Tuesday, September 27, 2011

O Circo de Mentiras da ONU - 25/09/2011

A Casa de Mentiras. Foi assim que o Rabino de Lubavitch descreveu as Nações Unidas para Benjamin Netanyahu quando o encontrou em 1984. E de fato, o que vimos acontecer esta semana aqui em Nova Iorque foi algo surreal, com mentiras aplaudidas e menções da verdade simplesmente desconsideradas. Abbas começou sua cruzada esta semana perguntando porque os palestinos eram o único povo no mundo que não tinha seu estado. Ele talvez não se importe da situação no Tibet, ou com as reivindicações dos Kurdos no Iraque, Turquia, Irã e Síria, dos Bascos na Espanha, dos Chechenios na Russia e até dos Flamengos na Bélgica. Abbas afirmou que fez tudo para renovar as negociações, mas que foi a intransigência de Israel e as construções nos assentamentos que não lhe deixaram outra escolha a não ser recorrer às Nações Unidas. Estranho pois em dois anos e meio, Abbas aceitou se encontrar apenas uma vez com Netanyahu apesar dele ter proibido a construção de judeus nos assentamentos por 10 meses.


Mas Abbas também mostrou sua cara. Ele foi enfático ao dizer que os palestinos têm direito à terra que foi ocupada deste o dia da Nakba, o dia da criação do estado de Israel. Assim, os assentamentos não têm nada a ver com suas reivindicações. É a próprio Israel que deve ser eliminada para corrigir este erro histórico.

Todas estas mentiras de Abbas e do resto da delegação palestina, são esperadas. Mas o circo se extendeu para outros chefes de estado e para a mídia. O primeiro ministro turco chegou a perguntar, se em 1948 o estado palestino foi criado ao lado de Israel, aonde está ele. Acho que a Turquia continua tão atrasada que até hoje não recebeu o telegrama, fax ou email com a rejeição árabe da partilha. E toda esta ladainha foi repetida pela mídia.

Mas pergunto: não é preciso um mínimo de conhecimento de história além de saber o que aconteceu no café da manhã, para expressar sua opinião ao público? E apesar de dizer a verdade, não há cenário possível no qual Israel poderia ganhar nas Nações Unidas pois a grande maioria de seus membros são por definição contra o Estado de Israel.

Mesmo se os Estados Unidos vetarem o pedido dos palestinos, eles podem voltar a faze-lo quando quiserem. E dada a simpatia que angariaram, eles não têm qualquer incentivo para não repetirem o processo até conseguirem o que querem. Mas o problema não é este.

O pedido não será submetido à um simples voto e veto. A discussão no Conselho de Segurança que tem como presidente o Líbano da Hezbollah, já começou na quarta de manhã e deve durar vários meses. A idéia é que durante este tempo, o mundo colocará uma pressão inimaginável sobre Israel para mais concessões para que os palestinos voltem à mesa de negociações. E a ameaça de aprovação do estado palestino na ONU pairará sobre a cabeça de Israel como a Espada de Damocles.

Assim, chegou a hora de Israel mudar de estratégia. Desde os acordos de Oslo em 93, todos os governos israelenses sem exceção, justificaram o controle sobre os territórios conquistados em 1967 na base de necessidades de segurança. Sem o Vale do Jordão, Israel fica vulnerável à invasão do leste. Sem Gush Etzion no sul e Ma’ale Adumim no norte, a capital Jerusalem fica descoberta. Sem o controle da segurança na Judéia e Samária, os centros populacionais de Israel ficarão todos vulneráveis a mísseis e ataques terroristas. Tudo isto é verdade. Mas é também defensivo.

Enquanto Israel fica se explicando e defendendo seu direito à segurança, os palestinos têm ido à ofensiva, argumentando que a terra que Israel conquistou em 1967 é sua terra ancestral tornando a disputa algo entre os direitos à terra pelos palestinos contra as necessidades de segurança dos israelenses. Na mente do mundo, se a terra pertence aos palestinos, a ameaça ou não à segurança de Israel, se torna irrelevante.

É por causa disto que o apoio do governo americano à fronteiras defensáveis de Israel foi do controle perpétuo de Jerusalem e uns 50% da Judéia e Samária em 93 para uma volta às linhas de armistício de 1949, incluindo a divisão de Jerusalém em 2011. A ironia é que o direito de Israel sobre a Judéia e Samária é indisputável. Além de sua presença e conecção com esta terra por milhares de anos, o Mandato Britânico da Palestina dava aos judeus toda esta área e ainda mais.

