Golan para a Síria num acordo de paz, se num futuro longínquo houver esta esperança com os palestinos, nada impede que este território possa ser cedido. A vantagem ao aplicar a lei israelense na Judéia e Samária, é que finalmente Israel começaria a reverter o processo de erosão do reconhecimento dos seus direitos sobre estas áreas.

Com cada rodada de negociações, as ofertas que Israel fez e foram rejeitadas, não foram esquecidas. Elas se tornaram o ponto de partida para a próxima rodada. Assim, a oferta de dar aos palestinos soberania sobre o Monte do Templo em 2000 contra um acordo de paz, rejeitada por Arafat, se tornou o ponto de partida da proposta do Quarteto dois anos depois. Ao anexar a Judéia e Samária, Israel irá mudar a linha de base das negociações futuras e melhorar sua posição.

Mas mais importante que isto, ao faze-lo, Israel irá mostrar que seus direitos irão ser reivindicados por ações, não só palavras. Nesta quinta-feira, o jornal the New York Times publicou uma análise que essencialmente reescreveu a história dos últimos dois anos. O jornal ignorou que o próprio Mahmoud Abbas disse que foi Obama que o empurrou a exigir o congelamento da construção dos judeus como pre-condição para negociar. Uma pre-condição que os próprios palestinos nunca haviam exigido já que desde os acordos de Oslo os judeus não podem tomar terras adicionais e podem construir somente dentro dos perímetros dos assentamentos já existentes.

De acordo com o New York Times, Obama foi vítima do governo intransigente de Israel e do lobby judaico no Congresso. Estas forças nefastas teriam impossibilitado o tipo de pressão que era preciso por sobre Israel para apaziguar o mundo árabe e abrir o caminho para um acordo.

A lição que Israel deve levar deste artigo revisionista, anti-semita e conspiratório é que ela nunca será compensada por qualquer concessão que fizer. Os jornalistas do Times e seus colegas pró-palestinos não se importam que todas as concessões feitas só geraram mais violência e mais exigências.

Assim, olhando sua experiência nas Nações Unidas, Israel não tem nada a perder e tudo a ganhar indo para a ofensiva. Se Israel é sempre culpada por tudo, independente do que faça, então ela não tem desculpa para não fazer o que é melhor para ela. O Rabino de Lubavitch viu a Casa de Mentiras mas também disse a Bibi que uma pequena chama na escuridão pode ser vista de muito longe. Vamos rezar para que esta luz seja acompanhada por atos decisivos de um líder israelense corajoso e merecedor.

Sunday, September 18, 2011

A Mentira da Nação Palestina - 18/09/2011

Num artigo de Martin Sherman esta semana ele lembrou que “A Partilha da Palestina em 1947 e o estabelecimento de Israel são ilegais, nulos e anulados independente da passagem do tempo...” “As reclamações de ligações históricas e espirituais entre os Judeus e a Palestina são incompatíveis com os fatos históricos ou com o verdadeiro conceito do que constitui um estado.”

Estas duas frases estão nos artigos 17 e 18 da Convenção Nacional Palestina de 1964. As mesmas cláusulas, escritas de forma idêntica hoje estão nos artigos 19 e 20 da versão atual. Estas declarações, feitas muito antes de qualquer “ocupação” ou “assentamento”, mostra que o ódio dos árabes para com Israel não tem nada a ver com fronteiras, mas com o fato do estado judeu existir. Estes artigos provam de modo definitivo que o estabelecimento de um estado palestino e a erradicação da presença judaica na Judéia e Samária nada farão para que o árabes reconheçam o direito dos judeus a seu estado, independente de sua fronteira.

Temos que ter isto em mente no próximo dia 23 de setembro. Porque o que estamos para ver na ONU não é nada menos do que uma alquimia política. Vão conjurar uma entidade concreta de um mito político. Vão tentar produzir uma nação aonde os elementos de nacionalidade não existem, um esforço de criar um país aonde não há qualquer elemento de estado.

Nação é “um segmento diferenciado da humanidade que deseja exercer a soberania política num território definido”. A mais simples análise da história e dos documentos e declarações feitas pelos próprios palestinos, mostra que no seu caso, estes elementos não existem: não há um povo diferenciado que deseja soberania política, nem um território definido para que ele seja exercida.

