Sunday, February 19, 2023

O Antissemitismo e a Crise em Israel - 19/02/2023

 

Na semana passada um americano de origem vietnamita, inexplicavelmente antissemita, atirou em dois judeus que saiam da sinagoga em Los Angeles. Os dois judeus um de 47 anos e outro de acima de 70 anos feridos em dois eventos separados estão felizmente se recuperando. Jamie Tran de 28 anos foi preso e indiciado por crime federal de ódio. Mas estes incidentes poderiam ter sido evitados se Tran tivesse sido questionado ou preso pelas mensagens antissemitas que ele enviara a colegas da faculdade antes e depois de ter sido expulso. Uma delas dizia “estúpido, patético, perdedor, lixo feio, subumano nojento, judeu sem sentido e sem valor”.

E aí tivemos na quarta-feira a noite, um jogo do Torneio Estadual de Futebol de Meninos na Florida. O jogo regional era entre a Escola Comunitária Scheck Hillel, uma escola judaica e a Escola Média Arcebispo Carroll, uma escola católica. Desde o começo do jogo, tanto os estudantes católicos como seus pais começaram a gritar insultos antissemitas incluindo, Hitler tinha razão, e passaram para a violência física aonde vários alunos judeus foram feridos incluindo um com uma concussão cerebral.

Pelo ocorrido, não acredito que estes alunos tenham aprendido isso na escola, mas com seus pais, em casa.

Ontem de manhã, a vice-diretora para a África do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Sharon Bar-li, e os demais membros da delegação israelense foram expulsos da sala de conferências da União Africana em Adis Abeba, onde Israel participava como observadora. Bar-li, foi removida apesar de seu status de observadora credenciada com convite, crachás de acesso e tudo. É triste ver como a União Africana foi tomada como refém por países extremistas como a Argélia e a África do Sul, vendidos ao Irã e movidos por um ódio aos judeus e à Israel sem qualquer fundamento.

E neste ambiente de ódio universal contra judeus e o Estado judeu, em vez de união em Israel, estamos testemunhando mais uma vez as ações de uma esquerda descontrolada, tentando desfazer o resultado das últimas eleições. E pior, com o apoio do governo democrata dos Estados Unidos.

Com relação à Israel, o governo americano tem sido extremamente hipócrita. Em 2013 os democratas decidiram fazer a mais profunda mudança das regras do senado, reduzindo de 3/5 para uma maioria simples a quebra dos debates da oposição à um projeto de lei. Hoje os Estados Unidos estão condenando Israel por estar tentando aprovar uma reforma em seu judiciário, para voltar ao que era antes do golpe realizado pelo juiz do Supremo Aaron Barak em 1992, numa clara intromissão nos assuntos  internos de seu aliado.

Vejamos um pouco da história. Através de uma série de decisões, Barak abocanhou todo o poder do estado para juízes nomeados por outros juízes podendo anular leis aprovadas pela Knesset que esta sim foi eleita pelo povo.

Sob o falso slogan de estarem “protegendo a democracia”, líderes da esquerda Israelense, incluindo os ex-primeiro ministros Yair Lapid e Ehud Olmert, estão temerária e irresponsavelmente chamando por uma guerra civil, para a alegria e aplauso do Irã, do Hamas e da Hezbollah. Lapid neste final de semana disse que seus apoiadores irão lutar nas ruas, nas cortes, na Knesset e no governo. Se isso não é incitação à violência, não sei o que é. Uma reação totalmente sem proporção.

Enquanto o ministro da Justiça Yariv Levin, e o presidente do Comitê de Justiça Simcha Rothman, estão tentando avançar os debates sobre a reforma, a oposição através de Yair Lapid e Benny Gantz - dizem querer o diálogo. Mas quando lhes é oferecido um, eles criam pré-condições inaceitaveis para poderem recusá-lo.