Foi somente para não impedir uma possibilidade de um acordo é que nos últimos 18 anos Israel não falou de seus direitos se concentrando somente em sua necessidade de segurança. A consequencia é que a maioria do mundo hoje se sente muito confortável em dizer que os judeus não têm qualquer direito à Judéia e Samária e a Jerusalém. Estas sumidades em Oriente Médio chegam a insistir que estas áreas pertencem exclusivamente aos palestinos que não existiam nem mesmo como uma comunidade nacional distinta em 1967.

Hoje é preciso reverter este cenário e há muito que Israel pode fazer, inclusive contando com o apoio do Congresso americano.

Primeiro, Israel deve cortar qualquer remessa de dinheiro para a Autoridade Palestina. Salaam Fayad, seu ex-primeiro ministro não disse que o estado está pronto para funcionar sozinho? Então, vamos dar um basta à remessa de impostos que deveriam ser pagos a Israel que está fornecendo estes empregos. Com o corte em ajuda dos países árabes, o crescimento econômico palestino já se reduziu à metade. O Congresso americano está para passar uma lei que se houver uma mudança no status dos palestinos nas Nações Unidas, a ajuda americana também vai cessar. Vamos ver o que acontece quando os palestinos sentirem que há um preço a pagar por sua agressão diplomática.

No mínimo, irá lembrá-los que eles precisam mais de Israel do que Israel precisa deles. Irá mostrar que há limite para a tolerância desta política de agressão da Autoridade Palestina e mais concretamente irá diminuir os recursos para a compra de armas e mísseis a serem usados a contra o estado judeu.

A segunda coisa que Israel deveria fazer, e isto pode até soar como radical a alguns ouvidos mais sensíveis, é resolver anexar a Judéia e Samária. De fato, o Congressista americano Joe Walsh e outros 30, passaram uma resolução no começo deste mês apoiando uma eventual anexação da Cisjordânia por Israel. A realidade é que nas duas vezes em que Israel anexou território, em Jerusalém e nos Altos do Golan, os céus não caíram em suas cabeças e a situação no chão se estabilizou.

Ainda, se o mundo hoje fala em dividir Jerusalém e render o Golan para a Síria num acordo de paz, se num futuro longínquo houver esta esperança com os palestinos, nada impede que este território possa ser cedido. A vantagem ao aplicar a lei israelense na Judéia e Samária, é que finalmente Israel começaria a reverter o processo de erosão do reconhecimento dos seus direitos sobre estas áreas.

Com cada rodada de negociações, as ofertas que Israel fez e foram rejeitadas, não foram esquecidas. Elas se tornaram o ponto de partida para a próxima rodada. Assim, a oferta de dar aos palestinos soberania sobre o Monte do Templo em 2000 contra um acordo de paz, rejeitada por Arafat, se tornou o ponto de partida da proposta do Quarteto dois anos depois. Ao anexar a Judéia e Samária, Israel irá mudar a linha de base das negociações futuras e melhorar sua posição.

Mas mais importante que isto, ao faze-lo, Israel irá mostrar que seus direitos irão ser reivindicados por ações, não só palavras. Nesta quinta-feira, o jornal the New York Times publicou uma análise que essencialmente reescreveu a história dos últimos dois anos. O jornal ignorou que o próprio Mahmoud Abbas disse que foi Obama que o empurrou a exigir o congelamento da construção dos judeus como pre-condição para negociar. Uma pre-condição que os próprios palestinos nunca haviam exigido já que desde os acordos de Oslo os judeus não podem tomar terras adicionais e podem construir somente dentro dos perímetros dos assentamentos já existentes.

De acordo com o New York Times, Obama foi vítima do governo intransigente de Israel e do lobby judaico no Congresso. Estas forças nefastas teriam impossibilitado o tipo de pressão que era preciso por sobre Israel para apaziguar o mundo árabe e abrir o caminho para um acordo.

A lição que Israel deve levar deste artigo revisionista, anti-semita e conspiratório é que ela nunca será compensada por qualquer concessão que fizer. Os jornalistas do Times e seus colegas pró-palestinos não se importam que todas as concessões feitas só geraram mais violência e mais exigências.

Assim, olhando sua experiência nas Nações Unidas, Israel não tem nada a perder e tudo a ganhar indo para a ofensiva. Se Israel é sempre culpada por tudo, independente do que faça, então ela não tem desculpa para não fazer o que é melhor para ela. O Rabino de Lubavitch viu a Casa de Mentiras mas também disse a Bibi que uma pequena chama na escuridão pode ser vista de muito longe. Vamos rezar para que esta luz seja acompanhada por atos decisivos de um líder israelense corajoso e merecedor.

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