Esta narrativa palestina – criada para dar base à sua reivindicação de estado – é uma mistura de mitos que podem ser facilmente refutados e desmentidos. E se isto é possível, então a conclusão inescapável é que todo o edifício das aspirações nacionais palestinas é uma farsa política, usada para fins muito mais sinistros.

Não há uma nação palestina. Líderes palestinos sempre admitiram, que os palestinos não são separados ou diferenciados do resto do mundo árabe. Em 1977, Farouk Kadoumi, chefe do departamento político da OLP disse que os palestinos e jordanianos são um só povo. O chefe do departamento militar da OLP, Zuheir Muhsin, disse no mesmo ano que “não há diferença entre jordanianos, palestinos, sírios e libaneses. Todos são parte da mesma nação”. O próprio rei Hussein da Jordânia e a Líga Árabe em 1987, disseram que a criação da identidade palestina era um simples complô para contrapor as reclamações judaicas ao território considerado árabe.

Isto prova que esta “personalidade palestina” nunca teve uma existência independente. É pura ficção, fabricada para se contrapor às reivindicações territoriais judaicas. A ironia aqui é que sem estas reivindicações judaicas, não haveria uma personalidade palestina.

Não há uma nacionalidade palestina. Não só os palestinos admitem não serem um povo diferenciado, eles também admitem que como uma unidade nacional, suas demandas e aspirações não são nem genuínas, nem permanentes.

O próprio Muhsin disse em 1977 que “ é só por razões políticas que cuidadosamente definimos a identidade palestina, porque é do interesse dos árabes encorajar uma entidade palestina separada por razões táticas. A criação de um estado palestino será um novo instrumento na nossa batalha continua contra Israel.” – Não dá para ser mais claro que isto!

Na Convenção Nacional palestina em vigor hoje eles declaram que “o povo palestino é parte da Nação Árabe e acreditamos na união árabe. No entanto, é preciso neste estágio da luta, salvaguardar a identidade palestina e desenvolver uma consciência desta identidade”.

Como disse o rei Hussein: “O aparecimento da personalidade nacional palestina aconteceu como resposta à reivindicação de Israel que a Palestina é judaica”. Nada mais.

Não há uma terra ancestral palestina. O Artigo 16 da versão original da Convenção Palestina estabelecia o desejo do povo de “restaurar a situação legítima da Palestina, estabelecendo paz e segurança em seu território e permitindo ao seu povo exercer sua soberania nacional no local”. No entanto, este artigo foi adotado em 1964, muito antes de Israel “ocupar” um centímetro qualquer da Judéia e Samária ou Gaza. A questão aqui é precisamente, o que eles querem dizer como “seu território” no qual os palestinos querem “exercer sua soberania”. Por este documento entendemos que o que eles não querem, explicitamente, é exercer sua soberania sobre a Cisjordânia que pertencia à Jordânia e a Gaza que pertencia ao Egito.

Assim, não só os palestinos não reclamavam a Cisjordânia ou Gaza como parte de sua terra nacional, mas eles especificamente as excluíram. Eles nunca disputaram e de fato reconheceram a anexação da Cisjordânia pelo Rei Hussein.

Não há qualquer similaridade – nem um centímetro se sobrepõe- entre o território reclamado pelos palestinos como sua terra ancestral em 1964 e hoje. De fato, as duas visões são mutualmente exclusivas. Os palestinos somente incorporaram a Judéia e Samária e Gaza em sua reclamação territorial quando elas passaram para o controle israelense. Isto prova que a “Palestina” é uma fabricação, conjurada para repudiar a presença judaica na região.

Está aí provado. Não há uma nação palestina. Ela é uma invenção. Não só os elementos fundamentais para qualificá-la como “nação” não existem, mas os palestinos exibem qualidades que os tornam uma antítese de nação. Seus esforços não são usados para alcançarem soberania nacional para si próprios mas para anular a soberania nacional de outro. Eles são a anti-nação.

E qual é a desculpa de Obama e dos Europeus para aceitarem esta falácia? 18 anos atrás a OLP assinou a Declaração de Princípios com Israel se comprometendo ao processo de paz e a resolver as disputas através de negociações. Ao abandonar a mesa dois anos atrás, e procurar a declaração de seu estado na ONU, eles estão anuciando que não têm qualquer intenção em viver em paz. Eles mesmo dizem que a resolução não irá mudar nada e que eles próprios não têm interesse em mudanças.

