Sunday, August 28, 2011

O Plano Falho do Estado Palestino - 28/8/2011

No começo deste ano, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas tomou a decisão de cortar toda e qualquer negociação com Israel e ir direto para as Nações Unidas em Setembro e exigir a declaração do Estado da Palestina. Este pedido deverá ser vetado pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança enquanto que na Assembléia Geral, o esperado é que a maioria dos membros endosse a criação do estado dentro das linhas de armistício de 1948. Apesar desta resolução não ter força de acordo com o direito internacional, o mero fato que ela poderá ser passada, provoca reações negativas para Israel, os Estados Unidos e partes da comunidade internacional que deplora esta tática palestina e temem as consequências desta aprovação da Assembléia Geral. O Ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak disse que ela será um “tsunami diplomático”. Mas estes temores são largamente exagerados.

Como já disse aqui, os palestinos têm muito a perder com estas ações e eles sabem disso. Já ontem, Abbas disse que se Israel aceitasse 2 condições, ele abandonaria seus planos de ir para as Nações Unidas. A primeira condição é a de Israel aceitar as linhas de armistício de 1948 como base para negociações e a segunda, a total cessação de construções de judeus na Judéia, Samária e Jerusalem. Ele disse que sem isso, ele seguirá com seus planos.

Primeiro, a ONU é uma instituição moralmente falida que dá igual voz igual aos piores agressores e violadores dos direitos humanos do mundo. Que diferença uma resolução de uma instituição tão sem poder poderia fazer num conflito secular como este? que pode a ONU realmente fazer para implementar qualquer recomendação da Assembléia Geral? Até agora, suas resoluções só reforçaram a intransigência palestina.

Atos da Assembléia Geral não poderão concertar o movimento nacional palestino que está totalmente fraturado e inoperante. A ONU não pode unir as dezenas de facções palestinas numa entidade política única ou apresentar negociadores razoáveis de Gazae Cisjordânia para sentar à mesa com Israel. Pode a ONU moderar o Hamas e convence-lo a não mais matar judeus ou a abandonar seu objetivo religioso de destruir Israel? Será que a ONU pode curar os palestinos da cultura do martírio? Quando esteve a ONU na posição de colocar um pouco de pragmatismo na cultura política palestina?

Os palestinos continuam a insistir neste inventado “direito de retorno” para refugiados, não para o futuro estado da palestina mas para Israel próprio, uma idéia totalmente rejeitada pelo mundo como não realista e um enorme obstáculo para a paz. Os palestinos estão tentando desesperadamente re-escrever a história, negando a ligação histórica dos judeus com Jerusalem. Eles nunca concederão que perderam a luta pela capital unida que os judeus irão defender até a morte.

Além disso, esta petição para a ONU causa grandes problemas legais para os palestinos. Uma opinião legal paga pela Al-Jazeera ao professor de direito internacional publico da Universidade de Oxford, Guy-Goodwin Gill, membro do time legal que representa o governo da Jordânia contra o muro de separação construído por Israel, mostra que os direitos dos palestinos como de representação, direito de retorno, e outros poderão ser seriamente afetados por esta submissão às Nações Unidas.

O professor disse que a ação palestina é algo que não foi bem pensado. Historicamente, a OLP foi a única representante legítima do povo palestino. Agora, é um suposto estado mas qual estado? E quais são as ligações democráticas entre aqueles que dizem que representam este estado abstrato e o povo palestino? Ele disse que hoje, além de um estado pressupor territorio, governo e a capacidade de assinar tratados internacionais ele também dever ser representativo de seu povo e a ele prestar contas. Claramente esta não é a situação nem em Gaza, nem na Autoridade Palestina. Mas os palestinos continuam a ser os maus perdedores e não irão tomar qualquer passo que fuja da retórica de destruição de Israel, para conseguir seu estado.

A ONU não pode fazer isto por eles. Ela não pode mudar nem os fatos no chão nem o comportamento palestino. Eles tiveram pelo menos duas oportunidades para criarem seu estado: uma em 1948 e outra em 1993, ambas desperdiçadas por falta de liderança. Recentemente vimos esforços bem sucedidos do primeiro ministro Salam Fayyad no estabelecimento de infraestruturas e governo. Mas justamente ele é visto como vendido aos Estados Unidos e sua popularidade é muito baixa entre seu povo, provando o caráter esquizofrênico da política palestina.

