Sunday, April 26, 2020

Enfrentando a Quarentena - 26/04/2020


Como todos aprendemos nos últimos meses, o corona vírus não é apenas contagioso e mortal. Mas ele é igualitário. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode contraí-lo. Tom Hanks o pegou na Austrália. Boris Johnson, o primeiro ministro do Reino Unido, foi internado na UTI. O dinheiro e o poder deles não os protegeram. Eles adoeceram como todos os outros infectados com Covid-19.

Esse sentimento de igualdade na doença é algo muito familiar para aqueles que passam longos períodos nas enfermarias do hospital. Os heróis sem nome que tratam dos doentes ao risco de sua própria vida que sabem que todos lá estão no mesmo barco. Alguns mais doentes, outros menos, mas todos vivendo sob a nuvem de incerteza e preocupação. Ser cristão, muçulmano, judeu, brasileiro, americano ou chinês não faz diferença, especialmente quando estão em hospitais. A identidade que todos nós carregamos fica sem importância quando compartilhamos a dor ou a piada ocasional.

Com mais de 203 mil mortes no mundo, 16 mil delas só aqui em Nova Iorque, fica difícil imaginar como será a volta à normalidade.  26 milhões de americanos perderam seu emprego, mais do que Trump conseguiu gerar durante sua presidência.

O que vai diferenciar as pessoas e o que acontecerá no seu futuro vai depender de como os governos lidarão não só com a pandemia, mas com a recuperação da economia de seus países.

Aqui nos Estados Unidos, enquanto os heróis sem nome - enfermeiros, médicos, paramédicos, bombeiros e policiais continuam a trabalhar, a líder do Congresso, a esquerdista democrata Nancy Pelosi ordenou que os deputados fossem para a casa. Mas ela não ficou parada. De sua mansão em São Francisco, Pelosi saiu dando entrevistas e mostrando a todos a gama de sorvetes ao custo de R$70 cada por menos de meio litro em sua geladeira que custa $24 mil dólares ou R$135 mil reais. Isto enquanto o povo espera ansioso por um cheque do governo de $1,200 para poder pagar o aluguel.

Mas pior do que perder todo o contato com a realidade, foi Nancy se aproveitar da situação para espremer dinheiro do governo para seus projetos. Depois que o programa de Trump de 8.3 Bilhões de dólares para salvaguardar empregos se esgotou, Nancy bloqueou seu reabastecimento de $250 bilhões se não recebesse vejam só, 35 milhões de dólares para o Centro de Artes John Kennedy, 300 milhões para o Fundo Nacional das Artes, $300 milhões para o Fundo Nacional das Ciências Humanas e mais $300 milhões’ para assistir migrantes.  

Um Senador Republicano falou bem quando disse que “em vez de tomar essa legislação - legislação urgente e necessária - e aprová-la rapidamente, os democratas decidiram permitir que a presidente Pelosi a bloqueie através de procuradores aqui no Senado, para que ela possa reescrever o projeto com uma tonelada de porcaria que não tem absolutamente nada a ver com a situação de emergência de saúde pública que enfrentamos neste momento”.

Mesmo assim, Trump não se deixou abater. Trump conseguiu assinar um pacote de recuperação econômica de 2.2 trilhões de dólares especialmente para pequenas e médias empresas, hospitais e indivíduos autônomos.

Além disso, o empresário americano vai poder contar com um sistema justo de tributação e de livre barganha entre empregador e empregado que sempre ajudou a gerar empregos.

Em Israel também o governo está fazendo de tudo para reabrir a economia com o alerta de que qualquer aumento de casos de corona, limitarão outra vez o movimento dos cidadãos. Milhares de israelenses ficaram desempregados, mas a grande maioria não desanimou. E Israel pode contar não só com um governo pró-ativo, mas com uma população solidária.

Soube da estória de Michel Zrian que havia sido dispensado de seu trabalho e decidiu ser voluntário em período integral como mensageiro de órgãos para transplantes. Como este trabalho é internacional, para escapar às regras de quarentena, Michel fica na área de transito do aeroporto, pegando pacotes de órgãos, indo e voltando de vôo em vôo.

Li também a estória de Igor Rubin, de Haifa, que tem um filho de seis anos que mora na Bielorrusia. Seu filho ia para Israel a cada 6-7 semanas para visitar o pai. Mas com as restrições de voos internacionais, Igor achou que não veria o filho por muito tempo.  Quando Igor viu um voo direto de Minsk para Tel Aviv, ele comprou a passagem. Mas chegando ao aeroporto, a companhia aérea não quis embarca-lo porque não tinha como garantir que o menino obedeceria a quarentena.