O embaixador da OLP no Líbano, Abdullah Abdullah, disse nesta quarta-feira que o status dos palestinos refugiados dentro da Palestina não irá mudar e que as Nações Unidas têm a obrigação de continuar a sustentá-los. Ele disse que “mesmo os refugiados palestinos que vivem em campos de refugiados dentro do novo estado da Palestina, ainda serão refugiados e não serão considerados cidadãos”. Imaginem só!!!

Então, se nada irá mudar, porque os Estados Unidos e a União Européia se incomodam tanto com o que está para acontecer na ONU na semana que vem? Porque os dois têm mandado negociadores seniores para implorarem aos palestinos cancelarem a votação? Porque os dois continuam a pressionar Israel para fazer concessões em massa para apagar o fogo que os palestinos atearam? Os palestinos certamente nunca deram ao ocidente razão para apoiar sua causa. Nesta semana que passou, o representante da OLP em Washington disse a reporteres que o futuro estado da palestina iria expulsar judeus e homossexuais. E ainda assim, tanto a América como a Europa tornaram a criação de um estado racista, e homofobico seu maior objetivo no Oriente Médio.

Todo o ano, a Autoridade Palestina recebe 1B de dólares da América e Europa e ainda assim, a liderança em Ramallah não consegue desenvolver uma economia de mercado capaz de sustentar dois milhões e meio de habitantes. Este ano a economia palestina cresceu metade do que nos anos anteriores porque as promessas de recursos dos países árabes não veio. Não há no mundo povo que receba mais dinheiro do que eles. Mas em vez de terem vergonha da corrupção, os palestinos ameaçam o mundo se o dinheiro não continuar jorrando.

Além disso, esta jogada na ONU, claramente destruiu o processo de paz no qual tanto a América como os europeus colocaram tantos recursos desde 1993.

A única resposta plausível para o comportamento americano e europeu é que eles estão obsecados com os palestinos. Não há nada que os palestinos possam fazer ou dizer que irá convence-los que a causa palestina é nada menos que justa mesmo se ela for contra qualquer interesse racional. O outro lado da moeda, é claro, é achar que tudo o que Israel faz é sempre errado. E é isto o que vimos num editorial do New York Times esta semana quando chamou Netanyahu de intratável e porque? Porque ele permitiu a judeus construirem em terras que eles compraram legalmente.

A causa palestina é tão permeada nos veículos de mídia hoje que jornalistas não têm qualquer problema ético em exigir que o direito de propriedade dos judeus em Jerusalém, Judéia e Samária seja negado (mesmo sendo um dos direitos humanos), em prol da criação de um estado racista, homofóbico e corrupto.

É esta incapacidade de considerar o significado de suas ações que faz com que o apoio do ocidente aos palestinos saia do mundo da objetividade para a esfera da neurose. Imaginem Obama que disse no ano passado que gostaria de receber o novo estado da palestina neste ano através de negociações, hoje ter que vetar a criação do estado e correr o risco de isolamento. É é para evitar este isolamento que a América e Europa pressionam Israel a concessões e os palestinos para abandonarem seus planos, e não a mentira e falsidade deste pedido de reconhecimento de um estado.

Netanyahu disse que na semana que vem irá desmascarar a causa palestina em seu discurso na ONU. Talvez alguém se sensibilize com suas palavras, provavelmente ninguém irá. Mas no meio de tantas mentiras, pelo menos alguém irá levantar a voz em prol da verdade.

Sunday, September 11, 2011

Dez Anos - 11 de Setembro - 11/9/2011

Hoje é o décimo aniversário dos ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono. Naquele dia, eu saí bem cedo para trabalhar porque tinha que pegar o vôo para o Brasil à noite. Ao atravessar a 5ª avenida eu olhei para o sul da rua e lembro pensar que o dia estava tão claro, tão brilhante, que eu conseguia ver as Torres da Rua 45.


