Nesta quinta-feira, funcionários do
governo Americano disseram ao jornal The Wall Street Journal que uma
outra rodada de ataques israelenses poderia ter como alvo a transferência de mísseis
Yakhont da Russia para a Siria.
No dia seguinte, o The New York
Times reportou que estes mísseis já haviam sido entregues para as forças
sírias. Israel então repetiu que apesar de não querer um confronto com a Síria,
não permitirá a transferências de armas deste tipo para a Hezbollah.
A viagem de última hora de
Netanyahu à Russia não teve qualquer efeito em Putin que declarou que não irá
se curvar a interesses alheios e que além dos Yakhont, ele irá também fornecer
à Siria o sistema avançado S-300. Se isso acontecer, será muito arriscado para
os países do ocidente entrarem no espaço aéreo ou imporem uma zona de exclusão aérea
na Síria.
Juntos, o sistema anti-aéreo,
anti-míssel S-300 e o sistema anti-naval Yakhont serão não só uma ameaça
formidável para qualquer tentativa de intervenção estrangeira na Síria mas
constituirão uma ameaça a aviação civil e militar e à marinha israelense.
Para garantir a entrega dos
mísseis, a Russia teria mandado uma dúzia ou mais de navios de guerra para
patrulhar as águas próximas à sua base em Tartus na Síria. Esta presença russa
no Mediterrâneo é a maior deste o fim da Guerra Fria.
Pelo que foi noticiado, a Russia
enviara 11 embarcações incluindo destroyers, fragatas e navios de suporte e de
inteligência. Outras 3 estariam a caminho do Mediterrâneo. O chefe da marinha
russa confirmou que navios pertencentes à frota do Pacífico foram deslocados
para a região. Ele também indicou que a frota pode ser aumentada inclusive com
submarinos nucleares e que esta presença pode se tornar permanente.
Com as tensões na região aumentando
de modo substancial, o diretor da CIA John Brennan chegou à Israel na quinta-feira
e se encontrou com o ministro da defesa de Israel Moshe Yaalon e outros
oficiais da defesa do país.
Uma visita repentina, apenas 2
meses após ser nomeado ao cargo mostra que os Estados Unidos estão realmente
preocupados com o que Israel poderá fazer.
Amos Gilad, também do Ministério da
Defesa de Israel foi além na sua análise. Ele disse que estes sistemas podem
ser transferidos para o Irã, constituindo um grande perigo para os países do
Golfo Pérsico. O Irã devia ter recebido estes sistemas direto da Russia em 2010
mas a pressão internacional forçou o cancelamento do contrato.
Por enquanto Moscow, Teherã e a Hezbollah
estão agindo como os grandes vitoriosos desta situação e planejando os próximos
passos. Se o Irã e a Hezbollah impuserem sua vontade, estes passos incluirão
uma guerra de atrito com Israel nos Altos do Golan.
O chefe da Hezbollah, Hassan
Nasrallah em seus discursos já deixou claro que este será sua nova frente de
batalha com Israel. Na sexta-feira o Supremo Líder do Irã, Ayatollah Ali
Khamenei mandou o comandante das Brigadas Al-Qods para o Golan para provocar
hostilidades com Israel.E o primeiro tiro já partiu. Nesta última quarta-feira um
posto de observação israelense no Monte Hermon foi alvejado da Síria.
O perigo está se Israel for
arrastada para um conflito com a Síria, a violência poderá se extender para o Líbano,
a Turquia e a Jordânia.
Assim os erros estratégicos do
governo Obama podem ser irreversíveis. Eles emananaram de uma ideologia falsa,
baseada em premissas falsas.
Desde o princípio desta guerra
civil na Síria o ocidente tem apostado na queda de Bashar Assad. A leitura
defeituosa da capacidade de sobrevivência de Assad foi o maior erro desta administração
americana e terá repercussões duradouras na região.
Enquanto isso, a América decidiu
ficar no muro enquando Moscou, Teherã e a a Hezbollah aumentavam sua
participação militar do lado de Assad culminando com este fornecimento de
sistemas de mísseis avançados.
Obama não levantou um só dedo para
interferir nos vôos diários entre a Russia e Damasco e entre o Irã e Damasco
trazendo milhares de soldados e milicias além de armamento.
Washington, Israel e até a
Jordânia se calaram enquanto radicais islâmicos de todos os cantos do mundo se
dirigiam para a Síria.
E por se ter calado e ficado longe
de todos estes acontecimentos na Síria, hoje com mais de 78 mil mortos e 1.5
milhão de pessoas refugiadas em outros países, Obama perdeu a oportunidade de
quebrar a aliança entre o Irã, a Síria e a Hezbollah. Aliás, o que Obama
conseguiu foi exatamente o oposto: com estes sistemas russos avançados esta
aliança se tornou praticamente invencível.
Obama esta semana esteve sob
ataque por todos os lados e até representantes da mídia liberal começaram a
questionar sua capacidade de governar.
Escândalos domésticos envolvendo a
perseguição de republicanos e grupos pró-Israel pela Fazenda americana, a
invasão de contas telefônicas de dezenas de repórters da Associated Press e as
mentiras contadas ao público após o ataque em Bengazi demonstram uma cultura de
intimidação digna da Coreia do Norte. Não há mais como encobrir o gerenciamento
pobre desta administração.
Nesta situação Israel deveria dar
um passo atrás no seu relacionamento com Obama e reavaliar se realmente pode
contar com seu aliado para protege-la no caso de um ataque.
Como as linhas vermelhas da Síria que
desapareceram como por encanto no momento em que armas químicas foram usadas, as
promessas de Obama a Israel também desaparecerão se chamado a agir. Israel está
só e terá que agir só. Como sempre o fez.
Shalom!
ReplyDeleteConcordo com tudo! Gosto e muito de seu blog.
Mas eu gostaria de fazer um alerta aqui, pois enquanto voce luta para salvar Israel (eu tambem luto por isso), um HOLOCAUSTO ESTA ACONTECENDO NESTE MOMENTO: http://israelemportugues.blogspot.com/2013/05/voce-seria-favor-de-um-plebiscito-para.html
Deus te abencoe!