Outra pergunta é se podem os palestinos sobreviver sem mendigar ajuda internacional todo o mês? É possível cortar sua burocracia inchada e corrupta para criar uma economia saudável? Será que a polícia palestina, treinada e equipada pelos Estados Unidos irá conseguir controlar um território inundado de armas ilegais? Podemos confiar neles para se oporem seriamente ao Hamas ou teremos outra Gaza na Cisjordânia? Não temos que lembrar que são as incursões israelenses contra o Hamas que mantém a Autoridade à salvo e que o mercado de trabalho, transferências de dinheiro e outros serviços vindos de Israel são críticos para a manutenção das operações diárias da Autoridade Palestina.

Estes auto intitulados líderes palestinos se dão conta que suas opções em relação a Israel são limitadas e que mais uma campanha terrorista seria extremamente destrutiva aos seus interesses. A diferença entre uma Israel democrática, próspera e militarmente forte e um governo palestino corrupto, autocrático e fragmentado está para todos verem. Israel conseguiu “vencer” as primeiras 2 intifadas e poderá faze-lo de novo.

Esta ação palestina na ONU dá à Israel a oportunidade de tomar medidas unilaterais como a anexação dos blocos de assentamentos e o Vale do Jordão – necessários para o estabelecimento de uma fronteira defensável ao longo do rio Jordão. Além disso, Israel pode impor sanções econômicas aos palestinos contra esta violação dos Acordos de Oslo que proíbe ações unilaterais como esta.

O grande desafio para Israel agora, não está no campo diplomático. O mundo árabe está no meio de uma crise sociopolitica e não pode dar atenção aos palestinos. Israel conseguiu evitar que a última flotilha zarpasse para quebrar o bloqueio naval de Gaza e tem o reconhecimento do mundo como um estado judeu.

O que está em jogo é a união social do país. Um Israel unido atrás de um governo forte pode sustentar um longo conflito. A vasta maioria de israelenses acredita que os palestinos não estão ainda prontos para fazerem as concessões necessárias para a paz. E uma resolução não irá de modo algum mudar a opinião pública de Israel sobre a falta de credibilidade, incompetência e hostilidade das Nações Unidas.

Finalmente, esta reviravolta no mundo árabe, com a provável tomada da Irmandade Islâmica em vários países vizinhos, só mostra o quanto Israel precisa de fronteiras defensáveis. A não ser que apareça uma liderança palestina mais pragmática, o conflito continuará. Setembro será seguido por Outubro e muitos outros meses sem um estado palestino. Em vez de dar ouvidos a Barak e outros da esquerda que pregam a derrota e a desmoralização, Israel deve confiar em si mesma e em seus instintos e fazer o que deve ser feito para assegurar sua defensibilidade para esta e para as gerações futuras.

Sunday, August 21, 2011

Israel e o Egito - Nova Fase 21/8/2011

Esta semana tivemos mais um terrível ataque terrorista. Mas este não foi qualquer ataque. Foi o primeiro passo de uma escalação perigosa num front que até agora, não causava preocupação para Israel: o Egito.


Este também é o primeiro fruto da queda do presidente Hosni Mubarak, patrocinada pelos Estados Unidos, e provavelmente o primeiro ataque bem sucedido da Al-Qaeda em Israel. Sim, porque os suspeitos são os Comitês Populares Palestinos, um grupo afiliado à al-Qaeda.

De acordo com as testemunhas, os terroristas estavam usando uniformes militares egípcios. Num fogo cruzado na fronteira, ainda no decorrer do ataque de quinta-feira, Israel atingiu 3 soldados egípcios. A questão é: com que atitude irá o Egito reagir e qual será sua opinião pública. Pelo que vimos até agora, os sinais não são nada bons.Manifestantes no Cairo frente à embaixada israelense exigiram o fim do acordo de paz.

Dos Estados Unidos vemos somente a mesma retórica vazia e palavras de espanto. Por enquanto, os que governam interinamente o Egito não têm qualquer interesse em complicar as coisas com Israel mas o que acontecerá em alguns meses quando as rédeas do governo forem entregues à um governo islâmico e profundamente anti-Israel?

O que mais preocupa, no entanto, é o modelo de avaliação de risco que Israel insiste em usar e que só é revisto quando o sangue rola nas ruas, ou neste caso, nas estradas. É só ver a história.