Eu estava em reunião numa corretora quando quase simultaneamente, todos os canais de televisão, usados para o acompanhamento dos mercados e bolsas mundiais, começaram a mostrar imagens do World Trade Center I em chamas. Imediatamente o pessoal aumentou o som. O que ouviamos era que havia ocorrido um acidente. E eu me perguntei como num dia tão claro sem uma núvem sequer, este acidente poderia ter acontecido.

Justo quando a especulação havia começado, vimos com nossos próprios olhos o segundo avião atingir a segunda torre. E todos nós sabíamos. Sabíamos que estávamos sob ataque. Neste momento olhei pela janela, para a 5ª avenida, que havia cruzado horas antes. As pessoas estavam paradas no lugar olhando para o sul, algumas com as mãos na cabeça, outras cobrindo a boca, os carros estavam parados no lugar, com os motoristas de pé imóveis com suas portas abertas. Os ônibus parados. Tudo tinha congelado como num filme de ficção científica.

Nas próximas horas ficamos transfixos com o colapso das torres e outros prédios em volta., o ataque ao Pentágono, o vôo 93 que caiu na Pennsylvannia e outras possíveis ameaças de vôos que aparentemente não haviam sido localizados. Tentei várias vezes ligar para o Brasil mas as linhas estavam simplesmente congestionadas. Lá pelas 3 da tarde, recebemos instruções para irmos para a casa. Olhando as ruas cheguei a pensar como meu caminho de volta estava diferente. As ruas desertas de pessoas e carros, uma fina camada de poeira cobria o chão. Lojas, bancos, negócios, todos fechados. Alguns haviam deixado a televisão acesa na vitrine e imagens das torres caindo se repetiam de todos os ângulos.

Foi impossível trabalhar nos dias seguintes. A cidade estava fechada e eu fui ser voluntária numa estação de bombeiros perto de casa. Eu não posso nem descrever a tristeza, angústia, frustração e lágrimas daqueles dias. Nas semanas e meses que se seguiram, a 5ª avenida estava praticamente fechada para o enterro de mais um policial, mais um bombeiro encontrado nos escombros das torres.

Menos de um mês depois a América atacou o Afganistão e venceu os Talibans.

É impressionante como, apesar do número de mortes e do impacto dos ataques, não houve muita mudança em como os países combatem o terrorismo nestes 10 anos. Neste tempo, a Al-Qaeda e seus associados conseguiram perpetrar vários ataques à países afiliados com o Ocidente.

Bali, Istambul, Casablanca, Jakarta, Tunisia, Londres, Madrid e Mumbai foram alvejados e outras dezenas de tentativas foram frustradas. No entanto, apesar de não ter ocorrido outro ataque espetacular como os de 11 de setembro, ficou claro que a Al-Qaeda e seus associados são peritos em guerra psicológica, tirando vantagem dos desenvolvimentos tecnologicos para aumentar a pecepção de seu poder.

Este sistema de propaganda é essencial para estes grupos terroristas por causa de sua necessidade de recrutamento constante e em particular para reabastecer o medo em seus inimigos. Há um aspecto no qual a Al-Qaeda e seus afiliados conseguiram vitória nesta década: a proliferação dos ataques por homens-bomba no mundo inteiro. Só no Iraque, Afganistão e Paquistão, ocorreram 2.400 ataques por homens-bomba desde 2001.

O medo e temor imposto pela Al-Qaeda e sua corja é baseado na total indiferença pelas vidas tanto de seus inimigos quanto de seus membros. Sua vontade de engajar em assassinato em massa vem de uma suposta chamada divina e demonstra o espírito apocalíptico desta luta, no qual o terror se tornou um instrumento legítimo. Esta chamada divina é o que os faz com que eles nunca hesitem em tomar o próximo passo e usarem armas de destruição em massa, se tiverem a oportunidade.

E a situação também não mudou em relação à Israel. Em 2001, ela estava combatendo ataques suicidas diários e ironicamente, tentando se contrapor à Conferência anti-racismo e discriminação patrocinada pelas Nações Unidas em Durban, na África do Sul, que havia se tornado o forum do veneno anti-semita.

Hoje, Israel está sendo atacada por todos os lados. Sua embaixada no Egito destruida e seus diplomatas salvos no último minuto. A Autoridade Palestina seguindo à frente com sua petição de ter seu estado reconhecido nas Nações Unidas sem qualquer negociação. Durban III está dando os toques finais em sua declaração final acusando Israel, e somente Israel, de racismo. E temos ainda a Turquia que expulsou o embaixador israelense e ameaçou escoltar a próxima flotilha para Gaza com seus navios de guerra.

