Sunday, November 28, 2010

O Enfraquecimento da América - 28/11/2010

Crises estão explodindo no mundo inteiro. E o líder do mundo livre só está tornando as coisas piores. Nesta semana, a Korea do Norte mostrou aos americanos milhares de novas centrífugas no seu reator nuclear de Yongbyon. Stephen Bosworth, o responsável de Obama pela Korea do Norte correu para dizer que esta revelação não constituía uma crise. Aí a Korea do Norte resolveu atacar a Korea do Sul para mostrar que sim, era uma crise.

Mas Obama continuou impassível. Sua única reação foi de agradecer o Secretário de Defesa da Korea do Sul, Kim Tae-young, por sua contenção e moderação. Na quinta-feira, Kim teve que resignar em desgraça por causa desta contenção e moderação.

Nos Estados Unidos falaram muito que não se pode deixar esta agressão passar sem uma resposta mas a verdade é que ela irá seguir sem ser punida porque a China apoia a Korea do Norte e seu programa nuclear. A China pode usar a Korea do Norte para intimidar qualquer rival na Asia sem assumir qualquer responsabilidade.

Em geral, a Korea do Norte faz algo horrendo a cada 2-3 anos, mas este este é o segundo ataque contra a Korea do Sul, neste ano, apesar do porta-aviões americano George Washington estar na região. Realmente Obama conseguiu acabar com qualquer respeito que os Estados Unidos tinham na região.

E aí temos o Irã. O fato de Pyongyang estar desenvolvendo armas com urânio enriquecido em passo dobrado, pode ser um sinal que eles também estão envolvidos no programa clandestino do Irã. Obviamente os koreanos do norte não se importam nem um pouco com sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irã. E se isto for mesmo verdade, mostra como todas estas sanções e iniciativas diplomáticas são absolutamente idiotas e ineficazes para evitar que o Irã ou qualquer outro país do mundo tenha um arsenal nuclear.

Cada dia, com os regimes de Pyongyang e Teherã aumentando sua agressão, fica mais claro que a única saída é tirar estes regimes do poder. No caso do Irã, as chances são ainda maiores se lembrarmos os protestos que tomaram o país logo depois das eleições fraudulentas que reelegeram Ahmadinejad. Desde então, o governo baniu música ocidental, prendeu garotos com cabelo comprido e erradicou a história persa dos livros escolares. Qualquer coisa que possa ter ligação com algo não islâmico é visto como ameaça.

As implicações políticas são claras. O mundo precisa chegar a um consenso para destruir as instalações nucleares do Irã e ajudar o povo a se livrar deste regime opressivo. Mas a administração Obama não quer nem ouvir falar a respeito. Obama diz que se os Estados Unidos e outras nações do ocidente atacarem, o povo irá apoiar Ahmadinejad. Se for assim, então, os Estados Unidos devem continuar sua política de sanções que não funcionam para não chegarem a qualquer acordo com os mullahs.

É este tipo de lógica que mostra que hoje, os Estados Unidos não têm qualquer credibilidade com as ditaduras do mundo.

E aí temos o Líbano. Desde a visita de Ahmadinejad no mês passado, ficou claro que é o Irã quem manda no país através da Hizbullah. O grupo terrorista abertamente ameaçou tomar o país se não fosse exonerado do assassinato do ex-primeiro ministro Rafik Hariri em 2005. E ainda assim, a administração Obama ainda nega que o Irã controla o Líbano e quer aprovar 100 milhões de dólares em assistência militar para o exército libanês que sabemos é totalmente controlado pela Hizbullah.

E no meio disso, Obama ainda quer conseguir duas coisas: forçar Israel a se retirar para as indefensáveis linhas de armistício de 1949 e destruir o arsenal nuclear americano unilateralmente. Isto é, enquanto as forças do apocalipse e guerra aumentam suas ameaças e agressão, os objetivos centrais de Obama continuam sendo o enfraquecimento do único aliado americano no Oriente Médio e tornar os Estados Unidos impotentes para deter os párias que hoje correm para se armar nuclearmente.