De 1994 a 2000, Israel fechou os olhos para a cooperação aberta entre as forças de seguranças palestinas e os grupos terroristas. Israel só começou a reconsiderar sua posição depois do ataque ao túmulo do patriarca José, no qual policiais palestinos se recusaram a ajudar a retirar um soldado israelense que acabou sangrando até a morte enquanto os terroristas e vândalos destruíam e queimavam o local.

Da mesma forma, o exército de Israel só deixou de ignorar o massivo empilhamento de armas pela Hezbollah quando o grupo começou a guerra em 2006. Em Gaza, a história foi igual. Israel só respondeu com força à barragem de mísseis do Hamas, quando sua frequência e mortes tornou a vida dos residentes do sul do país absolutamente intolerável em 2008.

Só podemos esperar que o ataque múltiplo, sofisticado, combinando vários de tipos de armas e emboscadas por um inimigo ainda não identificado, e em sua fronteira, irá forçar o exército israelense a alterar sua visão sobre o Egito. A possibilidade que este seja só o primeiro de uma onda de ataques numa guerra irregular vinda do Sinai é grande. E até agora não vimos uma clara estratégia por parte do governo Netanyahu para lidar com este tipo de agressão vindo da península.

O inimigo inclui o Hamas, a Irmandade Islâmica, células terroristas afiliadas com Al-Qaeda, o exército egípcio e as forças de segurança que operam na área, além dos residentes beduínos que nos últimos anos vêm sofrendo um forte processo de islamização.

É preciso deixar bem claro que este ataque de quinta-feira não veio do vácuo. Há mais de uma década que a situação no Sinai vem se deteriorando. Desde a saída de Mubarak em Fevereiro, o governo egípcio perdeu o controle da península, deixando que suas linhas de fornecimento de gás para a Jordânia e Israel fossem explodidas mais de uma vez e terroristas firmassem suas bases nas fronteiras.

Enquanto o mundo comemorava em êxtase a vitória dos manifestantes na praça Tahrir, o Hamas mandou suas forças atacar as estações de polícia egípcias na fronteira em Rafah e El-Arish com RPGs e rifles. Dizem que o Hamas teria chegado até o canal de Suez atacando também lá a polícia local.

Em resposta, a junta militar egípcia se rendeu e abriu a fronteira entre Gaza e o Egito, permitindo aos jihadistas se deslocarem livremente e expandirem em muitas vezes sua capacidade em mísseis, armamento e pessoal treinado para a Faixa de Gaza. A ameaça ficou tão grave que no final de semana passado, com a aprovação de Israel, os egípcios enviaram dois batalhões do exército para o Sinai, dizendo que era para erradicar células da Al-Qaeda que estariam operando no local.

Não ficou claro o que estes batalhões fizeram até os ataques de quinta. Quase que imediatamente após os ataques, as autoridade militares do Egito negaram categoricamente que os terroristas tivessem entrado em Israel pelo Sinai. Não há dúvida que houve muito planejamento e treinamento necessário para levar a cabo estes ataques. A competência dos terroristas indica que tinham posse de inteligência precisa sobre o tráfego israelense civil e militar na fronteira com o Egito.

O que ficou claro é que Israel não pode contar seriamente com a cooperação do exército egípcio para combater seus inimigos. A verdade é que não podemos nem descartar a possibilidade que o exército egípcio tenha cooperado com os terroristas nesta operação assassina.

E isso não é surpresa. Desde a saída de Mubarak, os militares da junta têm cultivado assiduamente seus elos com a Irmandade Muçulmana.

Três dias antes dos ataques, o exército de Israel anunciou seu orçamento para os próximos 5 anos, sem qualquer aumento na força ou equipamento. O chefe do estado maior, General Benny Gantz disse que o status quo era necessário para não provocar o Egito. Mas imediatamente após os ataques, o ministro da defesa Ehud Barak, ignorando o Egito, disse que os culpados eram de Gaza.

Apesar de ser totalmente plausível assumir que eram palestinos os perpetradores dos ataques, não é plausível assumir que eles sejam os únicos culpados. O que esta quinta nos mostrou é que Israel deve se preparar para uma nova realidade estratégica vinda do Egito e agir decisivamente. Primeiro é preciso investir na barreira de 240 km que separa Israel do Egito; é preciso aumentar as forças do Comando Sul de Israel e equipá-las com mais tanques e outras plataformas específicas para a guerra no deserto. E pela primeira vez em 30 anos, o exército precisa começar a treinar para possivelmente ter que novamente guerrear no deserto.