O que é mais frustrante nesta retórica turca é que ninguém, nem um só país neste vasto mundo, tem a coragem, a ombridade de dizer à Turquia que ela é uma hipócrita.Ninguém nem sequer menciona a ocupação da Republica de Chipre pela Turquia desde 1974. Naquela data, um país soberano, de lingua grega foi invadido, resultando em ocupação contínua e considerável violações dos direitos humanos da população local. A Turquia cometeu limpeza étnica no norte da ilha, deliberadamente violando a Convenção Européia e a Convenção de Genebra de 1949.

Em 2004, Recip Erdogan hipócritamente condenou a construção da barreira de separação por Israel. Mas diferentemente de Israel que precisava da barreira para impedir a passagem de homens-bomba, a barreira que divide Chipre foi erguida para separar a população grega dos invasores turcos ajudando a consolidar sua presença na ilha.

Nesta última segunda-feira, o ministro do exterior turco Ahmet Davutoglu disse que a ocupação de Gaza é ilegal e que ela é fortalecida pelo bloqueio naval que para ele também é ilegal. Ninguém na arena internacional apontou o dedo para a Turquia como uma ocupadora ilegal de terras estrangeiras às quais ela não tem qualquer direito. A Turquia também se recusa a assumir qualquer responsabilidade sobre o Genocidio armênio.

Este foi o primeiro genocídio do século 20, que ocorreu quando dois milhões de armênios que viviam no leste da Turquia foram simplesmente eliminados de sua terra ancestral através de deportações forçadas e massacres entre 1915 e 1918. No cúmulo da arrogância, em julho, Erdogan exigiu desculpas do presidente armênio Serzh Sarksyan que havia se referido à Turquia oriental como parte da Armênia ancestral a crianças de uma escola. Isto sem falar nos kurdos que continuam a ser massacrados indiscriminadamente pelos turcos.

A Turquia é culpada dos mesmos crimes que ela diz são cometidos por outros mas ninguém a mandou calar a boca ou a chamou de hipócrita. Desde sua ascensão ao poder em 2002, o islamista Erdogan tem torpedeado a relação do seu país com Israel. Em 2009, depois da operação Chumbo Fundido, ele pediu que Israel fosse banida das Nações Unidas. No mesmo ano ele disse que Gaza era uma prisão à céu aberto, e acusou Israel de assassinato. Mas nem uma palavra sobre Chipre que continua invadida e dividida. E ainda assim a Turquia continua sendo candidata a membro da Comunidade Européia.

A realidade é que a Turquia está se aproveitando das revoluções nos países árabes para mostrar seus músculos e assumir a liderança do Oriente Médio. Sua continua vilificação de Israel, ocupação de Chipre e recusa em reconhecer o genocídio armênio é parte do esforço maior que os islamistas estão fazendo para reavivar os gloriosos dias do Império Otomano. O objetivo mor de Bin Ladin: de restituir o Califado.

A mesma ideologia da Al-Qaeda está no Hamas que a Turquia quer tanto proteger. O Hamas que prega em sua constituição a destruição de Israel e jogar os judeus ao mar. Mas de acordo com as Nações Unidas em Durban III é aparentemente legítimo odiar judeus enquanto eles tiverem o nome de “israelenses” ou “sionistas”. E é isto o que esperamos nos próximos discursos de Ahmadinejad e Recip Erdogan nesta Assembléia Geral.

Muitas vezes nos últimos 10 anos Israel avisou o mundo sobre a natureza do regime de Bashar Assad na Síria, das intenções genocidas de Ahmadinejad do Irã e da loucura do líder líbio Muammar Khadafi e mesmo assim, cada um deles foi recebido com honras e fanfarras em conferências internacionais e viajam livremente para Nova York para encontros na ONU. Enquanto isto, líderes israelenses não podem viajar para a Inglaterra pois podem ser presos por “crimes de guerra” – o crime de defenderem seu país de mísseis e foguetes. Enquanto isso, Khadafi se sentou no Conselho de Direitos Humanos da ONU e foi quase substituido pela Síria.