Ao buscar uma solução, Igor viu que o ministro dos transportes Betzalel Smotrich havia colocado seu numero de celular particular no Facebook para quem precisasse. Igor ligou e recebeu uma resposta em minutos. Smotrich colocou Igor em contato com Itay Hershkovitz do Ministério da Defesa e Hershkovitz rapidamente obteve as permissões para o menino viajar além de entrar em contato com o embaixador de Israel em Minsk que então ligou para o presidente da companhia aérea, que ligou para a recepção de embarque e deixaram o garoto entrar no voo.

Smotrich e Hershkovitz não ajudaram Igor Rubin porque ele é politicamente conectado ou rico. Eles fizeram o que fizeram porque é assim que os que trabalham para o povo devem agir em tempos como esses. É assim que todos nós devemos agir em tempos como estes. Deixando de lado nossas diferenças, e agindo como uma nação unida.

Aumentar impostos, impor demandas onerosas a empreendedores, aprovar limitações ao emprego, não são vitórias do trabalhador. São vitórias efêmeras dos políticos demagógicos que só causam dano a longo prazo. Chegou a hora de passar leis de emergência suspendendo estas leis malucas para aquecer a economia e reduzir o desemprego.

Como disse na semana passada, este vírus causou muita dor e desesperança mas também abriu a porta para uma oportunidade - uma oportunidade para reparar o que há de errado com a nossa sociedade, consertar o que está quebrado, diminuir a divisão entre as pessoas e fazer com que os governos se preocupem menos com ganhos políticos e mais com os ganhos para o povo.


Sunday, April 19, 2020

O Que a China Sabia - 19/04/2020


Depois do presidente Donald Trump suspender a contribuição americana de $400 milhões de dólares anuais para a Organização Mundial de Saúde, outro braço inútil da ONU, ele ordenou uma investigação para saber de onde veio o vírus da corona e compreender o verdadeiro papel da China nesta pandemia de proporções bíblicas.

Só para colocarmos as informações em contexto, vamos rever a linha do tempo. Os primeiros casos do vírus foram detectados em Wuhan no final de Novembro. Somente em 31 de dezembro de 2019, a China comunicou a OMS que tinha tido alguns casos similares à pneumonia em Wuhan. Isso quando hospitais em Hubei – onde fica Wuhan – haviam supostamente detectado apenas quatro casos de uma pneumonia de etiologia desconhecida.

No dia 1º de janeiro as autoridades fecharam o mercado de frutos do mar dizendo que o vírus havia saído de lá.

Em 14 de janeiro, a China fechou a cidade de Wuhan impedindo qualquer um de entrar e sair para outros lugares da China, suspendendo os voos domésticos principalmente para a capital Beijing. Enquanto a China se protegia, ela deixou os voos internacionais continuarem de Wuhan causando a propagação do vírus para outros países insistindo que a transmissão do corona era feita somente de animais para humanos. No meio tempo, a China ordenou de uma empresa da qual ela é sócia majoritária na Austrália, 2.4 bilhões de mascaras e 25 milhões de roupas protetoras que começaram a ser entregues na China em 24 de Janeiro.

Somente em 20 de janeiro, a televisão chinesa reconheceu que havia transmissão da doença de humanos para humanos. Estes seis dias cruciais de silencio da China é o que causou esta pandemia. No dia seguinte, no dia 21 se confirmou o primeiro caso nos Estados Unidos. Dez dias depois com casos confirmados já em toda a Europa, Asia e America do Norte, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom emitiu um comunicado congratulando a liderança do governo chinês, a transparência e esforços para conter o surto assim como as medidas fortes e sua vontade de trabalhar com outros países e que estas medidas eram boas não apenas para a China mas para o resto do mundo.

Claro que Tedros estava no bolso da China assim como várias outras organizações da ONU que sistematicamente fecham os olhos para as violações de direitos humanos, para os atos de agressão que até hoje continuam no Mar do Sul da China além das violações das condições de trabalho em suas fábricas e a falta de liberdade de culto, de imprensa, de congregação e de livre expressão.

Ontem mesmo, no meio desta pandemia, com todos isolados em suas casas, as autoridades chinesas prenderam vários ativistas pela democracia em Hong Kong, aproveitando que o mundo está preocupado com seus doentes.