Apesar da revolução no Egito não ter sido sobre Israel, ela será sua primeira vítima. O novo Egito claramente rejeita a paz feita com o estado judeu pelo antigo Egito. Marquem minhas palavras. Este não é apenas um incidente isolado mas a abertura de uma nova fase. E a situação só irá piorar.

Esta é a dura e amarga realidade refletido no sangue que corre nas estradas de Israel. Minha pergunta final é: Alguém ainda está pensando em entregar a Judéia e Samária para o controle Palestino?



Sunday, August 7, 2011

A Síria e a Política de Obama (ou a falta dela) - 7/8/2011

Por anos, o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu tem dito que Israel não tem um parceiro palestino com quem negociar. Aí vemos reportagens nesta semana dizendo que Netanyahu teria aceito as linhas de armistício de 1949 como referência para futuras negociações com a Autoridade Palestina.

Netanyahu teve razão quando disse que Israel não tem com quem negociar porque a verdade nua e crua é que os palestinos rejeitam o direito de Israel de existir. No mês passado, um dos chamados “negociadores seniores” dos palestinos, Nabil Sha’ath, numa entrevista para a Arabic News Broadcast, deixou claro que nunca aceitará um estado judeu no que ele diz ser a Palestina do Mediterrâneo ao Jordão.

Dada esta posição não há qualquer chance de um acordo com Israel num futuro próximo. E ainda, há o Hamas que controla Gaza e que de acordo com as pesquisas de opinião, será o grande ganhador de qualquer eleição palestina na Judéia e Samária, mostrando a farça destes esforços para retomar as “negociações”.

Então, a pergunta é: porque Israel se submete a este exercício fútil? A única resposta lógica é para apaziguar o presidente americano Barack Obama.

Nos últimos meses, muitos observadores têm operado com a presunção de que Obama usará o veto no Conselho de Segurança para impedir que os palestinos sejam aceitos nas Nações Unidas como um novo estado-membro. Mas até agora, nenhum membro da administração americana confirmou que Obama irá mesmo vetar a criação do estado da Palestina. Isto deixa claro que Obama está usando este veto para conseguir que Israel se curve às suas demandas.

Entre elas, Israel deverá abandonar sua exigência de fronteiras defensáveis em qualquer acordo com os palestinos já que para isto Israel tem que manter o controle do vale do Jordão e das colinas da Samária, que estão além das linhas de armistício de 1949.

O que faz esta política de Obama notável é que ela não involve simplesmente trair o único aliado americano no Oriente Médio. Desde que se tornou presidente, Obama fez disto um hábito. O que é notável é esta posição ter se tornado uma política de governo. Desde que assumiu a presidência, Obama deixou claro que seu objetivo é de reduzir o tamanho de Israel ao máximo e para isto está tomando passos concretos.

Obama forçou Netanyahu a fazer com que a criação de um estado palestino se torne o objetivo-mor de Israel. Conseguiu que os direitos de propriedade de judeus em Jerusalem, Judéia e Samária fossem suspensos por 10 meses no ano passado e agora força Netanyahu a fazer de conta que as linhas de armistício de 1949 são algo que Israel pode aceitar.

Obama não adotou qualquer política similar em relação ao Egito, Siria, Irã, Turquia, Líbia ou outros países do Oriente Médio. Ele comentou, argumentou, protestou e se pronunciou sobre as notícias do dia. Mas não fez uma política. E como consequência, fez os Estados Unidos perderem sua posição de líder regional deixando-a para outros que não se importam com os interesses americanos.

A Síria é o melhor exemplo. O presidente Assad é o garotinho de recados dos mullahs do Irã e um dos maiores patrocinadores do terrorismo internacional. Na década em que sucedeu seu pai, Assad treinou terroristas para matarem soldados americanos no Iraque, deu abrigo a terroristas da Al-Qaeda e fortaleceu os laços com a Hezbollah. Ele recebeu o Hamas, o Jihad Islamico e outras facções terroristas palestinas. Proliferou armas nucleares e mandou matar o primeiro ministro libanês Rafik Hariri. Desde março tem massacrado seu próprio povo e com a invasão da cidade de Hama neste final de semana, o total de mortos pode ultrapassar os 2 mil.