É verdade que Bush e Clinton também não fizeram muito além de apaziguar a Korea do Norte, o Líbano e o Irã. Mas Obama é muito pior. O espaço de manobras de um president Americano é muito pequeno porque os burocratas acadêmicos do Departamento de Estado americano não são movidos pela realidade que só confirma sua incompetência. Outros presidentes conseguiram gerenciar este problema porque eles têm o uso do microfone e acesso à midia e também porque conseguiram nomear pessoas de sua confiança para cargos-chave nesta burocracia.

Mas desde que assumiu a presidência, Obama usou estes poderes exatamente para aumentar a influência destes burocratas. Ele usou o pódium através do mundo para condenar e pedir desculpas pela grandeza dos Estados Unidos. Ao faze-lo ele convenceu tanto seus aliados como seus inimigos, que ele não é um líder com credibilidade, que é possível atacar os Estados Unidos, seus aliados e seus interesses com impunidade.

A busca de Obama por um mundo livre de armas nucleares e sua agressividade em relação ao alegado arsenal nuclear israelense, sua decisão de reduzir dramaticamente o arsenal nuclear Americano e seu silêncio perante a recente agressão da Korea do Norte e do Irã, convenceram as nações do Golfo Persa, da America do Sul e do Pacífico, que eles agora precisam correr para obterem armas nucleares. Ao dizer que irá desarmar os Estados Unidos nuclearmente, Obama provocou a maior corrida armamentista nuclear da história da humanidade.

Além disso, os nomeados por Obama estão tentando implementar políticas ainda mais perigosas e radicais das dos burocratas em Washington. Não só estão enfraquecendo os Estados Unidos e seus aliados, mas estão desmoralizando aqueles que dedicaram suas vidas defendendo a America.

Quando há um republicano na Casa Branca, sua política exterior é regularmente criticada e limitada pela mídia liberal. Mas quando o presidente é um democrata radical, como Woodrow Wilson, por exemplo, o povo vota por um congresso republicano para impedir que políticas radicais sejam implementadas. Isto aconteceu mais uma vez nestas últimas eleições aqui nos Estados Unidos.

Dada as ameaças que as políticas radicais de Obama estão causando, só podemos esperar que os republicanos no Senado e na Câmara tomem uma postura firme para deter sua política. Se conseguirem, o povo americano e a comunidade internacional lhes deverá uma grande dívida de gratidão.

Sunday, November 21, 2010

Um Mau Negócio para Israel - 20/11/2010

O ex-presidente George Bush acabou de lançar seu livro de memórias aqui nos Estados Unidos. Nele, entre muitas coisas que marcaram sua presidência, ele descreve seu relacionamento com Ariel Sharon, especialmente o respeito, admiração e entendimento que havia entre eles.

Bush escreveu sobre sua primeira visita a Israel em 1998 e o tour de helicóptero com Sharon. Ele diz que o ex-primeiro ministro era uma figura imponente que servira em todas as guerras de Israel e que conhecia cada polegada daquela terra. Sem dúvida, os locais apontados por Sharon que haviam sido somente 9 milhas em largura devem ter impressionado o Texano com a vulnerabilidade de Israel numa vizinhança tão hostil.

Outro fato interessante do livro é que Bush diz que Sharon foi a pessoa para quem ele ligou para se aconselhar logo após os ataques de 11 de setembro. Ele queria a opinião de um líder que sabia o que era lutar contra o terrorismo.

E Bush era bem menos próximo de Sharon do que Clinton havia sido de Rabin. Quanta diferença no relacionamento vemos entre Israel e os Estados Unidos. Hoje, não sobrou muito destes relacionamentos como se vê na interação entre Obama e Netanyahu.

Mas muito mais preocupante é que os próprios valores que sempre foram a base deste relacionamento estão desmoronando. A posição viceral de Obama contra a presença de judeus em sua terra ancestral transformaram a parceria em uma relação de adversarios.

No passado, o envolvimento Americano no processo de paz com os palestinos era de boa vontade e conhecimento historico que ao final iria trazer os relutantes e violentos palestinos a um acordo que reduzisse suas exigências a algo que Israel pudesse aceitar.