O mundo livre pode ter mudado em 11 de setembro de 2011 mas ainda não entendeu a força que o atacou. Bin Laden está morto mas as forças do mal, no entanto, não estão.

Este comentário é dedicado às 2,819 pessoas que pereceram no dia 11 de setembro de 2001 e em particular aos 343 bombeiros e 60 policiais, heróis nova iorquinos.

Sunday, September 4, 2011

Prestação de Contas Pela ONU - 5/9/2011

Nos Estados Unidos, depois do furacão Irene, houve uma tempestade de outro tipo. A congressista americana e presidente do Comitê de Relações Estrangeiras Ileana Ros-Lehtinen apresentou um projeto de lei que, se for aprovado, irá colocar severas restrições às contribuições dos Estados Unidos para as Nações Unidas. Hoje a América contribui com 22% do orçamento da ONU que é passado sem qualquer prestação de contas aos Estados Unidos e é inclusive mandatório, isto é, os contribuintes nem podem perguntar aonde vai este dinheiro todo.


Se o Ato para Transparência e Prestação de Contas das Nações Unidas for aprovado, a ONU terá 2 anos para passar reformas orçamentárias pelas quais pelo menos 80% das contribuições seriam voluntárias. Se a ONU se recusar, os Estados Unidos serão obrigados a cortar pela metade o que pagam para a organização.

Além da reforma orçamentária, este ato contém várias exigências para com instituições das Nações Unidas que promovem agendas anti-americanas e anti-Israel. Por exemplo, os Estados Unidos teriam que suspender qualquer contribuição ao Comitê de Direitos Humanos até que revogue sua resolução que proíbe Israel de fazer parte dele permanentemente e passe uma resolução proibindo países que patrocinam o terrorismo de serem membros do comitê.

Além disso, o ato proibe dar fundos a atividades como o Relatório Goldstone e o processo anti-semita de Durban. Restringe substancialmente o patrocinio da agência palestina a refugiados que está tomada por terroristas e incita a destruição de Israel. O projeto de lei nota especialmente o plano da Autoridade Palestina de submeter seu pedido de reconhecimento de estado no final deste mês na Assembléia Geral e manda toda a suspensão de pagamentos a qualquer agência ou organização da ONU que elevar o nível de representação da missão palestina ou que votar a favor dela.

Este projeto tem 57 co-signatários e nota que a presença dos Estados Unidos no Conselho de Direitos Humanos desde 2009 não teve qualquer impacto na agenda anti-Israel que continua a ser atacada como um estado ilegítimo e racista.

Ignorando absolutamente todos estes fatos, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland disse que este projeto de lei “seriamente mina a posição americana no cenário internacional e enfraquece perigosamente a ONU como um instrumento para avançar os objetivos de segurança nacional dos Estados Unidos”.

Não esperavamos menos do governo Obama. Desde que se tornou presidente, ele repete que a ONU deve substituir os Estados Unidos como o líder do globo. Obama acredita que a América não pode operar unilateralmente no mundo.

Ele ainda insinua que as operações conduzidas fora do âmbito da ONU são de alguma forma ilegítimas – ele diz por exemplo que a situação complicada no Iraque é devida à falta de permissão do Conselho de Segurança para a invasão . Terceiro, ele acha que para os Estados Unidos terem credibilidade, não podem impor sua vontade e “ofender” outros membros. E finalmente, Obama acredita ser ultrapassado exigir que uma organização como a ONU preste contas. Qualquer um que levante este assunto é simplesmente “atrasado”. Mas a história prova o contrário. Há dezenas de casos em que os Estados Unidos agiram unilateralmente com sucesso como as ações em Kosovo, por exemplo.

Em contrapartida, as últimas reportagens mostram que na Líbia, as ações americanas devidamente autorizadas pelas Nações Unidas irão gerar uma situação em que o próximo governo será dominado por forças políticas e militares aliadas ao Irã.

Dizer que os Estados Unidos irão perder influência em assuntos internacionais se a ONU o ver como mandão, é simplesmente demente. A verdade é que os estados-membros são somente oportunistas quando se trata da ONU. Eles apoiam a organização quando ela apoia seus interesses e a ignoram quando ela se opõe.