Quando a oferta de uma reunião foi feita na noite de segunda-feira, a legislação em debate não poderia avançar de qualquer forma por mais uma semana. Lapid e Gantz poderiam ter se encontrado com Levin e Rothman e decidido depois de apenas uma hora se havia um terreno comum para conversar. Em vez disso, ao dizer um “não” direto, a oposição mostrou com o que realmente está preocupada: perder o ímpeto obtido com os protestos massivos em Jerusalém.

Desde 1992 há um sentimento genuíno de perda de direitos por parte de um número substancial de israelenses – a direita, sefardim e religiosos – que sentem que as cortes não protegem seus direitos. O que aconteceu durante o desengajamento da Faixa de Gaza em 2005 foi um verdadeiro trauma que ainda persiste.

E então eu pergunto: se a esquerda é tão pró-democracia e defensora de valores democráticos, como podem defender um sistema tão anti-democrático como este de nomeações judiciais?

A comissão é composta por nove membros: dois ministros, dois membros da Knesset (um da oposição), dois membros da Ordem dos Advogados e três juízes titulares do Supremo Tribunal. Pela lei existente, são necessários sete membros para aprovar uma nomeação, o que significa que os juízes, que votam em bloco, sempre têm direito de veto.

Alguém poderia dizer que é democrático que um primeiro-ministro nomeie o próximo? Não. E porque não temos acessos aos debates deste comitê de nomeação? Porque as audiências deste comitê não são abertas ao público ou pelo menos a jornalistas, para reportarem o que viram e ouviram? Então pergunto: como um processo que tem abertura zero, transparência zero e responsabilidade zero é democrático?

Alguns ainda argumentam que a classe política não está qualificada para selecionar juízes e que os políticos são antiéticos e não têm experiência jurídica. Quer dizer, os legisladores são eleitos em Israel para tomarem decisões cruciais como ir para a guerra, atacar inimigos, mexer nos impostos, cuidar do orçamento e outras coisas mas não são competentes para nomearem juízes? Que absurdo é este?  

Depois, há a questão da razoabilidade, a justificativa de porque o Supremo de Israel decidiu impedir o presidente do Shas, Arye Deri, de servir como ministro. Antes de continuar, eu vou deixar claro que na minha opinião Deri não deveria ter sido nomeado depois de ter sido duas vezes condenado por corrupção. Mas nas últimas eleições, 400.000 pessoas votaram nele, ele foi nomeado ministro e aprovado pela Knesset. Como um Tribunal de 10 pessoas pode decidir que isso não é razoável? Os 10 juízes são mais razoáveis do que todos os 400 mil e toda a Knesset?

Isso é democrático?

Eu gostaria que houvesse uma maneira de restaurar as proporções à conversa. Mas isso não vai acontecer enquanto um lado estiver procurando vitória (como disse Lapid) para promover seus próprios interesses políticos que é tudo menos Bibi.

E este é o foco real destes protestos. Quando o novo governo eleito tomou posse, o foco do “fim da democracia” eram Ben-Gvir e Smotrich do partido da direita do Likud. O foco foi tão constante que eles se tornaram conhecidos em todo o mundo. Alertas chegaram das capitais mundiais de que não haveria nenhum contato com esta "dupla perigosa". Depois que mostraram que as coisas não eram assim, deixaram os dois em paz.

Aí o foco passou para o religioso “homofóbico” Avi Maoz se tornou o crux da histeria da esquerda que clamou aos quatro ventos o fim dos direitos LGBTQ. A reforma judicial? mal fora mencionada.

Assim que poeira baixou sobre Avi Maoz o campo derrotado voltou sua atenção para Levin. Isso injetou energia e claro, dinheiro, no movimento de protesto. Também irritou as comunidades judaicas internacionais e americanas, para o deleite dos inimigos de Israel.

O que eu sei é que há apenas uma Israel e um só povo judeu. Os lados precisam se encontrar, conversar, negociar e encontrar um terreno comum.  Não precisamos de uma guerra civil para chegarmos a um consenso. Precisamos de união e muito amor, ahavat Israel, para superarmos todos os desafios que temos pela frente. E que não são poucos.