É só a ultima das ações que a China tem tomado para controlar a informação. Um dia antes de a China vir a publico sobre o corona, um jovem oftalmologista de Wuhan, Dr. Li Wenliang, armado do resultado de um exame foi o primeiro a chamar a atenção sobre o vírus num grupo de mensagens fechado com outros médicos. Só que as autoridades viram a troca. Dois dias depois o Dr. Li e outros médicos foram interrogados e no dia 3 de janeiro ele foi obrigado a assinar uma declaração que estava espalhando “falsos rumores”. Em 7 de fevereiro o jovem médico morreu supostamente de Corona. Vários outros foram presos e mortos pelo regime incluindo cidadãos comuns que se acharam na obrigação de alertar seus concidadãos.

Com medo na informação a China passou leis ainda mais draconianas em 1º de março permitindo o governo a limitar o uso de mídia social. Desde então mais de 450 usuários da internet foram presos por terem compartilhado informações sobre o vírus que as autoridades continuam a dizer serem “rumores falsos”.

Trump agiu bem ao suspender a contribuição para a OMS. Ela está na cama com a China que em vez de transparência tem acobertado seu papel nesta pandemia, em vez de compartilhar informações, ela as eliminou assim como as testemunhas, prendendo e matando muitas delas, de médicos a jornalistas, de ativistas a cidadãos comuns. E este fato é o que causou a morte de centenas de milhares de pessoas, a infecção de 2.3 milhões e um sem numero de milhões que perderam seus empregos no mundo inteiro.

Mas a maior bomba ainda está por vir. Já foi descartada a possibilidade de que um animal vendido no mercado teria originado a doença. Há algumas semanas que o consenso sobre a origem do vírus teria sido um erro ou a negligência de um empregado do laboratório de Wuhan. Mas ontem, Luc Montaigner, o virologista e ganhador do premio Nobel em fisiologia e medicina de 2008 pela descoberta do HIV, o vírus da AIDS, declarou que o vírus foi “feito” no laboratório da China.

Ele disse que após analisar o novo corona vírus ele concluiu que parte da sequencia de imunodeficiência humana foi inserida em seu genoma. E ele disse não ser o único. Que pesquisadores da Índia tentaram publicar um estudo exatamente sobre isto, mas não conseguiram provavelmente por razões políticas. Todo o mundo anda sobre ovos quando se trata da China e é exatamente isso o que ela quer.

Mas a China não está sendo de toda bem sucedida. Ninguém acredita nos dados que ela publica e até o número de casos e mortes viraram chacota nos fóruns internacionais. Tanto que as autoridades chinesas, neste final de semana decidiram rever seus números aumentando os casos e mortes em 50% com a desculpa que não tinham computado os que morreram em casa. Ainda assim, 4 mil mortes é irrisório e não dá para honestamente acreditar no que sai da boca deles.

Este é o mais custoso encobrimento de um governo na história da humanidade e foi feito com a cumplicidade da Organização Mundial de Saúde.

Agora o que falta saber é se este vírus realmente escapou do laboratório em Wuhan ou foi propositalmente solto por aí para um teste de guerra biológica que saiu de controle. De qualquer forma, a China tem que pagar restituição para os 210 países que contaminou proposital ou negligentemente e pode começar a fazê-lo ao perdoar a dívida que fez muitos deles contraírem. 

De agora em diante não podemos mais deixar a China dominar a economia do mundo, ser o único fornecedor de produtos básicos e remédios dos quais dependemos. Depois desta pandemia temos que reavaliar o que são produtos de primeira necessidade e serviços essenciais e nos certificarmos que eles não mais estarão nas mãos deste regime comunista brutal e impiedoso. Isto será uma boa oportunidade para ressuscitarmos a indústria nacional, retomarmos o controle dos serviços essenciais e produzirmos domesticamente o que precisamos. É só querer.

Sunday, April 12, 2020

O Irã, os palestinos e a Corona - 12/4/2020


Em vez de assumir a responsabilidade e fazer o possível para garantir a saúde e o bem-estar de seus cidadãos, os líderes do Irã estão desperdiçando tempo e recursos à medida que a crise do corona vírus aumenta.

