Saturday, May 25, 2013

Ataques Muçulmanos e a Europa - 27/05/2013

Desde os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, a percepção do Ocidente sobre a violência perpetrada em nome do Islamismo mudou. Este tipo de violência não pôde mais ser vista como uma ameaça exclusiva a países no Oriente Médio, como Israel, mas se tornou uma ameaça doméstica.

Esta lição foi repetida nesta última quarta-feira quando Michael “Mujaheed” Adebolajo e um cúmplice brutalmente assassinaram um homem no meio da rua, no meio do dia, no meio da capital da Inglaterra em meio a gritos de Allahu akbar.

A vítima, Lee Rigby, de 25 anos, pai de um menino de 2 anos, era um soldado. Ele não estava de uniforme mas vestia uma camiseta de uma organização que ajuda soldados ingleses que lutam no Afganistão e no Mali.

O Conselho Islâmico da Inglaterra foi rápido em denunciar esta atrocidade mas o fato é que tanto o Reino Unido como o resto da Europa insistem em negar terem um problema sério com os radicais islâmicos.

Já nos anos 90, oficiais do serviço de segurança da França chamavam a capital inglesa de “Londonistão” numa mostra de frustração com a recusa das autoridades locais em lidar com radicais islâmicos. Os franceses temiam que a falta de uma contra-ofensiva  permitiria a estes radicais exportarem sua doutrina e atos terroristas para a França.

E ironicamente, ontem um soldado francês que patrulhava uma estação de trem no centro de Paris foi esfaqueado por um muçulmano. Este teve sorte. Sobreviveu.

Steven Simon, um ex-agente de contraterrorismo da Casa Branca chegou a se referir a Londres como o bar do filme Star Wars que serve todos os tipos de recrutas islâmicos e arrecadadores de fundos para o Jihad.

Como exemplos temos Abu Hamza al-Masri, o imam da Mesquita de Finsbury Park no centro de Londres que abrigou Richard Reid, que escondeu explosivos no sapato para tentar explodir um avião e Zacarias Moussaoui, o 20º membro do grupo que perpetrou os ataques de 11 de setembro de 2001 e outros terroristas.

O video da execução por decapitação do jornalista Daniel Pearl no Paquistão em 2002 foi organizado por Ahmed Omar Saeed Sheikh, um outro inglês e ex-estudante da prestigiosa Escola de Economia de Londres. Um ano mais tarde, Asif Mohammed Hanif e Omar Khan Sharif, ambos nascidos na Inglaterra, se explodiram num ataque ao bar Mike’s Place em Tel Aviv.

As autoridades inglesas dizem ter tomado passos para investigar e prender extremistas. Abu Hamza foi preso por incitar o ódio racial e assassinato de infiéis. Outro inglês nascido na Jamaica, Abdullah El-Faisal, seguidor de Osama Bin Laden, foi condenado a 9 anos de prisão também por pregar o assassinato de não muçulmanos na "guerra santa".

No entanto, alguns cléricos muçulmanos radicais conseguiram manipular a democracia inglesa. Anjem Choudary, por exemplo, prega abertamente que o primeiro-ministro David Cameron e Barak Obama devem ser mortos. Quando confrontado pela polícia com o filme de sua declaração, ele disse que estava brincando, e que isso é liberdade de expressão.

Isto não seria importante se Adebolajo não fosse seguidor de Choudary. De acordo com o jornal inglês The Telegraph, Adebolajo apareceu publicamente ao lado de outros membros radicais do grupo islâmico Al-Muhajiroun ou 4UK, liderado por Choudary.

Quando perguntado sobre o assassinato cometido por Adebolajo na quarta-feira, Choudary disse que este ato fora uma exceção e que não era do tipo apoiado por ele, mas que este tipo de atitude tem o apoio de muitos.

Cléricos como Choudary andam numa linha muito tênue entre a incitação e a liberdade de expressão e sua mensagem encontra uma audiência extraordinariamente receptiva num país aonde o islamismo é a religião que mais cresce hoje. De fato, Adebolajo nasceu cristão e se converteu ao islamismo em 2002.

Numa pesquisa feita em 2006, um quarto dos muçulmanos ingleses disseram que os ataques ao sistema de transporte de Julho de 2005 que deixaram 52 mortos eram justificados por causa do apoio do governo inglês à guerra contra o terrorismo. Entre os entrevistados com menos 24 anos mais de metade concordava com este ponto de vista.

Este tipo de sentimento entre muçulmanos só piorou daquela época para hoje. Numa atmosfera em que ataques terroristas são vistos como justificáveis não devemos ficar surpresos se houverem outros ataques.

A Suécia, o país com a política mais liberal em outorgar asilo a muçulmanos está com sua capital mergulhada no caos há 6 dias batalhando jovens asilados que queimaram duzias de carros, uma escola, lojas e uma estação de polícia. Tudo isso porque estão frustrados pela dificuldade em aprender a lingua e arrumarem empregos. Isso apesar de receberem gratuitamente moradia, estudos e dinheiro do governo.

Para obter redenção  pelo massacre dos judeus durante a Segunda Guerra a Europa abriu suas portas aos muçulmanos vindos da África e do Oriente Médio. Muçulmanos que recusam a assimilação, que continuam a se vestir como em seus países de origem, a falar sua língua e a negar os valores dos países que os acolheram.


A Inglaterra, a França e a Suécia esta semana receberam violência por abrirem seus braços e pelo que parece mais está para vir. O alarme está soando. É preciso acordar antes que seja tarde demais.