Interesses nacionais conflitantes são a razão pela qual Obama falhou em conseguir apoio do Conselho de Segurança para qualquer coisa que parecesse como uma medida efetiva contra o programa nuclear do Irã. Chamar de “ultrapassado” aquele que exige que a ONU pare de patrocinar as causas dos inimigos da América, é insultante. É indicativo da cultura que motiva esta administração que continua a promover sua agenda centrada na ONU apesar de suas falhas óbvias e repetidas.

Como ficou claro, esta agenda de Obama não é fruto de um pensamento lógico e racional. Ela é fruto de uma ideologia endêmica nas universidades de hoje e de onde Obama e seus “conselheiros” saíram. Esta ideologia é direcionada por clichés repetidos como se fossem raciocínios sofisticados. Clichés como “governancia global”, “revolução twitter”, “multilateralismo” e “interdependência.”

Estas pérolas se tornaram artigos de fé impermeáveis a qualquer fato ou realidade. Aqueles que aderem à estes mantras nunca, nunca reconhecerão sua incapacidade de cumprir suas promessas utópicas. Em vez disso, eles atacam qualquer um que mostra estas falhas como “ultrapassado” ou “pessoas velhas e cansadas que não têm qualquer sofisticação para entender o mundo”.

E vemos esta atitude em todos os aspectos da política de Obama. Ele se tornou presidente dizendo que a razão pela qual todos os esforços para concluir um acordo de paz entre Israel e os palestinos falharam, era porque os palestinos nunca confiaram que os Estados Unidos pudessem “entregar” Israel. Para remediar esta percepção, Obama consistentemente procurou colocar Israel contra a parede. Esta política falhou miseravelmente, pois hoje os palestinos abandonaram a mesa de negociação e estão às portas das Nações Unidas pedindo reconhecimento sem negociação e sem que ter que abrir mão de absolutamente nada, perpetuando o conflito na região. E apesar disto, esta administração continua a se apegar à esta política porque reconhecer um erro envolveria renunciar à este cliché.

Outro exemplo é a política desta administração de engajar o Irã, o que resultou nos mullas ganharem a corrida nuclear, consolidarem seu poder reprimindo de modo violento os manifestantes pró-democracia, expandir sua influência no Iraque e Afganistão, dominar o Líbano, tomar passos para dominar o Egito, a Líbia e outros. E apesar disto, esta administração se recusa a admitir que sua política está errada e a adotar outra mais efetiva, porque ao faze-lo, seria admitir que o “engajamento” pregado por Obama não é o remédio que ele disse curava todos os males.

É claro, este projeto de lei deverá ser bloqueado pelo Senado controlado pelos democratas antes que Obama tenha a oportunidade de veta-lo. Isto é uma pena não só porque esta lei avançaria os interesses americanos e a causa da liberdade ao redor do mundo. É uma pena porque mostra que o debate sobre a política externa dos Estados Unidos hoje se resume àqueles que confiam nos fatos contra aqueles que confiam nos clichés.

Erdogan vs. Israel - 4/9/2011

Nesta última sexta-feira, a Turquia expulsou o embaixador israelense e resolveu cortar todos os laços militares com Israel por ela não ter se desculpado por suas ações contra a flotilha no ano passado. Netanyahu reiterou várias vezes que sente a perda das vidas humanas mas não irá se desculpar por defender seu país. A Turquia havia dado à Israel prazo até a emissão do relatório das Nações Unidas sobre o evento. De fato, o relatório diz que as ações de Israel foram dentro do direito internacional e que houveram atos de violência por parte dos passageiros mas que o uso de força por Israel foi exagerado. Mesmo assim, o relatório foi rejeitado pelo governo turco.


Hoje há uma notável transferência de influência do Irã sobre as populações dos países árabes para a Turquia, especialmente por suas ações em relação à Síria. Recip Erdogan se vê como o próximo líder do mundo islâmico e não quer perder o momento. Ela quer mostrar que pode humiliar Israel e se não, está pronto a cortar os laços diplomáticos com o estado judeu. A Turquia não tem nada a perder expulsando o embaixador de Israel e rebaixando as relações diplomáticas. Ela só irá ganhar prestígio entre as populações dos países árabes e isto será muito importante na corrida pela liderança do mundo muçulmano.