De acordo com a sua política de sempre colocar a culpa nos outros por seus males, os aiatolás agora estão tentando jogar seu próprio fracasso em lidar com a crise do corona, dizendo que os EUA projetaram o vírus. Para piorar, a mídia iraniana está aumentando o problema, promovendo curas falsas, levando centenas de iranianos a ficarem cegos e até se matarem ao consumir metanol pirata. O regime também evitou tomar medidas para coibir visitas em massa às tumbas dos imãs, uma prática que espalhou exponencialmente o vírus.

O Irã relatou seus primeiros casos confirmados de coronavírus em 19 de fevereiro: duas mortes na cidade sagrada xiita de Qom. Em vez de tomar medidas imediatas para impedir a propagação do vírus, o regime transformou o país em um foco de infecção, aplicando medidas como por exemplo:

O líder supremo Ali Khamenei implorou aos iranianos para votarem nas eleições parlamentares, chegando a descrever o vírus como uma manobra para desencorajar as pessoas a votar. O regime ameaçou e prendeu dezenas de iranianos que disseram a verdade sobre o surto.

O governo resistiu à imposição de distanciamento social. Em 25 de fevereiro, o presidente Rouhani chamou o coronavírus de "uma das conspirações do inimigo para fechar nosso país, espalhando o pânico".

Depois que as primeiras mortes pelo vírus foram relatadas em Qom em 19 de fevereiro, o regime se recusou a tomar medidas que poderiam ter contido o vírus. Qom é um local sagrado que atrai peregrinos de todo o Irã e do exterior. O governo manteve os santuários de Qom abertos até 17 de março, e as empresas e restaurantes em Teerã permanecem abertos até hoje.

A companhia aérea dos mulás, Mahan Air, voou pelo menos 55 vezes entre Teerã e a China em fevereiro. Pelo menos cinco dos primeiros casos de coronavírus do Irã foram conectados a esses voos.

O governo recusou todas as ofertas de ajuda, chegando até a revogar a permissão concedida aos Médicos Sem Fronteiras para estabelecer um hospital de campo com 50 leitos em Isfahan para tratar pacientes com coronavírus.

O regime favoreceu a economia e não a saúde pública. Em 29 de março, Rouhani disse que o governo teve que pesar os efeitos econômicos da quarentena em massa em uma economia já sitiada. "A saúde é um princípio importante, mas a produção e a segurança da sociedade também são princípios importantes", disse ele em uma reunião de gabinete. "Devemos juntar esses princípios para chegar a uma decisão final." Na prática, o governo não tentou encontrar esse equilíbrio. Ignorou completamente o lado da saúde e focou-se exclusivamente no lado econômico.

E pior, esta semana, os comitês do parlamento de segurança nacional e política exterior avisou que o Irã irá em frente com o enriquecimento de urânio, porque apesar da  Europa não cancelar o acordo nuclear, ela não tomou medidas para furar as sanções americanas.

Além disso, o regime também aproveitou esta crise para se livrar de prisioneiros políticos como Mostafa Salimi, um ativista curdo que foi sumariamente executado ontem no Irã. E forças de segurança do Irã executaram 36 prisioneiros que protestaram as condições das prisões e a falta de segurança contra o vírus. No mês passado, a Anistia Internacional pediu ao Ministro da Justiça do Irã Ebrahim Raisi para soltar todos os prisioneiros políticos e ativistas de direitos humanos que tomaram parte nos protestos contra o regime em Novembro de 2019 e Janeiro de 2020. A resposta do regime foi esta chacina.

O Irã agora enfrenta um desastre de saúde pública de proporções potencialmente catastróficas por causa da paranoia, falta de transparência e incompetência do regime iraniano. Os números oficiais de Teerã são 71,686 casos e 4,474 mortes, mas estes podem ser apenas uma fração dos números reais.

Por seu lado, os palestinos continuam com sua hipocrisia ao máximo. O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) foi desmascarado na semana passada. Seu líder, Omar Barghouti, declarou que, se Israel descobrir uma cura para a doença, aqueles que apóiam o BDS podem tomá-lo.

Barghouti estava falando em um vídeo ao vivo na página do BDS no Facebook em árabe, como parte de um seminários sobre a anti-normalização com Israel mesmo na época do COVID-19".

Barghouti avisou que esta crise não deve ser uma "lua de mel" com Israel e criticou a Autoridade Palestina por não ter interrompido a cooperação de segurança com o Estado judeu. Mas disse que não havia problema em usar equipamentos e testes de Israel e que esta cooperação para combater o vírus não é uma normalização. É.... quando interessa, tudo pode...

