Sunday, April 7, 2024

7 de Abril - 180 Dias de Guerra com o Hamas - 7/4/2024

 

Hoje é dia 7 de abril e marcamos 6 meses do maior massacre de judeus desde a segunda grande guerra. Este pogrom iniciou a guerra que Israel continua a travar contra o Hamas em Gaza, todos os minutos do dia e da noite.

O balanço geral desta guerra até agora foi de uma perda imensa para Israel. 12 mil mísseis lançados de Gaza sobre a população civil de Israel (sem contar aqueles que caíram dentro da própria Gaza); 604 soldados e soldadas mortas. Quatro deles somente ontem, em Khan Yunis. 1,200 civis mortos, estuprados, mutilados e torturados, incluindo homens, mulheres, crianças, bebês, deficientes e idosos. 250 reféns levados para Gaza dos quais 133 ainda continuam em catividade incluindo um bebê, um menino de 4 anos, mulheres, meninas adolescentes, homens, soldados e soldadas. Dentre eles, o exército já confirmou a morte de 39 reféns, sendo que o corpo de Elad Katzir, um agricultor de 47 anos foi resgatado ontem de Khan Yunis. Ele teria sido morto em Janeiro.

O balanço para Israel também conta com 3,200 soldados e soldadas feridos, alguns com um longo caminho de recuperação à frente e outros com deficiências para o resto da vida.

Do lado de Gaza, o Ministério da Saúde do Hamas, declarou ter contado 32 mil mortos. Primeiramente, os 13 mil terroristas neutralizados por Israel estão entre este número. Segundo, num estudo feito dos números de mortos fornecidos pelo Hamas, há uma progressão linear, que aumentaram inclusive no período de cessar-fogo, o que não faz qualquer sentido.

E outro dado deve ser adicionado à este balanço. As mortes não intencionais, seja dos três reféns israelenses mortos nas mãos do exército de Israel, seja dos sete ligados à Cozinha Mundial Central na semana passada. Estas foram duas das inúmeras tragédias desta guerra provocada pelo Hamas.

Israel foi rápida a pedir desculpas e a dizer que danos não intencionais a não-combatentes “acontecem no meio da guerra”. Sim, esses incidentes acontecem em condições de batalha e aconteceram com todos os países que já se envolveram em guerras. E é aí que vemos a hipocrisia.

O presidente Biden foi rápido ao declarar que “incidentes como este simplesmente não deveriam acontecer. Israel também não fez o suficiente para proteger os civis. Os Estados Unidos têm instado repetidamente Israel a reduzir as suas operações militares contra o Hamas e substitui-las com operações humanitárias, a fim de evitar baixas civis.”

Isso é um verdadeiro absurdo! Senão vejamos: os EUA, durante a guerra no Afeganistão em julho de 2008, atacou acidentalmente uma festa de casamento, acreditando que os participantes eram insurgentes. Quarenta e sete civis, incluindo a noiva, foram mortos. Em novembro do mesmo ano, outro ataque a um casamento no Afeganistão matou 37 pessoas. Em 2021, um drone dos EUA atirou e matou 10 civis em Cabul – um trabalhador humanitário, e nove membros de sua família, entre eles sete crianças – acreditando erroneamente que eram terroristas.

E estes não foram incidentes isolados. De acordo com o Escritório de Jornalismo Investigativo, ataques americanos com drones no Afeganistão, Paquistão, Somália e Iêmen, de 2002 a 2020, mataram entre 10 mil e 17 mil pessoas. Entre eles 10% pelo menos eram civis. E isso foi somente mortes com drones. De acordo com o Instituto Watson de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade Brown, cerca de 433,000 civis foram mortos pelos americanos no Iraque, Afeganistão, Iémen, Síria e Paquistão.

E onde está o escândalo do mundo quando nesta última quinta-feira, a Rússia atacou um prédio residencial com drones iranianos, na Ucrânia matando 4 pessoas, 3 deles trabalhadores humanitários e ferindo outros 12? Onde estão as condenações?

É com isso em mente que a declaração de Joe Biden, soa bem hipócrita e apresenta dois problemas:

A primeira, é que dizer que Israel não fez o suficiente para proteger os trabalhadores humanitários e outros civis é simplesmente falso e irresponsável. Isso só fornece combustível para aqueles que espalham mentiras sobre Israel.