E qual foi a resposta de Obama? Ele intensificou seus protestos de desprazer com as ações de Assad. O que antes Obama dizia ser “inaceitável” hoje ele diz ser “escandaloso”. Em face da invasão de Hama por Assad, em vez de formar uma política para por fim ao reinado deste inimigo mortal dos Estados Unidos, Obama dá desculpas para não fazer nada. Oficiais do governo americano, incluindo o embaixador em Damasco, Robert Ford, dizem que os Estados Unidos têm pouca influência sobre Assad.

Isto é absolutamente ridículo. Muitos congressistas e outros políticos estão exigindo a retirada de Ford de Damasco e sanções contra Assad no setor de energia. O que deveria ser feito mesmo é abertamente financiar, apoiar e armar a oposição. Isto teria efeito e talvez a influência Americana sobre Assad aumentasse.

Dizem que como no Egito, o grupo mais poderoso da oposição na Síria é a Irmandade Islâmica. E isto hoje é provavelmente verdade. A força da Irmandade aumentou muito nos últimos meses com o apoio da Turquia. Os ingênuos aplaudiram o fato de Erdogan ter assumido a liderança no vácuo deixado por Obama. O que eles deixaram de reconhecer é que os interesses de Erdogan numa Síria pós-Assad têm pouco a ver com os interesses americanos. Erdogan continuará a oprimir os kurdos da Síria e fará de tudo para radicalizar a Síria através da Irmandade Islâmica.

Hoje há uma coalisão de oposição na Síria que inclue todos os grupos étnicos e que está batendo nas portas dos corredores do poder em Washington. E ainda assim, os mesmos políticos que estão prontos a reconhecer a oposição na Líbia, mesmo se ela contar com membros da Al-Qaeda, se recusam a apoiar a oposição síria que quer um país democrático e liberal.

Nesta semana que passou, a secretária de estado Hillary Clinton se encontrou privadamente com esta oposição. Porque o encontro não foi público? Esta atitude só assegurará a vitória da Turquia em instalar um regime islâmico com a partida de Assad.

O problema é que apoiar um grupo de oposição pró-democracia na Síria envolveria adotar uma política de governo, algo que Obama não quer fazer. E esta postura não é nova. Quando o povo iraniano foi às ruas em protesto em 2009, ele ficou de lado. Como é de seu hábito, ele agiu como se o trabalho de presidente dos Estados Unidos fosse só opinar e não liderar. Desde aquela época Obama ficou de lado quando os mullahs tomaram o Líbano, construiram bases operacionais na America Latina, correram com seu programa nuclear e consolidaram seu poder no Iraque e Afganistão.

Na quarta-feira passada começou o julgamento show do ex-presidente do Egito e aliado americano Hosny Mubarak e seus filhos. No começo dos protestos, os inimigos de Obama o atacaram por se recusar abandonar Mubarak imediatamente.

As razões dos Estados Unidos para manterem seu apoio a Mubarak na época eram óbvias: ele tinha sido a pedra fundamental da aliança entre a América e os mundo árabe sunita por 3 décadas. Ele manteve a paz com Israel e seu sucessor mais provável era a Irmandade Muçulmana. Obama não respondeu aos críticos com uma política coerente. Sua recusa em trair Mubarak não era uma questão de política mas uma atitude de distanciamento frio.

Quando Obama viu que este distanciamento estava lhe custando politicamente, ele o substituiu com declarações furiosas. Ele tirou o apoio a Mubarak sem mesmo pensar sobre as consequencias de seus atos. E hoje não são apenas Mubarak e seus filhos que estão sendo humiliados numa jaula. É seu legado de aliança com os Estados Unidos.

Ao reconhecer que a administração não tem qualquer política no Oriente Médio, o Congresso americano tentou preencher o vazio. O comitê para Assuntos Estrangeiros recentemente passou um orçamento de ajuda para o Egito, Líbano, Yemen e a Autoridade Palestina contingente a uma certificação de que o dinheiro não irá para governos que têm como aliados organizações terroristas. Hillary Clinton emitiu uma rápida condenação dizendo que esta exigência era inaceitável. Mas isto faz sentido. Exigir que a assistência americana a países estrangeiros seja contingente a uma segurança de que o dinheiro não será usado para patrocinar inimigos dos Estados Unidos deveria ser uma política. Mas outra vez, Obama não faz política – exceto quando se trata de atacar Israel.