Fiel à forma, o seminário foi usado para fazer alegações infundadas contra o tratamento de Israel aos palestinos. Os duplos padrões de Barghouti não devem ser uma surpresa. Embora ele tenha se tornado uma das faces mais proeminentes do BDS, Barghouti se exime de praticar o que prega.

Nascido no Qatar de pais palestinos, Barghouti foi criado no Egito e se casou com um israelense árabe. Aproveitando a nacionalidade da mulher, veio morar em Israel, aonde estudou filosofia e ética na Universidade de Tel Aviv. Enquanto fazia seu doutorado lá el pedia o boicote internacional da universidade.

Claro que ele não está sozinho nisso. Os líderes da Autoridade Palestina e suas famílias têm sido tratados regularmente em hospitais israelenses, buscando atendimento de qualidade superior ao que é oferecido aos palestinos comuns nas áreas da AP e Gaza, ao mesmo tempo em que continuam a incitar e estimular o terrorismo contra o "estado sionista".

Israel, por seu lado, tem orgulho de estar oferecendo assistência à Autoridade Palestina para combater o COVID-19, incluindo o treinamento de equipes médicas palestinas, além de doar equipamentos de proteção.

Parte da assistência tem sido mais incomum. Na semana passada, Israel ajudou a evacuar cinco xeques palestinos que estavam na Indonésia. Israel não tem relações diplomáticas com Jakarta mas depois de todos os países árabes terem se recusado a ajudar e a Autoridade Palestina não ter conseguido traze-los de volta, Israel entrou em ação e os cinco estão hoje em suas casas em Nablus. Mas Israel recebeu algum agradecimento? Claro que não...

Devemos perguntar que política ajuda mais os palestinos e a causa da verdadeira paz: se a cooperação e assistência ou o boicote e a destruição de Israel como Estado judeu?

A nova pandemia de coronavírus está causando muita devastação, mas também criou novas alianças e cooperação para o benefício de todos. Barghouti procura ativamente deslegitimar e, finalmente, destruir Israel, enquanto finge que isso ajuda os palestinos e promove a causa dos direitos humanos. Não há máscara que disfarce as duas caras de Barghouti e o movimento BDS que ele representa.

Chegou a hora de mostrarmos a verdadeira face deste movimento BDS e trabalharmos em conjunto para tornar o mundo num lugar melhor, mais saudável e menos hipócrita.


Sunday, April 5, 2020

O Pessach da Quarentena - 05/04/2020


Não é sempre que temos ocasião de falar de sentimentos e fé. Mas acho que hoje, às vésperas da Páscoa judaica temos que dar uma parada e refletir sobre o que está ocorrendo no mundo.

É algo sem precedentes que o globo inteiro esteja na mesma situação por causa de um vírus nanoscópico. Em todos os lugares, especialmente nos países mais desenvolvidos, há medo, sofrimento e mortes. E por mais que em 2020 tenhamos as tecnologias mais avançadas da história, ainda não conseguimos chegar a uma cura ou tratamento eficaz. Nestas circunstâncias extraordinárias, qualquer um, e certamente aqueles que têm um relacionamento com o Criador e creem num propósito maior, podem ver nesta crise de dimensões bíblicas uma mensagem divina.

A última vez que o mundo foi inteiramente afetado por uma catástrofe desta dimensão foi com o dilúvio de Noé. E depois dele D-us fez uma promessa solene a todas as criaturas vivas que a terra e os que vivem nela nunca mais seriam destruídos por um diluvio. E disse que quando houvesse um arco-íris Ele se lembraria desta promessa. Mas não tem nada sobre qualquer sinal para nós nos lembrarmos a manter o nosso lado do acordo.

Este pequeno vírus, causa dificuldades respiratórias e nos casos mais graves, enche o pulmão de fluidos, como se a pessoa estivesse se afogando. Talvez este seja o sinal para nos lembrarmos do que é realmente importante.

Igual a geração do dilúvio, temos tudo de melhor e mais avançado. Mas também nos deixamos corromper. Preferimos os “amigos” do Facebook, Twitter e Instagram aos amigos de verdade, àqueles que exigem de nós o esforço sobre-humano de levantar o telefone e gastar alguns minutos de conversa pessoal. Hoje, com o distanciamento social mandatório, sentimos quanto a mídia social é fútil e o contato pessoal faz falta.

Estamos acostumados a pensar somente em nós, nosso trabalho, nossas carreiras, deixando o ensino das crianças para as escolas. Nestas últimas semanas fomos obrigados a participar do ensino online e acredito que muitos pais foram surpreendidos com o que encontraram, positiva e negativamente.