A segunda é que o presidente não reconhece nem uma vez, em toda a sua declaração, a responsabilidade do Hamas por essa situação. Foi o Hamas quem atacou Israel; é o Hamas quem está prolongando esta guerra, se recusando a libertar os reféns e a se render. Os terroristas do Hamas são aqueles que se escondem entre a população civil usando-a como escudo humano, se disfarçando de jornalistas, de motoristas de ambulâncias, de feridos, e trabalhadores humanitários, colocando assim em risco aqueles que realmente agem nessas capacidades.

Israel deve adotar a posição de que todas as vítimas civis em Gaza, mesmo as não intencionais reconhecidas por Israel, devem ser atribuídas ao Hamas. O que precisamos agora é que a comunidade internacional controle a sua hipocrisia e pare de tratar as zonas de batalha como cenas de crime comum, algo que aparentemente só faz inexplicavelmente quando o Estado judeu está envolvido.

Quando o Hamas ataca é uma declaração de guerra. Quando Israel se defende é um crime de guerra. Assim não dá!

Outra pérola que saiu esta semana foi a publicação do prêmio “A Foto do Ano” que foi para um fotógrafo free-lancer da Associated Press, de Gaza, Ali Mahmoud. Mahmoud acompanhou os terroristas no massacre de 7 de outubro. A foto e o vídeo do corpo semi-nú e mutilado de Shani Nicole Louk, de 22 anos, uma linda artista, assassinada no festival de música, exibido na caçamba de uma caminhoneta pelas ruas de Gaza para o deleite dos civis inocentes que vieram cuspir nela. Esta foto não é apenas desrespeitosa, mas também levanta sérias questões de ética para a Associated Press. Mesmo sendo um free-lancer, quanto conhecimento prévio este Ali Mahmoud tinha sobre este massacre?

A clareza moral está fundamentalmente perdida. E se não a reencontrarmos podemos dizer adeus ao mundo. Então vamos deixar alguns pontos claros.

Em 7 de Outubro, o Hamas agiu de acordo com o seu expresso esforço genocida de assassinar, violentar e raptar brutalmente homens, mulheres e crianças judeus. O Hamas declarou estar empenhado em repetir essa violência continuamente, se tiver oportunidade. No início, líderes dos países ocidentais em sua maioria falaram decisivamente, descrevendo os acontecimentos daquele dia como puro mal e apoiando a obrigação moral de Israel de se defender. Seis meses mais tarde, vemos um substancial enfraquecimento desse apoio e um aumento das vozes estridentes que apoiam o Hamas, uma organização terrorista.

As organizações defensoras dos direitos humanos, estão preocupadas, não com os 133 israelenses ainda reféns em Gaza, mas com as alegadas falhas de Israel no fornecimento de ajuda humanitária àqueles com quem está em guerra. Algo que não tem qualquer precedente na história dos conflitos. Ao mesmo tempo, estas organizações não prestam qualquer atenção palpável à verdadeira fome que aflige o Sudão e o Haiti, a guerra na Ucrânia e a tantas outras crises. Só pensam em culpar Israel e não o Hamas, cuja crueldade nunca distinguiu entre judeus e palestinos.

O mundo agora vê o dia 7 de outubro apenas como uma interrupção indesejável ao seu sonho profundo de um acordo de dois estados.  Israel precisa dar um basta nisso e deixar bem claras suas necessidades de segurança. Nós aqui estamos acordados e não devemos ficar parados num silêncio atordoado. Devemos exigir que os Estados Unidos e o mundo ocidental civilizado permaneçam fortes em seu apoio a Israel, ao povo judeu e aos reféns, e que acabem com estes duplos padrões de exigências que eles não demandam nem de si próprios quando estão em guerra.  E que assim restaurem um pouco da clareza moral para este mundo que anda confuso demais.

Sunday, March 17, 2024

O Apaziguamento Enquanto o Mundo Queima - 17/03/2024

 

Esta semana foi marcada por dois eventos que parecem não ter relação mas ao final almejaram o mesmo: a vitória dos agressores e a submissão das vítimas.