Sunday, February 12, 2023

Mais Um Ataque em Jerusalem e a Promoção do Genocidio - 12/02/2023

 

Jerusalém viu suas ruas ficarem ensanguentadas mais uma vez neste final de semana. Duas crianças, dois irmãos de 8 e 6 anos e um jovem recém casado de 20 anos, foram mortos e quatro outros ficaram feridos em um ataque terrorista no bairro de Ramot, em Jerusalém, na tarde de sexta-feira.

O terrorista, identificado como Hossein Karaka, de 31 anos morador do bairro de Isawiya, no leste de Jerusalém, jogou seu carro contra um ponto de ônibus que estava cheio na véspera do Shabbat.

Um policial de folga e outros policiais que chegaram ao local logo após o ataque atiraram no terrorista.

Uma conta no Facebook pertencente ao terrorista apresentou uma série de postagens nos últimos meses glorificando o Hezbollah e os terroristas palestinos, incluindo uma postagem chamando o terrorista que realizou o ataque a tiros no posto de controle de Shuafat no ano passado de "herói".

Logo, a mídia de esquerda publicou que o veículo usado no ataque pertencia à esposa do terrorista que havia recebido alta recentemente de um hospital psiquiátrico. Sim, porque na cabeça deste pessoal, só um louco faria isso, não é? Não teria sido verdadeiramente um ataque terrorista.

Só que minutos depois do ataque, comemorações explodiram no bairro de Ysawyia. Doces foram passados e apoiadores foram filmados cantando, dançando e batendo palmas para o terrorista morto. É. Este é o povo árabe-palestino. Seus heróis são os que atropelam crianças indefesas, atiram em mulheres grávidas e se explodem para encontrarem suas 72 virgens do outro lado.

Quando uma criança palestina é ferida ou morta em confrontações, Israel pede desculpas, abre uma investigação, ninguém é visto comemorando. Mas é esta a reação de uma sociedade avançada, não a de primitivos ignorantes como os palestinos.

Vamos ser bem claros. O tiro de abertura para esta nova campanha de violência e ódio, o ataque à sinagoga de Jerusalém não foi um grito desesperado de um povo sitiado para proclamar sua independência e liberdade nacional, mas sim a afirmação de que o terror, embora afirme que sua causa é sagrada, se preocupa pouco pela santidade da vida.

Jogar ainda com a noção de que o terrorismo tem uma razão quando lançado contra o Estado de Israel é, de fato, justificar o genocídio.

Os chefes pouco se importam com as aspirações do povo que eles afirmam querer libertar – neste caso, os palestinos. O que eles buscam é a aniquilação completa e total do povo judeu, pois acreditam que tal ato seja uma ordem divina – a expressão de uma fé que eles sequestraram e distorceram com seu fanatismo.

A recusa do embaixador da Palestina no Reino Unido, Husam Zomlot, em condenar o ataque terrorista de janeiro, um ataque perpetrado por um garoto palestino de 15 anos e que ceifou sete vidas, diz muito. A mentalidade é decididamente de irresponsabilidade e desvio. Testemunhar um oficial palestino, nada menos que o chefe da missão palestina no Reino Unido, argumentar de forma tão casual e descarada que a culpa é de Israel, é uma prova de quão bem-sucedidos os propagandistas do terror têm desumanizado israelenses e judeus.

Na semana que passou, a prefeita de Barcelona, na Espanha, decidiu cortar todos os laços com Israel e o acordo com a cidade de Tel Aviv, dizendo que não podia manter laços com um estado apartheid. De novo esta mentira.

Se Israel instalou o apartheid, ela foi muito incompetente pois há mais de 400 mesquitas em Israel onde moram 2 milhões de árabes. Sabem quantas sinagogas existem na Autoridade Palestina? Zero. Talvez porque não haja nenhum judeu que more em território palestino que eles exigiram ser Judenrein?

