Monday, May 20, 2013

O Fortalecimento do Eixo Damasco-Teerã-Hezbollah - 19/05/2013


Nesta quinta-feira, funcionários do governo Americano disseram ao jornal The Wall Street Journal que uma outra rodada de ataques israelenses poderia ter como alvo a transferência de mísseis Yakhont da Russia para a Siria.

No dia seguinte, o The New York Times reportou que estes mísseis já haviam sido entregues para as forças sírias. Israel então repetiu que apesar de não querer um confronto com a Síria, não permitirá a transferências de armas deste tipo para a Hezbollah.  

A viagem de última hora de Netanyahu à Russia não teve qualquer efeito em Putin que declarou que não irá se curvar a interesses alheios e que além dos Yakhont, ele irá também fornecer à Siria o sistema avançado S-300. Se isso acontecer, será muito arriscado para os países do ocidente entrarem no espaço aéreo ou imporem uma zona de exclusão aérea na Síria.

Juntos, o sistema anti-aéreo, anti-míssel S-300 e o sistema anti-naval Yakhont serão não só uma ameaça formidável para qualquer tentativa de intervenção estrangeira na Síria mas constituirão uma ameaça a aviação civil e militar e à marinha israelense.

Para garantir a entrega dos mísseis, a Russia teria mandado uma dúzia ou mais de navios de guerra para patrulhar as águas próximas à sua base em Tartus na Síria. Esta presença russa no Mediterrâneo é a maior deste o fim da Guerra Fria.

Pelo que foi noticiado, a Russia enviara 11 embarcações incluindo destroyers, fragatas e navios de suporte e de inteligência. Outras 3 estariam a caminho do Mediterrâneo. O chefe da marinha russa confirmou que navios pertencentes à frota do Pacífico foram deslocados para a região. Ele também indicou que a frota pode ser aumentada inclusive com submarinos nucleares e que esta presença pode se tornar permanente.

Com as tensões na região aumentando de modo substancial, o diretor da CIA John Brennan chegou à Israel na quinta-feira e se encontrou com o ministro da defesa de Israel Moshe Yaalon e outros oficiais da defesa do país.

Uma visita repentina, apenas 2 meses após ser nomeado ao cargo mostra que os Estados Unidos estão realmente preocupados com o que Israel poderá fazer.

Amos Gilad, também do Ministério da Defesa de Israel foi além na sua análise. Ele disse que estes sistemas podem ser transferidos para o Irã, constituindo um grande perigo para os países do Golfo Pérsico. O Irã devia ter recebido estes sistemas direto da Russia em 2010 mas a pressão internacional forçou o cancelamento do contrato.

Por enquanto Moscow, Teherã e a Hezbollah estão agindo como os grandes vitoriosos desta situação e planejando os próximos passos. Se o Irã e a Hezbollah impuserem sua vontade, estes passos incluirão uma guerra de atrito com Israel nos Altos do Golan.

O chefe da Hezbollah, Hassan Nasrallah em seus discursos já deixou claro que este será sua nova frente de batalha com Israel. Na sexta-feira o Supremo Líder do Irã, Ayatollah Ali Khamenei mandou o comandante das Brigadas Al-Qods para o Golan para provocar hostilidades com Israel.E o primeiro tiro já partiu. Nesta última quarta-feira um posto de observação israelense no Monte Hermon foi alvejado da Síria.

O perigo está se Israel for arrastada para um conflito com a Síria, a violência poderá se extender para o Líbano, a Turquia e a Jordânia.
Assim os erros estratégicos do governo Obama podem ser irreversíveis. Eles emananaram de uma ideologia falsa, baseada em premissas falsas.

Desde o princípio desta guerra civil na Síria o ocidente tem apostado na queda de Bashar Assad. A leitura defeituosa da capacidade de sobrevivência de Assad foi o maior erro desta administração americana e terá repercussões duradouras na região.

Enquanto isso, a América decidiu ficar no muro enquando Moscou, Teherã e a a Hezbollah aumentavam sua participação militar do lado de Assad culminando com este fornecimento de sistemas de mísseis avançados.

Obama não levantou um só dedo para interferir nos vôos diários entre a Russia e Damasco e entre o Irã e Damasco trazendo milhares de soldados e milicias além de armamento.

Washington, Israel e até a Jordânia se calaram enquanto radicais islâmicos de todos os cantos do mundo se dirigiam para a Síria.

E por se ter calado e ficado longe de todos estes acontecimentos na Síria, hoje com mais de 78 mil mortos e 1.5 milhão de pessoas refugiadas em outros países, Obama perdeu a oportunidade de quebrar a aliança entre o Irã, a Síria e a Hezbollah. Aliás, o que Obama conseguiu foi exatamente o oposto: com estes sistemas russos avançados esta aliança se tornou praticamente invencível.

Obama esta semana esteve sob ataque por todos os lados e até representantes da mídia liberal começaram a questionar sua capacidade de governar.

Escândalos domésticos envolvendo a perseguição de republicanos e grupos pró-Israel pela Fazenda americana, a invasão de contas telefônicas de dezenas de repórters da Associated Press e as mentiras contadas ao público após o ataque em Bengazi demonstram uma cultura de intimidação digna da Coreia do Norte. Não há mais como encobrir o gerenciamento pobre desta administração.

Nesta situação Israel deveria dar um passo atrás no seu relacionamento com Obama e reavaliar se realmente pode contar com seu aliado para protege-la no caso de um ataque.

Como as linhas vermelhas da Síria que desapareceram como por encanto no momento em que armas químicas foram usadas, as promessas de Obama a Israel também desaparecerão se chamado a agir. Israel está só e terá que agir só. Como sempre o fez.


1 comment:

  1. Shalom!

    Concordo com tudo! Gosto e muito de seu blog.

    Mas eu gostaria de fazer um alerta aqui, pois enquanto voce luta para salvar Israel (eu tambem luto por isso), um HOLOCAUSTO ESTA ACONTECENDO NESTE MOMENTO: http://israelemportugues.blogspot.com/2013/05/voce-seria-favor-de-um-plebiscito-para.html

    Deus te abencoe!

    ReplyDelete