No domingo passado, a agência Reuters publicou um artigo titulado: “Papa: a Ucrânia deveria ter a ‘coragem de bandeira branca’ nas negociações”. A Reuters estava relatando as observações que o Papa Francisco havia feito numa entrevista dada em fevereiro para a emissora suíça RSI sobre a guerra na Ucrânia. Enquanto a Rússia de Putin se recusa a retirar as suas forças do país que invadiu sem provocação há dois anos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que “embora queira a paz, não desistirá de nenhuma parte do território ucraniano”.

Na entrevista, o papa teria dito: “...acho que o mais forte é aquele que olha para a situação, pensa no povo, e tem a coragem da bandeira branca e negocia.” Surpreendente.

Em vez de se concentrar em encontrar maneiras para forçar a mão ensanguentada de Putin para ele parar a sua agressão, o papa gostaria de ver a vítima, a Ucrânia, de joelhos, se rendendo.

Em outra parte da entrevista falando da guerra entre Israel e o Hamas, Francisco disse: ‘Negociar nunca é uma rendição’. O papa, que tem 87 anos ainda era um jovem quando a Inglaterra, a França e a Italia “negociaram” com os nazistas e acabaram entregando à Hitler os Sudetos que faziam parte da antiga Checoslováquia. Na época, o sorridente Chamberlain saiu das “negociações” se gabando que a guerra havia sido evitada. Não demorou um ano e a Alemanha atacou a Polonia começando a Segunda Grande Guerra.

Falando sobre a guerra entre Israel e o Hamas, Francisco disse: ‘Negociar nunca é uma rendição’. Em Israel sabemos bem demais o que significa “negociar com o Hamas”.

O papa também tem idade suficiente para saber das consequências do apaziguamento.

Por outro lado, os ataques do partido democrático americano a Israel chegaram na estratosfera na quinta-feira quando o líder do Senado, Chuck Schumer, falando no plenário, atacou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com a guerra ainda em curso. Numa interferência sem precedente na política de um país independente e soberano, Schumer apelou por novas eleições em Israel declarando que Netanyahu tinha “perdido o rumo” e que ele estaria “muito disposto a tolerar o custo civil em Gaza.” Ele disse que “como apoiador vitalício de Israel, tornou-se claro para ele que a coligação Netanyahu já não se adapta às necessidades de Israel depois de 7 de Outubro”, e acusou Netanyahu de continuar a lutar em Gaza por sua sobrevivência política. Biden por seu lado chamou a campanha militar de Israel de “exagerada” e acusou Netanyahu de usar a ajuda humanitária como “moeda de troca”. Estas declarações vieram logo após o vazamento de um relatório da inteligência americana sobre ameaças à segurança nacional, que tratava de avaliações sobre Israel.

Está patente que o partido democrata está cada vez mais preocupado com o impacto que a guerra em Gaza está tendo nas pesquisas de preferência de voto para as próximas eleições presidenciais americanas. Os democratas precisam desesperadamente que Israel declare que aceitará a solução de dois estados depois que a guerra acabar. Mas ao que parece, os dois estados a que se referen são Michigan e Minnesota que abrigam uma comunidade árabe expressiva.

A posição de Israel em resposta foi categórica. ‘Aqueles que elegem o primeiro-ministro de Israel são os cidadãos de Israel e mais ninguém”. “Israel não é um protetorado dos EUA, mas um país independente e democrático cujos cidadãos são quem elegem o governo. Esperamos que os nossos amigos ajam para derrubar o regime terrorista do Hamas e não o governo eleito de Israel”.

O relatório vazado afirma que a “viabilidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como líder, bem como a sua coligação governamental .... podem estar em dúvida”. Um governo diferente e mais moderado é uma possibilidade.”

Dado que é rarissimo que uma avaliação da inteligência americana sobre um outro país chegue a público, ficou claro que o vazamento foi uma tentativa da administração Biden de interferir na situação política interna de Israel. E isso é um erro.

É um erro porque é simplesmente uma falta de tato, é uma falta de respeito um país interferir na política interna de outro, especialmente de um aliado próximo. Mas Biden não foi o primeiro a ter esta idéia. Durante décadas, os EUA procuraram fazer pender a balança política em Israel. Em 1992, o então presidente americano, George H.W. Bush reteve garantias de empréstimos extremamente necessárias a Israel, sabendo que isso ajudaria Yitzhak Rabin a derrotar Yitzhak Shamir nas eleições daquele ano.