As indústrias pararam, gerando muita ansiedade e desemprego. Mas elas também deixaram de jogar toneladas de lixo no ar, nos rios e oceanos dando uma oportunidade única para a natureza se curar, se refazer.

Pela primeira vez as fotos de satélite mostram céus limpos sobre a China com uma queda dramática de Dióxido de Nitrogênio emitido por carros a gás e queima de combustíveis fosseis. Residentes de Wuhan escreveram sobre sua surpresa ao ouvirem o canto de pássaros pela manhã que não tinha sido ouvido por décadas.

Animais selvagens foram vistos explorando as ruas desertas de grandes cidades. Gatos civetas na Índia, um puma foi visto na capital do Chile, Santiago, javalis desceram das montanhas para Barcelona e patos selvagens passearam perto do teatro Comedie Française no centro de Paris enquanto grupos de raposas invadem outros centros urbanos da França.

Em Veneza, na Itália, as águas dos canais severamente poluídas e congestionadas com gôndolas, estão tão limpas que trouxeram os peixes e cisnes de volta, algo que os moradores não se lembram de terem visto alguma vez.

Mas além do óbvio da melhora do meio ambiente, temos outros. Aprendemos que se pode vencer uma guerra ficando em casa. Nunca antes um oximoro destes poderia ser levado à sério. Mas hoje essas ações contraditórias estão em prática e são divulgadas por todos os líderes do mundo. Por outro lado, o amor e o carinho são demonstrados ficando longe. Isto demanda uma força de espírito muito grande.

E isso é o que diz o profeta Zacarias (4: 6): "Não por exércitos e não por força, mas somente através do meu espírito diz o Senhor Todo-Poderoso". Nós nos tornamos dependentes demais do poder físico e desprezamos o espiritual, quando o que precisamos agora para vencer é só força de espírito.

O embaixador americano em Israel, David Friedman, escreveu num artigo dizendo que precisamos de mais humildade. Temos inteligência artificial, big data, robótica, transplante de órgãos e terapia genética, mas um vírus salta de um animal infectado em Wuhan para um ser humano e põe o mundo completamente de joelhos!

Talvez uma das lições que o vírus esteja nos ensinando é a sermos mais humildes e menos egoístas em relação aos nossos próprios avanços.

Precisamos também ser mais caridosos. Como este nano vírus está nos mostrando, somos todos interdependentes. O que acontece a milhares de quilômetros de distância pode nos afetar profundamente em pouco tempo. Mas ao mesmo tempo, devemos confiar em nós mesmos para nos proteger, e não ter nossa saúde ou bem-estar dependentes de nações estrangeiras que têm suas próprias prioridades. Aprendemos com esta crise que precisamos fabricar nossos próprios remédios, ventiladores e máscaras. Mesmo se forem mais baratas na China. Como o sábio do primeiro século da Mishnah Hillel disse: "Se não sou por mim quem será por mim, e se sou apenas para mim, o que sou?" (Ética dos Pais, 1:14). Talvez o vírus esteja nos ensinando a fazer um trabalho melhor, encontrando o equilíbrio certo.

É interessante que a mão de Deus pode ser mais poderosa quando menos visível. Aprendemos isso com as 10 pragas infligidas ao Egito que recontaremos esta semana durante o Seder. As nove primeiras pragas foram todas visivelmente sobrenaturais, do sangue no Nilo à escuridão e muito mais. Nenhum deles foi suficiente para convencer o Faraó a libertar os israelitas da escravidão.

Somente a décima praga - que foi simplesmente uma doença que atingiu os primogênitos egípcios no meio da noite - silenciosa, invisível e mortal – foi que levou ao Êxodo. Talvez o vírus esteja nos ensinando que Deus permanece no comando do mundo, mesmo que seu controle não seja visível.

Todas estas lições ficarão conosco, com esta geração que presenciou este evento sem precedentes ou igual na história e com certeza irão nos mudar. Mas talvez a maior de todas elas virá quando tudo tiver terminado, quando tivermos mais uma chance, talvez a última, para reafirmarmos a alegria e o valor do contato humano, do face-a-face, do olho-no-olho, do coração no coração para com os que amamos. 

Desejo a todos uma Páscoa significativa, reflexiva e que todos nós possamos sair desta pandemia com valores maiores e muita saúde física, espiritual, individual e coletiva.