Nas últimas décadas houveram desavenças entre os Estados Unidos e Israel. Mas em todos estes anos havia um reconhecimento que Israel foi ressuscitada em 1948 mediante consenso internacional e foi deixada sem fronteiras porque os árabes se recusaram a aceitar a criação de um estado palestino, preferindo ir à guerra para destruir o estado judeu. Israel, então, a única democracia da região, teve que ano após ano, lutar contra inimigos implacáveis que queriam sua destruição, contra incessantes ataques terroristas e repetidas tentativas de boicotes econômicos e sanções diplomáticas. Em 1948, Israel não tinha controle sobre o território que hoje é o centro da controvérsia. Ao contrário, este território é o mesmo do qual os árabes lançavam seus ataques contra o nascente estado judeu.

Outro princípio sabido pelos Estados Unidos é que nenhum governo israelense desapontou em sua vontade de fazer a paz ou se recusou a fazer concessões mesmo quando o lado palestino deixava muito a desejar em credibilidade e confiança.

Mas hoje, estes princípios parecem terem sido esquecidos. Negociar com os palestinos provou ser extraordinariamete frustrante nestas duas últimas décadas. E hoje, antes mesmo que Israel possa pensar em levar à frente estas negociações ela se vê num confronto com os Estados Unidos, em discussões tensas e sem fim.

Nesta última quinta-feira em Nova Iorque, Netanyahu e a secretária de Estado, Hilary Clinton sentaram por 7 horas em seguida. Isto teria sido bom se os palestinos, que sairam das negociações diretas 2 meses atrás da mesma forma que recusaram cada oferta séria de paz, tivessem estado presentes.

Os palestinos estão mais do que nunca seguros que podem seguir a caminho de um Estado independente sem precisarem comprometer nenhuma posição ou aceitar qualquer reconciliação com Israel. E isto é devido em grande parte à atitude desta administração americana.

A moratória que os Estados Unidos exigem, proibirá que qualquer judeu coloque um tijolo sequer em casas que estão construindo legalmente. Isto apesar dos Estados Unidos estarem patrocinando projetos de construção em massa para os palestinos, em total contravenção aos acordos de Oslo. Obama nem sequer tenta disfarçar esta total discriminação que ele como professor de direito constitucional e membro da raça negra, deveria ser o primeiro a rejeitar.

O objetivo declarado destes 90 dias é de trazer intensas negociações entre Israel e os palestinos. Mas Abbas repete em sua mídia oficial que não tem qualquer interesse em conversar e não aceitará qualquer paz oferecida por Israel.

Assim, a única conclusão a que podemos chegar é que Obama não está interessado ou preocupado com os palestinos aceitarem um acordo. O que ele quer é ver Israel abandonar mais terras.

E isto não é segredo. Clinton deixou claro que estas negociações são estritamente para decidir fronteiras, o que obrigará Israel com certeza a abrir mão de seu controle sobre a Judéia e Samária, que é a unica coisa que até agora impediu o Hamas de se apoderar da região.

Assim, mais uma vez, por causa de promessas americanas feitas à meia boca, Israel terá que sair de terras que são cruciais para sua sobrevivência e defesa e entregá-las para uma entidade que se recusa a reconhecer seu direito de existir, se recusa a desmantelar organizações terroristas, e não pára de ensinar o ódio às crianças que aspiram se tornar homens-bomba.

Obama se recusa até a garantir a união da capital de Israel. E Netanyahu, como líderes anteriores parece que também ficou cego com a proposta de passar para a história como um dos grandes fazedores da paz. Ele diz que Obama concordou em não mais renovar a moratória, diz que Obama prometeu mandar para Israel 20 F-35s se um acordo com os palestinos sair e finalmente disse que durante o próximo ano, os Estados Unidos não irão votar contra Israel no Conselho de Segurança da ONU.

Sobre a extensão da moratória por mais 90 dias só posso dizer que isto é comprar o mesmo cavalo morto duas vezes. Dizer que esta é a última vez que Obama irá pedir para Israel suspender construções na Judéia, Samária ou Jerusalém seria hilário se não fosse tão trágico. Agora, o negócio com os caças F-35, a estória é bem mais estranha. Israel precisa destes aviões para se defender contra inimigos como o Irã. Mas Obama diz que a entrega é contingente à Israel assinar um acordo com os palestinos. E isto nós sabemos aonde vai acabar.