Em 1996, Bill Clinton fez de tudo, menos distribuir panfletos para eleger Shimon Peres no lugar de Netanyahu. Em 2022, o presidente Joe Biden tentou apoiar o então primeiro-ministro Yair Lapid visitando Israel quatro meses antes das eleições que elegeram Netanyahu.

O problema de tentar interferir nas eleições de outro país não é apenas o fato de ser errado e gerar ressentimento –é uma posição paternalista dizer que os Estados Unidos sabem mais sobre o que é bom para os cidadãos de Israel. Mas, como tem sido o caso cada vez que os EUA tentaram destituir Netanyahu, o tiro sai invariavelmente pela culatra. Clinton, Obama e Biden fizeram o que puderam para virar o público contra Netanyahu, mas em cada caso, seus esforços tiveram o efeito oposto.

Biden também interpretou mal o público israelense. Numa entrevista à MSNBC, Biden alertou Israel contra entrar em Rafah. Citando números fornecidos pela própria organização terrorista, o presidente disse: “Não podemos ter mais 30 mil palestinos mortos como consequência de perseguir” o Hamas. “Existem outras maneiras… de lidar… com o trauma causado pelo Hamas.”

Senhor Presidente, Israel não está sacrificando as vidas dos seus soldados para lidar com “o trauma” de 7 de Outubro. Isto não é nenhum tipo de terapia psicológica. O objetivo aqui é de evitar outro 7 de Outubro De destruir as capacidades do Hamas e, ao mesmo tempo, criar uma dissuasão – que, esperamos, também servirá contra a Hezbollah no Norte. Israel não está procurando uma cura para um trauma. Está buscando o retorno dos mais de 134 reféns que ainda permanecem nas mãos dos terroristas.

E saiba que os israelenses são maduros e inteligentes o suficiente para saberem o que é bom para o seu país, especialmente depois de futilmente terem tentado de tudo para fazer a paz com estes terroristas e não precisam da ajuda dos Estados Unidos para escolher seus líderes. Assim, fiquem fora da política interna de Israel.

E chegou mais uma vez a hora de repetir que o apaziguamento não funciona. Se cedermos aos agressores – seja Putin, ou as organizações terroristas apoiadas pelo Irã, não salvamos vidas. Só preparamos o campo para a próxima rodada de hostilidades.

Cada vez que repreende Israel, Biden cria menos incentivos para o Hamas depor suas armas e o preço dos reféns aumenta. O aviso de que Israel estaria ultrapassando certas linhas vermelhas se continuasse a agir, mostra que o presidente dos EUA, tal como o papa, não conhecem o mapa do Oriente Médio ou sabem o que se passa diariamente lá. Da mesma forma, a insistência em garantir que quantidades cada vez maiores de “ajuda humanitária” sejam enviadas para Gaza, onde a maior parte acaba nas mãos do Hamas, não é forma de acabar com uma guerra; apenas a alimenta. Seria mais produtivo exigir que o Hamas libertasse os reféns e se rendesse. Somente hoje Israel foi alvo de dezenas de mísseis de Gaza e do Líbano.

As bandeiras que os árabes hasteam não são brancas. São vermelhas de sangue. E o mundo deveria prestar mais atenção. O papa e Biden não estão sozinhos ao confundir bandeiras brancas com a fumaça negra enquanto o mundo queima.

Sunday, March 10, 2024

Ramadã e a Guerra de Gaza - 10/3/2024

 

Quem abriu o noticiário internacional esta semana notou a quantidade de artigos sobre o Ramadã e a guerra em Gaza.

O Ramadã, para quem não sabe, é o nono mês do calendário islamico e é quando os muçulmanos do mundo inteiro jejuam do nascer ao por do sol. No Brasil é um jejum de em torno 13 horas durante o dia. É um mês para supostamente orar, refletir, fazer caridade e tentar ser uma pessoa melhor. Mas é também um mês que premia em dobro atos de sacrificio e martirio.

Enquanto a maioria das publicações focam na falácia da fome que paira sobre a Faixa e tristeza das familias de Gaza por não poderem comemorar seu mês santo como sempre, com suntuosos jantares e cafés da manhã, elas omitem o que a história mostra do que se passa realmente durante o Ramadã. Elas tambem não conseguem evitar de interpretar os eventos com lentes ocidentais.