Numa entrevista ao The New York Times na quinta-feira, o filho de Muammar Qaddafi, Saif Al-Islam Qaddafi disse que ele e seu pai estariam negociando um acordo para combinar suas forças com os islâmicos para restabelecer a ordem no país.

Agindo com um mandato do Conselho de Segurança da ONU e armado com a doutrina “Responsabilidade de Proteger”, Obama foi para a guerra contra Qaddafi 5 meses atrás sem qualquer objetivo claro. E então, nenhum objetivo foi alcançado.

Enquanto isto, o filho de Qaddafi se sente livre para dar entrevistas ao New York Times e zombar da America.

Se não houver outra coisa, as ondas de cáos, guerra e revolução que estão varrendo os países árabes deixam claro que o conflito árabe com Israel é só um teatro na experiência árabe de tirania, fanatismo e traição. E também fala muito sobre quem é Obama. Oito meses após a primeira revolução na Tunísia, sua única política no Oriente Médio envolve enfraquecer Israel.

A Comunidade Internacional e Israel - 31/7/2011

Constantemente exige-se que Israel coloque sua confiança na comunidade internacional. Uma idéia que nunca funcionou no passado. Quando foi negociada a saída dos judeus de Gaza, a comunidade internacional disse que iria garantir a não transferência de armas para a Faixa pela fronteira com o Egito. Vimos bem aonde isto levou.


Agora, um enviado especial das Nações Unidas para o Líbano, acabou de dar mais uma razão para Israel não se arriscar contra garantias internacionais. Michael Williams, um diplomata da ONU disse que o cessar-fogo que terminou a guerra entre Israel e o Líbano em 2006 está se mantendo bem.

Tecnicamente isto é até verdade. Não houve outra Guerra ou ataques sérios na fronteira. Mas isto é simplesmente porque a Hezbollah está ocupada em dominar o Líbano e preparando a próxima guerra. Como o próprio Williams admitiu, a Hezbollah está armada até os dentes pois de acordo com ele, as fronteiras do Líbano são porosas – um eufemismo diplomático maravilhoso para o contrabando Estatal de armas. É o que aconteceu na Faixa de Gaza. Sua fronteira com o Egito repentinamente se tornou porosa também nas últimas semanas.

A Hezbollah novamente controla o sul do Líbano – algo que as Nações Unidas tinham a obrigação de evitar – tendo reconstruido seu sistema de túneis e suas fortificações militares. Em 5 anos, as forças da ONU nunca interferiram com as atividades de Hezbollah – nem uma só vez.

Agora imaginem, se puderem, como a ONU e garantias internacionais iriam funcionar com um estado Palestino.

Vocês estão vendo a Assembléia Geral da ONU se reunir para condenar a Palestina pela violação de suas obrigações? Qual força estrangeira colocada na região para garantir a paz agiria para impedir que armas e terroristas entrassem na Palestina? Qual força de paz iria se colocar em risco para impedir que terroristas atravessassem a fronteira para dentro de Israel? Eu respondo: nenhuma.

E ainda assim, nenhum país da Europa ou Estados Unidos, nenhum chamado estudo acadêmico ou qualquer veículo de mídia em massa leva isto em conta em suas histéricas exigências para que Israel ceda território para a criação do terceiro estado palestino.

A incitação palestina contra judeus e Israel continua. Isto, além de não preparar a sociedade para viver em paz com seu vizinho judeu, é uma clara violação dos acordos assinados no passado. Durante estas férias de verão, enviados das Nações Unidas podiam visitar os acampamentos de crianças todos nomeados em honra a terroristas. Um chamado Dalal Mughrabi em honra à mulher que em 1978 matou 37 israelenses, entre os quais 12 crianças; outro é Salah Khalaf em honra do chefe do Setembro Negro que entre outros, matou o embaixador americano no Sudão e os 11 atletas israelenses na Olimpiada de Munich em 1972. Tem também o campo Abu Ali Mustafa – secretário do Fronte Popular para a Liberação da Palestina – que planejou numerosos ataques contra israelenses e é claro, Yasser Arafat que não precisa de comentário. O que estou contando não se passa em Gaza com Hamas, mas na Autoridade Palestina com o aval e presença do mais moderado dos palestinos e vedete internacional, o Primeiro Ministro Salaam Fayad.