Levando em conta que Obama está fazendo das tripas coração para que o Congresso aprove uma venda de 60 bilhões de dólares para a Arábia Saudita para que ela se defenda das ambições expansionistas do Irã, um país que apesar de todas as armas, não saberá se defender, mostra o verdadeiro desprezo de Obama para com Israel, o país mais corajoso, competente e aliado estratégico na região e mais do que a Arábia Saudita, um alvo do Irã real.

Em vez de armar Israel com tudo o que é necessário para ela se defender, Obama condiciona a ajuda à um acordo de paz com os palestinos que irá forçá-la a se retirar de fronteiras defensáveis e abandonar sua capital à inimigos jurados.

A promessa de apoio a Israel por um ano no Conselho de Segurança da ONU, algo que nunca foi objeto de negociação é um verdadeiro insulto. Mas isto quer dizer outra coisa. Isto quer realmente dizer que em um ano, Obama estará livre para pisar sobre o tradicional apoio dos Estados Unidos a Israel e condenar o estado judeu nos fóruns internacionais ao seu bel prazer.

Parece ainda, que os Estados Unidos teriam dado algumas garantias de segurança a Israel que reduziriam o risco de um Estado Palestino. Assim há um reconhecimento explícito pela administração americana que um estado palestino será por definição hostil a Israel. Como é que isto pode ser de interesse dos Estados Unidos?

Todas estas “ofertas” contra uma extensão de 90 dias de um congelamento anterior de 10 meses que não deu em absolutamente nada, como já sabíamos. Será que alguém acredita que 17 anos depois de Oslo e de duplicidade e mentiras dos palestinos, estes 90 dias irão fazer alguma diferença além de colocar Israel num canto ainda mais enfraquecida?

Num relacionamento saudável, os americanos não teriam exigido a suspensão de toda a construção de judeus como pré-condição para negociação e teriam reconhecido que Israel já evacuara Gaza e apresentara outras propostas para a criação de um estado palestino como enormes concessões para a paz.

A humiliação pública que os Estados Unidos submeteram Israel sobre as construções em Ramat Shlomo mostrou ao mundo árabe que o relacionamento entre os dois países não é tão inquebrável como se pensava.

Hoje, mais do que nunca, os palestinos estão imbuídos de ódio causado pela sua própria mídia oficial que repete que Israel nasceu em pecado, que seus soldados matam indiscriminadamente, e seus cidadãos roubam suas terras. Israel é mostrada como algo transiente e ilegítima, não importa em qual tamanho ou em quais fronteiras.

Num relacionamento sadio, os Estados Unidos se assegurariam de estar do mesmo lado de Israel, fazendo de tudo para não haver distrações do objetivo final que teria que ser a paz com os palestinos, o fim do programa nuclear do Irã e a mudança de seu regime. Mas aqui também as prioridades dos Estados Unidos parecem estar muito longe das de Israel. Netanyahu fez um acordo horrível com Hillary Clinton. Vamos esperar que o gabinete israelense tenha mais senso e não o aprove. Israel tem muito a oferecer ao mundo e seria de seu interesse de se aproximar de outros países como a China que hoje está em muito melhor situação diplomática para pressionar o Irã que os Estados Unidos. Isto talvez ensinasse a Obama que é muito mais fácil dizer “sim, nós podemos” do que faze-lo.

Sunday, November 14, 2010

A Culpa de Obama na Falha das Negociações de Paz

Imediatamente após uma nova disputa entre a administração americana e Israel sobre planos de construção em áreas judaicas de Jerusalem ter chegado à mídia, o “processo de paz” desceu a um nível além da tragédia para uma total falência.


Os três lados se comportam de modo previsível levando em conta suas posições ideológicas. Isto é de se esperar de Israel e dos palestinos que estão em conflito há tanto tempo, mas no caso dos Estados Unidos, a hostilidade de Obama para com Israel está sendo realmente contraproducente. Em vez de reduzir as tensões, a administração Obama as está exacerbando.