Então vamos lá. Primeiramente, não confundam Ramadã com Natal. Somente por ser um mês de jejum, Ramadã não deixa de ser um mês de avanço islâmico e de guerras e isso desde a época de Maomé. Entre outras e já em 624, a batalha de Badr contra Mecca foi travada em Ramadã. Em 653 os muçulmanos invadiram e conquistaram a ilha grega de Rodhes. Em 710 invadiram a Espanha, conquistando a Andaluzia e ocupando a região por 800 anos. Em 1187, Saladino venceu o exercito Franco e tomou Jerusalem na batalha de Hattin também em Ramadã. 

Mais recentemente, em 1981 e 1987, o Irã rejeitou dois cessar-fogos oferecidos pelo Iraque durante Ramadã. A guerra entre eles continuou. Em Israel, a primeira intifada palestina durou 6 Ramadãs. 

E não podemos esquecer a Guerra do Ramadã como é chamada a guerra de Iom Kippur, quando o Egito e a Siria lançaram um ataque de surpresa contra Israel, no seu dia mais sagrado, e também de jejum.  De alguma forma, a oração, a contrição e a reflexão não inibiram aquele ataque traiçoeiro que massacrou 2700 israelenses. Tampouco o jejum. Os soldados egípcios e sírios foram isentos de jejuarem porque estavam empenhados no dever religioso de matar infiéis, a categoria em que os judeus se enquadram. 

Não dá para entender então porque o mundo exige um cessar-fogo e o respeito pelo mês santo islâmico quando os próprios muçulmanos vêem a guerra neste mês como um dever religioso? Como disse, nada como aplicar valores ocidentais a situações e pessoas que estão longe deles. 

Seria bom se os muçulmanos palestinos em Jerusalém, Judeia, Samaria e Gaza se aproximassem do Ramadã como eles querem que acreditemos: como um mês de jejum, caridade, oração, contrição e reflexão.

Tenho certeza que muitos muçulmanos devotos fazem isso, mas é igualmente verdade que o Ramadã tem sido frequentemente celebrado com uma orgia de violência muçulmana, especialmente palestina. Invariavelmente, o Ramadã é usado como desculpa para o aumento da guerra santa contra Israel.

Aqueles com alguma memória – e isso exclui muitos indivíduos na Casa Branca de Biden e no Departamento de Estado de Blinken – podem facilmente verificar que os inimigos de Israel há muito que usam o Ramadã para assassinar judeus. Em 2016, o Hamas rotulou o ataque assassino ao Mercado Sarona em Tel Aviv de “Operação Ramadã” e o celebrou como o “Primeiro Ataque do Ramadã”. Outros ataques terroristas contra judeus logo se seguiram, tornando aquele Ramadã num mês particularmente sangrento para Israel. 

E isso não se limita nem aos judeus. Em 2016 e 2017, o ISIS bombardeou duas vezes uma rua popular em Bagdá durante o Ramadã, matando centenas de muçulmanos. Durante o mesmo Ramadã de 2016, um muçulmano radical atacou a boate Pulse em Orlando, Flórida, assassinando 49 pessoas. E estes não são exemplos isolados. Os árabes têm historicamente travado guerras cruéis uns contra os outros durante o Ramadã. 

E, com certeza, mais uma vez este ano, todos temem uma “escalada” no Ramadã, que ao que parece, começa amanhã. Especialmente porque o Hamas e o seu porta-voz, o canal Al Jazeera, estão apelando aos fiéis para expandirem a “Inundação de Al-Aqsa” (o nome que o Hamas deu ao massacre de 7 de outubro) a Jerusalém e à Cisjordânia através do terrorismo e da revolta. 

E o que está fazendo o Departamento de Defesa americano? Ele está ocupado enviando alertas aos líderes de Israel para prestarem reverência ao Ramadã, para serem extremamente cautelosos durante o Ramadã, para não fazerem nada para “provocar” os muçulmanos no Ramadã – especialmente dentro e em volta do Monte do Templo de Jerusalém – porque “as emoções muçulmanas são oh -muito sensível durante este mês”.

O presidente americano, Joe Biden, chegou ao ponto de sugerir que Israel deveria interromper a sua guerra contra o Hamas em Gaza para permitir que os muçulmanos observassem piedosamente o Ramadã e, aproveitassem parte daquele famoso espírito de caridade, para fazer o Hamas se derreter e concordar em soltar os reféns. (Halevai, mas na dúvida, vamos esperar sentados).