Os palestinos poderiam ter nomeado estes grupos em honra a educadores, médicos, e mesmo políticos que não estiveram envolvidos com o terrorismo. A mensagem do governo não é “vamos conseguir nosso estado independente e melhorar seu nível de vida” mas “nós podemos matar mais Israelenses do que o Hamas”.

Isto posto, a Autoridade Palestina poderia fazer o que quisesse se fosse independente economicamente de Israel. Mas hoje, a economia palestina deve sua própria existência à saúde economica de Israel e deveria parar de cuspir no prato que come. E isto também os Europeus escolhem não ver.

Com 5 economias européias em trapos (Portugal, Irlanda, Italia, Grécia e Espanha), a União Européia terá que adicionar a Palestina ao rol de falidos para ela sustentar se sua criação for votada em setembro. Isto porque ao encorajar a declaração da Palestina, os europeus estão implicitamente assumindo as contas de um país de quase 4 milhões de habitantes, um pouco menor do que a Irlanda.

O ministro das relações exteriores da França disse em fevereiro que o objetivo era construir uma realidade, com a França treinando a polícia e fomentando negócios na Cisjordânia “para que seu reconhecimento venha mesmo antes da negociação de fronteiras”. O ministro espanhol Miguel Moratinos, que lidera o esforço europeu para a criação da Palestina, disse que se antes de setembro Israel não acabar com a ocupação, então as infraestruturas palestinas e instituições forçariam Israel a faze-lo.

Há alguns meses, os europeus junto com o Fundo Monetário Internacional disseram que a Autoridade Palestina estaria apta a conduzir políticas econômicas saudáveis num futuro estado Palestino porque sua burocracia aprendeu a cobrar impostos e a administrar o governo.

Mas se a França e a Espanha conseguirem o que querem e Israel sair de cena, eles irão se deparar com uma Palestina que não pode pagar suas contas. Quase 2/3 da renda da Autoridade Palestina, ou um bilhão e meio de dólares, vem de impostos coletados por Israel. Ao dar sua opinião tão otimista sobre o futuro economico da Palestina, o Fundo Monetário projetou que este dinheiro não só irá continuar mas irá crescer – uma perspectiva que só pode ocorrer se houver boas relações entre os dois países. Com o Hamas fazendo parte do governo no entanto, é bem mais realista prever que as relações irão piorar e Israel não irá financiar um inimigo.

87% das exportações palestinas vão para Israel. Israel é o maior empregador de palestinos tanto no país quanto na Judéia e Samária. As dezenas de milhares de palestinos que trabalham nos assentamentos não poderão mais faze-lo pois a Autoridade Palestina considera este trabalho ilegal. Estes empregos nos assentamentos não só constituem 1/7 de toda a força de trabalho palestina mas ¼ dos salários porque israelenses pagam 2 a 3 vezes mais que empregadores palestinos. Mais de 20 mil palestinos têm vistos de trabalho em Israel e outros tantos trabalham no país ilegalmente. Se as relações deteriorarem e palestinos se tornarem mais uma vez uma ameaça à segurança tudo isto irá por água abaixo.

No passado, quando isto ocorreu, Israel substituiu os vistos a palestinos a vistos para asiáticos e trabalhadores da Europa Oriental com muito sucesso. Foi só a pressão americana e européia que fez com que Israel mantivesse empregos para palestinos.

Um ano depois de Israel ter deixado Gaza, as relações foram cortadas e o desemprego na Faixa dobrou para mais de 50%. Se o estado palestino for criado e as hostilidades retomarem, os europeus podem esperar o mesmo na Judéia e Samária.

Além disso, 1/3 do orçamento palestino vem de ajuda do exterior e os Estados Unidos ameaçaram cancelar sua ajuda se o estado palestino for criado unilateralmente em setembro. Isto irá deixar a Europa carregando o abacaxi sozinha.

A Palestina não tem uma economia viável sem Israel e os americanos hoje nem estão em posição de tamparem o buraco com sua própria economia em frangalhos.

Se através de seu encorajamento, a criação prematura de uma Palestina ocorrer e quebrar sua economia, então a Europa pode receber este novo estado dentro da União Européia e pagar por ela.