É verdade que os Estados Unidos sempre discordaram formalmente dos assentamentos na Judéia, Samária e Gaza, e houveram ocasiões em que esta discordância foi expressa contra judeus morarem na parte de Jerusalém capturada dos Jordanianos em 1967 e anexada por Israel. Aonde Obama difere de seus predecessores é que ele traz estes desacordos à publico tornando-os o centro das dicussões. Assim fazendo ele sistematicamente conseguiu destruir os próprios esforços que ele diz estar encorajando.

Quando Israel demoliu os assentamentos em Gaza e propôs uma série de acordos de paz que irão exigir o desmantelamento de outros assentamentos na Judéia e Samária, abandonando terras centrais da Terra de Israel Bíblica e evacuando milhares de seus cidadãos de suas casas, ela efetivamente mostrou sua predisposição a concessões violentamente divisivas. Tudo para um acordo.

Ao continuar a negociar com Israel durante os anos, mesmo com prédios sendo construidos, não só em Jerusalem mas na Judéia e Samária, dentro dos perímetros das comunidades já existentes, a liderança palestina essencialmente havia aceito a realidade de que certos blocos ficariam com Israel. Isto não era um problema porque estas construções não tomavam terras adicionais e criavam emprego para milhares de palestinos. Isto também deixava os líderes de Israel confortáveis com seu eleitorado e livres para negociarem um acordo que resolveria o status final do território em disputa.

Mas ao exigir repetidamente que Israel suspenda as construções em todos os locais tomados em 1967, incluindo em Jerusalem, o Presidente Obama e sua administração estraçalharam a estrutura de negociações existente.

Ramat Shlomo, o bairro que provocou a última altercação entre Netanyahu e Obama, se tornou ao longo dos anos a moradia de milhares de judeus . Este bairro não foi construido sobre qualquer vilarejo ou propriedade árabe. O bairro fica ao norte de Jerusalem e não ao leste e era aonde o exército jordaniano mantinha postos de observação. Igual aos bairros de Pisgat Ze’ev e Har Homa, Ramat Shlomo fica em uma area que Mahmoud Abbas ou qualquer outro líder palestino nunca poderia pensar que seria transferido para um estado palestino.

Mas mesmo os 10 meses de congelamento das construções não foram suficientes para esta administração porque Jerusalem não foi incluida. Apesar de ter sido Abbas quem se recusou a negociar por 9 meses e meio dos 10 meses – em parte por causa da reação americana ao projeto de construção em Ramat Shlomo – foi Netanyahu e não Abbas o pressionado a renovar a moratória quando expirasse. E apesar de na prática ter havido muito pouca construção na Judéia, Samária e Jerusalém do leste neste último ano, o mero anúncio que planos para construir em Har Homa e Pisgat Ze’ev haviam sido aprovados , provocaram indignação e expressões públicas de desaprovação do presidente americano e sua secretária de estado.

A ironia amarga está no fato de Obama continuar a acreditar que irá alcançar um acordo de paz ao continuar a pressionar Israel e a apaziguar os palestinos apesar de Abbas declarar repetidamente o oposto. O que aconteceu foi que Abbas foi pego pela armadilha de Obama que exigiu a completa cessação das construções no começo de 2009. Frente aos árabes ele não poderia sentar-se à mesa sem isto.

A verdade é que Abbas nunca insistiu em qualquer congelamento ou moratoria de construções judaicas como pré-condição para negociar com Olmert e esta nem mesmo foi uma pré-condição exigida por Arafat para negociar com Barak e com Rabin. O que Obama fez foi colocar Abbas no topo de uma árvore, sem escada para descer. E Obama ficou empurrando Abbas cada vez mais para o alto ao exigir a extensão da moratória na Assembléia Geral das Nações Unidas. E de novo esta semana quando disse que a aprovação de planos de construção em Jerusalem não ajudavam a situação.