Para nós judeus e israelenses, tais sentimentos parecem tão bizarros, tão bizarros....porque são bizarros. Nunca ouvi que um judeu tenha saído para matar não-judeus por emoção à uma festa judaica. Ou um cristão que saiu para metralhar pessoas sob a influência do “espírito natalino”. Na verdade, é inconcebível para qualquer judeu – ou qualquer pessoa normal, moral e de pensamento correto – gritar “Allah uAkbar- Deus é Grande” como um prelúdio para assassinar, estuprar, saquear, decapitar, explodir, esfaquear, atirar em pessoas inocentes, Por qualquer motivo. Talvez os bons muçulmanos devessem usar este Ramadã para um exame de consciência e a melhor forma de erradicar este mal do seu meio. 

E não como os chamados “especialistas” em segurança, políticos, diplomatas e estadistas dizem: “Bem, é claro, as tensões são sempre elevadas durante o Ramadã e, assim, os judeus devem se manter discretos, abaixarem suas cabeças, voltarem a serem cidadãos de segunda classe, dhimmis, porque a violência muçulmana deve ser antecipada durante o mês sagrado” 

Tal sentimento insulta ou deveria insultar a maioria dos muçulmanos do mundo, bem como a nossa inteligência. É a própria definição de se render aos agressores, em vez de confrontá-los e vencê-los. 

Além disso, a tal “piedade” em Ramadã, deveria começar em casa. O Hamas, que diz ser primeiramente um movimento islãmico, deveria sim soltar todos os reféns e se render para salvar as vidas de outros muçulmanos nocentes que certamente morrerão com a continuação da guerra. Mas o Hamas quer apenas uma coisa: a sobrevivencia e a preservação de seu poder em Gaza. Eles pouco se importam se o mês é santo ou não, a não ser para inculcar nos jovens terroristas o desejo de morrerem neste mês pois a recompensa é dobrada. Se o mundo permite ao Hamas tirar as luvas no Ramadã, não esperem que Israel guarde as suas. 

Para finalizar, comemoramos na sexta-feira o Dia Internacional da Mulher. Muito tem sido escrito sobre a vergonhosa traição das mulheres israelenses por suas “irmãs” em todo o mundo, a maioria das quais permaneceu em silêncio sobre a “tortura sexualizada” a que foram submetidas no dia 7 de Outubro.

Os grupos de mulheres, incluindo a ONU Mulheres, agravaram este sofrimento com o seu silêncio, alguns até chegando a exigir à apresentação de provas para apoiar as alegações de violação e abuso sexual que agora o Hamas nega. Tragicamente, muitas das vítimas do Hamas foram assassinadas em 7 de Outubro ou ainda estão em Gaza, onde permanecem reféns.

Levou quatro longos meses, para que a enviada da ONU, Pramila Patten, visitasse Israel. O relatório que se seguiu confirmou que “violência sexual, incluindo mutilação genital, tortura sexualizada ou tratamento cruel, desumano e degradante” foi cometida durante os ataques de 7 de Outubro.

No entanto, mesmo agora, com a confirmação por parte de uma organização internacional afiliada à ONU, da ocorrência de tais atrocidades contra as mulheres, o mundo permanece em silêncio. 

Então entre os 134 cativos, vou repetir o nome aqui das 14 moças (apesar da violência sexual também ter sido cometida contra homens e rapazes), que ainda estão sendo torturadas ou mortas em Gaza: Liri Albag, de 18 anos, Daniella Gilboa, de 19 anos, Naama Levy de 19 anos, neta de sobreviventes do Holocausto, Karina Ariev, 19 anos, Agam Berger de 20 anos, Noa Argamani, de 26 anos, Romi Gonen 26, Arbel Yehud de 28 anos, Carmel Gat de 39 anos, Eden Yerushalmi de 24 anos, Doron Steinbrecher de 30 anos, Shiri Bibas, a mãe dos dois meninos Ariel de 4 anos e o bebê Kfir que continuam cativos, Amit Buskila de 28 anos e Emily Damari de 27 anos. Não esqueceremos, não perdoaremos até que retornem.