Israel tem árabes em seu parlamento, na Suprema Corte, um árabe é presidente do maior banco israelense, o Leumi, árabes são diretores de hospitais, de escolas, são oficiais do exército. Mas não há nem um só judeu em qualquer posição na Autoridade Palestina! E por quê? Porque Abbas exigiu sua palestina Judenrein.

Se Israel é apartheid, como é que palestinos são trazidos todos os dias para Israel para tratamento médico e para trabalhar, recebendo todos os benefícios sociais? Mas israelenses são proibidos de entrar na Autoridade Palestina, se não, como vimos com o menino druso, são linchados até a morte. Quem é o Estado apartheid aqui?

Barcelona não decidiu cortar os laços com Israel por causa de um apartheid fictício. Mas por puro antissemitismo. O mesmo antissemitismo pútrido dos espanhóis desde os idos tempos da inquisição. Senão vejamos: a prefeita cortou os laços com Israel e sua preocupação com direitos humanos acabou aí. Ela não pensou em por exemplo, cortar os laços com o Irã, que vem massacrando sua própria população tendo assassinado mais de 600 manifestantes desde a morte de Mahsa Amini.

É pura hipocrisia.

Os palestinos não precisam destruir Israel para existir, muito menos afirmar sua identidade. Quanto à paz – ela não será obtida por meio de intimidação e assassinato. E para aqueles que continuam a clamar que Israel mereceu, que foram as ações de Israel que levaram os palestinos a se radicalizarem, vocês dão é pena.

Os ataques em Jerusalém, levantam algumas questões sérias – muito além da questão óbvia de doutrinação ideológica e segurança nacional.

Embora os motivos dos ataques sejam bastante evidentes, pouco ou nada foi dito sobre a economia do terror e, em particular, a mecânica usada pelos extremistas para ajudar os terroristas, não apenas a cometer ataques mas a calar as vozes daqueles que rejeitam os dogmas do radicalismo.

O terror não existe em um vácuo ideológico, ele requer recursos. Durante décadas, várias organizações palestinas e as chamadas instituições de caridade se beneficiaram da generosidade dos governos ocidentais e patrocinadores ricos, tudo em nome da paz e do desenvolvimento, é claro. Na realidade, eles estão patrocinando o ódio e a violência.

Vou falar de apenas um aspecto: pagar para matar.

Sob a legislação da Autoridade Palestina (AP), por décadas, provisões foram feitas no orçamento anual para pagar salários milionários  a todos os palestinos, (incluindo árabes israelenses) presos em Israel por ataques terroristas.

Vamos lá: a AP é obrigada por lei e decretos governamentais a apoiar, patrocinar e, assim, encorajar o terrorismo – Lei nº 14 (2004), Lei nº 19 (2004) e Lei nº 1 (2013). Quanto às nossas capitais ocidentais, bem, elas têm mantido silêncio, encobrindo a violência palestina na ordem de milhões de dólares por ano.

E, esta situação, com efeito, constitui uma clara contravenção das normas e obrigações internacionais. Além disso, os salários são garantidos antecipadamente aos terroristas e suas famílias, tornando a Autoridade Palestina promotora de atividades terroristas e diretamente responsável por elas.

In 2016 a AP alocou $300 milhões do seu orçamento anual para este programa.

Até garantirmos que o acesso ao dinheiro seja cortado ou pelo menos restrito a um gotejamento por meio de sanções, nossa indignação com o terror não significa nada. Temos que fazer algo contra a lavagem cerebral feita para vender o ódio na AP e contra a apatia ocidental diante do assassinato de israelenses inocentes.

Combater o terrorismo é um imperativo que existe além das linhas partidárias. Requer coragem moral e determinação, duas qualidades que parecem iludir os líderes ocidentais de hoje. Que D-us vingue o sangue destes inocentes.