Se Abbas estivesse genuinamente interessado em um acordo, ele não teria desperdiçado 9 meses da moratoria e teria dito a Obama que suas declarações estavam causando mais dano do que ajudando.

Netanyahu, tendo ordenado a moratoria baixo à uma tremenda pressão Americana hoje está menos inclinado a extende-la. E quando americanos dizem publicamente que uma extensão que não inclua Jerusalem não é o suficiente, não há clima para continuar estas negociações em boa-fé ou esperança na assinatura de qualquer acordo.

Hoje, muitos analistas começaram a dizer o que eu disse há meses atrás. Que o melhor hoje é Netanyahu fazer de tudo para ganhar tempo pois a era Obama parece estar com os dias contados. Esperar uma nova administração mais apta a negociar de maneira imparcial e que entenda as necessidades de segurança de Israel.

Quanto a Abbas, todas as idéias aparentemente aceitas por ele, como por exemplo, uma troca de terras para que Israel anexe as grandes comunidades de judeus na Judéia e Samária, hoje estão fora de questão.

Abbas sabe que Netanyahu, nas melhores condições, irá oferecer menos do que Olmert ofereceu, inclusive sobre a soberania de Israel sobre o Monte do Templo e do Muro das Lamentações. E assim, dos altos galhos aonde Obama o pôs, ele pode achar difícil resistir às demandas dos árabes de tentar declarar um estado palestino unilateralmente.

Eu já disse aqui que o unilateralismo não irá resolver qualquer coisa e poderá sim exacerbar o conflito entre árabes e israelenses. A administração Obama deixou perfeitamente claro que considera este passo não construtivo. Mas também não condenou a idéia de modo enfático. Obama agora tem que tentar consertar seu mal gerenciamento das negociações que por si só empurraram os palestinos nesta perigosa direção.

Assim, o que temos hoje é um primeiro ministro israelense que se for esperto, irá ganhar tempo até as próximas eleições para presidente nos Estados Unidos, em dois anos. E temos um presidente palestino que vê o unilateralismo como sua melhor opção. Estes são lados que em vez de acharem pontos em comum para um acordo num futuro próximo, estão se distanciando cada vez mais. E os Estados Unidos, que deveriam ser um intermediário honesto e ajudar a resolução deste conflito, hoje ironicamente, é a maior parte do seu problema. A posição ideológica de Obama, sua falta de experiência e conhecimento histórico da região levaram o processo de paz à muitos quilometros para trás. Ele mesmo deveria ter a ombridade de reconhece-lo e devolver o prêmio Nobel da paz que recebeu sem o merecer.

Sunday, November 7, 2010

Vitoria Republicana nos EUA e a UNESCO - 7/11/2010

A perda colossal do presidente Obama nas eleições desta semana não conseguiu provocar o resultado que muitos americanos queriam: ver alguma humildade no seu líder e reconhecer que o seu, não é o caminho que o povo americano quer seguir. Obama perdeu governadores em estados-chaves, perdeu a maioria na Câmara e manteve uma maioria de apenas 2 representantes no senado. 4 se contarmos com os 2 independentes.

As reformas radicais que Obama quis impor ao povo americano como da assistência médica, o aumento de impostos, as constantes distribuições de dinheiro para tirar grandes empresas do buraco e sua inabilidade de reduzir o desemprego, foram as maiores causas da desaprovação deste governo. Estas razões teriam sido suficientes mas a quantidade de candidatos da direita do partido republicano eleitos nesta eleição nos diz que o motivo maior para a derrota de Obama foi sua falta de respeito aos valores que os americanos têm como sagrados.

Entre eles a postura do presidente americano nas relações internacionais. Pesquisas de opinião nos últimos meses mostraram que 51% dos americanos estariam mais inclinados a votar em alguém pró-Israel contra apenas 25% que disseram que votariam em alguém que fosse contra o estado judeu. 52% disseram que sentiam que Obama era menos simpático a Israel que outros presidentes.