Monday, May 20, 2013

O Fortalecimento do Eixo Damasco-Teerã-Hezbollah - 19/05/2013


Nesta quinta-feira, funcionários do governo Americano disseram ao jornal The Wall Street Journal que uma outra rodada de ataques israelenses poderia ter como alvo a transferência de mísseis Yakhont da Russia para a Siria.

No dia seguinte, o The New York Times reportou que estes mísseis já haviam sido entregues para as forças sírias. Israel então repetiu que apesar de não querer um confronto com a Síria, não permitirá a transferências de armas deste tipo para a Hezbollah.  

A viagem de última hora de Netanyahu à Russia não teve qualquer efeito em Putin que declarou que não irá se curvar a interesses alheios e que além dos Yakhont, ele irá também fornecer à Siria o sistema avançado S-300. Se isso acontecer, será muito arriscado para os países do ocidente entrarem no espaço aéreo ou imporem uma zona de exclusão aérea na Síria.

Juntos, o sistema anti-aéreo, anti-míssel S-300 e o sistema anti-naval Yakhont serão não só uma ameaça formidável para qualquer tentativa de intervenção estrangeira na Síria mas constituirão uma ameaça a aviação civil e militar e à marinha israelense.

Para garantir a entrega dos mísseis, a Russia teria mandado uma dúzia ou mais de navios de guerra para patrulhar as águas próximas à sua base em Tartus na Síria. Esta presença russa no Mediterrâneo é a maior deste o fim da Guerra Fria.

Pelo que foi noticiado, a Russia enviara 11 embarcações incluindo destroyers, fragatas e navios de suporte e de inteligência. Outras 3 estariam a caminho do Mediterrâneo. O chefe da marinha russa confirmou que navios pertencentes à frota do Pacífico foram deslocados para a região. Ele também indicou que a frota pode ser aumentada inclusive com submarinos nucleares e que esta presença pode se tornar permanente.

Com as tensões na região aumentando de modo substancial, o diretor da CIA John Brennan chegou à Israel na quinta-feira e se encontrou com o ministro da defesa de Israel Moshe Yaalon e outros oficiais da defesa do país.

Uma visita repentina, apenas 2 meses após ser nomeado ao cargo mostra que os Estados Unidos estão realmente preocupados com o que Israel poderá fazer.

Amos Gilad, também do Ministério da Defesa de Israel foi além na sua análise. Ele disse que estes sistemas podem ser transferidos para o Irã, constituindo um grande perigo para os países do Golfo Pérsico. O Irã devia ter recebido estes sistemas direto da Russia em 2010 mas a pressão internacional forçou o cancelamento do contrato.

Por enquanto Moscow, Teherã e a Hezbollah estão agindo como os grandes vitoriosos desta situação e planejando os próximos passos. Se o Irã e a Hezbollah impuserem sua vontade, estes passos incluirão uma guerra de atrito com Israel nos Altos do Golan.

O chefe da Hezbollah, Hassan Nasrallah em seus discursos já deixou claro que este será sua nova frente de batalha com Israel. Na sexta-feira o Supremo Líder do Irã, Ayatollah Ali Khamenei mandou o comandante das Brigadas Al-Qods para o Golan para provocar hostilidades com Israel.E o primeiro tiro já partiu. Nesta última quarta-feira um posto de observação israelense no Monte Hermon foi alvejado da Síria.

O perigo está se Israel for arrastada para um conflito com a Síria, a violência poderá se extender para o Líbano, a Turquia e a Jordânia.
Assim os erros estratégicos do governo Obama podem ser irreversíveis. Eles emananaram de uma ideologia falsa, baseada em premissas falsas.

Desde o princípio desta guerra civil na Síria o ocidente tem apostado na queda de Bashar Assad. A leitura defeituosa da capacidade de sobrevivência de Assad foi o maior erro desta administração americana e terá repercussões duradouras na região.

Enquanto isso, a América decidiu ficar no muro enquando Moscou, Teherã e a a Hezbollah aumentavam sua participação militar do lado de Assad culminando com este fornecimento de sistemas de mísseis avançados.

Obama não levantou um só dedo para interferir nos vôos diários entre a Russia e Damasco e entre o Irã e Damasco trazendo milhares de soldados e milicias além de armamento.

Washington, Israel e até a Jordânia se calaram enquanto radicais islâmicos de todos os cantos do mundo se dirigiam para a Síria.

E por se ter calado e ficado longe de todos estes acontecimentos na Síria, hoje com mais de 78 mil mortos e 1.5 milhão de pessoas refugiadas em outros países, Obama perdeu a oportunidade de quebrar a aliança entre o Irã, a Síria e a Hezbollah. Aliás, o que Obama conseguiu foi exatamente o oposto: com estes sistemas russos avançados esta aliança se tornou praticamente invencível.

Obama esta semana esteve sob ataque por todos os lados e até representantes da mídia liberal começaram a questionar sua capacidade de governar.

Escândalos domésticos envolvendo a perseguição de republicanos e grupos pró-Israel pela Fazenda americana, a invasão de contas telefônicas de dezenas de repórters da Associated Press e as mentiras contadas ao público após o ataque em Bengazi demonstram uma cultura de intimidação digna da Coreia do Norte. Não há mais como encobrir o gerenciamento pobre desta administração.

Nesta situação Israel deveria dar um passo atrás no seu relacionamento com Obama e reavaliar se realmente pode contar com seu aliado para protege-la no caso de um ataque.

Como as linhas vermelhas da Síria que desapareceram como por encanto no momento em que armas químicas foram usadas, as promessas de Obama a Israel também desaparecerão se chamado a agir. Israel está só e terá que agir só. Como sempre o fez.