Obama e seu ex-chefe da Casa Civil Rahm Emanuel admitiram terem feito muitos erros em sua tentativa de conseguir um acordo de paz entre israelenses e palestinos. Aí então Obama decidiu estender a mão e recebeu Netanyahu na Casa Branca com a atenção devida a um chefe de estado. Mas isto durou pouco. Já no mês passado, Obama exigiu que Israel estendesse o congelamento das construções judaicas na Judéia e Samária em seu discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas tornando impossível aos palestinos exigirem qualquer coisa a menos. Isto teria exigido de Netanyahu trair a confiança do eleitorado que o elegeu.

Não fosse a pressão americana para a estensão da moratória na Judéia e Samária, as negociações com os palestinos teriam recomeçado há muito e não teriam sido suspensas por esta causa.

Em casa, Obama está, daqui para a frente, com as mãos amarradas mas ele pode tentar salvar sua presidência e talvez sua reeleição se deixar sua ideologia de lado e adotar medidas mais pragmáticas, especialmente no que se refere às negociações entre israelenses e palestinos.

É vital, por exemplo, que ele deixe claro que os Estados Unidos não irão apoiar a declaração unilateral de um estado que não aceita viver lado a lado com o estado de Israel ou abrir mão de absolutamente nada, inclusive do terrorismo para chegar a um acordo de paz que seja viável.

O ministro da defesa de Israel Ehud Barak disse numa entrevista recente que governos israelenses anteriores fizeram concessões quando tinham uma de 3 coisas: um parceiro árabe que confiavam, (como quando se retiraram da península do Sinai com Sadat) um mediador americano em que podiam acreditar, como Bill Clinton, ou quando havia um desejo da liderança israelense de abandonar território unilateralmente como quando Sharon evacuou Gaza. Hoje não há nenhuma destas três coisas.

Mas se Obama cumprir a promessa de não permitir que o Irã desenvolva a bomba atômica, ele poderá talvez garantir sua reeleição. Mas isto só pode ser alcançado se ele tiver a coragem de acompanhar as sanções internacionais em curso com uma ameaça militar crível. A única vez que os iranianos suspenderam seu programa nuclear foi quando os americanos invadiram o Iraque e o Irã se sentiu ameaçado.

O ex-chefe do estado maior de Israel, Moshe Ya’alon disse esta semana que Obama pode culpar Bush pelos problemas no Afganistão e Iraque mas se o Irã conseguir a bomba durante seu mandato, este será o fato que marcará sua presidência. Se Obama conseguir impedir a nuclearização do Irã, isto irá dramaticamente reduzir o poder dos extremistas, irá liberar os moderados e fortalecer substancialmente as esperanças de paz. Poderá no caminho, assegurar sua reeleição.

Mas como disse, isto só poderá acontecer se Obama deixar sua ideologia de lado, o que não parece ser o caso. Obama se elegeu numa onda mundial em que a esquerda festiva, os barbudos de chinelo, ativistas às vezes violentos, que hoje usam terno e carregam uma pastinha em baixo do braço, tomaram o poder.

Estes esquerdistas vêm qualquer país comprometido com a democracia e aliado com o ocidente como Israel, como o inimigo.

Mas esta onda não pegou só os Estados Unidos, Venezuela ou o Brasil. Ela vem rolando na Europa há tempos. Há um constante esforço de vários membros da comunidade européia para deslegitimizar Israel. Depois do comissário da União Européia para assuntos comerciais, Karel De Gucht acusar judeus de serem irracionais quando se trata de Israel, um novo ataque aos próprios valores judaicos foi feito esta semana pelos diretores de uma organização que deveria colocar a política absolutamente em último lugar.

A diretoria executiva da UNESCO, organização das Nações Unidas que tem como finalidade a expansão da educação e preservação de locais históricos, emitiu uma declaração que estaria melhor colocada nos anais da propaganda palestina anti-semita. Entre outras coisas, a UNESCO acusa Israel de excavar a Mesquita de Al-Aksa e impedir crianças árabes de irem para a escola. Há certas fábulas que esperamos encontrar na mídia em Ramallah e não em documentos oficiais de uma organização tão reverenciada como a UNESCO.

Mas talvez a pior de todas as resoluções incluidas nesta declaração teve a ver com dois dos locais mais sagrados para os judeus em Israel. Dando um tapa na cara da história e da lógica, a UNESCO declarou que os locais aonde estão enterrados nossos ancestrais, a Caverna dos Patriarcas em Hevron e o Túmulo de Raquel em Belém, são palestinos. É, vocês ouviram bem.

Assim, de acordo com a UNESCO, os túmulos dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, e das matriarcas Sarah, Rebecca, Leah e Raquel, não são locais judaicos mas palestinos. E estes luminários da história não param por aí.

De acordo com sua diretoria e diretora geral Irina Bokova, uma comunista e socialista Búlgara, eles irão lutar para que estes dois locais se tornem parte permanente dos territórios palestinos ocupados. Isto é tão ofensivo e insultante à crença judaica que não pode ser caracterizado como outra coisa a não ser anti-semitismo. Negar que seus próprios ancestrais façam parte do povo judeu é um ataque às próprias fundações do povo e a UNESCO deveria ser duramente condenada.

Além disso, os ilustres membros desta organização que deveria promover educação, mostraram uma ignorância histórica digna de analfabetos. Então vamos dar à eles uma pequena lição de história:

A Bíblia, no seu primeiro livro do Genesis, diz que Raquel morreu e foi enterrada no caminho de Efrata, que é Belém. E Jacó pôs um pilar em seu túmulo. Este pilar está lá até hoje. Há dois mil anos, quando o Talmud foi escrito, o túmulo de Raquel foi descrito no midrash Bereshit Rabba. Isto deveria ser suficiente para mostrar a conecção do povo judeu ao túmulo de Raquel séculos antes do advento do islamismo. Mas há outros.

No ano de 333 da nossa era, um cristão conhecido apenas como o peregrino de Bordeaux registrou sua visita ao túmulo de Raquel na estrada de Belém. Jerônimo, um santo da igreja, também menciona o túmulo em 386 assim como o bispo Eusébio, historiador do século IV. Absolutamente nenhuma fonte antiga chama este local de Mesquita de Bilal Ibn Rabah como os palestinos e agora a UNESCO querem chamá-lo.

Tomem, por exemplo, o Monge Epiphanius que escreveu em 692 que no sul da Cidade Santa, na beira da estrada está o túmulo de Raquel. Mesmo viajantes muçulmanos do século 12 usaram esta terminologia. Muhammad al-Idrise, o grande geógrafo e cartógrafo muçulmano escreveu: na estrada entre Belém e Jerusalém está o túmulo de Raquel, a mãe de José e Benjamim. Não é preciso dizer que nem ele, nem qualquer outra pessoa antes dele jamais descreveu o local como palestino ou como uma mesquita.

Além disso, o túmulo de Raquel foi dado exclusivamente aos judeus pelo Pachá de Jerusalém em 1615. Em 1841, Moses Montefiore o comprou das autoridades turcas. O túmulo de Raquel é um lugar conhecido de peregrinação de judeus e não representa absolutamente nada para outras religiões.

Mas em 2000, em meio à segunda intifada, os palestinos redescobriram a importância do túmulo de Raquel. De repente eles noticiaram que nunca havia havido um túmulo no local que na verdade era uma mesquita.

Quer sejamos contra ou a favor dos assentamentos judaicos na Judéia e Samaria, é inegável que a área referida como a Cisjordânia pela mídia internacional, inclui Hevron e Belém, que são os berços da história do povo judeu. Nenhum revisionismo histórico ou declarações da UNESCO poderão apagar este fato.

Há realmente muita cara de pau, nesta era pós-modernista de deconstrução e revisão. Valores religiosos e costumes sagradamente guardados por séculos são reduzidos à falsa conciência. Nações etnicamente únicas com orgulho de suas tradições se tornam comunidades imaginárias.

Assim, UNESCO, nossa mensagem para sua diretoria é a seguinte: Tire suas mãos de nossa mãe Raquel e de nossos pais, Abrãao, Isaac, Jacó, Sarah, Rebecca e Leah. Eles pertencem ao povo judeu, quer vocês gostem ou não.

Quem quiser deixar seu protesto, escreva para a UNESCO em Brasilia no email:
brasilia@unesco.org